sexta-feira, 9 de setembro de 2022

HOMILIA PARA O DIA 11 DE SETEMBRO DE 2022 - 24º DOMINGO COMUM - ANO C

 

CRIAI EM TODOS UM CORAÇÃO QUE SEJA PURO!

Ao ler a narrativa da criação encontramos a expressão “E Deus viu que tudo era bom”, quando lemos a criação da pessoa, encontramos as palavras: “E Deus viu que era muito bom”! Essa afirmação deixa muito clara a compreensão que Deus tem da criatura humana, o que não significa que a pessoa tenha a plenitude da perfeição e esteja livre dos erros e dos pecados que a condição humana está sujeita. Entretanto, apesar de toda fragilidade, Deus sempre trata a pessoa com bondade e sua medida é a misericórdia!

A Palavra de Deus que ouvimos nesse domingo confirma o que se passa no coração de Deus, Ele ama a pessoa de modo incondicional e nem o pecado impede a dimensão do amor.

O texto do Êxodo, na primeira leitura, mostra como o povo de Israel não percebe a mão de Deus que o acompanha na sua fragilidade. Apesar da infidelidade do povo, Deus ouve o pedido de Moisés e coloca em prática a sua compaixão que vai se repetir diversas outras vezes ao longo da história: “Lembra-te de teus servos Abraão, Isaac e Israel, com os quais te comprometeste, por juramento, dizendo: ‘Tornarei os vossos descendentes tão numerosos como as estrelas do céu; e toda esta terra de que vos falei, eu a darei aos vossos descendentes como herança para sempreE o Senhor desistiu do mal que havia ameaçado fazer ao seu povo”. O perdão não é resultado dos méritos do povo, mas o amor e a lealdade de Deus para com as suas criaturas.

Na carta a Timóteo, Paulo deixa claro seu espanto e admiração pela dimensão do amor de Deus manifestado em Jesus Cristo. Ele mesmo é um exemplo da lógica de Deus: “Caríssimo: Agradeço àquele que me deu força, Cristo Jesus, nosso Senhor, pela confiança que teve em mim, ao designar-me para o seu serviço, a mim, que antes blasfemava, perseguia e insultava. Mas encontrei misericórdia, porque agia com a ignorância de quem não tem fé”. No exemplo de Paulo todos somos convidados a tomar consciência do amor que Deus oferece a todos, independente das suas fraquezas: “Transbordou a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus. Segura e digna de ser acolhida por todos é esta palavra: Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores. E eu sou o primeiro deles”.

Que todos somos pecadores é uma constatação nada difícil de fazer, diante dessa certeza as três parábolas no evangelho desse domingo questionam todas as atitudes de hipocrisia e arrogância de quem se considera melhor que os outros. Deus não compactua com o pecado, com o erro e com fraqueza humana, por isso mesmo está sempre à procura daqueles que se afastam do caminho do bem e da justiça.

A certeza de que a criatura humana é “muito boa” mostra que Deus não está contando os erros e infidelidades, pelo contrário está sempre à procura daqueles que Ele ama.

Nas três parábolas a alegria do reencontro é infinitamente superior aos pecados, tal como Deus também os cristãos são chamados a contagiar e irradiar a alegria do perdão que damos e que recebemos sempre que a compaixão e a acolhida forem as marcas das nossas relações.

No coração de Deus triunfa sempre o amor, aconteça o que acontecer, Deus não compactua e nem pede que concordemos com o pecado, pelo contrário abomina o erro e o pecado e toda a condição de humilhação e exclusão. Ele perdoa e acolhe não para deixar as pessoas no erro, mas para mostrar seu fascinante amor para com todos os que estão conscientes da sua fraqueza e do seu pecado.

Nós como testemunhas da misericórdia e do amor de Deus somos desafiados a combater tudo o que é mau e que gera ódio, injustiça, vingança, mentira, sofrimento e agir como Deus amando o pecador e o acolhendo como um irmão e filho muito querido: Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado”’.

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