TUDO É DELE, POR ELE E PARA ELE!
Um dos piores sentimentos humanos diz
respeito a confiança traída. A gente aposta em alguém com quem partilha e
compartilha trabalhos, sentimentos, atividades, confidências e num determinado
momento sem nenhuma razão aparente a resposta é uma quebra de confiança que
desencanta qualquer possibilidade de continuar o trabalho e os relacionamentos
que pareciam ser duradouros.
Na segunda leitura desse domingo, São
Paulo escreve aos Romanos, começa e termina com algumas afirmações que retratam
a sua absoluta confiança no Deus que ele acredita: “Ó profundidade da riqueza, da sabedoria e da ciência de Deus!
Como são inescrutáveis os seus juízos e impenetráveis os seus caminhos!
Na verdade, tudo é dele, por ele e para ele. A ele a glória para sempre.
Amém”! No entender de Paulo é impossível para a finitude humana compreender
Deus. Mas de uma coisa todos podem ter certeza quem se entrega confiadamente nas
mãos dele nunca terá o que temer. O convite é para todos reconhecer Deus como
se reza no salmo:
Altíssimo é
o Senhor, mas olha os pobres, *
e de longe reconhece os orgulhosos.
Ó Senhor,
vossa bondade é para sempre! †
Eu vos peço:
não deixeis inacabada, *
esta obra que fizeram vossas mãos!
Ao contrário
de Deus, as pessoas nem sempre são merecedoras da confiança que lhes é
depositada. Esse é o sentimento narrado pelo profeta Isaias na primeira
leitura: “Assim diz o Senhor a
Sobna, o administrador do palácio: "Eu vou te destituir do posto que
ocupas e demitir-te do teu cargo. Acontecerá que nesse dia chamarei meu servo
Eliacim, filho de Helcias, e o vestirei com a tua túnica e colocarei nele a tua
faixa, porei em suas mãos a tua autoridade; ele será um pai para os habitantes
de Jerusalém e para a casa de Judá”. As palavras do profeta são um desabafo
em relação a alguém que deixou de cumprir aquilo que tinha sido acordado. Ao
longo do tempo as pessoas entenderam que se tratava também de uma quebra de
confiança do povo de Israel nas relações com Deus, que por sua vez não lhes
deixa na insegurança e no medo, pelo contrário estabelece outro acordo que
permite ao seu povo seguir sem medo: “Hei
de fixá-lo como estaca em lugar seguro e aí ele terá o trono de glória
na casa de seu pai". Esta profecia vai se
concretizar na pessoa de Jesus, que por sua vez estende sua missão a todos
aqueles que lhe reconhecem: “Então Jesus lhes perguntou: "E vós, quem
dizeis que eu sou?" Simão Pedro respondeu: "Tu és o Messias, o Filho
do Deus vivo". Respondendo, Jesus lhe disse: "Feliz és tu, Simão,
filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai
que está no céu. Por isso, eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra
construirei a minha Igreja, Eu
te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra
será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será
desligado nos céus". Pedro representa a
comunidade dos discípulos que merece a confiança irrestrita do mestre para agir
com a força do amor: “Tudo o que ligarem na terra será ligado nos céus e o que
desligarem na terra será desligado nos céus”. Jesus não precisa que ninguém
diga quem ele é: “Jesus, então, ordenou
aos discípulos que não dissessem a ninguém que ele era o Messias”.
Ele espera apenas que sejam fiéis
seguidores dos seus ensinamentos e do seu estilo de ver e fazer as coisas. Responder
à pergunta que Jesus continua a nos dirigir como fez com os discípulos não se
trata de dar lições de catequese, de bíblia, de liturgia, de doutrina da
Igreja, implica olhar para dentro do nosso coração e no cotidiano de nossas
ações responder com sinceridade qual é o lugar de Jesus na minha vida!
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