O
SENHOR VIRÁ JULGAR A TERRA INTEIRA
Na segunda leitura desse domingo continuamos ouvindo
trechos da carta de São Paulo aos Tessalonicenses. Nos versículos proclamados hoje,
Paulo faz um apelo para que não nos instalemos no comodismo, na preguiça e
indiferença em relação aos grandes problemas do mundo. Paulo sugere que demos a
nossa contribuição na construção do Reino.
Nesse contexto o Papa Francisco nos propõe para esse
domingo o Dia Mundial dos Pobres, e começa sua mensagem com uma constatação conhecida
por todos: “Há alguns meses o mundo saiu
da tempestade da pandemia, mostrando sinais de recuperação econômica que
parecia trazer alívio para os milhões de empobrecidos que tinham também perdido
o emprego. Abria-se no céu um sinal de esperança, mas eis que uma nova
catástrofe surge no horizonte impondo ao mundo um cenário diferente. A guerra
na Ucrânia veio somar com as guerras regionais que produziram morte e
destruição. No caso da Ucrânia o quadro é muito mais complexo por ser o
resultado da intervenção de uma superpotência que pretende impor sua vontade
contra o princípio da autodeterminação dos povos. Vemos se repetir cenas
trágicas e ameaças recíprocas que abafam a voz daqueles que imploram a paz.
Nesse contexto, afirma Francisco, está o Dia Mundial dos Pobres e nos convida a
manter fixo o olhar em Jesus que se fez pobre por todos e que na sua pobreza
não se fechou a ninguém, antes foi ao encontro de todos, sobretudo dos
marginalizados e desprovidos do necessário”. Isso significa que para os
cristãos contemporâneos manter os olhos fixos em Jesus implica compreender que
a nossa missão é ser sinal de um mundo novo e trabalhar para que esse mundo se
torne realidade.
O Evangelho aponta para todos um caminho a ser
percorrido até a segunda vinda de Jesus. Nada de ficar de braços cruzados
esperando que as coisas aconteçam como se estivessem caindo do céu. Todos somos
chamados a nos comprometer na transformação do mundo fazendo desaparecer a
velha realidade. O que precisa ficar claro no texto do Evangelho não é a obsessão
sobre o fim do mundo, mas o percurso que podemos percorrer até chegar a
plenitude da história. Não tenhamos medo Deus caminha ao nosso lado não sejamos
medrosos e indiferentes.
Ontem como hoje a Palavra de Deus continua a ser o
anúncio que Deus nunca abandonou o seu povo. Esta é também a mensagem do
profeta que ouvimos na primeira leitura: “Eis que virá o dia, abrasador como fornalha, em que
todos os soberbos e ímpios serão como palha; e esse dia vindouro haverá de
queimá-los, diz o Senhor dos exércitos, tal que não lhes deixará raiz nem ramo.
Para vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo salvação em
suas asas”.
Sem excluir ninguém, sem deixar marginalizados os muitos empobrecidos da
sociedade contemporânea não tenhamos medo, caminhemos juntos. Deus nos conduz
para um novo céu e uma nova terra. Olhar o horizonte com confiança significa
deixar brotar a esperança que dá coragem para enfrentar as adversidades da
vida.
Rezemos confiantes com o salmista:
Exultem na presença do Senhor, pois ele vem, vem julgar a terra inteira.
Julgará o universo com justiça e as nações com equidade.
.