FÉ AMOR E CORAGEM
É bastante frequente nas rodas de conversas tratar
assuntos sobre as relações interpessoais, e nessas ocasiões vem imediatamente à
mente o comportamento de algumas pessoas que procuram levar vantagem em tudo.
Sobre esse tipo de atitude costuma-se dizer: “Aquela pessoa dá nó até em pingo
d’água”, ou “fulano não dá ponto sem nó” e ainda “A esperteza quando é demais
engole o dono”.
Estes e outros provérbios tem a ver com dinamismo,
coragem, ousadia, porém valores usados de modo inadequado e sempre em benefício
próprio. O Evangelho desse domingo nos convida a usar a esperteza e a coragem
para fazer o bem, amar e testemunhar a nossa fé.
É certo que toda a astúcia desse mundo não teria valor
algum se não fosse aplicada no cotidiano da vida e com a finalidade de nos
fazer experimentar o céu já aqui na terra. É no sentido de usar a sabedoria do
mundo que o Papa Francisco insiste na vivência do Evangelho e nas doutrinas para
que tenham a força de tocar as mãos, o coração e a cabeça das pessoas.
Para essas situações se aplica a frase do Evangelho
desse domingo: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda,
poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela
vos obedeceria”
Essa dimensão de fé foi o que motivou os discípulos
de Jesus à medida que fizeram a experiência do encontro com Ele experimentarem
a vida como ela é, mas também vivenciarem a dimensão do mistério que ultrapassa
todas as outras realidades.
O Evangelho nos convida partir das realidades
cotidianas e nos comprometer com o Reino, sem cálculos, sem exigências, antes
com gratidão aderir com coragem e radicalidade na convicção que somos todos
instrumentos de Deus no meio do mundo para facilitar o conhecimento dos
mistérios.
Para isso é importante não agir com a esperteza própria
desse mundo, mas “como servos inúteis; fizemos o
que devíamos fazer’”.
Que o Senhor nos
abençoe e nos coloque sempre nos caminhos da sua Palavra e da sua sabedoria que
em tudo superam a astucia desse mundo.