A
PARTIR DE JESUS TODOS SOMOS REPLETOS DO ESPÍRITO SANTO
No
decorrer de nossos dias todos já experimentamos situações de medo e insegurança
e quando relatamos essas situações as fazemos sempre com figuras de linguagem
para melhor nos fazer entender e para dar a dimensão do ocorrido de modo que os
nossos interlocutores não só entendam, mas se sintam envolvidos na narrativa e participantes
da situação que contamos. Pois as três leituras deste domingo relatam situações
de medo e preocupação pelas quais passavam as comunidades envolvidas nas
narrativas.
O
texto dos Atos dos apóstolos começa dizendo: “os discípulos estavam todos reunidos no mesmo
lugar. De repente, veio do céu um
barulho como se fosse uma forte ventania, então
apareceram línguas como de fogo” só depois deste
relato eles se dão conta que não se trata de uma situação de medo e insegurança
mas percebem como de repente eles se enchem de coragem e determinação: “Todos ficaram cheios do Espírito Santo
e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava”
A leitura termina apresentando as diversas nacionalidades de pessoas que em
torno de Jesus e animados pelo Espírito Santo formam a nova comunidade na qual
todos se entendem e são capazes de ultrapassar suas diferenças. O que aconteceu
com a comunidade dos discípulos, também é o que precisa e pode acontecer com a
nossa Igreja que reunida em torno de Jesus e animada pelo Espírito Santo dá
testemunho e vive a alegria do Evangelho! A partir dos dons do Espírito Santo já
não tem mais lugar para grupos fechados dentro da sua própria verdade, antes a
Igreja é impulsionada para superar o medo e acolher a todos nas suas particularidades
e diferenças.
A carta de São Paulo que ouvimos na segunda
leitura se destina a uma comunidade quase perfeita, aos coríntios faltava umas
poucas coisas entre elas o amor fraterno. Paulo os compara a um corpo: “Como o corpo
é um, embora tenha muitos membros, e como todos os membros do corpo, embora
sejam muitos, formam um só corpo” e, portanto, ninguém tem o direito de se achar melhor ou mais
importante que o outro, porque todos vivem em função de uma única e mesma
causa: “Há diversidade de dons, mas um
mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há
diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos. De
fato, todos nós, judeus ou gregos, escravos ou livres, fomos batizados num
único Espírito, para formarmos um único corpo” Em todos os tempos e lugares
e para todos os tempos e lugares precisa ficar claro que cada pessoa com seus
dons e carismas deve se colocar a serviço de todos. Ninguém tem o direito de
guardar os dons para si ou julgar que é mais importante e necessário que os
demais.
Quando temos medo e estamos
inseguros, é muito importante ouvir a expressões do tipo: “Aquiete seu coração,
conte comigo, se precisar de mim estou a seu lado”. Pois foi isso que Jesus
ofereceu aos medrosos discípulos: “A paz
esteja com vocês... recebam o Espírito Santo... perdoem os pecados...”
Eles não estavam entendo nada
do que havia acontecido duvidavam de tudo e de todos, porém a palavra de Jesus
faz deles uma comunidade de reconciliados uma assembleia pronta para a missão: “Assim como o pai me enviou eu também os envio”.
Eles são desafiados a anunciar a alegria da ressurreição e o perdão para todos.
O
que acontece naquele momento com os discípulos se realiza pela força do
Espírito Santo que dá a conhecer todos os seus dons e carismas para serem
colocados em comum, cada um a seu modo, mas para o bem de todos. O Espírito
empurra os discípulos para o mundo e os anima a viver o amor de Jesus com todas
as suas consequências.
Também
para nós deve ficar claro que não existe outra razão para existir como Igreja
se não para acolher e promover o perdão que alcance a todos.
Aprendamos com Maria, que estava
no cenáculo com os apóstolos, e rezemos com ela pedindo para nossa Igreja um
espírito missionário e fervoroso: “Senhor
vem dar-nos sabedoria que faz ser tudo como Deus quis”.