domingo, 30 de maio de 2010

FORMAÇÃO DE PROFESSORES

A QUESTÃO DO TRABALHO DOCENTE
Texto disponibilizado para professores formadores
e tutores da AGF Curitiba do Programa Proinfantil - maio 2010


A condição docente trabalhada pelas autoras em questão tem ampla abrangência no cotidiano profissional dos que se entregam à docência nas escolas brasileiras. Sendo a profissão regulamentada pelas leis trabalhistas em vigor e regida pela legislação educacional, é bastante fácil de compreender o significado da expressão “precarização” amplamente usada nos três textos. As reformas educacionais impetradas com a nova LDB e outras leis regulamentadoras do setor não foram suficientes para impedir que a profissão do educador estivesse vulnerável ao avanço da globalização com sua força despersonalizadora das relações do trabalho e da formação.
A educação, como de resto, toda a atividade de docência fez parte do avanço da teoria de resultados impetrada pelos organismos internacionais e também neste particular apareceu de modo muito claro a questão da transformação produtiva com equidade.
O objetivo primordial da educação e da função dos educadores teve seu foco voltado para formar indivíduos cujas competências fossem interessantes para o mercado do trabalho, isto é, para o emprego formal. Na esteira desta finalidade aparece uma segunda intenção e destinação da arte de educar: desempenhar papel de política compensatória com foco na contenção da pobreza. Seria insano acreditar que este conceito deixasse de ter papel decisivo no trabalho docente.
Diante deste quadro o professor se vê desafiado a dar respostas desde o campo próprio da sua formação para as mais diversas exigências apresentadas pelos diferentes níveis dos educandos. Esta situação transforma o educador em profissional de muitas funções e poucas habilidades. Isto é descrito pelas autoras com o termo: “desprofissionalização” com a consequente perda de identidade, posto que socializar conhecimentos já não será mais seu papel fundamental.
Não obstante esta realidade ser aviltante no contexto das escolas brasileiras, em todos os níveis de educação (infantil ao ensino superior), pouco aparece com fenômeno discutido pelo debate acadêmico. Diferentemente das décadas de 1970 e 1980 nas quais o debate pelo reconhecimento dos direitos e deveres dos trabalhadores da educação fazia parte das lutas sindicais e reinvidicatórias.
No que concerne ao conceito de profissionalização da profissão docente especificamente no ensino superior, tomo como exemplo as matérias veiculadas pelo Informativo do SIMPES no número 25, Ano VII. Todas as matérias desta edição estão concentradas no desrespeito de alguns aspectos da legislação que regulamenta a profissão docente os quais são patrocinados por pelo menos 9 IES de Curitiba e região Metropolitana. No período outubro 2009 a março de 2010 se deram 340 desligamentos de docentes em 25 instituições, na absoluta maioria por desacordo entre as partes. O informativo em questão transcreve as palavras de um profissional que se expressa assim: “É difícil participar de atividades nas quais não se notem ideias e ideais, em que não se alcancem razões de entusiasmo...”.
Sem sombra de dúvida a constituição de 1988 trouxe um avanço significativo no campo da valorização da profissão, como resultado das lutas da classe. A valorização se dá claramente pelo dispositivo constitucional que abre a possibilidade de gestão democrática do ensino público:
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na forma da lei, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
Infelizmente, como já afirmamos, a valorização docente está muito aquém do que prevê a legislação e, sobretudo, do cotidiano da profissão. Facilmente é negado ao educador o sentido de profissionalismo uma vez que a arte de educar parece ser tarefa de todos e de qualquer um sob este ângulo pode-se dizer que o magistério sequer pode ser denominado profissão. De fato, conforme já constatamos nos textos sobre identidade docente não existe um Conselho Regional para o magistério como estão constituídos para outras profissões.
É verdade que os cursos de graduação, desde sua origem, têm como objetivo intrínseco formar profissionais, assim os títulos “bacharel e licenciado” parecem indicar uma espécie de licença para exercer a profissão. Não podemos negar que nos últimos anos houve um progresso significativo no concerne à imagem da escola e das universidades, mas é bem verdade que ainda estamos longe do reconhecimento do trabalho coletivo como indicador de qualidade.
O texto a seguir parece resumir o que entendemos da preocupação das autoras: “Valores como autonomia, participação, democratização foram assimilados e reinterpretados por diferentes administrações públicas, substantivados em procedimentos normativos que modificaram substancialmente o trabalho escolar. O fato é que o trabalho pedagógico foi reestruturado, dando lugar a uma nova organização escolar, e tais transformações, sem as adequações necessárias, parecem implicar processos de precarização do trabalho docente”.
Entre os claros sinais de tudo o que estamos afirmando sobre desprofissionalização e precarização, um dado parece ser suficiente para melhor ajudar compreender. É alarmante o número de contratos temporários no campo de educação. Basta ver, no caso do estado do Paraná, a enorme lista de professores participantes do chamado processo seletivo simplificado, todavia isto não se resume ao serviço público, nem tampouco à educação básica. Conforme já citamos o informativo do SINPES, que indica alta rotatividade da mão de obra na educação superior, tudo isso associado ás perdas incontáveis no que se refere á profissionalização e ao respeito pelo SER do educador.
Como não ver esta situação afetando diretamente as práticas curriculares, artigo que tem por finalidade levar a perceber o efeito dominó que exercem as condições econômicas sobre todo o trabalho docente. Entre as situações mais críticas podemos destacar a falta de familiaridade com a bibliografia, com os conteúdos, com metodologia do ensino e, sobretudo com o plano de curso e a ementa dos cursos em questão dos professores que entram ao longo dos semestres e anos assumindo a função de terceiros. É muito comum em determinadas instituições, públicas ou privadas, a substituição de professores até 3 vezes durante o período letivo. Podemos afirmar sem medo que estas realidades fazem da docência apenas mais “posto de trabalho”.
É mister que se recupere a ideia primeira da condição docente, isto é, a relação social entre docente e discente no sentido em que um não encontra razão de ser sem a existência do outro.
Faço minhas as palavras das autoras Maria das Mercês Ferreira Sampaio e Alda Junqueira Marin: “Na textura da relação docente estão, pois, imbricados o velho e o novo, o projeto e a memória, o havido e o devenir, o atrás e o adiante. Por isso, a relação docente/discente contém sempre a esperança”. O que importa é a existência desta relação forte e interativa a qual será sempre maior e melhor do que todos os recursos tecnológicos que estiverem sendo disponibilizados.
É neste sentido que trabalhamos nosso projeto de pesquisa: o Ser professor exige mais do que tudo considerar a sua condição de SER PESSOA, o que em nosso projeto denominamos Mistagogia da docência. Nas palavras das autoras queremos observar a docência a partir da matéria prima de que é feita.

FORMAÇÃO DE PROFESSORES

COMENTÁRIOS AO TEXTO ESTRUTURA CONCEPTUAL
DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
DE CARLOS MARCELO GARCIA


Texto oferecido aos participantes do programa
PROINFANTIL - AGF - Curitiba maio 2010


Nossa reflexão a partir da leitura do texto em questão nos leva a fazer alguns observações de caráter bastante pessoal. Concordamos de modo significativo com o conceito de formação adotado pelo autor e o identificamos com nossa proposta de dissertação que trata da Mistagogia na Formação do docente.
A questão da formação do docente é parte de um complexo conjunto de fenômenos formativos e a inda não suficientemente esclarecidos. Muito além de transmissão de conteúdos e técnicas o processo formativo exige envolvimento por inteiro do formando. Trata-se de uma dimensão pessoal que tem a ver com vontade humana e implica em mudança pessoal e comportamental.
Concordamos com o autor na afirmação que a perspectiva formativa é um dos pilares da renovação da educação e que, neste sentido, deve consistir numa matriz disciplinar. Parece oportuno entender a expressão matriz muito mais abrangente do que uma simples relação de conteúdos. Reproduzimos na íntegra o conceito apresentado pelo autor sobre a formação de professores:
“A formação de professores é a área de conhecimentos, investigação e de propostas teóricas e práticas que, no âmbito da Didática e da Organização Escolar, estuda os processos através dos quais os professores – em formação ou em exercício – se implicam individualmente ou em equipe, em experiências de aprendizagem através das quais adquirem ou melhoram os seus conhecimentos, competências e disposições. Este processo lhes permite intervir profissionalmente no desenvolvimento do seu ensino, do currículo e da escola, com o objetivo de melhorar a qualidade da educação que os alunos recebem.”
Este conceito é a afirmação da primeira expressão do nosso trabalho ao dizer que o professor ensina muito pela sua experiência de vida, isto é, na condição de mistagogo. Nosso trabalho, como o texto em questão, contempla a formação como um enriquecimento de competências não exclusivamente acadêmicas. Em outras palavras a formação é um processo que necessariamente acaba nos alunos. (Se não houve aprendizagem não aconteceu o ensino).
O autor ajuda a entender a formação desde um ponto de vista personalista, no sentido de desenvolver estratégias e competências para um processo de mudança. E aí se delineia a imagem do professor que se aproxima do modelo eficaz sendo um ser humano com todas as vicissitudes próprias da sua condição, mas que se forma em vista do outro. Em outras palavras se poderia dizer que a formação de professores estabelece uma “pedagogia de resultado”.
Então está suficientemente claro que o desenvolvimento pessoal é o eixo da formação docente e um bom professor será aquele que caminha na direção de ser sempre mais um facilitador para criar condições de aprendizagem nos seus alunos a quem ele conhece na integridade. Esta figura não está longe do modelo de filósofo criado por Sócrates com a maiêutica e a ironia.
Neste sentido é mais fácil compreender o professor muito além de ser um técnico, mas construtor, como diria outro autor um “polidor de corações”, pois é das mãos do professor que nasce o ser humano, disse Rosseau. Então, para aquele que deseja ser bom professor pede-se pouco: “fazer o que fazem os bons mestres”, isto é, ser um mistagogo da educação.
A formação entendida como processo de mudança implica na aplicação das novas idéias que se configura num processo de desenvolvimento pessoal e profissional envolvente. Neste contexto toda o processo formativo passa pelo viés da colaboração e para isso o autor cria a expressão: “andragogia” – arte e ciência de ajudar adultos a aprender.
No mundo cristão católico adota-se a prática da lectio divina como uma forma de melhor viver o mistério da Palavra de Deus. Este método é basicamente o que o autor apresenta nas três últimas possibilidades que ele apresenta como as mais eficazes para compreender a formação.
Na Lectio Divina se usa as expressões: LECTIO (leitura), MEDITATIO (meditação), ORATIO (oração), CONTEMPLATIO (contemplação), COMMUNICATIO (comunicação). Aqui o autor apresenta sob os termos: contemplação, prática reflexiva, aprendizagem experimental.
Uma formação que não estabeleça um processo de transformação aborta o sonho dos educadores na maturidade e porque não dizer de outros profissionais. O que o autor chama de quarta etapa no exercício da missão de educar é denominado por um psicólogo da religião com o termo: Generatividade. Esta expressão quer indicar que a esta altura da missão o profissional precisa ver os “filhos dos seus filhos”, isto é o fruto do seu trabalho. Na falta deles, porque ele mesmo não produziu para em si reside a causa da frustração e do desencanto como conseqüência do desestímulo para os jovens o seguirem nesta missão.
Não será sem razão que nosso velhos cunharam a frase: "É preferível um triste santo a um santo triste”.
Evolução é a meta!

FORMAÇÃO DOCENTE

FORMAÇÃO OU PREPARAÇÃO PARA O TRABALHO?


Texto disponibilizado aos professores e tutores do projeto
PROINFANTIL, AGF CURITIBA MAIO 2010

No comentário que fizemos sobre saberes docentes, escrevemos assim: “De qualquer modo é claro que os profissionais da educação necessitam desenvolver e promover saberes que alcancem o campo da cientificidade daquilo que especificamente se propõe ensinar sem, contudo, descuidar de saberes que se ampliem para as demais ciências sociais e do conhecimento do ser humano”. Na perspectiva da nossa pesquisa estamos também preocupados com a formação de docentes que vislumbre muito mais do que a preparação para o trabalho e a aquisição de instrumentais conteudistas, didáticos e pedagógicos que visem primariamente a transmissão de conhecimentos.
Os distintos autores, propostos para leitura na cadeira de Formação de Docentes do programa de Mestrado da PUCPR no ano de 2010, pautam suas reflexões e questionamentos em relação ao parecer 05/2005 precisamente no que se refere à amplitude que mereceria ter a compreensão do termo “formação de docentes”, nos cursos de Pedagogia regulamentados por este parecer.
Com seus limites no que se refere ainda a nomenclatura (licenciatura/bacharelado), o parecer aponta para uma solução de continuidade para um impasse que se estende por mais de duas décadas. No documento em questão a formação dos docentes é entendida de modo bastante mais amplo na medida em contempla a formação de docentes não no sentido restrito de ministrar aulas para esta ou aquela faixa etária. A expressão docência tem seu conceito ampliado para todo o trabalho pedagógico a ser desenvolvido no mundo da educação, seja ele restrito ao ambiente escolar ou não. E neste sentido pode ser considerado um avanço no campo da normatização dos cursos de Pedagogia. Obviamente que esta conquista não veio sem boa dose de participação da sociedade organizada.
O parágrafo a que nos referimos acima reza textualmente:
“Entende-se que a formação do licenciado em pedagogia se fundamenta no trabalho pedagógico realizado em espaços escolares e não escolares, que tem a docência como base. Nesta perspectiva, a docência é compreendida como ação educativa e processo pedagógico metódico e intencional, construído em relações sociais, étnico-raciais e produtivas, as quais influenciam conceitos, princípios e objetivos da pedagogia. Dessa forma, a docência, tanto em processos educativos escolares como nãoescolares, não se confunde com a utilização de métodos e técnicas pretensamente pedagógicos, descolados de realidades históricas específicas. Constitui-se na confluência de conhecimentos oriundos de diferentes tradições culturais e das ciências, bem como de valores, posturas e atitudes éticas, de manifestações estéticas, lúdicas, laborais. (Parecer CNE/CP n. 05/2005, p. 7)”.

Com esta regulamentação, finalmente, os profissionais da educação podem experimentar seus anseios adquirirem abrangência na medida em que os cursos de pedagogia deverão alargar a concepção de educação, de escola, de docência, de licenciatura, etc. situação que implica evoluir para muito além do que a simples preparação para o trabalho, título que damos a este comentário.
Na medida em que acontece este alargamento de conceito e de finalidade os cursos de formação de professores caminham para uma nova epistemologia e superam a visão pragmática e tecnicista de preparadores para o trabalho. Quanto mais se for alargando a visão de formação científica dos cursos de pedagogia, mas será possível ganhar no conceito de práxis educativa.
A crítica que cabe ao parecer se foca na questão da falta de clareza sobre o que significa mesmo preparação para o trabalho didático e formação para a pesquisa que consequentemente se direciona também para o cotidiano da educação. Parece importante que o parecer seja lido sob uma ótica muito mais abrangente do que o desenvolvimento de competências e habilidades para realizar tarefas no campo da escola.
Nossa concepção é também direcionada para a compreensão da formação do profissional da educação com uma ampla interação entre teoria e prática. A formação precisa partir dos conhecimentos já dominados, ampliar o leque de cientificidade e para lá voltar. Este processo parece se moldar melhor ao termo “práxis” usada também por outras ciências humanas.
O parecer, visto sob a ótica que estamos apontando, indica que a formação pedagógica e muito mais ampla do que a preparação para o magistério e alcança a produção e difusão do conhecimento. Conforme dissemos parece que o limite do parecer persiste no fato de manter a nomenclatura que em princípio aponta para um reducionismo da função do que se chama licenciatura. Certamente será necessário estabelecer uma formação teórica sólida que seja muito mais ampla do que um mero pragmatismo pedagógico.
Na medida em que a nomenclatura não se tornar pressuposto para a formação de um profissional do tipo “segunda linha” será possível construir uma política de formação que seja compreendida na linha da formação continuada se estendendo a todos os níveis de formação.
A compreensão que temos desta regulamentação, no sentido que ela melhora substancialmente a possibilidade de formação com a superação da mera preparação para o trabalho, aparece textualmente no documento quando se lê: “As DCN-Pedagogia definem a sua destinação, sua aplicação e a abrangência da formação a ser desenvolvida nesse curso. Aplicam-se: a) à formação inicial para o exercício da docência na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental; b) aos cursos de ensino médio de modalidade normal e em cursos de educação profissional; c) na área de serviços e apoio escolar; d) em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. A formação assim definida abrangerá integradamente à docência, a participação da gestão e avaliação de sistemas e instituições de ensino em geral, a elaboração, a execução, o acompanhamento de programas e as atividades educativas" (Parecer CNE/CP n.05/2005, p. 6).

FORMAÇÃO DOCENTE

DESAFIOS PERPESPECTIVAS
COMENTÁRIOS PARA O ENCONTRO DE FORMAÇÃO DO PROJETO PROINFANTIL
E SOCILIZADO COM PROFESSORES E TUTORES DO GRUPO III - AGF CURITIBA EM ABRIL 2010.

Para fazer o relato da experiência, servi-me das reflexões em aula, de leituras e da entrevista com dois professores de cursos de licenciatura. Ouvi diversos alunos do projeto PROINFANTIL, programa do governo federal de formação em exercício, do qual participo na condição de professor formador.
Particularmente o texto do professor Julio Emilio Diniz Pereira (1999) faz algumas afirmações com as quais concordo integralmente, tanto mais que elas se enquadram no nosso projeto de pesquisa.
A primeira afirmação que julgo importante está expressa do seguinte modo: “Outro equívoco consiste em acreditar que para ser bom professor basta o domínio da área do conhecimento específico que se vai ensinar”. O autor discorre sobre essa sua convicção e conclui dizendo que uma necessidade da qual não se pode prescindir será fazer investimentos na formação considerando o professor na sua vivência de trabalho coletivo; no contexto do ser professor desde a sua prática teorizada e vice-versa e que parta para ensinar desde as demandas dos alunos e da escola.
A certeza do autor reside em fazer dos cursos de licenciatura lugares de cultura colaborativa e de responsabilidade em relação à qualidade, muito mais do que reprodutores de demandas programadas e pré-determinadas, mas que em nada, ou quase nada tem de relação com o cotidiano da escola e da vida dos seus formandos.
O autor a que nos referimos cita Magda Becker Soares fazendo suas palavras às da professora quando afirma: “as universidades cumprem sua função pública ao preparar um tipo diferenciado de professor, e não, necessariamente, ao atender as demandas de mercado”. O professor será tanto mais coerente com a sua missão quanto mais “incorporar a postura de investigador em seu trabalho cotidiano na escola e na sala de aula”.
Concluindo o pensamento do autor somos integralmente de acordo que “formar professores é uma tarefa bastante complexa” e que mais do que responder ao “O QUE” será necessário responder ao “COMO” do processo. Este salto de uma para outra pergunta poderá facilitar a compreensão do que significa formar professores investigadores e agentes de mudança na educação brasileira.
É nesta perspectiva que está o nosso projeto, o qual pensamos poder resumir com as seguintes palavras: “O texto tem por objetivo apresentar uma proposta de política pública para a formação de docentes que leve em conta muito mais do que os aspectos intelectuais e cognitivos na formação de docentes. As expressões “policidadania” e “mistagogia” empregadas ao longo das reflexões têm o intuito de ajudar a perceber que a proposta em questão adquire uma impostação particular e bastante nova no mundo da educação. Os dois vocábulos são conceituados e descritos como uma nova feição em relação à formação e às políticas públicas para as quais todos são chamados a se voltar quando se trata de estabelecer um processo formativo e de gestão na educação. No conjunto do texto é possível perceber que uma coerente política de formação de professores exige superar a mera transmissão de conhecimentos e tende necessariamente a se abrir para uma nova forma de ver o sistema educativo como instrumento formador de cidadãos integrados e integradores. No decorrer do processo formativo e ao longo do exercício profissional mais do que receptáculos de conteúdo os educadores merecem ser reconhecidos e tratados como pessoas antes que vistos na condição de profissionais. O eixo integrador da proposta está fundamentado no ensino social da Igreja Católica e sua participação no campo da educação e formação do cidadão em sua função de educador e formador”.
Sob esta ótica também analisamos as repostas que obtivemos dos dois professores entrevistados e que anexamos a este trabalho. Fazemos questão de comentar duas das respostas oferecidas por nossos colaboradores. O professor que trabalha com a curso de matemática falou sobre a relação entre formação e campo de trabalho na questão 6 com as seguintes palavras: “Contempla principalmente na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, a qual todos os alunos devem fazer, onde o tema é escolhido pelo aluno e orientado por um professor. Consiste em que o aluno possa no decorrer da sua prática fazer uma pesquisa do tipo pesquisa-ação”.
Já o professor de pedagogia no curso da mesma licenciatura escreveu: “O curso de Pedagogia tem que contemplar a formação para a pesquisa, pois não se concebe um profissional de educação que não se debruce sobre sua prática, que não questione suas ações, metodologia e estratégias, que não busque aperfeiçoar-se continuamente. Procuro apresentar questões-problema, para que os acadêmicos reflitam, pesquisem, discutem, posicionem-se, construam argumentos e sintam a necessidade de não aceitar passivamente o que se diz, mas que procurem comprová-lo, levantando e testando hipóteses”.
Pode-se notar nas respostas dos dois professores que o segundo tem uma visão mais continuada do processo formativo e da relação com a prática, já o primeiro se restringe ao momento do curso, como que culminando com o “temeroso TCC” o qual eu prefiro ironicamente qualificá-lo de “cavernoso” no sentido que muitas vezes se limita a cumprir um preceito legal e avaliativo do formando, mais do que expressar sua convicção em referência ao objeto pesquisado.
Já por sua vez no programa PROINFANTIL, cuja formação se dá no exercício é muito mais fácil perceber a relação que se estabelece entre o processo formativo e o cotidiano da ação procurando responder às exigências dos Centros de Educação Infantil e dos que ali participam do processo formativo. Embora o programa seja uma imposição legal o seu desenrolar foi pensado e é executado facilitando ao ‘professor cursista’ encontrar uma nova identidade para a função de SER EDUCADOR.
É neste contexto que reafirmamos a importância de desenvolver no processo de formação de docentes uma mística policidadã que facilite aos nossos educandos/educadores rever cotidianamente a sua condição de “professores/educadores” muito mais do que distribuidores de verdades, saberes e conhecimentos.

HOMILIA PARA O DOMINGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE

Dia 31 de maio de 2010


Leituras: Provérbios 8, 22-31; Salmo 8;
Romanos 5, 1-5; João 16, 12-15.


Na linguagem pedagógica atual se diz que fazer uma escola atingir bons resultados e oferecer educação de qualidade é uma responsabilidade complexa demais para ficar na mão apenas de uma pessoa e a mesma pedagogia propõe um trio coeso e bem articulado.
No vocabulário popular costuma-se usar a expressão: “duas ou mais pessoas tem visão mais perfeita das coisas do que um sozinho”.
Há poucos dias um famoso cientista americano anunciou a criação de uma célula sintética apontando tal descoberta como resposta para um sem número de necessidades relacionadas à saúde e ao desenvolvimento da qualidade de vida. Não obstante ser o resultado de uma acurada pesquisa científica, a descoberta não é uma unanimidade na comunidade científica e nem tampouco imediatamente colocada para o uso público. Muitos outros estudos ainda serão realizados antes que seja confirmada e adotada a descoberta.
Imaginemos, pois a complexidade da obra criada por Deus! É neste sentido que encontra razão a Solenidade da Santíssima Trindade que a Igreja nos convida a celebrar neste domingo. Aqui estamos porque Deus comunhão nos reuniu no seu amor.
No Evangelho é o próprio Jesus quem promete o Espírito da Verdade, aquele que vindo do Pai, revela a verdade que Jesus ensinou e orienta as comunidades para permanecerem nesta verdade. Eis aí a missão do Espírito na magnífica obra do Pai e do Filho. Ensinando toda a verdade o Espírito liberta do medo e enche os discípulos de vigor profético, restabelece a fé que, de certo modo, havia sido abalada com a morte de Jesus, reascende a esperança e recria a comunhão.
A primeira leitura nos fez recordar a maravilhosa obra de Deus para que o ser humano pudesse viver com dignidade e com alegria. Por conta disso nós rezamos no salmo 8: Teu nome é Senhor Maravilhoso.
Já São Paulo, na segunda leitura, confirma tudo o que já era conhecido, porém atribui isso à obra do Espírito Santo: “A esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo”.
Eis aí o convite que nos é renovado a cada domingo: quando perdemos a capacidade de amar e de fazer comunhão perdemos também a direção e isto nos faz colocar em risco projetos valiosos. Aqui viemos convocados pelo amor da Trindade Santa e viemos com o desejo de nos deixar conduzir pelo jeito de ser de Deus: “Ser comunhão e formar comunhão”.
Ó Trindade vos louvamos, vos louvamos pela vossa comunhão. Que esta mesa favoreça nossa vida como irmãos.

domingo, 23 de maio de 2010

HOMILIA PARA O DIA 23 DE MAIO 2010

DOMINGO DE PENTECOSTES


Leituras: Atos dos Apóstolos 2, 1-11; Salmo Responsorial 103(104;
1Cor 12,3b-7.12-13; João 20, 19-23.


Imagino que para quase todos no momento em que entramos no chamado mundo virtual, por meio da rede mundial de computadores, tenha sido um momento importante. Por certo tivemos a sensação de poder falar com o mundo. De fato os avanços tecnológicos e científicos parecem estar em nossas mãos. Em resumo temos a impressão de alcançar respostas para quase tudo. Compreender e ser compreendido.
Excluindo-se todos os limites desta comparação ela pode ser um modo de compreender a celebração de Pentecostes. Celebramos hoje o dom do Espírito Santo, isto é, a abertura da Igreja para todas as nações. Por meio deste presente inefável Deus fez com que a Palavra do Filho alcançasse todos os povos outrora conhecidos.
Na Igreja hoje também pedimos que o mesmo Espírito abra nossos corações para a unidade e a diversidade, rezamos a fim de que o mesmo Espírito nos modifique e modifique o mundo. Que, uma vez mais, por sua graça, aconteçam a solidariedade, a justiça e todo bem.
Nas palavras do Evangelho o espírito de Deus é comparado ao sopro dado por Jesus sobre os apóstolos que por meio deste sinal são incumbidos de levar a todos o perdão e a vida nova. No texto da primeira leitura se pode fazer um paralelo com o povo de Israel acampado no Sinai. Lá, porém, a incapacidade de compreender os caminhos de Deus levou os homens a se ocupar no projeto da torre de Babel cujo resultado é a confusão total de línguas e nações. Aqui, com o Pentecostes, gente de todas as raças e línguas se entendem: nasce a Igreja aberta para o mundo e ecumênica.
Já são Paulo na segunda leitura confirma a promessa que havia sido feita por Jesus: O Espírito Santo é o advogado, o que faz reconhecer a presença de Jesus no meio do mundo. Presença que não é necessariamente física, mas é real por meio da sua palavra e, sobretudo, da vivência de tudo aquilo que havia dito e ensinado.
É bastante comum em nossas assembleias um canto litúrgico onde se reza as seguintes palavras: “No povo renasce a confiança ó Espírito Santo de Deus.” De fato desde o dia do Pentecostes, e com muito pouco espaço de tempo todo o mundo outrora conhecido já havia ouvido falar no nome de Jesus e tomava ciência dos seus ensinamentos.
Como irmãos reunidos, peçamos também que o feito extraordinário de pentecostes se repita hoje em nossa sociedade. Que por nossa voz, pelo testemunho de nossa vida aconteça em todos os lugares verdadeira comunhão. Que a unidade da Eucaristia e da Palavra se realize em nossas Igrejas, em nossas famílias, nas sociedades e na relação com toda a obra criada.
Que o Espírito Santo nos faça promotores de condições de vida cada vez mais humanas e com melhor qualidade para todos em todos os lugares. Este nosso pedido se repete em diferentes momentos de nossas celebrações. Recordo de modo particular na oração Eucarística quando o padre diz: “comungando o corpo e o sangue do Vosso Filho sejamos repletos do Espírito Santo e nos tornemos um só corpo e um só Espírito.”

sexta-feira, 14 de maio de 2010

HOMILIA PARA O DOMINGO 16 DE MAIO 2010

DOMINGO DA ASCENSÃO DO SENHOR




Leituras: Atos dos apóstolos 1,1-11; Salmo Responsorial 46(47);
Efésios 1,17-23; Lucas 24, 46-53.

A partida de alguém que amamos, por qualquer que seja o motivo é sempre marcado por situações de emoção. Pode ser de alegria ou de tristeza. Em ambos os casos nossa expectativa é de algum modo poder reencontrar. Dizemos até que não existe um adeus definitivo, mas apenas um até logo. Em dialeto friuliano, (do norte da Itália) se usa a expressão MANDI, (In mani Dio) para dizer a alguém que se vá e que permaneça guiado pelas mãos de Deus.

Neste domingo, depois de termos percorrido o caminho pascal com Jesus, chegamos ao momento solene da despedida. Ele, como havia dito, se vai para junto de seu Pai e nosso Pai. Ao mesmo tempo ele afirma que estará conosco. Obviamente não se trata mais da presença física, a partir de agora ele estará com seus seguidores mediante o modo de viver de cada um deles. Vejam como eles se amam!

Os discípulos começam a constituir uma comunidade marcada pelo jeito de viver de Jesus. Esta é a meta, este é o desejo, esta será a maneira de reconhecer que tudo o que o Mestre havia dito se torna realidade e por meio desta prática todos poderão reconhecer que Jesus está aí.

As palavras de despedida que Jesus usa no Evangelho tem a intenção clara de recordar aos discípulos o que já lhes havia ensinado. Agora seu ensinamento tem a força de missão com a finalidade específica de fazer cumprir tudo o que fora dito por Ele e por aqueles que vieram antes d’Ele. Jesus também entendia de sentimentos e de sofrimentos e de fraquezas, por isso mesmo, promete aos seus uma força do alto: “O Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome”.

Já no trecho dos Atos dos Apóstolos pode se ver que a tarefa de fazer conhecer quem é Jesus começa exatamente na sua terra onde ele é conhecido, mas não reconhecido. Ele apresenta uma proposta ambiciosa: torná-lo conhecido e reconhecido até os confins da terra. Daí que a leitura termina com uma espécie de reprovação pelo comportamento dos discípulos: “Homens da Galileia o que vocês fazem aí olhando para o céu?”

Fernando Sabino (escritor e jornalista) escreveu assim: “No fim tudo dará certo, se não deu certo ainda é porque ainda não chegou ao fim”. Pois ora, a festa da Ascensão, marca o fim da presença de Jesus fisicamente no meio do mundo. Isso significa dizer: Sua missão foi cumprida, tudo deu certo e agora volta para a casa de onde veio.

E eis que começa o cristianismo. Ontem como hoje, nós que acreditamos na Palavra de Jesus temos a mesma e única tarefa: Testemunhar tudo o que ele fez e ensinou! O alerta que foi dado aos moradores da Galileia pode ser aplicado a cada cristão no século XXI: O que vocês fazem aí parados?

No meio do mundo angustiado com tantos problemas o que vocês fazem continua a clamar o Evangelho. Não basta que venhamos para a celebração, não basta que esperemos um milagre do céu. Não basta articular alguma troca de favores entre o céu e a terra. É Preciso fazer da vitória de Cristo a nossa vitória. Confiemos também na força do Espírito Santo de Deus que nos fará testemunhas por toda a terra.

HOMILIA PARA O DIA 16 DE MAIO 2010

DOMINGO DA ASCENSÃO DO SENHOR




Leituras: Atos dos apóstolos 1,1-11; Salmo Responsorial 46(47);
Efésios 1,17-23; Lucas 24, 46-53.


A partida de alguém que amamos, por qualquer que seja o motivo é sempre marcado por situações de emoção. Pode ser de alegria ou de tristeza. Em ambos os casos nossa expectativa é de algum modo poder reencontrar. Dizemos até que não existe um adeus definitivo, mas apenas um até logo. Em dialeto friuliano, (do norte da Itália) se usa a expressão MANDI, (IN mani Dio) para dizer a alguém que se vá e que permaneça guiado pelas mãos de Deus.


Neste domingo, depois de termos percorrido o caminho pascal com Jesus, chegamos ao momento solene da despedida. Ele, como havia dito, se vai para junto de seu Pai e nosso Pai. Ao mesmo tempo ele afirma que estará conosco. Obviamente não se trata mais da presença física, a partir de agora ele estará com seus seguidores mediante o modo de viver de cada um deles. Vejam como eles se amam!


Os discípulos começam a constituir uma comunidade marcada pelo jeito de viver de Jesus. Esta é a meta, este é o desejo, esta será a maneira de reconhecer que tudo o que o Mestre havia dito se torna realidade e por meio desta prática todos poderão reconhecer que Jesus está aí.


As palavras de despedida que Jesus usa no Evangelho tem a intenção clara de recordar aos discípulos o que já lhes havia ensinado. Agora seu ensinamento tem a força de missão com a finalidade específica de fazer cumprir tudo o que fora dito por Ele e por aqueles que vieram antes d’Ele. Jesus também entendia de sentimentos e de sofrimentos e de fraquezas, por isso mesmo, promete aos seus uma força do alto: “O Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome”.


Já no trecho dos Atos dos Apóstolos pode se ver que a tarefa de fazer conhecer quem é Jesus começa exatamente na sua terra onde ele é conhecido, mas não reconhecido. Ele apresenta uma proposta ambiciosa: torná-lo conhecido e reconhecido até os confins da terra. Daí que a leitura termina com uma espécie de reprovação pelo comportamento dos discípulos: “Homens da Galileia o que vocês fazem aí olhando para o céu?”


Fernando Sabino (escritor e jornalista) escreveu assim: “No fim tudo dará certo, se não deu certo ainda é porque ainda não chegou ao fim”. Pois ora, a festa da Ascensão, marca o fim da presença de Jesus fisicamente no meio do mundo. Isso significa dizer: Sua missão foi cumprida, tudo deu certo e agora volta para a casa de onde veio.


E eis que começa o cristianismo. Ontem como hoje, nós que acreditamos na Palavra de Jesus temos a mesma e única tarefa: Testemunhar tudo o que ele fez e ensinou! O alerta que foi dado aos moradores da Galileia pode ser aplicado a cada cristão no século XXI: O que vocês fazem aí parados?


No meio do mundo angustiado com tantos problemas o que vocês fazem continua a clamar o Evangelho. Não basta que venhamos para a celebração, não basta que esperemos um milagre do céu. Não basta articular alguma troca de favores entre o céu e a terra. É Preciso fazer da vitória de Cristo a nossa vitória. Confiemos também na força do Espírito Santo de Deus que nos fará testemunhas por toda a terra.

domingo, 2 de maio de 2010

HOMILIA PARA O QUINTO DOMINGO DA PASCOA

AMEM-SE MUTUAMENTE...


Leituras: Atos 14, 21b - 27; Salmo 144(145) 8 - 13


Apocalipse 21, 1- 5; João 13, 31- 35





Por Diversas razões algumas pessoas marcam a nossa vida e as nossas relações. Cultivamos atitudes de respeito, de admiração, tecemos elogios a determinadas pessoas normalmente por conta da maneira como elas se dão a conhecer. Assim dizemos que esta ou aquela pessoa é um “anjo em pessoa”; este ou aquele é alguém que “ama muito”; Beltrano ou sicrano ‘é responsável e dedicado’. E assim por diante. Em outras palavras o que marca alguém são suas atitudes, seu modo de viver, seu testemunho de ser e de existir.
Pois é isto que a Palavra de Deus nos aponta e sugere neste domingo. As palavras de Jesus indicam o “amor total e desprendido como o cartão de visita” daquele que se declara cristão.
Vivemos numa cidade em que os meios de comunicação apontam uma crescente onda de violência e outras formas de desrespeito pelo ser humano e violação da dignidade está cada vez mais aviltante. Neste contexto o evangelho nos convida a viver e a praticar o amor, o colhimento e o serviço à luz do jeito de ser de Jesus.
Antes de se despedir dos seus amigos, Jesus lhes dá algumas últimas orientações e uma recomendação incisiva e pertinente: “Filhinhos... dou-lhes um novo mandamento. Amem-se uns aos outros”. A designação de filhinhos retrata a proximidade que Jesus tem com os seus seguidores, uma relação que ultrapassa todas as formalidades e adquire uma marca registrada. Isto é, só quem é discípulo será capaz de agir segundo o mestre. E Jesus conclui: As pessoas lhes reconhecerão pela prática deste amor.
É óbvio que tudo isso, exige uma nova forma de enfrentar as dificuldades do cotidiano e daí vem a recomendação que Paulo faz na primeira leitura: “permaneçam firmes na fé”. Tal advertência, sem sombra de dúvida, é também aplicável a cada um de nós, tal como a recomendação de Jesus: “Amem-se uns aos outros”.
Se este modo de ser for efetivamente concretizado poderemos experimentar o que se promete na segunda leitura: “As lágrimas, o luto e a dor deixarão de existir”.
Peçamos então mais uma vez que nossa participação nesta eucaristia nos mantenha firmes naquilo que ouvimos e alimentados pela Eucaristia sejamos fortalecidos para “amar mutuamente”.