A Oração e
o Perdão no Ano Santo da Redenção
Queridos irmãos e irmãs,
A liturgia da Palavra deste domingo nos põe como ponto de
partida o texto do livro do Gênesis, onde Abraão intercede por Sodoma e
Gomorra, e o Evangelho de Lucas, que nos ensina sobre a oração e o amor do pai
que concede o que pedimos. Ambas as leituras nos conduzem a uma reflexão sobre
o perdão, especialmente em um tempo tão especial como o Ano Santo da Redenção.
Na passagem de Gênesis (18,20-32), vemos Abraão ousando dialogar
com Deus. Ele intercede pela cidade de Sodoma, onde a maldade havia se
espalhado. Com um coração cheio de compaixão, ele pergunta: “E se houver
cinquenta justos na cidade? Você ainda destruirá e não poupará o lugar por
causa dos cinquenta justos?” Abraão não só se preocupa com os justos, mas
também mostra a sua capacidade de interceder por aqueles que estão em pecado.
Esse exercício de diálogo íntimo com Deus nos ensina sobre a importância da
oração, especialmente quando se trata de pedir perdão e clemência.
Já no Evangelho de Lucas (11,1-13), Jesus nos ensina o Pai
Nosso. Ele nos mostra que Deus é um Pai amoroso que nunca nos negará o que
pedimos, assim como um pai terreno dá ao filho o que é bom. A relação entre o
ser humano e Deus é fortalecida pela confiança e pela compreensão de que o
perdão é um ato de amor. Quando pedimos perdão, reconhecemos nossas fraquezas
e, ao mesmo tempo, nos abrimos à graça divina.
Neste Ano Santo da Redenção, somos convidados a aprofundar nossa
vivência do perdão. O caminho da redenção é um percurso onde a oração se torna
fundamental. Na intercessão de Abraão, vemos a importância de estar atento ao
sofrimento do outro. Assim como Abraão não se cansa de perguntar, também somos
chamados a não desistir de pedir perdão e de oferecer perdão, pedir a Deus e
também oferecer o perdão uns aos outros.
Em um mundo marcado pelas divisões e mágoas, a celebração deste
Ano Santo nos recorda que a verdadeira redenção começa em nosso coração. O
convite é para que olhemos para aqueles que nos feriram e façamos um esforço
consciente para perdoar. O perdão é libertador; ele nos ajuda a romper as
correntes do rancor e a abrir espaço para a paz e a reconciliação.
Queridos irmãos e irmãs, neste dia, somos convidados a ser fiéis
na oração, como Abraão, e a confiar na bondade do nosso Pai celestial, que nos
oferece o perdão. Que possamos, com corações humildes, buscar a misericórdia de
Deus e nos tornar instrumentos de perdão em nossa comunidade.
Ao vivenciarmos este Ano Santo da Redenção, que nossas orações
sejam sempre acompanhadas de ações concretas de amor e perdão. Que possamos
sair daqui renovados em nosso compromisso com Deus, uns com os outros e com a
proposta de um mundo mais justo e cheio de amor.
Amém.
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