CELEBRAÇÃO DA CEIA DO SENHOR
Com a celebração da “Missa
do Lava Pés”, como é popularmente chamada a Eucaristia da noite de Quinta Feira
Santa, a Igreja encerra o tempo da quaresma e dá início ao tríduo pascal que se
estende até o Domingo da Páscoa.
Este ano a campanha da
fraternidade colocou como centro das preocupações e da atenção da Igreja os
jovens, suas alegrias e suas angústias. Todos reconhecem que os tempos atuais
são o reflexo de uma mudança de época a qual altera todo o modo de compreender
as pessoas, as relações e o próprio mundo.
E tudo o que acontece em qualquer lugar a qualquer momento diz respeito
e traz consequências para todos em todos os cantos do planeta.
Ninguém duvida que a
juventude é ao mesmo tempo uma idade de extraordinária beleza, ao mesmo tempo
que vítima de situações de desconforto, preocupação e angústia. E neste contexto ninguém pode dizer que não
está sendo atingido por estes fenômenos que obviamente dizem respeito a todos. E
muito pior quando se trata dos sofrimentos que são vítimas essa parcela de gente
sofrida e muitas vezes sem defesa. As mudanças culturais pelas quais passa o
mundo afeta a edificação do ser humano tanto de modo positivo como negativo.
Em outra proporção e
com outra feição o povo de Israel e os judeus no tempo de Jesus experimentavam igualmente
transformações que não eram capazes de entender. As leituras proclamadas na
liturgia desta quinta feira santa ajudam a compreender e entender tudo isso.
Lá no Antigo
Testamento, o povo de Israel foi convidado a celebrar a páscoa e a compreender
que o clima de medo e insegurança que estava reinando no acampamento não
poderia se limitar a isso, pelo contrário, na páscoa se realiza o gesto
favorável de Deus contra o sofrimento dos seus amigos. A páscoa é para eles
desde aquele tempo a garantia de que o Amor de Deus os salvou e por isso mesmo
são chamados a fazer memória para sempre.
Repetindo de forma
solene o gesto de Jesus na última ceia a comunidade cristã é convidada a
perceber os sofrimentos de todos e ao
mesmo tempo a coragem de Jesus para transformar tudo isso em serviço, em
alegria, em luz e em pré anuncio da ressurreição.
Reunidos em assembleia
de oração todos são chamados a dizer como São Paulo: transmito a vocês o que eu
mesmo recebi: façam isto em memória de mim. Transformar a Eucaristia em serviço
é um jeito de tornar Jesus presente no meio de todos e proclamar como se reza
no salmo: “que poderei retribuir ao Senhor por tudo o que ele me fez”.
Ao final desta
celebração os participantes precisam reconhecer que a Páscoa de Cristo pode
brilhar na sociedade atual, e pode ser vista muito mais facilmente na medida em
que os jovens puderem responder “eis-me aqui, envia-me!”. Que a adoração a
Eucaristia se concretize no serviço a todos como um gesto de lavar os pés uns
dos outros.