DEUS
ONDE ESTÁS?
Só
na última sexta feira, sem contar as notícias sobre tempestades na política, na
educação e na segurança, os grandes veículos de comunicação divulgaram pelo
menos 4 manchetes sobre temporais no mar. Dentre eles permitam-me citar: “Santa Catarina tem previsão de temporais, Ventania
e granizo no fim de semana”; “Embarcação desaparece com 7 tripulantes no mar do
Rio Grande do Sul”; “Ressaca arrasta bar flutuante por 5 km no litoral de Santa
Catarina”. Diante destas e de outras situações, sem sombra de dúvida, salta
a exclamação: “Meu Deus do céu”, ou “Onde
está Deus nesta hora?”
As
leituras deste domingo respondem de uma maneira magistral onde está Deus quando
as tempestades tomam conta da vida das pessoas. O texto da primeira leitura
deixa mais do que clara expectativa do profeta, que de alguma maneira é também
a nossa. Ele esperava que Deus se manifestasse de uma maneira extraordinária
com barulho e com milagres incontestáveis. As agitações que o profeta
experimenta podem ser comparadas com a confusão que muitas vezes se estabelece
em nosso interior e nas lutas do cotidiano. Longe de tudo isso Deus se dá a
conhecer na calmaria de quem se deixa guiar pelo Espírito Santo. A leitura é
mais do que clara: depois que passou o terremoto, o fogo, a ventania, Deus se
deixa encontrar na brisa leve que Elias sente enquanto se encaminha para a
entrada da gruta.
E
o salmista canta “Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, quero ouvir o que o Senhor irá falar: é a paz que ele vai anunciar.
A verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a
paz se abraçarão”. A Igreja repete
esta canção respondendo ao desejo do profeta, que é ao mesmo tempo um desejo de
todos: Que a justiça e paz se abracem!
Paulo fala aos romanos mostrando
a humanidade de Jesus e pede que nesta simples manifestação seja reconhecido
não um Deus grandioso e extraordinário, mas um Deus presente nas grandes
experiências do povo em toda a história da salvação.
E no evangelho Jesus se dá a
reconhecer sugerindo coragem diante do mar revoltoso da vida. Nesta condição estende
a mão a Pedro segurando-o diante das tempestades que o amedrontam. Uma vez no
barco, e sendo reconhecido como o Filho de Deus o mar bravio se acalma e todos
seguem em segurança na sua presença.
Pode-se imaginar a figura de Maria
que aceitou colaborar com Deus na obra da salvação e fez tudo na suavidade de
quem se deixou conduzir pelo Espírito Santo. As referências que a Sagrada
Escritura faz a Maria dão conta de uma mulher tranquila, firme e decidida diante
de todas as tempestades que a vida lhe ofereceu. Perpassando as aparições de
Maria ao longo da história encontra-se de novo a Mãe de Jesus acalmando
corações e indicando alternativas quando a vida estava ameaçada e difícil.
Basta lembrar Fátima durante a primeira guerra mundial ou Aparecida durante a vergonhosa
escravidão a que eram submetidos milhares de cidadãos no Brasil.
Neste contexto celebrar a vocação da paternidade não será outra coisa
senão pedir que os pais tenham a coragem, a determinação e a serenidade de
Maria, para agir em seus lares contribuindo para que sua família justa,
honesta, trabalhadora. Em resumo construtora de um mundo melhor.
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