sábado, 28 de julho de 2012

DIA DO PADRE - 2012 - 04/08/2012


SER PADRE: NOVOS DESAFIOS


A sociedade da tecnologia trouxe consigo um sem número de novos desafios e necessidades que se renovam à velocidade da luz. O processo de transformação da sociedade se apresenta como um processo metamorfósico indescritível e surpreendente.  Diante desta situação o ser humano, nas suas diversas formas de se organizar em sociedade se vê diante de duas atitudes: Perplexidade e medo. Ambas positivas, mas que exigem respostas distintas de acordo com a prevalência. Se prevalecer o medo vai procurar abrigo, segurança, proteção. Ambas atitudes boas, mas que facilmente dificultam responder aos desafios e às novidades que se apresentam. Se, porém, prevalecer a perplexidade, irá reconhecer que as mudança provoca crise, não no sentido de aterrorizar, mas na perspectiva de se adequar aos novos tempos que se avizinham.
É neste sentido, que mais do que nunca o Padre, inserido nesta sociedade, é chamado dar preferência à perplexidade em detrimento do medo. A primeira responderá com criatividade, atitude que é própria de quem cultiva uma sadia espiritualidade, e o colocará no meio da sociedade com empenho para estabelecer parcerias. Tal situação é descrita pelo Papa Bento XVI na carta que escreveu por ocasião do ano sacerdotal. No texto o Santo Padre fala daquilo que se espera dos padres no mundo contemporâneo e da sua relação com as pessoas que “são do mundo,”: “O seu exemplo me induz a evidenciar os espaços de colaboração que é imperioso estender cada vez mais aos fiéis leigos, com os quais os presbíteros formam um único povo sacerdotal e no meio dos quais, em virtude do sacerdócio ministerial, se encontram "para  levar todos à unidade, amando uns aos outros com caridade fraterna, e tendo os outros por mais dignos" (Rm 12, 10). Neste contexto, há que recordar o caloroso e encorajador convite feito pelo Concílio Vaticano II aos presbíteros para que reconheçam e promovam sinceramente a dignidade e participação própria dos leigos na missão da Igreja. Estejam dispostos a ouvir os leigos, tendo fraternalmente em conta os seus desejos, reconhecendo a experiência e competência deles nos diversos campos da atividade humana, para que, juntamente com eles, saibam reconhecer os sinais dos tempos" (http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=273212, acesso em 29/07/2012).
Como um cidadão ‘que está no mundo, sem ser do mundo’, como disse Jesus aos discípulos no chamado discurso de despedida que se lê no Evangelho de João, o Padre, nas palavras do psiquiatra italiano Vittorino Andreoli,  “... deve mostrar que a terra está habitada por seres humanos e por deuses, e que não se pode viver esquecendo um destes dois sujeitos. É um verdadeiro magister que  ensina a viver, e não o professor que explica a etmologia ou a física do céu.”(ANDREOLI, 2010, P. 307).
Neste sentido, por ocasião da celebração do dia padre, espera-se de todos, padres e leigos, a capacidade do diálogo, da abertura, da acolhida e do cuidado, a fim de que perplexidade em relação aos novos tempos seja marca principal em lugar do medo. Que por conta desta atitude o padre seja capaz de assumir sempre novas missões, tarefas e desafios. Que aconteça na Igreja, e no mundo a exortação de São Paulo na carta aos Efésios: “Eu, prisioneiro no Senhor, vos exorto a caminhardes de acordo com a vocação que recebestes: Com toda a humildade e mansidão, suportai-vos uns aos outros com paciência, no amor. Aplicai-vos a guardar a unidade do espírito pelo vínculo da paz” (Efésios 4, 1 -3).

SUGESTÃO DE HOMILIA PARA O DIA 29 DE JULHO 2012


17º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leituras: 2Reis 4, 42-42; Salmo 144(145);
Efésios 4, 1-6 ; João 6, 1 – 15.

Uma das virtudes apreciadas por todos é a capacidade de perceber as alegrias, as esperanças, as necessidades  e  sofrimentos alheios. O ser humano tem em alta consideração quem se mostram sensível às realidades familiares, sociais, educacionais, de saúde, e assim por diante.
É esta situação que a Palavra de Deus neste domingo faz perceber. No livro dos Reis o profeta vivencia a fome das pessoas e mesmo tendo consciência dos limites que tinha ao seu alcance, não deixa de tomar uma atitude: “Dá ao povo para que coma”. A ordem é dada por causa da confiança que tinha em Deus: “Assim diz o Senhor”. E de fato a fome é amenizada, nas Palavras do Profeta se concretiza o desejo de Deus: “Saciar a todos ensinando também a partilha e a responsabilidade”.
No Evangelho, já não é mais um profeta messiânico, mas o próprio Jesus, o Filho do Pai. Ele mesmo percebe o sofrimento da grande multidão que o seguia, adoentada, faminta, desprotegida. Jesus senta e ordena a mesma atitude para todos, em seguida surpreende a multidão com um gesto inusitado a partir do pouco ou nada que possuíam: “Deu graças a Deus e mandou que fosse repartido”. Surpreendentemente todos ficam saciados e ainda sobram “doze cestos”.
Pouco tempo depois São Paulo faz uma releitura do que é também importante naquele momento e recomenda: “Vivam com humildade, mansidão, paciência, amor. Façam a experiência da unidade e da paz”. E façam tudo isso por uma causa muito simples, mas segura: “Um só é o Senhor, uma só fé, um só batismo”.
Uma vez mais, a Igreja reunida em oração, na santa assembleia do domingo, pode erguer a voz como no salmo de hoje: “Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem,
e os vossos santos com louvores vos bendigam!”. E muito mais do que isso, depois de participar da celebração eucarística do domingo cada pessoa é novamente convidada e renovar sua sensibilidade, sua capacidade de perceber os sofrimentos e as necessidades daqueles que lhe são próximos e, então sim, realizar o milagre do amor!
A Igreja reunida é desafiada a sair do local da reunião sem permitir que se perca nenhuma oportunidade para fazer o bem. Que para isso sirva a oração, a oração de todos e a Eucaristia partilhada.