O
SENHOR FAZ MARAVILHAS AOS NOSSOS OLHOS
O
brasileiro sempre tem explicações muito distintas para uma mesma realidade e
isso tem a ver também com o sentido que se dá a determinadas expressões. Por
exemplo, quando falamos a palavra “BOM” podemos nos referir ao paladar e a
certos pratos apresentados para as refeições; usamos também para qualificar uma
peça de roupa que cai no gosto das pessoas; é Bom também um determinado objeto
que se compra ou vende. Bom é também um professor, um advogado, um trabalhador
braçal, um pai, uma mãe e assim por diante.
Pois no
Evangelho desse domingo Jesus se intitula “Bom pastor”. Ora, quais sentidos
podemos dar a esta expressão de acordo com a riqueza do nosso idioma?
Certamente podemos dizer que a expressão signifique: “Modelo de pastor, ideal
de pastor, pessoa comprometida com a causa, sujeito que veste a camisa, aquele
que não tem medo de enfrentar as adversidades da profissão” e assim por diante.
O
evangelista que põe na boca de Jesus a expressão Bom pastor e mercenário para
os maus pastores buscou o sentido da expressão no profeta Ezequiel que havia dado
uma chamada de atenção nos líderes judaicos do seu tempo dizendo: “Vocês foram
maus pastores, não cuidaram do rebanho, Deus mesmo vai retirar as responsabilidades
que lhes havia confiado e via assumir o cuidado do seu povo”.
E agora
Jesus se apresenta exatamente como aquele que veio para assumir o lugar dos
outros que não haviam “vestido a camisa” quando se tratava de cuidar do
rebanho, e não somente do rebanho que estava seguro: “Eu conheço as minhas
ovelhas e elas me conhecem... Tenho ainda outras ovelhas que não são deste
rebanho, também a elas devo procurar e cuidar. Eu sou o Bom Pastor”.
É com
base nesta afirmação que Pedro vai recuperar o que rezamos no Salmo: “Ele é a
pedra que os pedreiros rejeitaram e que se tornou agora a pedra principal, pelo
Senhor é que foi feito tudo isso e é obra admirável aos nossos olhos”.
E o
autor da segunda leitura afirma que Deus age como aquele que cuida porque nos
tem como filhos e filhas, sua preocupação está centrada em nos ajudar a superar
todas as fragilidades e debilidades de um rebanho que nem sempre se cuidou e
nem tampouco foi cuidado como deveria.
Como
tarefa para e responsabilidade de cristãos, seguidores de Jesus todos somos
convidados a participar da mesma missão de Jesus que consiste em dar a vida por
suas ovelhas e ir ao encontro daquelas que estão perdidas, desgarradas. Somos
convidados a ultrapassar as fronteiras do rebanho e independente da situação de
cada pessoa trabalhar para que se forme um só rebanho e um só pastor. E para
que isto aconteça não devemos desperdiçar nenhuma das pequenas oportunidades
para acolher, incluir e fazer caminhar juntos. Nada nem ninguém deve nos
impedir de caminhar juntos!
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