CELEBRAÇÃO DA RESSURREIÇÃO
O guia litúrgico da CNBB fala sobre a celebração da vigília
com as seguintes palavras: “Por se tratar de uma celebração longa a tendência é
simplificá-la. Sugerimos não omitir os textos da escritura, reduza-se, por
exemplo, o tempo da homília”. Neste
sentido deu-nos um bom exemplo o Papa Francisco o qual, conforme noticiado, fez
uma homilia de 13 minutos no domingo de Ramos.
O texto da proclamação da páscoa que se reza na celebração do
sábado santo permite descrever esta festa como uma “noite mil vezes feliz”, ou
como dizia Santo Agostinho: “Mãe de Todas as Vigílias”, não uma noite de
espera, mas a própria festa.
A comunidade reunida celebra esta noite num cenário muito
parecido com aquele vivido pelos discípulos de Jesus. Isto é, desolação e
sofrimento. A campanha da fraternidade apontou para isso dizendo que os laços
comunitários e sociais se fragilizaram, a dignidade da vida e a própria vida é
ameaçada, os jovens se deparam com a fragilidade das instituições, mas ao mesmo
tempo reconhece que esta parcela da população não desiste diante das
dificuldades e vai abrindo caminhos. O que faz a juventude em muito se
assemelha às mulheres de Jerusalém cujo episódio se lê na celebração da noite
da páscoa: vão bem cedo ao sepulcro e recebem o indicativo: “Porque procuram
entre os mortos aquele que está vivo”.
No conjunto as leituras, os salmos e as orações desta noite
conduzem os participantes ao cerne do mistério da criação e da redenção.
Narrando a obra criadora de Deus o livro do Gênesis faz perceber com clareza a
mão de Deus que está no início de tudo. O texto do Êxodo confirma a presença de
Deus diante de todas as provações e desafio que a humanidade experimenta e o profeta
convida a estabelecer uma nova forma de relacionamento entre as pessoas e com o
mundo.
São Paulo que já havia feito a experiência do encontro com
Jesus tem certeza e fortalece a esperança de todos dizendo que em Cristo todos
se renovam, morre o que é já não tem mais sentido para fazer renascer algo
totalmente novo, uma nova criatura: “Banhados em Cristo somos nascidos de novo,
as coisas antigas já se passaram”.
As palavras que Jesus dirige às mulheres de Jerusalém são
adequadas para cada pessoa nestes novos tempos: “Não procurar entre os mortos
aquele que está vivo, ir ao encontro do mundo e proclamar: o Senhor ressuscitou
e ter convicção que vivendo como ele também todos ressuscitarão”. Os
sofrimentos pelos quais passou Jesus e pelos quais passa a humanidade são necessários
para quem quer experimentar a páscoa da Salvação.