quarta-feira, 8 de junho de 2022

HOMILIA PARA O DIA 12 DE JUNHO DE 2022 - SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE - ANO C

 

DEUS VERDADEIRO DE DEUS VERDADEIRO

Ninguém duvida do Mistério da Santíssima Trindade, mas celebrar a Solenidade de hoje não tem o objetivo de pensar sobre um mistério insondável, mas de contemplar o extraordinário amor de Deus pela humanidade. A melhor definição para o mistério que celebramos foi dada pelo evangelista João: “Deus é amor”.

Por conta dessa verdade a humanidade inteira é convidada a viver e aperfeiçoar sempre o que chamamos simploriamente de “amor exigente”. E não basta transformar essa palavra num slogan a ser repetido, mas encarnar nas ações e na vida toda, a não se conformar nem tampouco concordar com uma sociedade que diz que ama, enquanto mantém e alimenta sistemas sociais, econômicos, políticos e religiosos que excluem, marginalizam e empobrecem centenas de milhares de pessoas.

A solenidade de hoje é um convite para contemplar Deus que é amor, que é família, que é comunidade, que é criador e comunhão. Esta compreensão já aparece na primeira leitura em cuja bondade está inserida toda a obra criada.

Os primeiros estudiosos do Novo Testamento afirmam que a sabedoria relatada na primeira leitura é o próprio Jesus a quem Paulo chama de Sabedoria de Deus cuja origem está antes de todas as demais criaturas. Já nos primeiros três séculos os padres da Igreja afirmaram que também o Espírito Santo existia antes de todas as outras coisas e enviando-o ao mundo fez revelar toda a Sabedoria do Pai e do Filho que ainda não tinha sido compreendido, nem mesmo pelos discípulos que haviam convivido com o Filho.

Esta leitura nos faz pensar num Deus que é Pai providente e cuidadoso a quem as pessoas podem contemplar à medida que descobrirem sua presença na beleza e na harmonia de toda a obra criada.

São Paulo aos romanos, na segunda leitura, afirma que o amor de Deus é que perdoa e nos justifica para a vida plena, por meio de três atitudes, as quais todos somos convidados a continuar construindo no cotidiano da história.

Em primeiro lugar somos convidados a uma relação positiva com Deus que se constrói pela promoção da paz; em segundo lugar ter presente a esperança que nos permite superar toda a dureza da caminhada. Essa esperança não é a mesma coisa que um otimismo fácil e irresponsável, mas de uma esperança de que está a caminho e que dá sempre novo sentido para a vida: em terceiro, e não menos importante, o amor às pessoas. Ser cristão implica na capacidade de amar como Deus amou, isto é, capaz de dar a vida para dignificar a vida.

Na mesma dimensão estão as palavras de Jesus no Evangelho como um convite para a meta final que implica na participação plena e na comunhão perfeita com o Deus/amor; Deus/família; Deus/comunidade! Quem nos conduzirá para a comunhão plena é o Espírito da sabedoria. E o Espírito Santo fará a comunidade sentir a presença consoladora do Senhor. O Espírito da Sabedoria que existia antes de todos os tempos preencherá de coragem todos os corações e não permitirá que se sintam decepcionados aqueles que se deixam guiar pela comunhão da Trindade. 


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