quarta-feira, 31 de julho de 2013

FEIRA DO CONHECIMENTO


                     
ESTADO DE SANTA CATARINA
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
9ª GERÊNCIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA PROFESSORA ADELINA RÉGIS

FEIRA DO CONHECIMENTO 2013
CRIATIVIDADE PEDAGÓGICA
PROFESSOR: ELCIO ALBERTON

1 JUSTIFICATIVAS
O mundo vive um momento denominado “Mudança de época” que enfraquece e altera muitos paradigmas que sustentam a visão de mundo defendida até o presente momento. Dentre as exigências da mudança de época uma delas se denomina “sustentabilidade” e não apenas do ponto de vista das coisas e dos bens de consumo ou bens produzidos pela natureza denominados bens de consumo finito. Mas se trata de uma nova compreensão de todo o existir e humano e mais do que nunca é necessário compreender e defender que um outro mundo é possível, um mundo no qual seja menos difícil de amar e nas palavras do Luther King: “Ou nos damos as mãos ou morremos todos como idiotas”. 
Nosso mundo rico em tecnologia faz surgir novos interesses para a educação, enquanto também se espera que as escolas se tornem vanguarda nas sociedades de conhecimento. Primeiramente, a tecnologia pode fornecer os instrumentos necessários para a melhoria do processo ensino e aprendizagem, abrindo novas oportunidades e avenidas... Segundo a educação tem um papel de preparar os estudantes  para a vida adulta, e, consequentemente, deve fornecer aos estudantes as habilidades necessárias para se unirem a uma sociedade onde as competências ligadas à tecnologia estão se tornando cada vez mais indispensáveis. O desenvolvimento destas competências, que são parte do conjunto bastante conhecido como Competências do Século 21, está cada vez mais se tornando uma parte integral dos objetivos da educação obrigatória. Finalmente, numa economia de conhecimento dirigido pela tecnologia, pessoas que não adquirem e não se apropriam destas competências podem sofrer de uma nova forma de separação digital que pode afetar a capacidade de se integrarem plenamente à economia e à sociedade do conhecimento (OCDE,  2010, p. 13).

2 OBJETIVOS
Facilitar a aproximação das pessoas às novas tecnologias de comunicação e informação apresentando-as como recurso pedagógico importante, inclusive sob o ponto de vista da sustentabilidade.
Divulgar o trabalho realizado na escola de Educação Básica Profª Adelina Régis – Videira, nas disciplinas de Filosofia e Sociologia e que se enquadra no quesito criatividade pedagógica.
Estimular professores e alunos o uso dos recursos tecnológicos disponíveis nas escolas e acessíveis aos alunos em todos os lugares como forma de ampliar o acesso ao conhecimento mais do que às informações.
3 ESTRATÉGIAS
Usando o blog do professor, disponibilizar os conteúdos que são estudados durante o ano letivo. Em substituição ao tradicional quadro de giz e mesmo o quadro branco, ou outros recursos produtores de resíduos os recursos tecnológicos atendem à necessidade de acesso aos conteúdos ao mesmo tempo em que as “janelas” dos recursos tecnológicos vão sendo abertas pelos alunos para finalidades formativas além de recreativas e de comunicação.
Criação de uma página no Facebook para cada turma e para cada disciplina onde os alunos realizam as atividades de fixação de conteúdo e de assimilação dos objetivos.
4 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Diante do impacto desta mudança de época, as tradicionais maneiras de compreender o mundo e a maneira de “bem viver”, já não são aceitas pelas novas gerações. A sociedade contemporânea trouxe consigo  uma fragmentação e  deu lugar a uma diversidade de novas visões do mundo e da vida. As mudanças atingem a economia, a política, as ciências as artes,  a religião  e a educação.
A este processo denomina-se: metamórphosis que significa mudança na forma e na estrutura. Neste sentido, tem-se como negativo que o papel dos pais e da  escola  são substituídos pelos MCS que Impõe uma cultura homogênea denominada  “cultura midiática”. Por outro lado, é positivo a:
Valorização da pessoa, o Reconhecimento da diversidade cultural, o avanço tecnológico e a expansão das relações. A cultura midiática pode ser compreendida como um processo comunicacional que se realiza por meio dos chamados Meios de Comunicação de Massa (Mass Media), jornais, revistas, rádio, televisão, internet, instrumentos utilizados para comunicar, ao mesmo tempo, uma mensagem a um número maior de pessoas.  O acesso às  Novas Tecnologias de Comunicação e informação (NTCI) proporcionou:
Ø    Comunicação instantânea;
Ø    Esses MCS, sobretudo a internet, criou uma aldeia global que oferecem muitas oportunidades;
Ø    Novo modelo de agente de comunicação baseado na interatividade que dominam a tecnologia, sobretudo os jovens;
As redes sociais permitem a conexão ao mundo ou grupos de interesses e se constituem:
ü    Um fenômeno que atinge grande parte das pessoas, especialmente os jovens;
ü    Em viver e  respirar nas novas ambiências midiáticas;
ü    Numa interpelação fundamental. Comunicar  tornou-se “vida;
ü    Na construção de relações por esses meios;
ü    Em perigo  na medida em que a conectividade constante  privilegia esse tipo de relação em detrimento da presencial;
ü    Mudança de poder nas relações humanas, tendendo à horizontalidade;
ü    Provocação de mudanças na sociedade: família, escola, trabalho;
ü    Em uma visão mais planetária;
ü    Maior abertura ao mundo e  à solidariedade;
ü    Abertura às problemáticas globais;
ü    Rapidez  em rastrear informações e  compartilhá-las, como formação de grupos de mobilização;
Essa cultura midiática é um fenômeno juvenil que facilita a formação da subjetividade poso que:
§     Os seres humanos não nascem prontos, criam-se e se recriam de acordo com o que experiência;
§     As subjetividades são em grande parte, produtos do contexto em que a pessoa vive;
§     O comportamento dos jovens seguirá padrões existentes na sociedade;
Neste sentido a escola precisa se perguntar:
§     O que temos oferecido aos jovens a fim de que sua subjetividade seja constituída de modo sadio, aberto e que valorizem a vida?
Não se pode esquecer que os jovens formam uma teia imensa e complexa de interatividade e relações na qual a comunicação em tempo real prioriza uma linguagem mais simplificada, veloz e direta.
Esta é uma revolução que pode ser equiparada ao surgimento da escrita, nos anos 700 a.C. quando os fenícios substituíram a linguagem simbólica pela linguagem fonética. À época os filósofos, entre eles Sócrates, acreditaram que se tratava do  começo do fim de toda a possibilidade de pensar. A linguagem oral, a necessidade de aprender de cor, passava pelo processo do registro, antes impensável.
Outra situação importante a ser observada consiste em perceber que nossa juventude vive no meio de desigualdades gritantes:
Ø    De renda;
Ø    Ocupação nos espaços urbanos;
Ø    De escolaridade;
Ø    De trabalho e gênero;
Ø    De desestruturação das relações familiares;
Ø    De violência;
Mesmo nas famílias mais tradicionais e mesmo no meio oeste catarinense  está evidente a exclusão digital e a violência em rede que se manifesta na:
§     Desigualdade em relação à possibilidade de conexão;
§     Maioria da juventude brasileira frequenta  Lan Houses;
§     No fato de que todo cidadão tem direito às redes sociais;
§     Políticas públicas  que devem garantir acesso igual para todos
§     Oportunidades para criminosos;
§     Difusão de ideologias;
Porém a  educação precisa reconhecer na Cultura Midiática:
Ø    Os benefícios dos meios de comunicação atuais e utilizá-los com discernimento;
Ø    Perceber os  perigos que o uso descuidado das tecnologias digitais pode provocar;
Ø    Cuidar para que os relacionamentos virtuais não prejudiquem os encontros pessoais, nem sirvam para alienar e para isolar as pessoas.
Neste contexto a educação é desafiada a formar educadores, capazes e abertos para o diálogo entre tecnologia e educação. Adotando os recursos tecnológicos e as redes sociais como opção de sustentabilidade o professor das disciplinas de filosofia e sociologia quer estimular o uso ético e responsável das redes sociais como recurso pedagógico e para isso utiliza e apresenta as seguintes sugestões:
As novas tecnologias são espaços preciosos para o momento de vivências solidárias por meio delas quer-se formar para a solidariedade despertando nos indivíduos  o senso crítico. Procura-se formar para a compreensão do outro como ser em condições de igualdade na diferença  tendo presente também a dimensão  da fé enquanto o ser humano  como imagem e semelhança do “totalmente outro”.
Tem se consciência que recursos tecnológicos na educação: muito mais do que uso e disponibilização deles se constituem num desafio de linguagem e que pouco ou nada trarão como acréscimo para o processo ensino-aprendizagem o uso puro e simples das NTCI.
Na educação o segredo do sucesso não depende de disponibilizar ou não de recursos, importa sim não deixar passar despercebidas as ofertas que a sociedade oferece e diante da avalanche de informações a que nossos “clientes” têm acesso o desafio consiste em recuperar a visibilidade e a força motivadora do de todo o processo.
Se consideradas as profundas transformações pelas quais passa a sociedade e os avanços tecnológicos em todos os setores, será possível perceber que também no campo da educação se depara com o despreparo dos docentes conforme resultado da pesquisa:
O estudo descobriu que os professores eram geralmente cautelosos em adotar práticas colaborativas e populares da WEB 2.0, pois muitos sentiam que poderiam mudar as estruturas tradicionais da escola. Mais consideravelmente, muitas barreiras práticas relativas ao acesso tecnológico, infraestrutura e banda larga continuaram a impedir o uso da Web 2.0 mesmo nas escolas com bons recursos tecnológicos (OCDE, 2010, p. 27).
Dito isto tem se presente que certamente não será suficiente a profissionalização e a competência técnica, mas a compreensão da evolução da sociedade como um todo. Mesmo com certo domínio de muitos recursos não se consegue compreender porque as verdades, pedagógicas, didáticas, etc. continuam fragmentadas e setorizadas. Continua-se com uma ênfase curricular setorizada, não se alcança a dinâmica da interdisciplinaridade. Os saberes são parciais e as  escolas não fogem desta realidade.
A cultura da tecnologia e da comunicação implica hoje muito mais do que “usar” os meios e recursos, tais como redes sociais, pesquisas na internet e alguns exercícios digitais estar atentos para a globalização que a informática trouxe para dentro das escolas.
As instituições envidaram esforços para compreender e dar acessibilidade às novas mídias, mas ainda se está longe de entender a complexidade da metamorfose do século XXI. A pergunta crucial a ser feita consiste em procurar uma resposta para o uso que se  faz das tecnologias no processo da aprendizagem.
O processo de aprendizagem e de avaliação da aprendizagem continua reduzido aos encontros presenciais, às provas, aos trabalhos, e pior que tudo isso ao processo de notação. As atividades educacionais que se servem dos recursos de mídia se resumem a uma “janela” para informações, estando ainda muito longe da produção e compartilhamento de saberes. Não se tem noção que a virtualidade quebrou fronteiras e quem decide para onde ir é o usuário, que se tornou um “celinauta”.
O Papa Francisco, na sua autobiografia, que inclui longos anos de professor e gestor escolar, escreve:  “A escola pode encontrar o difícil ponto de equilíbrio entre estar ancorada ao passado e a necessidade de educar em um mundo transmudado imaginando o futuro em que seus alunos estarão inseridos” Para compreender isso diz o Papa: “ E para isso é preciso partir dos alunos para chegar a escola”.  Pois,  “Educar na sociedade contemporânea implica ter bem presente duas realidades: o âmbito da segurança e a zona de risco”.
Na condição de professor que se aventura utilizando recursos tecnológicos parece importante parafrasear o Papa Francisco numa citação que ele aplica à Igreja, mas neste caso aplicada à escola: “Prefiro uma escola machucada e que corre o risco de inovar-se à uma escola fechada nas suas seguranças e práticas pedagógicas já consagradas”.
5 À GUISA DE CONCLUSÃO
Concretamente na Escola Adelina Régis, nas disciplinas de Filosofia e Sociologia o professor Elcio Alberton utiliza do seguinte modo os recursos tecnológicos disponíveis:
a)                  Publicação da matéria para registro dos alunos no blog do professor;
b)                 Apresentação da matéria em Power Point, explicando cada parágrafo que os alunos registram;
c)                  Realização de exercícios no Facebook. Cada turma tem  a sua página no Face.
d)                 Na correção das atividades não é atribuída nota, mas fazendo comentários sobre a atividade realizada;
e)                 Aplicação da avaliação de conteúdo e objetivos, com questões objetivas, e com justificativa para a alternativa correta;
f)                   Para algumas turmas a avaliação é aplicada com uso da sala informatizada. Os alunos acessaram o blog do professor, copiaram a prova no editor de texto, responderam e enviaram para o email do professor;
g)                  Uma vez corrigida cada avaliação, o aluno recebe a resposta com as observações e a nota no seu email.
h)                 Projeção de filme, conforme sugerido  pela “tela interativa” no livro texto dos alunos;
i)                    Para todos os filmes, foram elaboradas questões para a avaliação ou produção de texto sobre o filme que foi visto.
5.1 -  Dificuldades
a)                  “O novo nasce com dores de parto” – os alunos não estão acostumados encarar novidades que exigem novos procedimentos, mais exigentes do que aqueles que estão habituados.
b)                 Embora os alunos sejam classificados como “nativos digitais” falta-lhes o hábito no uso dos recursos tecnológicos na aprendizagem. Em decorrência disso muitos  alunos julgaram que isso não necessitaria seriedade;
c)                  Falta do hábito de leitura e vocabulário micro reduzido. Incapacidade de interpretação de texto.
d)                 O professor é enquadrado na categoria  que se chama “analfabeto digital” ou dito jocosamente: “Professauro”
e)                 Os recursos tecnológicos disponíveis na escola ainda são insuficientes para algumas atividades.
5.2 – Sugestões
a)                  Dotar a escola de rede sem fio em todos os ambientes e instalar para a escola o “ambiente Moodle” o qual poderá  melhorar a realização das atividades e exercícios com recurso das tecnologias.
b)                 Produzir textos sobre a matéria a ser estudada e disponibilizar no blog da escola ou no ambiente ‘Moodle’.
Como pensamento final:
“Agarre seu medo do futuro e pergunte: Que posso fazer sobre isso já? Não tem que deixar o medo controlar você”.
Este e outros textos sobre Educação e multimeios estão disponíveis no seguinte endereço:
Se interessar, consulte a aba: “Formação Docente”
Visite também: “100 maneiras de usar o Facebook na escola”.

REFERÊNCIAS

ALBERTON, Elcio. Formação Mistagógica do Docente no Contexto da Metamorfose Civilizatória, Dissertação de mestrado, PUCPR, 2012.
ARROYO, Miguel G. Imagens quebradas. Petrópolis, Vozes, 2009.
BROWN e. & LEWIS B, & HARCLEROAD, F. Instrución Audiovisual, México, Editorial Trillas, 1977, p. 1- 48.
CENTRO DE PESQUISAS EDUCACIONAIS E INOVAÇÃO. Inspirados pela tecnologia, norteados pela pedagogia, Florianópolis, Governo do Estado de Santa Catarina, 2010.
CIMADON, Aristides. Ensino e aprendizagem na universidade – um roteiro de estudo. Joaçaba, editora UNOESC, 2008, p. 109 -115.
DIEUZEIDE, Henri. Le tecniche Audivisive nell’insegnamento. Roma, Armando Armando Editore, 1965, p.137 – 149.
FERREIRA, Oscar Manoel de Castro. Recursos audiovisuais para o ensino. São Paulo, Editora Pedagógica Universitária, 1975.
GOMES, Péricles Varela & MENDES, Ana Maria Coelho Pereira. Tecnologia e inovação na educação universitária: O matice da PUCPR. Curitiba, Champagnat, 2006.
MORAN, José Manoel. Novas Tecnologias e mediação pedagógica. São Paulo, Papirus, 2000.
PERRENOUD, Philippe. 10 novas competências para ensinar. Porto Alegre, ARTME0D, 200.
RUBIN, Sergio & AMBROGETTI, Francesca. Jorge Bergoglio – Il nuovo papa si racconta.










































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