COMEMOS
E BEBEMOS COM ELE...
quinta-feira, 24 de março de 2016
DOMINGO DE PÁSCOA - RESSURREIÇÃO DO SENHOR
Fatos
extraordinários no dia a dia das pessoas e da sociedade costumam ganhar as
manchetes de jornais e dos noticiários em todos os meios de comunicação social.
Sobretudo quando se tratam de situações que diminuem e denigrem a vida das
pessoas e das comunidades, estes sim ganham muito tempo, muitas páginas e
acabam caindo no gosto popular sendo comentados em todas as rodas de amigos e
mais ainda nas redes sociais.
Ora, a
morte de Jesus foi um prato cheio para as comunidades daquele tempo. Seja para
os que nele acreditavam, seja para aqueles que desejam ver o seu fim. Eis que o
noticiário sobre o evento da sexta feira que antecedeu a páscoa ganha novos
contornos no amanhecer do primeiro dia da semana.
O
primeiro dia já é simbólico por si mesmo, ele indica o começo de tudo mais uma
vez. E neste caso ele vem como a vitória da vida. Os sinais encontrados no
lugar onde estava o corpo de Jesus não deixam dúvida: Os panos que envolviam um
corpo sem vida, estão jogados ao chão, já não servem mais. O véu que impedia de
ver e ser visto foi colocado a parte. Aos amigos de Jesus faltava apenas uma
coisa: Compreender o que significa que Ele devia ressuscitar dos mortos.
A carta
de Paulo permite reconhecer que a união com o ressuscitado garante aos que nela
acreditam que a morte não tem a última palavra e que a maneira mais adequada de
reconhecer a Ressurreição do Senhor é procura-lo nas coisas novas que se fazem
ver desde o primeiro dia da semana.
Jesus
que andou por toda a parte fazendo o bem, está agora em toda parte por meio das
pessoas que se prontificam a fazer o bem.
É Jesus ressuscitado quem resgata a vida da morte e preenche a vida de
todos com sua ternura.
Na
ressurreição de Jesus, o Senhor cura os corações feridos e ampara os humildes.
Na manhã da ressurreição a Igreja se reúne em oração e experimenta a presença
do ressuscitado que lhe convida a
manifestar a sua misericórdia contribuindo “para
que a grande família humana possa viver com dignidade e justiça em um ambiente
bem cuidado” (Texto Base CF 2016. P. 52).
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SÁBADO SANTO - RESSURREIÇÃO DO SENHOR
GENTE NOVA PARA UM MUNDO NOVO
Os sinais de morte estão bem presentes na
sociedade contemporânea. Mas não é nestes sinais que se deve procurar o Senhor.
Nem tampouco, é ali o lugar para encontrar os irmãos. Deus que não se cansa de
retomar o seu projeto na história, está mais do que nunca presente na sociedade
atual. Deus jura seu amor eterno usando de misericórdia com o pecador e
resgatando do túmulo a vida de todos. A celebração do Sábado Santo é uma
maneira de fortalecer a Igreja e todas as pessoas a reconhecer Jesus Cristo que
continua fazendo novas todas as coisas.
As leituras e os salmos proclamados nas
celebrações do sábado santo fazem uma recordação de toda a história desde a
criação até a redenção definitiva em Jesus Cristo. A fragilidade humana levou
os homens e mulheres em todos os tempos a se afastar de Deus e do seu projeto,
situação que se assemelha muito ao que acontece no mundo contemporâneo. Porém,
é certo que Deus não abandona o seu povo.
Celebrar a páscoa de Cristo implica perceber que
a ressurreição de Jesus acontece de novo cada vez que as pessoas e as
comunidades trabalhem de modo decisivo no cuidado com a vida como disse o Papa
Francisco no documento: Laudato Si: “Desta
forma cuida-se do mundo e da qualidade de vida dos mais pobres, com um sentido
de solidariedade que é, ao mesmo tempo, consciência de habitar na casa comum
que Deus nos confiou. Estas ações comunitárias, quando exprimem um amor que se
doa, podem transformar-se em experiências espirituais intensas” (232).
Rezar no sábado santo unindo as vozes de todos
os que creem é uma forma de reconhecer a vitória da ressurreição de Jesus e o
convite que continua a ser feito: trabalhar para que a história e o mundo sejam
transformados. A palavra dita às mulheres na sepultura ressoa para cada pessoa neste
sábado de aleluia: “Não procurem entre os
mortos aquele que está vivo”.
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SEXTA FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR
Ele foi ferido por causa de nossos pecados.
O Cuidado com a “casa do comum” se apresenta na atualidade
uma das maiores exigências para todos. Em 2016, a celebração da sexta feira da
paixão está inserida no contexto da defesa e do cuidado com a vida em todas as
formas. As preocupações com a saúde e com as doenças transmitidas por conta do
descaso com o ambiente em que se vive. As denúncias de corrupção que envolvem
toda a nação brasileira e algumas centenas de pessoas e instituições. Questões
relativas a solidariedade e o respeito para com a pessoa humana. São todos
sinais de que a cruz de Cristo continua presente no meio do mundo.
Porém, Jesus Misericordioso, servo sofredor na
interpretação do profeta Isaías continua sendo para todos na atualidade fonte
de alegria, de serenidade e de paz.
A longa narrativa da paixão, neste ano, proclamada
segundo João, faz entender que o Rei morto na cruz não é um fato do passado, ao
mesmo tempo que sua ressurreição não ficou na história.
A cruz carregada por Jesus até o limite da morte se
assemelha às cruzes da sociedade contemporânea. Celebrar esta verdade permite
aos cristãos compreender que os sofrimentos existem, que são reais na vida do
povo, mas que não tem em si mesmo a última palavra.
É Deus quem se une com a humanidade, fortalece o
coração dos que acreditam renova-os na esperança e não considera o pecado, mas
a coragem para superar as cruzes de cada dia e construir solidariamente uma
comunidade muito melhor.
Rezar como irmãos na assembleia reunida é uma
maneira de crescer na solidariedade e no compromisso com a ressurreição
responsabilizando-se pela qualidade da vida de todos em todos os lugares.
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quarta-feira, 23 de março de 2016
HOMILIA PARA A QUINTA FEIRA DA SEMANA SANTA 2016
LAVA PÉS, PODER DA TERNURA.
Na quinta-feira santa a Igreja repete
o gesto de Jesus durante a última ceia. Na liturgia deste dia também se
proclama o Evangelho de João que conta como Jesus realizou esta ação.
Compreendendo que João escreveu este texto para as comunidades que já
celebravam a Eucaristia há quase 50 anos sendo assim uma prática habitual. O
autor procura associar o serviço de Jesus lavando os pés, ao que Ele fez
durante toda a vida e que vai ter seu ponto mais alto no calvário. E por causa
desta prática recebe o título de Mestre e Senhor, nome que Jesus afirma que
pode ser dado a todos os que também são capazes de fazer de suas vidas um
serviço para o bem de todos.
O texto pode também ser entendido
como uma espécie de síntese com todos os ensinamentos que a revelação da
Palavra fez conhecer ao longo dos tempos.
A narrativa da Páscoa dos judeus é marca de um novo tempo que se dá no
compromisso solidário e de comunhão entre todos os que foram libertos da
escravidão do Egito.
Paulo, conta como se deu a
instituição da Eucaristia, não para fazer uma simples memória, mas para deixar
claro que celebrar a memória do Senhor implica praticar a comunhão fraterna.
Ontem, como hoje, é Jesus quem repete
o gesto de lavar os pés e continua pedindo a cada pessoa, a cada Igreja e a
todas as instituições que sua ação seja uma contínua misericórdia que se
traduza na prática das obras de caridade, no cuidado com a vida das pessoas e
do mundo. Em outras palavras: recordar a ação de Jesus significa praticar a
misericórdia de Deus cuidando da vida de todos e da vida no planeta, casa comum
de todos, a fim de que seja também
morada digna de todos.
É neste sentido que a celebração da
quinta-feira Santa afirma o poder da ternura e a fragilidade da violência.
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sábado, 19 de março de 2016
HOMILIA PARA O DIA 20 DE MARÇO DE 2016
O
MISERICORDIOSO VEM REVELAR O
SENHOR E SUA VONTADE
Aqueles
que querem bem a outra pessoa, que acreditam nas suas ideias e projetos
costumam “vestir a camisa” pela causa que acreditam. A confiança nas palavras
que apontam para um novo estilo de vida é sempre mais forte que qualquer
provação e dificuldade. Pois é isso que aconteceu com Jesus e com seus
discípulos e muitos que o seguiam. No tempo em que Jesus viveu em Jerusalém não
lhe faltaram provações e dificuldades, as quais foram também vivenciadas pelos
que o seguiam. E finalmente ele entra solenemente em Jerusalém, proclamado como
aquele que vem em nome do Altíssimo.
Reviver
a Semana Santa significa caminhar com Jesus do presépio ao calvário. As
expectativas que Jesus criou por todos os lugares aonde passou apontam para uma
nova maneira de Deus se relacionar com a humanidade. Neste domingo, as
comunidades, em todas as partes se reúnam e repetem a mesma aclamação feita a
Jesus em Jerusalém: Hosana no mais alto dos céus!
Esta
não é uma forma extraordinária de proclamação da realeza de um homem cujo
modelo são os reinados daqueles tempos, o Messias do domingo de Ramos é aquele que
caminha livremente ao encontro de toda provação e sacrifício para garantir uma
vida nova àqueles que nele confiaram.
Montado
no jumentinho ele afirma o reconhecimento que o povo lhe dá: “Se eles se calarem as pedras gritarão”. Por outro lado, a recordação da paixão de
Cristo confirma o que o Pai preparou para o filho: O Crucificado será para todo
o sempre Senhor e Cristo.
Humanos
e sujeitos as fraquezas do cotidiano, todos proclamam com o salmo: “Meu
Deus, Meu Deus, por que me abandonastes?”. Viver longe da dor e do sofrimento
é o desejo de toda pessoa humana, porém o Messias em quem os Cristãos acreditam
ensina que é necessário ter a coragem de suportar as provações próprias da
condição humana.
Para
todas as comunidades e para cada pessoa em particular o domingo de ramos se
constitui num misto de realeza e de sofrimento que enquanto peregrinos neste
mundo todos são convidados a provar, aceitar e transformar.
É
com esse pensamento que a Igreja inicia a Semana Santa cujo ponto mais alto é a
manhã da Ressurreição. Aquele que apagou
os pecados da humanidade é também o que garante a vida nova e renova a alegria
e a esperança em meio a todas as dificuldades.
Os
ramos abençoados que se leva para as casas são uma recordação da presença do “rosto misericordioso do Pai” que ajuda a
todos “cuidar da casa comum” e ser
responsável para que a morte não triunfe sobre nada e sobre ninguém.
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domingo, 13 de março de 2016
REFLEXÃO SOBRE A PALAVRA DE DEUS - MULHER ADÚLTERA
MISERICORDIOSOS
COMO JESUS ...
Andar com pedras na mão, estar muitas vezes
na defensiva, pronto para atacar e condenar é uma atitude bastante comum na
sociedade contemporânea. Faz-se julgamentos, condenações, denuncias, até em
nome da ética e dos bons costumes. Mesmo cristãos de missa dominical facilmente
servem-se desta prática para auto afirmar sua honestidade e seriedade diante da
sua família, da sua comunidade, da Igreja e da sociedade em geral.
Cada ano a festa da páscoa, que é
preparada pela vivência da quaresma, se apresenta como uma oportunidade renovada
para cuidar do coração, das ações do coração, do rancor, do ódio, da tentação
de se julgar participantes do grupo dos justos e melhores que os demais.
Neste ano, a Campanha da Fraternidade faz
um apelo insistente a todos no sentido de cuidar de todas as pessoas e da
sociedade por inteiro. O apelo pelo cuidado com a casa comum é a extensão das
sete obras de misericórdia e trata-se de vivenciar o evangelho que diz: “Tudo o
que Você fizer ao menor dos meus irmãos é a mim que você fará”.
A leitura do profeta Isaias faz ouvir um
grito por libertação. O povo de Israel que já tinha sido escravo no Egito e que
agora era exilado encontra-se desorientado e sonha com um novo tempo. O profeta
faz um convite: “Não relembreis coisas passadas, não olheis para fatos antigos. Eis que eu
farei coisas novas, e que já
estão surgindo: acaso não as reconheceis? Pois abrirei uma estrada no deserto e
farei correr rios na terra seca”.
São
Paulo, da prisão, escreve para a Igreja que está em Filip os e recorda a sua
escolha pelo Evangelho e por Jesus Cristo e garante a todos que deixou para
traz muitas coisas em vista da sua nova vida centrada na pessoa de Jesus: “Na
verdade, considero tudo como perda diante da vantagem suprema que
consiste em conhecer a Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa dele eu perdi tudo. Considero
tudo como lixo,
para ganhar Cristo e ser encontrado unido a ele”.
para ganhar Cristo e ser encontrado unido a ele”.
E o
próprio Jesus no texto da mulher adúltera apresenta uma proposta totalmente nova.
Ele não discute com os fariseus sobre a importância e legitimidade da lei, pelo
contrário, convida todos e cada um fazer um exame de consciência em relação às
pedras que carrega para sua autodefesa.
O que
ocorreu com o povo de Israel, que pode ver uma nova oportunidade na vida, se
repetiu com São Paulo, com a mulher adúltera e pode se realizar em cada pessoa
nestes tempos.
Antes de
armar-se com pedras para julgar e condenar trata-se de olhar para as escolhas
que se faz, reconhecer a própria fragilidade e os próprios pecados, levantar-se
e procurar ser melhor a cada dia.
Este é o
convite e a oportunidade da quaresma. Olhar para frente, ter coragem de mudar de
vida, esquecer os rancores do passado e renovar o coração.
Para
isso muito ajuda a oração da Igreja que se faz na assembleia de cada
domingo. A hora é de acolher e perdoar
em lugar de eliminar aqueles que se julga pecadores e indignos da misericórdia.
Que o Senhor ajude a todos pela oração e pela penitência.
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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
HOMILIA PARA O DIA 24 DE JANEIRO DE 2016
A
LEI DO SENHOR É PERFEITA
Nelson
Mandela, líder sul africano, deixou para o mundo um legado de muito
ensinamentos, sobretudo dados com seu próprio testemunho de vida. Mas não se
pode esquecer também o que ele ensinou com a simplicidade de suas palavras. Uma
das suas afirmações diz mais ou menos assim: “Se você falar com um homem numa
linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele
em sua própria linguagem, você atinge seu coração.”
Claro está para todos que estes ensinamentos são
extraordinários, mas não são novos. Falar ao coração das pessoas é o jeito de
falar de Deus. A Sagrada Escritura é toda ela uma voz que entra na vida das
pessoas e que modifica os corações.
O Texto do profeta Neemias proclamado neste domingo,
depois de mostrar a dignidade da Palavra descrevendo com detalhes o cuidado de
Neemias para com o livro da Palavra, termina com um conselho extraordinário: “Ide
para vossas casas e comei carnes gordas, tomai bebidas doces e reparti com
aqueles que nada prepararam, pois, este dia é santo para o nosso Senhor. Não
fiqueis tristes, porque a alegria do Senhor será a vossa força”. Em resumo a Palavra é um
conforto de modo que os que ouviam “choravam
de alegria”.
Em forma de prece o Salmista
reconhece que a lei do Senhor é perfeita e reza com entusiasmo: “Os preceitos
do Senhor são precisos, alegria ao coração. O
mandamento do Senhor é brilhante, para os olhos é uma luz”.
No Evangelho Jesus, Verbo que se fez
homem, abre o livro da Palavra e proclama o fundamento da sua missão e as
razões para as quais foi enviado: “O
Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me
consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-me para
proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para
libertar os oprimidos e para proclamar um
ano da graça do Senhor”.
Dando a compreender a importância da Palavra ele mesmo
garante que veio para fazer acontecer o que acabava de ler: “Hoje
se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”.
Ora, os cristãos em todos os tempos -
e isso já proclamou São Paulo - são diferentes, tem dons diversos, mas formam
um único e mesmo corpo, logo tem a mesma missão e responsabilidade de Jesus:
Ser construtores de uma sociedade sempre mais justa, humana, fraterna e
solidária.
Essa é a tarefa principal de cada
pessoa, um dos principais motivos da reunião de irmãos e das preces que se faz
na Assembleia Reunida. Pedir a capacidade de seguir Jesus anunciando e fazendo
acontecer um tempo de graça para todos.
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sábado, 2 de janeiro de 2016
HOMILIA PARA O DIA 03 DE JANEIRO DE 2016
LUZ
PARA AS NAÇÕES...
Aleluia! Quem diria!
Boa-nova é encontrar um menino!
Aleluia! Quem diria!
Partilhando do nosso destino!
Já nasceu nos mostrando outro jeito
De plantar novamente a harmonia,
De viver, de acolher o desfeito.
Vem chegando da periferia!
Este hino litúrgico
entoado pelas comunidades cristãs no tempo do Natal, certamente faz perceber
com mais clareza o sentido da festa que se chama Epifania do Senhor, ou Domingo
de Reis, como se diz na piedade popular.
O anúncio que foi feito
aos pastores pelo Anjo, na noite de Natal, se completa com a visão da estrela
que foi seguida pelos Magos. Em ambos os casos se trata de reconhecer que Deus
veio visitar a humanidade. Na oração que abre a liturgia da Palavra a Igreja
reza: “Concedei aos vossos servos e servas que já vos conhecem pela fé, contemplar-vos
um dia face a face no céu”.
Para os cristãos do mundo
atual cabem as mesmas recomendações feitas pelo profeta Isaias: “Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém,
porque chegou a
tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor. Eis que está a terra envolvida em
trevas, e
nuvens escuras cobrem os povos; mas sobre ti apareceu o Senhor”.
O rosto de Deus que foi manifestado na pessoa de Jesus é, de
certa maneira, a própria misericórdia de Deus e que São Paulo escreveu as
efésios dizendo: “acaba de o revelar agora, pelo Espírito,
aos seus santos apóstolos e profetas... e todos são admitidos à mesma herança, são membros do corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho”.
O Rei nascido em Belém cuja boa notícia a liturgia canta com
alegria é reconhecido pelos magos com seus presentes simbolizados no Ouro da
Realeza, no incenso da divindade e na mirra que significa paixão e sofrimento. Em
outras palavras aquele que é o Rosto da Misericórdia de Deus, é também Rei,
Deus e homem.
Para aqueles que celebram e que rezam juntos a manifestação
de Deus como luz do mundo, cabem as mesmas atitudes dos magos: Reconhecer o
messias, ad0rá-lo, e encontrar caminhos alternativos para todas as formas de
dor, morte e tristeza que o mundo contemporâneo continua produzindo
diariamente.
Celebrar a manifestação do Senhor, implica reconhecer a voz
do anjo que encaminha cada pessoa a trilhar caminhos novos e que preservem e
promovam a dignidade e a vida de todos.
Que a Igreja possa acolher com fé e viver com amor os
mistérios que o natal manifestou a todos.
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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015
HOMILIA PARA O DOMINGO DA SAGRADA FAMÍLIA 2015
SAGRADA
FAMÍLIA DE NAZARÉ SEDE NOSSA INSPIRAÇÃO
Em
qualquer circunstância, independente da profissão de cada pessoa, uma das
principais satisfações de todos é ver que seu trabalho produza frutos, seja
reconhecido e atenda as expectativas daqueles que dele dependem. Assim o
agricultor sente-se feliz com a possibilidade de colheita abundante, o
comerciante com o sucesso das vendas, o professor com a aprovação dos alunos, e
assim por diante.
Este
é também o sentimento dos pais quando presenciam o sucesso dos filhos e a
realização destes na sua vida profissional,
afetiva ou familiar. E de outra parte o que espera o comprador, o aluno, o consumidor e o filho senão que a outra parte
sinta-se também realizada e recompensada por seu trabalho.
Esta
é a descrição que a Palavra de Deus traz no domingo depois do Natal, também
chamado de domingo da Sagrada Família. O livro do Eclesiástico descreve a
relação de filhos e pais e reafirma que quando existe entre pais e filhos
sintonia de deveres e direitos, de respeito, responsabilidade e bem querer, “Deus honra o pai nos filhos e confirma a
autoridade da mãe”. Diz a leitura ainda: “Quem honra seu e pai e sua mãe terá alegria e vida longa”.
Mas
o que significa respeitar-se mutuamente senão deixar-se conduzir pelos
conselhos que Paulo dá aos colossenses: “Revestiam-se
de sincera misericórdia, bondade, mansidão, humildade, paciência, perdoando-se
uns aos outros”.
Preocupar-se
com o bem dos pais e dos filhos é o que se lê no texto de Lucas que conta a
perda e o reencontro de Jesus no templo. Os pais voltaram a procura do menino,
este por sua vez aponta para o cerne da sua missão: “Fazer a vontade do seu Pai...” porém segue para casa com Maria e
José, local onde cresce em “sabedoria,
estatura e graça diante de Deus e diante de todos”.
A
festa da Sagrada Família com a atitude de Maria é um convite para todos “Guardar todas coisas no coração, recuperar
o valor do silêncio meditando a Palavra de Deus” de tal modo que as feridas
e os sofrimentos de todos sejam aliviados e consolados com a presença a amizade
e a fraternidade que são próprias daqueles que experimentam a misericórdia de
Deus.
Que
a oração da Igreja seja para todos o sinal recíproco entre pessoas que se amam,
se respeitam e lutam para que a felicidade aconteça em todos os lugares e que
todas as pessoas possam sentir o que se reza no salmo: “Felizes os que amam o Senhor e trilham seus caminhos”.
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HOMILIA PARA O DIA DE NATAL 2015
DEUS É MISERICÓRDIA...
É
exatamente essa verdade que também fala o profeta Isaias: “Como são belos, andando sobre os montes, os pés de quem anuncia o bem e
prega a salvação... Alegrem-se e exultem...” este é um anúncio feito para
chegar aos ouvidos até das pessoas mais tristes e desconsoladas.
A
carta aos Hebreus confirma que a pessoa de Jesus Cristo é o esplendor da glória
do Pai sendo então a expressão máxima daquilo que Deus é: “fonte de alegria, serenidade e paz”.
O
anuncio de quem é Jesus e qual sua missão, não é lago extraordinário, de
difícil compreensão, pelo contrário, como se lê no Evangelho de João: “No princípio era a Palavra, e a Palavra se
fez gente, e a Palavra era Deus e tudo foi feito por meio da Palavra que veio
habitar no meio do mundo”.
Para
todas as pessoas, nestes tempos de provações e dificuldades mais uma vez o
Natal cai como uma “mão de luva”, segundo as palavras que se reza no salmo: “Os confins do universo contemplaram a
salvação de Deus... Cantai salmos ao Senhor! ”
Este
é com certeza o mais importante sentimento que as felicitações de natal podem
ser portadoras, de tal maneira que em todos os lugares e pela ação de todos
aqueles que acreditam seja possível reconhecer o rosto misericordioso de Deus
porque eles mesmos são capazes de realizar em suas vidas a mesma ação: “Sejam misericordiosos como o Pai de vocês é
misericordioso”.
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sábado, 19 de dezembro de 2015
HOMILIA PARA O QUARTO DOMINGO DO ADVENTO 2015
ILUMINAI A VOSSA FACE
SOBRE NÓS...
Certamente é muito
sugestiva uma frase que diz mais ou menos assim: “Não corra atrás das borboletas, plante uma flor no seu jardim e todas
as borboletas virão até ela”. Pois
bem, essa frase se presta para refletir a Palavra de Deus nos dias que antecedem
a celebração do natal.
Na Maternidade de Maria, o
mundo pode reconhecer, como disse o Papa Francisco, o Rosto Misericordioso de
Deus que traz a paz e a alegria a todos os povos. Já havia anunciado o profeta
Miqueias cerca de 700 anos antes do nascimento de Jesus. Naquela ocasião o
profeta afirmou que o abandono em que vivia o povo foi deixado para trás “até ao tempo em que uma mãe der à luz; e o resto de seus irmãos se voltará para os filhos de Israel”.
Também as comunidades de hoje fazem a mesma prece que o
salmista rezou: “Voltai-vos para nós, Deus do universo! Olhai
dos altos céus e observai. Visitai a
vossa vinha e protegei-a! Foi a vossa mão
direita que a plantou; protegei-a, e ao
rebento que firmastes!”
A carta aos Hebreus afirma que a missão de Jesus é garantir
que as pessoas reconheçam a misericórdia de Deus. Em outras palavras o texto
diz: “Eis que venho ó Pai, para fazer
vossa vontade. Sacrifício nenhum satisfaz, mas vossa vontade quereis que se faça”.
E a vontade de Deus pode ser reconhecida na pessoa de Maria e
nos seus gestos de esperança e de serviço: “Maria
partiu para a região montanhosa, dirigindo-se,
apressadamente, a uma cidade da Judéia. Entrou na casa de
Zacarias e cumprimentou Isabel”. E eis que Isabel enquanto
aguardava a realização das promessas feita pelos profetas reconhece naquela
visita a presença de Deus: “Quando Isabel
ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no
seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com
um grande grito, exclamou: 'Bendita és tu entre
as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!' Como
posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?”
É este o significado de esperar o Natal do Senhor. O messias,
cuja festa preparamos vem para realizar a vontade do Pai, sua presença garante
a reconstrução de mundo mais humano, mais justo, mais fraterno, mais responsável,
mais sustentável.
Neste tempo cada pessoa pode espelhar a sua vida na pessoa de
Maria, mais do que correr atrás as borboletas que estão nos jardins alheios,
plantar flores para que as borboletas tragam para perto as belezas da vida que
se sonha e dos desejos que se esperam acontecer no Natal.
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sábado, 12 de dezembro de 2015
HOMILIA PARA O TERCEIRO DOMINGO DO ADVENTO 2015
ALEGRIA
E MISERICÓRDIA
Mesmo nas pessoas mais “santas”,
em cuja vida e ação se pode reconhecer Deus agindo no meio do mundo, não faltam
ocasiões em que os sinais de maldade e de violência, de desrespeito à vida e a
qualidade de vida que se repetem na sociedade não as deixem perplexas e
indignadas. É neste contexto que o Papa Francisco abre o “Ano Santo da Misericórdia” Trata-se de uma convocação para que as
pessoas e o mundo, em eterna peregrinação, convertam-se e se reconciliem
reconhecendo assim a presença de Deus nestas situações.
O profeta Sofonias faz um
convite: “Canta de alegria, cidade de Sião; rejubila,
povo de Israel! Alegra-te e exulta de todo o coração, cidade de Jerusalém... naquele dia, se dirá a Jerusalém: 'Não
temas, Sião, não te deixes levar pelo desânimo! O
Senhor, teu Deus, está no meio de ti, o valente
guerreiro que te salva”.
Estas palavras aparecem de outra maneira na carta que o Papa
escreveu como motivação para o ano da misericórdia: "Precisamos sempre de contemplar o mistério da
misericórdia. É fonte de alegria, serenidade e paz. É condição da nossa
salvação. Misericórdia: é a palavra que revela o mistério da Santíssima
Trindade. Misericórdia é o ato último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso
encontro. Misericórdia é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa,
quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida.
Misericórdia é o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à
esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado”
(Misericordiae vultus 2).
Misericórdia
e alegria é o que São Paulo escreve aos Filipenses: “Não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus, em orações e
súplicas, acompanhadas de ação de graças. E a paz de
Deus, que ultrapassa todo o entendimento, guardará
os vossos corações e pensamento em Cristo Jesus”.
Misericórdia e alegria é o que João Batista anuncia àqueles
que foram ao seu encontro à procura de perdão: “Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu
não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no
Espírito Santo e no fogo”.
Encarar com alegria os desafios do tempo presente, as
provações e sofrimentos do cotidiano implica ser capaz de olhar a própria vida
e a dos irmãos com olhos de esperança e transformar o dia a dia em verdadeira
ação de graças, como afirma o profeta Isaias: “Exultai cantando alegres, habitantes de Sião porque é
grande em vosso meio o Deus Santo de Israel”.
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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
MEU AMIGO E MINHA AMIGA!
Faz dias... estou querendo falar com você.


Antes
mesmo de ter publicado meus quatro livros, os quais você já conhece, mantenho
uma pequena biblioteca pessoal. Hoje com cerca de trezentos exemplares, já doei
mais de mil exemplars para duas instituições de ensino superior.
Na minha atual biblioteca tenho algumas
obras raras, como esse Missal Romano, cujo conteúdo é dos anos 1530, esta
edição é de 1930. O livro de canto litúrgicos “Cecília” do ano 1926.


Nesta
semana recebi duas noticias muito especiais. Alguns dos meus trabalhos foram
selecionados para publicação no blog da Universidade Federal de Santa Catarina,
no espaço do curso de Pós-Graduação em Cultura Digital.
E no caderno de experiências de êxito no
Ensino Médio Inovador, que será publicado em breve pela Secretaria de Estado da
Educação de Santa Catarina, 4 das seis experiêcias realizadas na região de Videira
são resultados do nosso trabalho.
Mais uma vez lhe peço, participe de um
“Kick” no projeto “ALUNO ESCRITOR” permita que mais pessoas possam fazer esta
experiência.
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sexta-feira, 27 de novembro de 2015
HOMILIA PARA O PRIMEIRO DOMINGO DO ADVENTO - 2015
ERGAM
A CABEÇA, A LIBERTAÇÃO SE APROXIMA
Jeremias, 33,14-16; 1Tessalonicenses 3,12-4,2;
Lucas 21, 25-28. 34-36
Pode-se afirmar que o
Papa Francisco é o tipo de pessoa que se pode descrever com a metáfora: “o
coração é maior do que o homem”. Ao
mesmo tempo em que chama a atenção sobre atitudes equivocadas em relação à
qualidade de vida e ao cuidado com este dom tão precioso, convida todos e cada
um a enxergar a vida e o mundo com os olhos da misericórdia. Sua recente
encíclica com o título: “Louvado Sejas,” e que trata do cuidado da casa comum,
é um documento que aponta o cerne da questão ecológica, ao mesmo tempo Ele fala
sobre isso com esperança. No documento o Papa afirma: “O mundo é muito mais do que um problema a ser resolvido, é um mistério
que contemplamos na alegria e no louvor”.
A liturgia da Igreja está
dando início ao novo ano litúrgico com o primeiro domingo do avento. As leituras
escolhidas para este dia se referem também à qualidade de vida e aos modos como
as pessoas deveriam proceder para preservar a vida. Jeremias, sendo perseguido
e preso por causa da sua condição de profeta, anuncia um temo novo que virá
para todos: “Naqueles dias, naquele tempo, farei brotar de Davi a semente
da justiça, que fará valer a lei e a justiça na terra”. São Paulo escreve aos
Tessalonicenses dizendo: “Que assim ele confirme os vossos corações numa santidade sem defeito aos olhos de Deus, nosso Pai, no dia da vinda
de nosso Senhor Jesus, com todos os seus santos”.
E o Evangelho começa falando de catástrofes ambientais: “Haverá sinais no
sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações
ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas. Os
homens vão desmaiar de medo, só em pensar no que
vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas”.
Porém a palavra de Jesus não se limita a este anuncio, pelo
contrário, propõe uma saída: “Quando
estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e
erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”. E termina o evangelho afirmando:
“Portanto, ficai
atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força
para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes em pé diante do Filho
do Homem”.
Está claro para todos que a sociedade atual está vivendo
todos estes sinais descritos e muitos outros que podem causar medo e desilusão
em todas as pessoas.
Para os cristãos, certamente esta não é atitude mais
adequada. Sempre e de novo é importante manifestar ao mundo que uma forma
diferente de viver é possível e como afirma o Papa: “A
questão ecológica é vital para a sobrevivência da humanidade e diz respeito a
todas as pessoas” Se se quer um mundo sustentável há que se
começar pela mudança de pequenos hábitos os quais poderão transformar a vida na
sua plenitude. Para que isso seja
possível é importante retomar de novo a oração que se fez no salmo: “Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa
estrada! Vossa
verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação!”.
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sábado, 21 de novembro de 2015
HOMILIA PARA O DOMINGO DE CRISTO REI DO UNIVERSO - 2015
ELE
NOS LIBERTOU DOS NOSSOS PECADOS...
Em
qualquer roda de conversa alguns assuntos são muito frequentes. Dentre eles se
pode recordar futebol, e sobre isso quase todo brasileiro tem uma opinião;
política, e neste ponto os ânimos costumam se exaltar; previsão do tempo, e todos
têm alguma expectativa e finalmente conversa fiada, esta quase sempre depois
que todos os outros assuntos já se esgotaram. Mas no fundo, o cerne de todas as
preocupações é sobre a qualidade de vida, em outras palavras: “Como viver
melhor”!
Neste
domingo, celebrado com um olhar para o título que se dá a Jesus como o “Cristo
Rei do Universo”, os cristãos renovam suas esperanças no único que pode
modificar todas as coisas e garantir que os desejos de todos se realizem.
O
profeta Daniel, escreve num tempo em que muitos foram mortos, outros
perseguidos por causa da fé no Deus único a qual sustentavam com o preço de
suas vidas. Neste contexto o profeta narra uma visão de futuro: “eis que, entre as nuvens do céu, vinha um como filho
de homem, aproximando-se do Ancião de muitos dias, e foi conduzido à sua
presença. Foram-lhe
dados poder, glória e realeza”.
A situação que o povo vivia na época do profeta Daniel, cerca
de 500 anos antes do nascimento de Jesus, não foi muito diferente, cerca de 100
anos depois de Cristo, quando se tem as narrativas do Apocalipse, cujo texto é
lido como segunda leitura deste domingo. No texto do Apocalipse, que foi
escrito para reacender a esperança das comunidades perseguidas, hoje se lê o
texto que diz: “A
vós graça e paz
da parte de Jesus Cristo, a testemunha fiel, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, o soberano dos reis da terra”.
da parte de Jesus Cristo, a testemunha fiel, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, o soberano dos reis da terra”.
Eis que ele vem não confundindo,
nem tampouco limitando o seu reinado aos poderes deste mundo. Quando
interrogado por Pilatos sobre sua condição de Rei, Jesus responde: “'O meu reino não é deste mundo”.
Neste rei, cujo poder não se iguala aos poderes deste mundo os cristãos são confiados a depositar suas
esperanças em um tempo novo e em mais qualidade de vida. É claro que isto não virá
do acaso e sem qualquer esforço pessoal. Acreditar no reinado de Jesus e
perceber que o mundo pode ser melhor por causa desta verdade implica fazer
ressoar em todos os cantos da terra a força do amor.
Cada pessoa é convidada
a ser profeta da esperança, anunciar com a vida e com a palavra que o mundo e
as relações no mundo podem ser diferentes e muito melhores.
Com o salmo deste
domingo todos podem rezar em uma só voz: “Verdadeiros
são os vossos testemunhos, refulge
a santidade em vossa casa, pelos séculos dos séculos, Senhor”.
Nas Igrejas, na sociedade, nas
relações políticas e econômicas leigos e leigas provam sempre mais que para
muito além das meias verdades que se apresentam como absolutas o valor do
Evangelho é muito maior.
Que a oração de todos ajude a cada
um!
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sábado, 14 de novembro de 2015
HOMILIA PARA O DIA 15 DE NOVEMBRO DE 2015
COM
MEU POVO, CELEBRAR A ALVORADA...
Catástrofes
naturais e ambientais pelo Brasil e pelo mundo são mais frequentes do que se imagina.
No Brasil tem se registro desde 1928 desse tipo de acidente e que somadas as
vítimas chegam a mais de 3500 mortos. Nestes dias a mídia se ocupa com a “Lama
de Mariana”. Da mesma forma não são novidades os atentados terroristas os mais
antigos que se tem notícia datam do início do cristianismo, sendo possível
descrever pelo menos 25 atentados de grandes proporções, com ameaça à qualidade
de vida e a dignidade dos povos em todo o mundo. Neste final de semana o mundo
está em alerta por conta do terror que assolou Paris com mais de uma centena de
mortos.
O
profeta Daniel, no texto que se lê hoje fala destas coisas com uma linguagem
simbólica: Muitos são os mortos e oprimidos, tem se a impressão que o fim do
mundo está chegando, mas o profeta aponta para uma chama de esperança: “Naquele tempo se levantará o grande
príncipe defensor dos filhos do teu povo... os que forem sábios brilharão como
estrelas no firmamento...” Tal afirmação implica compreender que Deus
conhece os seus filhos e suas necessidades e não os deixará perecer! A leitura
é um convite para alimentar a esperança.
Com
a mesma simbologia Jesus se apresenta no Evangelho e narra a chegada do Filho
do Homem. Sinais extraordinários estarão acontecendo. Nem o sol e nem a lua
irão brilhar mais, e neste clima de insegurança o Filho do Homem vai aparecer
entre as nuvens. Mas de novo Jesus conclui sua mensagem com uma palavra de
coragem: Aprendam da figueira – ano após ano – os ramos ficam verdes, e vocês
sabem que o verão está chegando. Então não se preocupem com o fim quanto a este
dia, nem os anjos, nem o Filho, mas somente o Pai sabe quando será. Então por
hora, o compromisso e a certeza que permanece para todos é viver a plenitude da
graça, é ser testemunha e presença, fazendo ressoar em todos os cantos da terra
a força do amor. Assim ensinou o poeta: “Peregrinos
na estrada de um mundo desigual... já não sei por onde andar, na esperança eu
me apego ao mutirão. c Quero entoar um canto novo de alegria ao raiar daquele
dia de chegada em nosso chão, com meu povo celebrar a alvorada, minha gente
libertada, lutar não foi em vão”.
O
Reino de Deus, aquele que Cristo garantiu por sua morte e ressurreição já está
presente no mundo, apesar das barbaridades que se costuma ver em todas as
partes, porém cada pessoa é convidada a trabalhar cada dia, vigiar e perseverar,
como se reza no salmo: “Ó
Senhor, sois minha herança e minha taça, meu destino está seguro em vossas mãos! Tenho sempre o Senhor ante meus
olhos, pois
se o tenho a meu lado não vacilo”.
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