quinta-feira, 18 de outubro de 2018

HOMILIA PARA O DIA 21 DE OUTUBRO DE 2018 - 29º COMUM - ANO B


ESCOLHAS E PROMOÇÕES COM SEUS ÔNUS E BÔNUS

No auge das disputas eleitorais para os cargos de governadores e Presidente da República notam-se situações que fazem rir para não chorar. Diante de candidatos cujos nomes nem apareciam nas pesquisas eleitorais, do fracasso de grandes figurões da política, surgem os amigos da última hora, os companheiros e apoiadores de projetos de renovação. Gente que até ontem eram parceiros inseparáveis agora se engalfinham disputando novos lugares no cenário. Todos prometem fazer milagres e dar um basta em velhos problemas que em épocas eleitorais se potencializam.   
Jesus viveu há pouco mais de dois mil anos, veio com um projeto e uma proposta extraordinária para renovar as relações entre as pessoas. Seus amigos nem sempre tiveram clareza da proposta e do alcance das mudanças que a pessoa de Jesus trouxe para a humanidade. Por mais que convivessem com o mestre e diariamente pudessem ouvir seus ensinamentos eles ainda pensavam em “levar vantagem” e garantir sua fatia quando o “novo governo fosse instalado”.  Na conversa de hoje com os discípulos Jesus desmascara o oportunismo que borbulhava nas conversas de bastidores.
Primeiro são os dois irmãos: “Tiago e João, filhos de Zebedeu, foram a Jesus e lhe disseram: 'Mestre, queremos que faças por nós o que vamos pedir'. Ele perguntou: 'O que quereis que eu vos faça?' Eles responderam: 'Deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda, quando estiveres na tua glória!” A proposta dos dois é tão imoral que outro evangelista diz que foi a mãe deles quem fez o meio de campo. Jesus dá uma resposta que deixaria envergonhado qualquer cidadão sério e de boa índole: “Vós não sabeis o que pedem” e aproveita para desestimular os outros que também estavam na espreita de uma fatia: “Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. Mas, entre vós, não deve ser assim: quem quiser ser grande, seja vosso servo; e quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos. Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos”.
A resposta de Jesus faz entender o que já tinha dito o profeta Isaias na primeira leitura: Meu Servo, o justo, fará justos inúmeros homens, fará cumprir com êxito a vontade do Senhor”. Em outras palavras no projeto de Jesus não tem lugar para conchavos, padrinhos, correligionários, “amigos da última hora”.
E sobre a identidade deste servo tem-se a resposta na carta dos Hebreus: Com efeito, temos um sumo sacerdote capaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado. Aproximemo-nos então, com toda a confiança e permaneçamos firmes na fé que professamos”.
O projeto de Deus revelado em Jesus Cristo não é uma proposta de vantagem e favores para alguns ou alguma categoria de pessoas. A escolha de Deus é por um projeto de serviço, de comunhão. Os verdadeiros discípulos de Jesus não são os que aproveitam as oportunidades para levar vantagem, mas aqueles que abraçam a causa aceitando como ele dar a vida para que todos tenham vida.
Neste tempo de tantas promessas e tantas ameaças, não nos deixemos enganar por salvadores da pátria com soluções simples e milagrosas uma vez mais, rezemos com o salmista de hoje: Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, pois, em vós, nós esperamos! No Senhor nós esperamos confiantes, porque ele é nosso auxílio e proteção! Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos”

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