quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

HOMILIA PARA O DIA 26 DE FEVEREIRO DE 2023 - 1º DOMINGO DA QUARESMA - ANO A

 

SENHOR, NÃO AFASTE DE NÓS A VOSSA FACE!

Caminhar juntos é o grande desafio que o Papa Francisco está nos propondo com a preparação do Sínodo sobre a sinodalidade, ou seja, sobre como aprender caminhar juntos. Caminhar juntos é a proposta penitencial da quaresma e o convite que a Igreja no Brasil nos faz para viver a Campanha da Fraternidade sendo solidários com todos os que dependem da nossa resposta para ter acesso ao pão de cada dia.

Que nesta quaresma, nos deixemos guiar pela Palavra de Deus, caminhando juntos vencendo as tentações da autopromoção e da indiferença em relação aos sofrimentos alheios.

O autor do livro do Gênesis, cuja primeira leitura foi proclamada hoje, não tem por objetivo principal contar como surgiu a pessoa humana, mas deixar claro que a vida em toda a sua plenitude tem origem em Deus. E que Deus criou a espécie humana para a vida plena e para a felicidade, por isso o colocou no jardim indicando-lhe a árvore da vida. Em contrapartida está a árvore do bem e do mal e que a escolha dessa segunda opção implica querer viver sem Deus, fechados em nossas próprias verdades e esquemas cultivando o orgulho e a prepotência. Quando a criatura humana escolhe a árvore da vida caminha com Deus e Deus com ele, quando escolher a árvore do bem e do mal se coloca um solitário na estrada da vida.

O mesmo jogo de palavras e de capacidade de escolhas São Paulo trabalha na segunda leitura. Enquanto que na primeira leitura as criaturas escolheram o pecado e a morte, e caminharam com Adão na estrada da morte, os seguidores de Jesus Cristo caminham juntos para a vida. O modelo centrado em Adão gera sofrimento e dor, o modelo centro em Jesus Cristo gera vida plena e definitiva: “Por um só homem, pela falta de um só homem, a morte começou a reinar. Muito mais reinarão na vida, pela mediação de um só, Jesus Cristo, os que recebem o dom gratuito e superabundante da justiça. Como a falta de um só acarretou condenação para todos os homens, assim o ato de justiça de um só trouxe, para todos os homens, a justificação que dá a vida”.

Enquanto Adão representa a pessoa que se põe no caminho por conta própria e longe de Deus, Jesus Cristo que ouviu e acatou a proposta do Pai é o modelo para todos os que querem caminhar juntos na estrada da vida!

A narrativa das tentações de Jesus não deixa margem para interpretar sua absoluta fidelidade ao Pai e sua coerência de Vida. Recusando todas as propostas do Diabo Jesus já antecipa o que o Papa o Francisco fala na atualidade: “Com o diabo não se conversa”

Jesus rechaça todas as investidas do tentador citando a Sagrada Escritura não aceita nenhuma vantagem pessoal porque essas não estão de acordo com a vontade do Pai e contradizem a missão que havia assumido. As tentações narradas no Evangelho desse domingo apenas antecipam a coragem de Jesus para não ceder todas as demais provocações que Ele receberá ao longo da vida e que o afastariam da vida em Deus.

Da fidelidade de Jesus vai nascer um povo novo livre do pecado, diferente daquele formado no exemplo de Adão. A questão central da Palavra de Deus nesse domingo consiste em perceber a diferença entre viver à margem das propostas de Deus e viver em comunhão com o Pai.

 Como Jesus, também nós, sobretudo nesse período da quaresma, somos convidados a não nos deixar levar pelos atalhos das falsas promessas e mantendo como escudo a Palavra de Deus, rezar com o salmista:

Criai em mim um coração que seja puro,*
dai-me de novo um espírito decidido.

Ó Senhor, não me afasteis de vossa face,*
nem retireis de mim o vosso Santo Espírito! 

 

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

HOMILIA PARA O DIA 22 DE FEVEREIRO DE 2023 - QUARTA FEIRA DE CINZAS - ANO A

 

RASGAR OS CORAÇÕES E NÃO SOMENTE AS VESTES

Nos últimos tempos multiplicaram-se as “oficinas do corpo” cuja preocupação primeira é transformar as pessoas em padrões de beleza. Essas práticas incluem atividades físicas, dietas, cirurgias e uma série de outros padrões exibidos pelas mídias sociais. Apesar disso existe uma preocupação de saúde pública que é a obesidade e sedentarismo. Todas essas práticas não deixam de ter o seu valor e suas justas preocupações, mas elas perdem sua verdadeira importância à medida que são vistas apenas como satisfação pessoal e valorização dos próprios interesses e necessidades.

Muito anterior que tudo isso está a prescrição judaica do jejum e da abstinência, e que está longe de se assemelhar com os objetivos contemporâneos. Já o profeta Joel, cuja leitura ouvimos nesse domingo, amplia o sentido e a importância das práticas legais sugerindo ir muito além: “rasgai o coração, e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus. Tocai trombeta em Sião, prescrevei o jejum sagrado, convocai a assembleia; congregai o povo essa prática toca o coração de Deus que se compadece do seu povo”.

A mesma coisa diz São Paulo aos coríntios: “Irmãos, somos embaixadores de Cristo, e é Deus mesmo que exorta através de nós. Em nome de Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus. Como colaboradores de Cristo, nós vos exortamos a não receberdes em vão a graça de Deus”.

E Jesus recorda aos seus conterrâneos o equívoco do exibicionismo, que de alguma maneira é o que norteia as práticas de “culto ao corpo” na atualidade: “Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles”.

O desafio de Jesus consiste em evitar a autopropaganda de quem contra vantagens em relação às próprias obras. O que conta mesmo é a conversão a Deus e aos irmãos. Na quarta-feira de cinzas a Igreja no Brasil faz a abertura da Campanha da Fraternidade. A cada ano nos propõe uma situação bem particular e concreta para a qual pede a nossa conversão que se dá por meio das práticas do Jejum, da abstinência, da oração e de gestos concretos.

Nesse ano a preocupação com a fome das multidões faz ressoar em nossos ouvidos o desafio que Jesus propôs aos discípulos: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Isso significa nenhuma das nossas práticas de culto ao corpo, de abstinência e de jejum religioso tem nenhum sentido se realizados apenas quando olhamos para os nossos próprios interesses e nos fazendo indiferentes com o sofrimento alheio.

Nesta quaresma somos convidados a rezar com o salmista:

Misericórdia, ó Senhor, pois pecamos.

Criai em mim um coração que seja puro, *
dai-me de novo um espírito decidido.

Dai-me de novo a alegria de ser salvo *
e confirmai-me com espírito generoso!

 

Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar, *
e minha boca anunciará vosso louvor! 

 

 

 

 

 

HOMILIA PARA O DIA 19 DE FEVEREIRO DE 2023 - 7º DOMINGO COMUM - ANO A

 ALEGRAI-VOS E EXULTAI

Alguns provérbios populares são frequentemente repetidos e muitas vezes nem nos damos canta do alcance que eles podem ter à medida que colocados em prática. Por exemplo: “Violência gera Violência”, ou o contrário “Gentileza gera gentileza”. As instituições públicas e particulares, associações e grupos organizados repetidamente organizam campanhas pela paz em todos os níveis e ambientes. Nas Escolas públicas de Santa Catarina é obrigatório a organização do Núcleo de Prevenção, atenção e atendimento às violências na Escola.

Estas e outras iniciativas pela harmonização das relações entre as pessoas, nada tem a ver com a prática de alguma religião e na maior parte delas se quer tem alguma referência ou fundamento na Palavra Deus. Mas a liturgia da Palavra desse domingo, além de insistir nas relações de fraternidade entre as pessoas aponta essa prática como condição para a santidade, ou seja, a construção de um mundo novo e muito melhor começa pelas práticas cotidianas de bem querer e de respeito.

As três leituras deixam claro que Deus é misericordioso e não nos trata segundo nossos merecimentos, nem tampouco segundo nossas falhas, mas na proporção da sua infinita misericórdia. Para quem se declara cristão está aí uma resposta necessária que significa ter atitudes concretas em favor da paz e da comunhão com todos.

Usando o convite para a santidade a Palavra de Deus sugere que a perfeição é um caminho nunca acabado, mas que pede sempre e de novo compromisso sério e radicalidade generosa que se concretize numa sociedade onde todos vivam como irmãos.

O Papa Francisco quando fala da santidade afirma que existe um único caminho para a santidade e este implica na vivência das bem-aventuranças. No documento sobre a santidade no mundo contemporâneo o Papa declara textualmente que a santidade está ao alcance de todos os que vivem as suas obrigações com responsabilidade. O caminho da santidade diz Francisco exige ousadia e ardor o que em outras palavras significa dizer que neste caminho não tem espaço para a tristeza e o desânimo.

A primeira leitura começa com um desafio que sai da boca do próprio Deus: “Sejam santos porque eu, seu Deus sou santo”. E ser santo não significa andar de cabeça inclinada o tempo todo olhando para o céu esquecendo-se do amor e do compromisso com as pessoas com quem convivemos. A santidade passa pela construção de relações fraternas nas quais não tenha lugar a agressividade, a vingança, o rancor, pelo contrário, implica determinação na construção da felicidade ao alcance de todos. Em resumo santidade não é um projeto para se construir sozinho e na indiferença com os demais.

Na segunda leitura São Paulo sugere reconhecer que nada nesse mundo é maior do que Deus e o seu amor pela humanidade e se tem alguma atitude que deve nortear a nossa existência significa permitir que Deus faça morada em nós: “Acaso não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus mora em vós? Tudo é vosso, mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus”. São Paulo não está negando os valores e a sabedoria humana, mas deixa claro que antes de tudo o que é humano está Deus e a sua sabedoria.

As leis têm por objetivo evitar que a violência se torne a medida de retribuição das ofensas e injúrias recebidas. Jesus, porém, vai muito além e não se dá por realizado com a estrita prática da lei. Ele propõe acabar com a espiral de violência. A proposta de Jesus implica numa revolução da mentalidade em vigor na sua época: “Vós ouvistes o que foi dito: 'Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!' Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre justos e injustos. Porque, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis”?

Para os seguidores de outrora e para cada cristão da atualidade o desafio é o mesmo: Superar o restrito cumprimento da lei e multiplicar as oportunidades de comunhão que segundo o Papa Francisco implica viver: “O amor fraterno que multiplica a nossa capacidade de alegria porque nos torna capazes de rejubilar com o bem dos outros”.

É isso que rezamos no salmo:

O Senhor é indulgente, é favorável,*
é paciente, é bondoso e compassivo.

Não nos trata como exigem nossas faltas,*
nem nos pune em proporção às nossas culpas. 

quanto dista o nascente do poente,*
tanto afasta para longe nossos crimes.

Como um pai se compadece de seus filhos,*
o Senhor tem compaixão dos que o temem. 


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

HOMILIA PARA O DIA 12 DE FEVEREIRO DE 2023 - 6º DOMINGO COMUM - ANO A

 

AMAR AS PESSOAS E RESPEITÁ-LAS NA SUA INDIVIDUALIDADE

A expressão “telhado de vidro” é frequentemente usada para se referir aos próprios limites, defeitos e pecados. Toda pessoa de bom senso sabe que suas ações nem sempre são absolutamente corretas e que até involuntariamente comete pecados, equívocos e falhas das quais se envergonha.

Na época de Jesus a situação não era diferente, diversos grupos organizados tinham consciência da sua condição humana e das suas limitações e fragilidades. Mas, existia um grupo conhecido como “fariseus” que se consideram “a última bolacha do pacote”, isto é, levavam uma vida de mentira e hipocrisia, para estes Jesus chamou “sepulcros caiados”. Mesmo  sabendo das suas impurezas os fariseus ditavam regras, normas, preceitos sempre exigindo dos outros o que eles mesmo não cumpriam.

Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento”. Jesus deixa muito claro que sua intenção é fazer uma releitura da lei em outro contexto de quando ela foi dada a Moisés. Em lugar do legalismo doentio Ele propõe um compromisso com a vida e para isso será necessário respeito para com a dignidade e individualidade de todos. A nova lei não prescreve somente não matar, muito antes que isso será preciso romper com a escalada da violência, da discriminação, das ofensas, pois o que agrada a Deus e torna uma vida útil é o perdão a reconciliação.

Em lugar da prescrição legal: “Não cometer adultério”. Jesus declara que todas as vezes que alguém olhar com cobiça para aquilo que não lhe é de direito já está cometendo pecado. Não se trata apenas do adultério que é o topo dos grandes pecados da carne, trata-se de não permitir que a vida de quem quer que seja se torne objeto de injustiças e de maldades. Em resumo a palavra que sai da boca de uma pessoa que se declara seguidor de Jesus Cristo deve ser digna de crédito. Os juramentos de nenhum tipo combinam com as relações de confiança. Em resumo, todos os problemas merecem ser contornados no diálogo fraterno e no perdão incondicional.

Esta condição de escolha já havia dito o autor do livro do eclesiástico: “Diante do homem estão a vida e a morte, o bem e o mal, os olhos do Senhor estão voltados para os que o respeitam. Ele conhece todas as obras das pessoas. Não mandou a ninguém agir como ímpio e a ninguém deu licença de pecar”.

E São Paulo reafirma aos coríntios: “Como está escrito, 'o que Deus preparou para os que o amam é algo que os olhos jamais viram nem os ouvidos ouviram nem coração algum jamais pressentiu”. Portanto quem agir desse modo haverá de experimentar a verdadeira vida como se reza no salmo: “Feliz o homem sem pecado em seu caminho, que na lei do Senhor Deus vai progredindo! Feliz o homem que observa seus preceitos, e de todo o coração procura a Deus”.

A questão central abordada pela Palavra de Deus deste domingo está na liberdade humana que tem à sua frente diversos caminhos que lhe interpelam e desafiam. Agir com responsabilidade é um imperativo para a pessoa que não quer passar a vida inteira encolhendo os ombros e fazendo de conta que o problema não é seu. Cumprir um conjunto de regras e normas, de modo algum pode ser garantia de salvação, pelo contrário, muito mais do que uma vida legalista, ou uma vida do tipo “atirar pedra no telhado alheio”, se espera de cada pessoa uma verdadeira adesão ao projeto de Deus revelado em Jesus.

O evangelho desse domingo é só mais uma oportunidade para Jesus deixar claro que não se trata de viver uma religião de fachada a verdadeira espiritualidade evita o combate a cultura do ódio os discursos ofensivos, os preconceitos. Ontem como hoje os mandamentos são indicações para nos fazer crescer na proximidade com Deus.

Rezemos com o salmista pedindo a graça de sintonizar nossa vida com o evangelho:


Ensinai-me a viver vossos preceitos;*
quero guardá-los fielmente até o fim!

dai-me o saber, e cumprirei a vossa lei,*
e de todo o coração a guardarei.


 

sábado, 4 de fevereiro de 2023

HOMILIA PARA O DIA 05 DE FEVEREIRO DE 2023 - 5º DOMINGO COMUM - ANO A

 

FELIZ QUEM É CARIDOSO E PRESTATIVO

Há pouco mais de duas dezenas de anos se multiplicaram nas gôndolas dos supermercados a variedade e composição para enriquecer a aparência do sal, mas no final das contas o que conta mesmo é que o sal, por si mesmo, é o elemento mais importante para dar sabor e para conservar os alimentos.

Na mesma proporção se multiplicaram as luminárias e os elementos que compõe as lâmpadas para distintos ambientes. Recentemente nota-se grande investimento nas chamadas energias limpas. Também, como o sal, o que conta é que a lâmpada clareie. A luz só faz sentido quando ilumina!

O Evangelho deste domingo usa as comparações da luz e do sal e está na sequência das Bem-aventuranças, isso significa que a felicidade consiste em não viver somente para si e em função de si. A felicidade consiste em ser Sal e Luz, ou seja, dando sabor e colaborando para que as pessoas caminhem seguros por estradas de fraternidade, de comunhão, de construção da paz,

O desafio de ser sal e luz é uma proposta que Jesus fez aos seguidores de outrora e que continua sendo colocada para cada um de nós. Se somos de fato cristãos não temos o direito de nos acomodar na indiferença e na facilidade do cotidiano, nem tampouco nas práticas de piedade que não se comprometem com o mundo e com as relações de fraternidade.

Ser sal e luz implica compreender o pedido do Papa na Carta Fratelli Tutti: não se fazer de descomprometido diante da dor e das feridas do cotidiano. Afinal somos todos irmãos e, portanto, responsáveis para garantir a conservação e o cuidado da vida em todas as suas formas e em todos os tempos de modo que todos vivam em segurança e bem guiados todos os dias.

E como fazer isso se não com gestos concretos como nos pede o profeta na primeira leitura: “Reparte o pão com o faminto, acolhe em casa os pobres e peregrinos. Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne. Então, brilhará tua luz como a aurora e tua saúde há de recuperar-se mais depressa; à frente caminhará tua justiça e a glória do Senhor te seguirá”.

E para fazer essas atitudes não são necessárias a eloquência e a presença dos holofotes São Paulo deu aos coríntios uma lição que serve para todos: “Irmãos, quando fui à vossa cidade anunciar-vos o mistério de Deus, não recorri a uma linguagem elevada ou ao prestígio da sabedoria humana. Pois, entre vós, não julguei saber coisa alguma, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado”.

A verdadeira religião, a que se faz sal e luz não é uma religião de ritos e práticas vazias de compromisso, antes é uma religião que ilumina para uma nova terra mais cheia de paz, de esperança e de solidariedade.

Deixemo-nos conduzir pela oração do salmista:

Uma luz brilha nas trevas para o justo,
 permanece para sempre o bem que fez.