SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
REI DO UNIVERSO
Leituras: Daniel, 7,13-4; Salmo 92 (93)
Apocalipse 1,5-8; João 18,33b-37
Provações, desafios, doenças,
fragilidades, cansaço, todas situações que vão se acumulando ao longo do ano e
que causam dor, sofrimento, preocupação, stress e muitas vezes desejo de vingança.
Não é raro que a esta altura do ano se multipliquem os conflitos no trabalho,
nas relações comunitárias e até na família.
Por outro lado o horizonte do
final do ano, a certeza de que um novo tempo é possível e a magia do natal
contribui para amenizar e aliviar os ânimos exaltados próprios deste período
cujo desenrolar foi também de amadurecimento, de realizações e de melhor
compreensão do papel de cada pessoa no contexto da sociedade e da comunidade.
É nesta perspectiva que a
Igreja convida a celebrar neste domingo a Solenidade de Cristo Rei do Universo
e à sua luz a missão dos leigos na Igreja e no mundo.
As leituras sugeridas para as
celebrações comunitárias das assembleias cristãs descreve situações,
e visões apontando novos caminhos. Assim o
Profeta Daniel, na primeira leitura, narra duas visões distintas o sofrimento e
a dor que estão na terra, e que simbolicamente "vem do mar." Ao passo que a vida, o bem e tudo o que é
bom vem do céu e o poder deste não será destruído por nenhuma força ou
provocação humana, diz o profeta:“Foram-lhe dados poder,
glória e realeza,e todos os povos, nações e línguas o serviam: seu poder é um poder eterno
que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá”.
Na mesma perspectiva se pode compreender
a leitura do Apocalipse, livro que foi escrito para reacender a esperança, e no
texto de hoje mostra o que se deu com Jesus, o qual também passou por todas as
provações e sujeições humanas e agora é “O
Testemunha fiel, o primeiro a
ressuscitar dos mortos”.
Tal como Ele respondeu a Pilatos no
diálogo do Evangelho: “O meu reino não é
deste mundo”, entendido de uma forma ampla se pode compreender que Jesus não
teve nenhuma intenção de acumular poder, autoridade, prestígio, força,
dominação. Plenamente encarnado nas fragilidades do seu tempo confirmou que sua
força e ajuda consiste em ajudar todos a vivenciarem alternativas muito além do
que a pequenez daquilo que vem “do mar”,
ou seja, aquilo que se instala nos tronos, poderes e autoridade deste mundo.
Celebrar Cristo Rei implica
compreender que os sofrimentos do cotidiano não vão além do que provações impostas
pelos seres humanos na árdua labuta de cada dia, mas que por conta da
fidelidade do Deus da aliança a comunhão e a vida plena serão vitoriosas.
Assim se reza na missa referindo-se à
pessoa de Jesus que vem como Rei: “Sempre
se mostrou cheio de misericórdia pelos pequenos e pobres, pelos doentes e
pecadores, colocando-se ao lado dos perseguidos e marginalizados. Com a vida e
a palavra anunciou ao mundo que sois Pai e cuidais de todos como filhos e
filhas”.