DISPONIBILIDADE
PARA CAMINHAR COM JESUS
Se tem uma coisa importante na vida de
uma pessoa é se sentir valorizada e útil dentro das suas habilidades e
competências. A Palavra de Deus nesse domingo apresenta mais uma vez o convite feito
ao longo da história para as pessoas participarem do projeto de construção do
Reino e de inclusão das pessoas.
Na primeira leitura o convite é dirigido
a um trabalhador do campo de nome Eliseu, ele entendeu o chamado e teve coragem
de romper com um estilo de vida e abraçar de modo radical a tarefa para a qual
estava sendo convidado.
Na pessoa de Eliseu podemos perceber
como o profeta não é alguém que caiu do céu e invade o cotidiano das pessoas,
nem tampouco que o profeta seja um sujeito que não tenha habilidade para outras
funções e responsabilidades, mas que Deus sempre chamou colaboradores
falando-lhes a partir do cotidiano do seu trabalho. Sem fazer imposição, nem
dar espetáculo Deus age no mundo por meio das ações das pessoas que aceitam o
convite.
Ontem como hoje, Deus continua chamando
a cada um de nós, respeitando o nosso cotidiano, mas nos desafiando a responder
com determinação e ousadia.
O Evangelho é um mosaico de convites
para mostrar que todos podem participar da missão de Jesus, para isso basta
determinação para aceitar o convite.
O primeiro convite Jesus dirige a uma
pessoa deixando claro que a missão não lhe garante estabilidade, pelo contrário
quem aceita a missão precisa compreender a disposição de viver como Ele.
O segundo convidado estabelece um tempo
que ele determina como a morte do pai, não significa que o pai estivesse morto,
mas que ele queria acompanhar os pais até o fim da vida, Jesus não desvaloriza
nem despreza a dignidade das famílias e a realidade da morte, mas deixa claro
que o Reino é prioridade!
A terceira pessoa convidada pede um
prazo para tomar a decisão, Jesus, porém reafirma que seu projeto pede coragem,
determinação e firmeza de olhar para frente, não ficar preso ao passado, ou
seja o Reino de Deus exige dedicação!
Diante destas três condições podemos nos
perguntar quais são os argumentos que usamos para justificar nossa insegurança
quando se trata de responder ao convite que Deus nos faz para usar nossas
competências e habilidades para projetos maiores do que o pequeno horizonte que
nossos olhos alcançam.
Paulo recorda aos Gálatas e também a cada um de nós o que significa ser
livre e deixa claro que liberdade não é sinônimo de viver estritamente
preocupado com as nossas próprias vontades, mas que a verdadeira liberdade
consiste num caminho de resposta ao chamado cotidiano que Deus continua nos
dirigindo diante das exigências contemporâneas, trata-se de identificar a nossa
vida com a vida de Jesus.
Ao contrário de viver nos pequenos limites da nossa autossuficiência,
somos desafiados a superar tudo o que nos escraviza abrindo-nos para o serviço
generoso em favor das pessoas e do mundo.
Somos desafiados e perceber que na atualidade, facilmente temos uma
perspectiva egoísta do significado da palavra liberdade e vivemos como se tudo
fosse voltado para nosso próprio interesse e necessidade, no entanto a verdadeira
liberdade está sempre na perspectiva do outro e do bem coletivo no cuidado com
tudo e todas as cosias.
Peçamos a graça de tornar realidade em nossa vida o que rezamos no
salmo: “ Eu bendigo o Senhor, que me aconselha,/ e até de noite me
adverte o coração./ Tenho sempre o Senhor ante meus olhos,/ pois se o tenho a
meu lado não vacilo”.