CRIAI
EM TODOS UM CORAÇÃO QUE SEJA PURO!
Ao
ler a narrativa da criação encontramos a expressão “E Deus viu que tudo era bom”, quando lemos a criação da pessoa, encontramos
as palavras: “E Deus viu que era muito bom”! Essa afirmação deixa muito clara a
compreensão que Deus tem da criatura humana, o que não significa que a pessoa
tenha a plenitude da perfeição e esteja livre dos erros e dos pecados que a
condição humana está sujeita. Entretanto, apesar de toda fragilidade, Deus
sempre trata a pessoa com bondade e sua medida é a misericórdia!
A
Palavra de Deus que ouvimos nesse domingo confirma o que se passa no coração de
Deus, Ele ama a pessoa de modo incondicional e nem o pecado impede a dimensão
do amor.
O
texto do Êxodo, na primeira leitura, mostra como o povo de Israel não percebe a
mão de Deus que o acompanha na sua fragilidade. Apesar da infidelidade do povo,
Deus ouve o pedido de Moisés e coloca em prática a sua compaixão que vai se
repetir diversas outras vezes ao longo da história: “Lembra-te de teus servos
Abraão, Isaac e Israel, com os quais te comprometeste, por juramento, dizendo:
‘Tornarei os vossos descendentes tão numerosos como as estrelas do céu; e toda
esta terra de que vos falei, eu a darei aos vossos descendentes como herança
para sempre. E o Senhor desistiu do mal que
havia ameaçado fazer ao seu povo”. O perdão não é resultado dos
méritos do povo, mas o amor e a lealdade de Deus para com as suas criaturas.
Na
carta a Timóteo, Paulo deixa claro seu espanto e admiração pela dimensão do
amor de Deus manifestado em Jesus Cristo. Ele mesmo é um exemplo da lógica de
Deus: “Caríssimo: Agradeço àquele que me deu força, Cristo Jesus, nosso
Senhor, pela confiança que teve em mim, ao designar-me para o seu serviço, a mim, que antes blasfemava, perseguia e insultava. Mas
encontrei misericórdia, porque agia com a ignorância de quem não tem fé”. No exemplo de Paulo
todos somos convidados a tomar consciência do amor que Deus oferece a todos,
independente das suas fraquezas: “Transbordou
a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus. Segura e digna de ser acolhida por todos é esta
palavra: Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores. E eu sou o primeiro
deles”.
Que
todos somos pecadores é uma constatação nada difícil de fazer, diante dessa
certeza as três parábolas no evangelho desse domingo questionam todas as
atitudes de hipocrisia e arrogância de quem se considera melhor que os outros. Deus
não compactua com o pecado, com o erro e com fraqueza humana, por isso mesmo
está sempre à procura daqueles que se afastam do caminho do bem e da justiça.
A
certeza de que a criatura humana é “muito boa” mostra que Deus não está contando
os erros e infidelidades, pelo contrário está sempre à procura daqueles que Ele
ama.
Nas
três parábolas a alegria do reencontro é infinitamente superior aos pecados,
tal como Deus também os cristãos são chamados a contagiar e irradiar a alegria
do perdão que damos e que recebemos sempre que a compaixão e a acolhida forem
as marcas das nossas relações.
No coração de Deus triunfa sempre
o amor, aconteça o que acontecer, Deus não compactua e nem pede que concordemos
com o pecado, pelo contrário abomina o erro e o pecado e toda a condição de
humilhação e exclusão. Ele perdoa e acolhe não para deixar as pessoas no erro,
mas para mostrar seu fascinante amor para com todos os que estão conscientes da
sua fraqueza e do seu pecado.
Nós como testemunhas da
misericórdia e do amor de Deus somos desafiados a combater tudo o que é mau e
que gera ódio, injustiça, vingança, mentira, sofrimento e agir como Deus amando
o pecador e o acolhendo como um irmão e filho muito querido: “Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é
teu. Mas era preciso festejar e
alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava
perdido, e foi encontrado”’.
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