terça-feira, 1 de agosto de 2023

HOMILIA PARA O DIA 06 DE AGOSTO DE 2023 - 18º DOMINGO COMUM - ANO A - TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR BOM JESUS!

 

DEUS É REI! EXULTE A TERRA DE ALEGRIA

Se tem uma situação que faz parte das preocupações cotidianas é a que diz respeito ao futuro, às realizações profissionais, a felicidade e até ao que virá depois da morte. A liturgia da Igreja nos convida a fazer memória da Transfiguração do Senhor, também chamada na piedade popular de Festa do Senhor Bom Jesus. Note-se que esta celebração acontece 40 dias antes da Exaltação da Santa Cruz, e tem por objetivo deixar bem claro que a bondade e a vitória do Bom Jesus não estão desligadas da Cruz e do sofrimento. A Palavra de Deus que ouvimos nesse domingo nos apresenta três situações que apontam exatamente nessa direção.

Na primeira leitura o profeta Daniel fala de um reino futuro que não terá fim, mas que antes exige enfrentar provações: “Eu continuava olhando até que foram colocados uns tronos, e um Ancião de muitos dias aí tomou lugar. Seu trono eram chamas de fogo, e as rodas do trono, como fogo em brasa. Derramava-se aí um rio de fogo que nascia diante dele”. Passando por essa provação o que estava sentado no trono: “Foram-lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam: seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá”.

São Pedro, na segunda leitura, escreve com a autoridade de quem vivenciou todo o processo que levou Jesus à glória e a realeza: “Não foi seguindo fábulas habilmente inventadas que vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, mas sim, por termos sido testemunhas oculares da sua majestade. Efetivamente, ele recebeu honra e glória da parte de Deus Pai, quando do seio da esplêndida glória se fez ouvir aquela voz que dizia: "Este é o meu Filho bem-amado, no qual ponho o meu bem-querer". O texto de hoje se conclui com uma recomendação para o nosso tempo: “Façam brilhar a Palavra que vocês ouviram como um tesouro em seus corações”.

Mateus começa o Evangelho desse domingo apresentando os discípulos testemunhas da mais extraordinária revelação. Pedro, Tiago e João, foram levados para a montanha, lugar onde normalmente Deus se revelou aos antepassados, ali ouviram a voz que dizia: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo meu agrado. Escutai-o!" O Fato acontece no sexto dia, o mesmo que Deus criou o primeiro homem que se deixou corromper pelo pecado, agora Deus revela sua nova criatura: O Filho de Deus plenamente renovado, o qual faz novas todas as criaturas.

Não se trata de uma mágica para impressionar os desavisados discípulos. A transfiguração acontece no contexto do cumprimento da lei cujo representante é Moisés e no cumprimento das profecias cujo representante é Elias. A nova criatura que se dá a conhecer no sexto dia é o cumprimento perfeito de tudo o que o povo de Israel acreditava. O homem perfeito veio realizar tudo que tinha sido prometido ao longo do tempo.

Os discípulos ficaram encantados com a cena deslumbrante que presenciavam e estavam dispostos a permanecer nessa condição para sempre. Entretanto a voz que veio do céu não termina com o reconhecimento daquele que foi enviado, mas convida todos em todos os tempos seguir o único e verdadeiro mestre. O Filho de Deus que se fez conhecer no sinal da transfiguração continua convidando-nos a descer da montanha das nossas certezas e seguranças para transfigurar o mundo

Jesus continua a chamar cada pessoa, como fez com os três discípulos: “Levantem-se não tenham medo”! Se acreditamos na oração que fazemos no salmo, podemos caminhar sem medo:

 Deus é Rei, é o Altíssimo,
 muito acima do universo.

As montanhas se derretem como cera *
ante a face do Senhor de toda a terra;

e assim proclama o céu sua justiça, *
todos os povos podem ver a sua glória!

 

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