EM JESUS CONECTADOS COM O PAI
O texto do Evangelho deste domingo é apresentado
pelos estudiosos como parte do discurso de despedida. Provavelmente Jesus disse
estas palavras no contexto da última ceia, quando deu também outras orientações
sobre as atitudes necessárias que os discípulos deveriam manter depois que não
estivessem mais na sua presença física.
Jesus se compara a videira e aos ramos planta e
estilo de vida bem familiar às comunidades do seu tempo. Nesta figura de
linguagem mostra o resultado de quem permanece unido a Ele e vivenciando os
seus ensinamentos.
Se fosse hoje, talvez Jesus iria dizer: “A minha
palavra é a senha para lhes manter conectados” Nesta comparação diríamos que os
cristãos do nosso tempo são os aplicativos e os dispositivos móveis, Deus Pai é
a grande rede de armazenamento e com possibilidade de navegação em tempo real e
nas velocidades compatíveis com a memória de cada dispositivo. A Palavra de
Jesus vivenciada e os seus ensinamentos colocados em prática formam a senha de
uma rede solidária e de comunhão capazes de transformar todas as relações
interpessoais.
Em nenhum momento Jesus, como Palavra encarnada
do Pai e por Ele cuidada deixou de produzir os efeitos e cumprir a função para
a qual foi enviado. Tal como Jesus, os seus discípulos e agora a comunidade
cristã é convidada a permanecer conectada e a eliminar todos os ruídos e
dificuldades que manchem a vivência cristã, e a construção da sinodalidade e da
solidariedade. Não perceber ou fazer de conta que não precisamos da senha que Jesus
nos deixou significa produzir e disseminar fake News, ou seja, transformar a
nossa vida em um ambiente que em lugar de produzir e compartilhar bons frutos
produzimos e compartilhamos egoísmo, divisão, discórdia, fofoca, e por aí
afora.
A primeira leitura nos mostra como deve ser uma
autêntica conexão com Deus Pai por meio de Jesus. O texto começa apresentando
alguns cristãos que se achavam melhor que os outros e que cultivaram o medo e a
restrição para acolher Saulo. Barnabé, porém, lhes abre a mente e os corações e
faz perceber como Saulo, apesar de toda as resistências que lhe eram
apresentadas só tinha a somar no seio da comunidade. A acolhida de Paulo mostra
como aceitar Jesus implica também ser uma casa de portas abertas, um espaço
onde todos têm lugar para fazer acontecer o encontro com Jesus ressuscitado.
E o autor da segunda
carta começa com uma advertência que não podemos relativizar: “Filhinhos, não amemos só com palavras
e de boca, mas com ações e de verdade! Aí está o critério para saber que somos
da verdade e para sossegar diante dele o nosso coração”
Nos reunimos em assembleia
precisamente para aprender com a Palavra, pela Oração e na Partilha eucarística
a realizar gestos concretos de amor aos irmãos e a Deus Pai permanecendo
conectados com Jesus.
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