quinta-feira, 29 de outubro de 2020

HOMILIA PARA O DIA 01 DE NOVEMBRO DE 2020 - TODOS OS SANTOS - ANO A

 

ALEGRAI-VOS E EXULTAI

O trecho do livro do Apocalipse de onde se lê a primeira leitura na missa deste domingo começa narrando alguns sinais extraordinários e uma conversa nada comum entre anjos. E essa conversa termina com a frase: “Depois disso, vi uma multidão imensa
de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar”. A festa de todos os santos nos convida a reconhecer  que estamos rodeados de uma nuvem de testemunhas, entre elas pode estar a nossa própria mãe, a avó ou outra pessoa que nos foi querida. Alguns daqueles que consideramos santos, podem não terem sido sempre perfeitos, mas no meio das imperfeições e quedas continuaram a caminhar e agradaram ao Senhor. De uma coisa é certa na caminhada para a santidade, não precisamos querer carregar sozinhos o fardo que essa condição exige, os numerosos santos de Deus nos protegem, amparam e guiam.

E para ser santo, a iniciativa nem precisa ser nossa. É Deus mesmo quem nos dá esse privilégio, como está escrito na carta de João que acabamos de ouvir: “Caríssimos, vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus! E nós o somos! desde já somos filhos de Deus, mas nem sequer se manifestou o que seremos”.

E qual será a nossa parte nesse processo? Simples assim: viver as bem aventuranças!

Felizes os pobres em espírito, isso significa: não pensar que temos o suficiente para comprar tudo e consumir tudo o que nosso insatisfeito ego sempre sugere mais.

Felizes os mansos – Aqueles que não colocam a própria vaidade e a pretensão de ser melhor que os demais;

Felizes os que choram – Não ter medo de chorar as próprias dores e tristezas e chorar com os outros, não tentar diminuir ou esconder o sofrimento;

Feliz quem tem fome e sede de justiça – aprender a fazer o bem e o que é justo e correto;

Felizes os misericordiosos – Aquele que é capaz de doar-se generosamente sem esperar recompensa;

Felizes os puros de coração – Capacidade de amar as pessoas com o coração;

Felizes os pacificadores – não ser causa e causador de conflitos e incompreensões;

Felizes os que são perseguidos por causa da justiça – Não querer que tudo a nossa volta sempre nos seja favorável.

Em resumo, ser santo e buscar a santidade é não ter medo de  valorizar e cuidar da vida em todas as formas e em todos os lugares.

Santos seremos sempre que nos deixamos moldar pelas bem aventuranças!

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

HOMILIA PARA O DIA 25 DE OUTUBRO DE 2020 - 30º COMUM - ANO A

 

AMOR: UMA MOEDA DE CARA E COROA

A comunidade dos Tessalonicenses, para quem Paulo escreve a segunda leitura deste domingo, tem muita semelhança com as nossas comunidades.  Paulo vai à cidade e anuncia a boa notícia de Jesus Cristo sem lhes perguntar se conheciam e estavam dispostos a seguir as leis  judaicas. Mais tarde tomando conhecimento de como havia progredido na vivência do Evangelho, escreve e valoriza o que eles tem de extraordinário e bonito: “Vós vos tornastes imitadores nossos, e do Senhor, acolhendo a Palavra com a alegria do Espírito Santo... Com efeito, a partir de vós, a Palavra do Senhor não se divulgou apenas na Macedônia e na Acaia, mas a vossa fé em Deus propagou-se por toda parte”. E isto acontece frequentemente nas nossas comunidades cristãs, porém, semelhante à comunidade de Tessalônica, também entre nós pipocam dificuldades e sofrimentos: “Apesar de tantas tribulações”. As tribulações a que Paulo se refere naquela comunidade vinham exatamente da parte dos judeus que se consideravam melhores e mais merecedores do que os convertidos. Ora, também neste ponto, as nossas comunidades se parecem com a de outrora. É muito comum que nós, os cristãos de missa dominical, de comunhão frequente e em dia com todas as leis da Igreja nos achamos melhores e mais merecedores do Evangelho e frequentemente excluímos, perseguimos, denegrimos a imagem daqueles que são diferentes de nós.

Aprender que não somos uma ilha de perfeitos, de santos e privilegiados é o convite da segunda leitura deste domingo, aprender a construir pontes em vez de muros, abrir portas em lugar de colocar cancelas, acolher em lugar de excluir.

O que Paulo faz nessa carta se fundamenta na compreensão que ele tem de tudo aquilo que Jesus fez e ensinou. Por sua vez a ação de Jesus na Palestina de outrora e em Jerusalém apenas confirmava o cerne da lei de Moisés: “Não oprimas nem maltrates o estrangeiro, pois vós fostes estrangeiros na terra do Egito. Não façais mal algum à viúva nem ao órfão. Se os maltratardes, gritarão por mim e eu ouvirei o seu clamor... Se clamar por mim, eu o ouvirei, porque sou misericordioso”.

A lei de Moisés é objetiva e clara, só não a compreende quem não quer. Praticar injustiças e desmandos contra os desprotegidos e fragilizados nas relações sociais é um crime contra Deus e dele nos  distância. É claro que neste particular entra a questão de participar das prescrições e orações no templo, mas o julgamento não vem por causa dessas práticas, pelo contrário o que no coloca na dinâmica da aliança não é a quantidade das nossas orações, mas como a oração é colocada em prática no nosso dia a dia.

Os fariseus, que entendiam tudo sobre a lei de Moisés, já tinham decidido que deveriam matar Jesus. Porém ainda não dispunham de um motivo que lhes desse amparo legal para a sua decisão. Nos últimos domingos estamos ouvindo trechos do Evangelho nos quais eles procuram uma razão para justificar sua decisão. Hoje ouvimos de novo: “Então eles se reuniram em grupo, e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-lo...” O objetivo da pergunta não era esclarecer uma dúvida, mas pegar Jesus em alguma contradição.

E de novo Jesus mostra a clareza e a compreensão que ele tem de todos os preceitos legais. Em outras palavras: É impossível amar a Deus sem amar aos irmãos. Não se pode dizer que amamos a Deus se não nos comprometemos com a promoção dos irmãos e das irmãs. Jesus não faz distinção sobre quem são os que merecem nossa solidariedade e partilha. É neste contexto que se aplica a Encíclica do Papa Francisco: Fratelli Tutti! E recomenda que tenhamos a coragem de ser uma Igreja Samaritana, isto é, que se preocupe menos com a lei, com as normas, com as regras, mas que tenha a coragem de se aproximar dos feridos, excluídos, afastados  de nossas Igrejas e comunidades. Igrejas e comunidades são convidadas a criar uma cultura do encontro e fazer acontecer a fraternidade. É por isso que nós rezamos: Aumentai em nós a fé, a esperança e a Caridade. E que os sacramentos que recebemos produzam em nós aquilo que significam. Em resumo, o maior de todos os mandamentos é uma moeda de duas faces: Acolher as pessoas e nelas acolher a Deus!

 

 

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

HOMILIA PARA O DIA 18 DE OUTUBRO DE 2020 - 29º COMUM - ANO A

 

TODAS AS PESSOAS PERTENCEM A DEUS!

As redes sociais, o corre-corre do mundo contemporâneo tornou insignificante algumas realidades que marcaram profundamente a história da humanidade. Vamos nos colocar na condição de alguém que está recebendo uma carta, com longas declarações de afeto e noticias de uma pessoa que amamos. Ao abrir o envelope, nos deparamos com uma saudação mais ou menos assim: “Agradeço a Deus por ter lhe encontrado e fazer parte da minha vida. Lembro de você e rezo todos os dias recordando como você leva a sério tudo aquilo que acredita, sei do esforço que faz e da esperança que brota no seu coração, não tenho dúvidas que Deus mora na sua casa”.

Com palavras muito semelhantes é uma saudação com esse significado que Paulo faz na segunda leitura desse domingo: Damos graças a Deus por todos vós, lembrando-vos sempre em nossas orações. Diante de Deus, nosso Pai, recordamos sem cessar a atuação da vossa fé, o esforço da vossa caridade e a firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo. Sabemos, irmãos amados por Deus, que sois do número dos escolhidos”.

Neste trecho é possível perceber que os tessalonicenses são uma comunidade  que tem Deus no centro das suas preocupações e atividades. As dificuldades a as provações que experimentam não os impedem de se comprometer de maneira corajosa com os valores de Deus e do seu Reino. Trata-se de uma comunidade que coloca em prática aquilo que acredita.

Na primeira leitura temos uma comunidade escravizada e marginalizada em consequência dos erros cometidos no que se refere ao respeito e valorização das pessoas. O resultado da sua má conduta a levou, mais uma vez ao exílio. Neste caso Ciro, o rei da Pérsia aparece com instrumento de Deus e valorizando as pessoas que são propriedade divina liberta a comunidade de Israel de mais uma das suas fragilidades e inconsequências: “Isto diz o Senhor sobre Ciro, seu Ungido: 'Tomei-o pela mão, por causa de meu servo Jacó, e de meu eleito Israel, chamei-te pelo nome; para que todos saibam, do oriente ao ocidente, que fora de mim outro não existe. Eu sou o Senhor, não há outro”.

No Evangelho Jesus tem mais um confronto com os detentores do poder em Jerusalém. Estes para colocá-lo à prova lhe fazem uma pergunta sobre uma disciplina fiscal da sua época. Jesus não entra na jogada deles, pelo contrário, mostra com clareza até onde vai a insensatez dos chefes do povo e qual é a verdadeira condição que deve ser levada em consideração em relação a dignidade das pessoas: Os fariseus fizeram um plano para apanhar Jesus em alguma palavra. Dize-nos, pois, o que pensas: É lícito ou não pagar imposto a César?'  Jesus percebeu a maldade deles e disse: 'Hipócritas! Por que me preparais uma armadilha? Mostrai-me a moeda do imposto!' De quem é a figura e a inscrição desta moeda?' Eles responderam: 'De César.' Jesus então lhes disse: 'Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”.

A Resposta de Jesus é objetiva, como se diz: ‘Curta e grossa’. Em outras palavras pode-se compreender a resposta de Jesus: “Não fujam das responsabilidades do mundo, mas não façam das pessoas objetos de modo que sejam transformadas em propriedade ilícita de quem não tem poder sobre elas”. A questão fundamental é esta: A pessoa pertence a Deus e sua referência fundamental é esta verdade.

Muitas vezes nós estamos também inquietos e inseguros com os acontecimentos do dia a dia, não percebemos o significado de muitas situações e por isso nem percebemos como Deus caminha ao nosso lado. Facilmente nos deixamos impressionar pelas dificuldades e coisas ruins que acontecem ao nosso redor e nos esquecemos do exemplo de tantas pessoas e comunidades que dão testemunho de fé, de amor e de esperança mostrando a presença de Deus no mundo.

Não nos esqueçamos, todos somos irmãos e temos responsabilidade no sentido de não permitir que ninguém seja maltratado, humilhado, explorado, instrumentalizado, diminuído em sua dignidade. Todos os dias somos chamados a “Dar a Deus o que é de Deus”!

Adorai-o no esplendor da santidade,
terra inteira, estremecei diante dele!
Publicai entre as nações: 'Reina o Senhor!'
pois os povos ele julga com justiça.

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

HOMILIA PARA O DIA 11 DE OUTUBRO DE 2020 - 28º COMUM - ANO A

 

BANQUETE E TRAJE DE FESTA

Estamos nos encaminhando para voltar a normalidade depois deste longo período de isolamento social. A esta altura as reflexões sobre o cuidado ganham contornos menos dramáticos e mais abrangentes. Quase todas as propostas para retomar o ritmo de vida levam em conta a necessidade de considerar que a sociedade precisa continuar colocando em prática alguns cuidados elementares para não provocar uma segunda onda de contágio, ao mesmo tempo não são poucos os convites para estar sempre alerta porque outras ameaças podem surgir a qualquer momento. Então, consideremo-nos todos convidados para a retomada, mas não esqueçamos os “trajes de festa”. Ora, porque o padre está falando isso de novo que está abundantemente  divulgado por todos os meios de comunicação?  Permitam-me fazer uma relação desta situação com a liturgia da Palavra deste domingo.

Na primeira leitura o profeta afirma: O Senhor dos exércitos dará neste monte, para todos os povos, um banquete de ricas iguarias, regado com vinho puro, servido de pratos deliciosos e dos mais finos vinhos... Naquele dia, se dirá: 'Este é o nosso Deus, esperamos nele, este é o Senhor, nele temos confiado”. Mas este não é um banquete que se pode chegar com as mãos abanando, isso é sem se comprometer com ele. Participar deste banquete consiste em fazer comunhão com os outros convidados e por consequência  com Deus. Ir ao lugar onde Deus preparou o banquete implica renunciar a muitas práticas que tínhamos quando ainda estávamos longe. Consiste em dar prioridade ao amor, aos valores do Reino: Acolhida, fraternidade, partilha, inclusão.

Na sequência deste convite lemos no Evangelho a parábola do banquete a qual nos  sugere agarrar o convite de Deus e não permitir que o cotidiano a que estávamos habituados volte a ocupar as nossas preocupações, ao mesmo tempo é preciso ir ao banquete “com uma roupa de festa”, ou seja, não continuar com as mesmas práticas de outrora. Para isso vale a exortação do Papa Francisco em relação a retomada depois da pandemia. Diz Ele: não podemos retomar mecanicamente, é preciso recomeçar fraternalmente! No caso do Evangelho os que não aceitaram o convite são aqueles que deliberadamente preferem continuar tudo do mesmo jeito, como se estava construindo até agora. Quem aceita o convite para o banquete são todos os que compreendem seus limites, seu pecado, sua fragilidade, mas apesar disso tem um coração disponível para Deus e para os desafios que Ele faz isso significa “vestir-se com roupas de festa”. Ir para a festa de Deus não é um convite que se recebeu uma vez na vida e que se responde uma única vez. Pelo contrário é um convite que vai se repetindo diariamente e para o qual é sempre necessário uma nova roupa de festa que significa uma coerência contínua e diária.

E coerência diária e contínua é que ensina São Paulo na segunda leitura: Sei viver na miséria e sei viver na abundância. Eu aprendi o segredo de viver em toda e qualquer situação, estando farto ou passando fome, tendo de sobra ou sofrendo necessidade. Tudo posso naquele que me dá força. No entanto, fizestes bem em compartilhar as minhas dificuldades. O meu Deus proverá esplendidamente com sua riqueza a todas as vossas necessidades, em Cristo Jesus. Ao nosso Deus e Pai, a glória pelos séculos dos séculos. Amém”.

Numa sociedade que convida e facilita o egoísmo, a autossuficiência, a preocupação somente com os próprios interesses somos desafiados a aceitar o convite vestindo diariamente o traje de festa que significa uma partilha de alegrias e solidariedade que não deixe ninguém excluído. Neste contexto sim, podemos rezar o salmo:


O Senhor é o pastor que me conduz;*
não me falta coisa alguma.
Pelos prados e campinas verdejantes*
ele me leva a descansar.
Para as águas repousantes me encaminha,*
e restaura as minhas forças.

Ele me guia no caminho mais seguro,*
pela honra do seu nome.
Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso,*
nenhum mal eu temerei;
estais comigo com bastão e com cajado;*
eles me dão a segurança!

Preparais à minha frente uma mesa,*
bem à vista do inimigo,
e com óleo vós ungis minha cabeça;*
o meu cálice transborda.


 

 

 

 

 

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

HOMILIA PARA O DIA 04 DE OUTUBRO DE 2020 - 27º COMUM - ANO A

 

VISITAI A VOSSA VINHA E PROTEJEI-A

Certamente todos já investimos esforços, recursos, parcerias com projetos e empreendimentos com os quais nos decepcionamos ou que não deram o resultado esperado. Muitas vezes também acreditamos em pessoas, instituições, grupo políticos e até numa amizade ou num amor que éramos capazes de “colocar a nossa mão no fogo” sobre a retidão e a seriedade da outra parte. De repente, “quebramos a cara”, todos os nossos esforços e a nossa confiança caem por terra e nos damos conta que fomos iludidos. Pois é exatamente essa a mensagem central da Palavra de Deus nesse domingo.

Usando figuras de linguagem, tanto o profeta, quanto Jesus Cristo falam de uma desilusão, uma decepção extraordinária de alguém que não corresponde a tudo o que foi investido, ou a confiança que havia merecido.

Isaias usa a figura de uma vinha e do cuidado que o empreendimento exige fazendo uma comparação com o povo de Israel e tudo o que Deus realizou em seu favor, cujo resultado foi desastroso. Depois de descrever tudo o que proprietário fez e o resultado obtido, o profeta conclui: Pois bem, a vinha do Senhor dos exércitos é a casa de Israel,
e o povo de Judá, sua dileta plantação; eu esperava deles frutos de justiça - e eis injustiça; esperava obras de bondade - e eis iniquidade”.

No Evangelho, de novo hoje, Jesus fala aos sumos sacerdotes e aos chefes do povo, contando uma parábola os deixa encabulados e forçados a responder exatamente o contrário do que era a sua prática: Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: 'Com certeza mandará matar de modo violento esses perversos e arrendará a vinha a outros vinhateiros, que lhe entregarão os frutos no tempo certo.' Então Jesus lhes disse: 'Vós nunca lestes nas Escrituras: a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; isto foi feito pelo Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos? Por isso eu vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos”.

A questão fundamental que Jesus sugere nesta parábola tem a ver com a coerência, com a seriedade do compromisso assumido. Ninguém é obrigado a aceitar a proposta do Reino, mas uma vez dito o sim não dá para fazer corpo mole, desculpas esfarrapadas, falta de coerência, comodismo.

Ontem, como hoje, com o povo de Israel ou conosco, Deus estabelece constantemente uma relação de amor e de fidelidade, nos protege ao longo da jornada, oferece condições para produzir fraternidade, bem querer, cuidado, respeito, honestidade, seriedade e por ai vai... A história do amor de Deus para com a “sua vinha” continua a se repetir hoje. A 1ª leitura é um convite, um desafio e uma pergunta dirigida a cada um de nós: Eu tenho consciência desse amor de Deus? Tenho um coração aberto aos seus dons?  Tenho produzidos frutos de coerência, bondade, justiça, misericórdia? Tenho me comportado como alguém responsável e cuidadoso para com toda a obra que Deus me disponibiliza?  Esperamos que apenas os outros produzam frutos ou sou também uma pessoa ativa na transformação do mundo e na prática de tudo aquilo que acredito?

Peçamos a graça e coragem de sermos justos, honestos, cuidadosos, coerentes. Que nossa oração seja o resultado de nossa ação, e que a Eucaristia que recebemos, a Palavra que ouvimos e a participação na assembleia dominical nos ajudem a nunca sermos causa de decepção para as pessoas e nem tampouco ao projeto que Deus tão cuidadosamente colocou em nossas mãos.

Para isso servem as palavras de São Paulo na carta aos filipenses que ouvimos na segunda leitura: “Praticai o que aprendestes e recebestes de mim, ou que de mim vistes e ouvistes. Assim o Deus da paz estará convosco”.