quinta-feira, 5 de agosto de 2010

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

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LEITURA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS


O que é isso? Para que serve? Porque fazer?

Estas e outras perguntas, por certo fazem parte dos questionamentos de todos quantos se propõe ler e estudar algum texto de pequena ou maior profundidade e extensão. É fato também que raramente alguém se colocará por empenho a leitura e interpretação de texto se este nada tiver a lhe dizer e a contribuir com a sua prática cotidiana.

Nós estamos propondo contribuir com os professores cursistas, tutores, professores formadores e outros que participam do programa de educação a distância denominado: PROINFANTIL. Estendemos nossa reflexão aos mestrandos em educação da PUCPR, segundo semestre 2010, especialmente para os que participam da disciplina Teorias da Educação.

Para tentar encaminhar a reflexão a que nos propomos permitam-nos começar fazendo uma analogia da interpretação de textos com uma metodologia de leitura da Bíblia denominada LECTIO DIVINA, ou LEITURA ORANTE DA BÍBLIA. Este método que teve sua origem na teologia monástica nos primeiro séculos da Igreja. Dentre os expoentes do monaquismo merece citação a figura de São Bento o qual conceituava a LECTIO DIVINA ou LEITURA ORANTE DA BÍBLIA como uma ocupação séria, assídua e participativa que tinha como finalidade transformar a vida e tornar-se um caminho de perfeição.

Em resumo este método consiste em 4 passos:

1) Ouvir a Palavra ( Dispor-se a ela, prestar atenção, ouvir o autor, contextualizar, destacar palavras e frases, fazer relação com outros textos, construir imagens que o texto faz evocar).

2) Meditar o texto ( o que texto diz para mim, quais as implicações para minha prática, refletir sobre o que é mais significativo).

3) O que eu vou dizer para o autor (conversar com Deus a partir do texto lido).

4) Contemplação (qual a minha contribuição para o texto, ou seja, o que eu vou dizer para o autor – no caso Deus - e colocar em prática o que se leu).

Ora, a leitura e interpretação de textos exige um método que contempla de algum modo estes quatro passos, os quais podem ser explicitados da seguinte maneira:

1) LER O TEXTO COMO UM CONVITE PARA O DIÁLOGO COM O AUTOR

A regra básica de toda a comunicação consiste na transmissão de uma mensagem entre o que emite e o que recebe. Um texto é sempre uma codificação do seu pensamento com vistas a decodificação por aquele que irá ter acesso à leitura.

Naturalmente aquele que ouve (que lê, que se propõe decodificar) necessita preparar-se no sentido de dominar á área temática a que se refere o texto. Da parte do decodificador é importante que estabeleça um limite para a leitura, o que se chama unidade de leitura.

É bom fazer a leitura por etapas, valorizando as ideias do autor. Fazer por etapas não significa estabelecer interrupções, sobretudo longas, na decodificação (estudo) de um mesmo tema.

A esta fase chamamos de ANÁLISE TEXTUAL a qual compreende: Leitura completa da unidade cuja finalidade é tomar contato com o texto com vistas a assinalar pontos possíveis de dúvidas que sejam condicionantes para a compreensão da mensagem Conhecer o autor (vida e obras) e familiarizar-se com o vocabulário – formar um léxico com as palavras desconhecidas.

Em seguida é importante contextualizar o texto (Época em que foi escrito, autores a que faz referência, outras doutrinas) e elaborar um esquema que dê visão de conjunto do texto.

UM BOM ESQUEMA MERECE CONTEMPLAR:

1) INTRODUÇÃO

2) DESENVOLVIMENTO

3) CONCLUSÃO

(Atenção: esquema não é resumo e este não é subtração de parágrafos)

O segundo passo na análise e interpretação de texto consiste na:

2) ANÁLISE TEMÁTICA

Este ponto pode ser explicitado como a condição de ouvir o autor e conteúdo da sua mensagem sem intervir nela. Fazer perguntas para o texto e procurar compreender o problema a que o autor se refere ou que quer responder. Procurar captar a ideia central do texto a qual pode ser expressa por meio de um juízo completo.

No processo de audição o decodificador deve fazer um raciocínio sobre o texto, entrar no pensamento do autor e ver como ele trabalhou (argumentou) para demonstrar as suas convicções. Observar a relação que o autor faz com outros temas correlatos, qual o tronco comum e quais as ideias complementares. Isso tudo servirá como base para a síntese. Isso é o que se pode chamar de roteiro de leitura.

O terceiro passo consiste na:

3) ANÁLISE INTREPRETATIVA

Interpretar = tomar posição, superar a estrita mensagem do texto, ler as entrelinhas, criar diálogo, explorar as ideias expostas. Em resumo: falar com o autor!

Até aqui o autor falou com o leitor, agora é o momento de estabelecer a contramão o que significa:

3.1 Situar o pensamento num contexto mais amplo;

3.2 Associar e aproximar ideias;

3.3 Formular juízos e tomar posições;

3.4 Se for o caso fazer críticas às posições do autor.

E finalmente o quarto passo implica em:

4) TOMAR POSIÇÃO (E agora José?)

Levantar o problema a ser resolvido realizar uma síntese pessoal contextualizada. Tal atividade pode ser a produção de um texto, de um relatório, de um esquema, a realização de um seminário, a elaboração de um artigo científico, de um trabalho de conclusão de curso, etc.

A conclusão sempre implica em retomar os pontos abordados e tanto quanto possível socializá-los!

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