sexta-feira, 11 de abril de 2025

HOMILIA PARA O DIA 11 DE MAIO 2025 - 4º DOMINGO DA PÁSCOA - ANO C -

 

PASTORES E OVELHAS SE CONHECEM

Neste Quarto Domingo da Páscoa, somos convidados a refletir sobre a figura do Bom Pastor, desafiando-nos a entender essa missão que todos nós somos chamados a exercer em nosso cotidiano. As leituras proclamadas na liturgia da Palavra nos oferecem lições sobre liderança, cuidado e compromisso com os outros.

Em Atos dos Apóstolos, observamos Paulo e Barnabé em sua missão de proclamar a boa nova. Eles seguem uma jornada intensa, encontrando tanto aceitação quanto resistência. Ao anunciarem o Evangelho, percebem que não são apenas portadores de uma mensagem, mas sim pastores que cuidam das ovelhas que Deus colocou em seu caminho. A dificuldade e a rejeição que enfrentam não os desencorajam; ao contrário, eles seguem firmes, alegres por serem considerados dignos de sofrer por causa de Cristo. Essa coragem é um chamado para nós, para que possamos também ser pastores em nossa comunidade, mesmo diante das adversidades.

No Evangelho de João, Jesus se apresenta como o Bom Pastor, afirmando: “Minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem.” Aqui, somos convidados a refletir sobre o que significa ser uma ovelha e, ao mesmo tempo, um pastor. O Bom Pastor não apenas guia, mas também dá a vida por suas ovelhas. Essa entrega radical é o modelo que somos chamados a seguir em nossa própria vida. Jesus destaca a relação de intimidade entre Ele e suas ovelhas, uma relação que deve transparecer em nossos relacionamentos.

A ideia de ser pastor vai além de uma função; ela implica em cuidar, oferecer proteção e orientação. Todos nós, de alguma forma, somos chamados a exercer esse papel em nossa vida. Pode ser em nossa família, na comunidade ou mesmo em grupos de amizade. Cada um de nós tem a oportunidade de ser a voz que acolhe e o coração que ampara. Perguntamo-nos: como podemos exercer essa missão diariamente? Que ações podemos tomar para cuidar dos que estão ao nosso redor, promovendo a unidade e o amor?

Além disso, ao nos tornarmos pastores em nossas pequenas esferas de influência, testificamos o amor de Cristo para aqueles que estão distantes de sua voz. Somos desafiados a ouvir as realidades dos outros e a responder com compaixão e disposição para ajudar. Assim como Jesus conhece suas ovelhas, somos chamados a conhecer e nos importar com as pessoas que nos cercam.

Hoje refletimos sobre nossa essência como pastores e ovelhas, criando um ambiente onde as vozes se escutam e as vidas se interconectam. Que possamos nos colocar à disposição para ouvir a voz do Bom Pastor e, assim, sermos instrumentos dessa mensagem de amor e cuidado em um mundo que tanto precisa.

Vamos levar para casa esta reflexão: como posso agir hoje como um Bom Pastor, seguindo o exemplo de Cristo? Que possamos nos comprometer a amar e a cuidar uns dos outros, reconhecendo que, juntos, somos parte de um único rebanho guiado por Aquele que deu a vida por nós.

Que Deus nos abençoe e nos fortaleça em nossa missão. Amém.

 

quinta-feira, 10 de abril de 2025

HOMILIA PARA O DIA 04 DE MAIO DE 2025 - 3º DOMINGO DA PÁSCOA - ANO C

 Meus irmãos e irmãs, a paz de Cristo esteja convosco!

Neste terceiro domingo da Páscoa, as leituras nos convidam a refletir sobre o testemunho e a missão que nos são confiados, especialmente através da figura de Pedro, um dos pilares da nossa fé. Em Atos dos Apóstolos (At 5,27b-32.40b-41), testemunhamos a coragem de Pedro diante das autoridades religiosas. Ele e os apóstolos são interrogados e reprimidos por pregarem sobre Jesus, mas não se intimidam. Pedro afirma: “É necessário obedecer a Deus antes que aos homens.” Esse simples, mas poderoso testemunho nos ensina que a nossa fidelidade a Cristo deve sempre prevalecer, mesmo diante de dificuldades.

Pedro não apenas fala de sua fé, mas vive-a em sua totalidade. Como testemunha da ressurreição, ele se tornou uma voz firme em um tempo de incertezas. Ele sabia que o impacto de sua mensagem não se limitava a suas palavras, mas se estendia a todo ato de sua vida. Esse testemunho ressoava não só em sua pregação, mas também em sua disposição para sofrer. A Escritura nos lembra que eles saíram do Sinédrio “alegres por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas pelo nome de Jesus”. Como isso nos inspira? Estamos prontos para enfrentar adversidades por nossa fé?

Passando para o Evangelho de João (Jo 21,1-19), encontramos uma cena impactante em que Jesus aparece novamente a Pedro e os outros discípulos à beira do mar de Tiberíades. Esta aparição é fundamental, pois não apenas oferece conforto e paz, mas também reafirma a missão de Pedro. Ao perguntar a Pedro “Você me ama?”, Jesus o comissiona a pastorear suas ovelhas. Aqui, vemos a restauração de Pedro após sua negação. O amor de Jesus é incondicional, transcendendo nossos erros e fraquezas.

A pergunta “Você me ama?” nos toca profundamente. Qual é a nossa resposta a essa pergunta? O amor autêntico a Cristo nos impede de sermos indiferentes diante das necessidades do nosso próximo. Assim como Pedro foi chamado a alimentar as ovelhas, somos convocados a cuidar uns dos outros, a ser luz no mundo e a testemunhar a esperança da ressurreição.

Enquanto contemplamos esses textos, somos desafiados a viver um testemunho cristão firme em nosso cotidiano. Nos momentos de dificuldade, que possamos lembrar das palavras de Pedro em Atos: devemos obedecer a Deus antes que aos homens. E, assim como Pedro, que possamos sentir a renovação em nosso coração, sabendo que somos chamados a amar e a servir.

Neste domingo, que cada um de nós possa renovar sua fé e compromisso com Jesus. Que nossa vida seja um testemunho vibrante da presença do Ressuscitado em nosso meio. Ao sairmos hoje, que possamos levar esta mensagem de esperança, coragem e amor a todos ao nosso redor, lembrando sempre que, em Cristo, somos chamados a ser pescadores de homens.

Que Deus nos abençoe e nos guie em nossa missão. Amém.

terça-feira, 8 de abril de 2025

HOMILIA PARA O DIA 27 DE ABRIL DE 2025 - 2º DOMINGO DA PÁSCOA - ANO C

 

Ó MORTE, ONDE ESTÁ TUA VITÓRIA!

Neste 2º Domingo da Páscoa, continuamos a celebrar a gloriosa ressurreição de nosso Senhor Jesus, a vitória definitiva sobre a morte. A liturgia nos convida a refletir sobre o valor da comunidade que nasceu da sua ação criadora e vivificadora. É essa comunidade a qual Jesus acompanha, fortalecendo-a nas crises e desafios que enfrentamos diariamente.

No evangelho de João, encontramos os apóstolos reunidos em um ambiente de medo e incerteza. As portas estavam trancadas, mas Jesus entrou, não apenas para acalmar seus corações, mas para lhes oferecer a Sua paz. E esse mesmo Jesus ressuscitado continua no meio de nós, em nossa comunidade, garantindo que cada um de nós tenha acesso à Sua presença.

Hoje, somos chamados a entender que a vida nova que recebemos de Jesus se revela na união e no amor fraterno entre nós. A primeira leitura, que descreve a vida da comunidade cristã em Jerusalém, nos mostra um grupo que se destaca pela solidariedade, pelo cuidado com os mais fracos e pela capacidade de fazer o bem. O que testemunhamos ali deveria se refletir em nossa vida! A vida nova que brota da ressurreição não pode ser contida; ela se manifesta em gestos concretos, em ações que falam mais alto que palavras.

Importante também é a visão de João na segunda leitura. Ele nos apresenta o “filho do homem”, que é a chave de toda a história, o princípio e o fim. É em Jesus que encontramos a certeza de que não estamos sozinhos em nossa caminhada. Assim como Ele derrotou a morte, também somos capacitados a vencer as inúmeras dificuldades que a vida nos impõe.

Neste domingo, somos chamados a olhar para nossa comunidade e reconhecer que, se queremos “ver” e “tocar” Jesus ressuscitado, é aqui, no meio de nós, que isso acontece. Nossa vivência, nossa união, nosso apoio mútuo são o testemunho vivo da presença de Cristo entre nós. Que as nossas ações nos tornem um sinal visível da esperança e da vida que recebemos Dele.

Convido todos a refletir: como podemos ser agentes dessa comunidade que acolhe e transforma? Como podemos, em nosso dia a dia, ser porta-vozes da paz e do amor que Jesus nos oferece?

Neste tempo de Páscoa, que nossos corações se encham da alegria e da força que vem da ressurreição. Que possamos viver a nova aliança e ser um verdadeiro testemunho da vida nova que Jesus nos oferece, sozinhos e em comunidade.

Feliz Páscoa! Que a luz de Cristo ressuscitado permaneça em nossos corações, guiando-nos sempre na construção de um mundo melhor.

Amém.

 

HOMILIA PARA O DIA 20 DE ABRIL DE 2025 - DOMINGO DE PÁSCOA - ANO C

 

CAMINHAR JUNTOS À LUZ DO EVANGELHO

Hoje, celebramos a alegria da Páscoa, o dia da ressurreição do Senhor! É uma data que renova nossas esperanças, um convite divino para caminharmos juntos como peregrinos de esperança. Somos chamados a refletir sobre o significado da ressurreição, à luz do evangelho segundo João que ouvimos na liturgia da Palavra.

No relato, Maria Madalena vai ao sepulcro ao amanhecer, e ao encontrar a pedra removida, sua primeira reação é de desespero e confusão. Ela corre para contar aos discípulos, e isso nos mostra que, em momentos de incerteza, é natural sentir medo e angústia. No entanto, ao longo da narrativa, surgem elementos que nos convidam a superar essa angústia: a descoberta do túmulo vazio e a revelação de que Jesus havia ressuscitado.

Quando Maria encontra o túmulo vazio, é um sinal de que algo novo está surgindo. A ressurreição não é apenas a vitória de Cristo sobre a morte, mas também é um convite à transformação e à renovação de nossas vidas. Jesus não está mais entre os mortos, Ele vive! E essa verdade é fundamental para a nossa caminhada como irmãos e irmãs na fé.

Assim como Maria Madalena, todos nós somos convidados a olhar para as nossas vidas e perceber que, mesmo em meio aos túmulos que nos cercam — sejam eles medos, incertezas ou situações desanimadoras — a luz da ressurreição está presente. O que parecia fim, na verdade é um novo começo.

No evangelho, lemos que os discípulos, ao ouvirem Maria, correm ao sepulcro. E aqui, também encontramos mais um ensinamento: a ressurreição é um convite para caminharmos juntos. Não estamos sozinhos nesta jornada; somos chamados a ser comunidade, a apoiar uns aos outros na busca pela esperança e pela fé. É juntos que encontramos a força para superar os desafios e as dificuldades da vida.

Quando Pedro e o outro discípulo chegaram ao sepulcro, eles encontraram os lençóis, mas também foram confrontados com a realidade da fé. O texto diz que "ele viu e acreditou". Esta é uma pista valiosa que nos convida a olhar além da superfície, a mergulhar na profundidade do que significa acreditar na ressurreição. Fé não é apenas saber que Jesus ressuscitou; é permitir que essa verdade transforme nossas vidas e nos impulsione a viver com esperança.

Neste Domingo de Páscoa, que possamos acolher o convite da ressurreição. Que nossa fé nos faça peregrinos de esperança, caminhando juntos na luz de Cristo ressuscitado. Olhemos para o mundo com olhos de renovação e confiar que, assim como o Senhor venceu a morte, também nós podemos vencer nossas tribulações.

Ao celebrarmos a Páscoa, que a alegria da ressurreição nos inspire a ser portadores da esperança. Vamos nos unir como comunidade, como irmãos e irmãs, e levar essa mensagem de amor e vida a todos ao nosso redor.

Feliz Páscoa! Que a luz de Cristo renasça em nossos corações, hoje e sempre.

Amém.

 

HOMILIA PARA O DIA 19 DE ABRIL DE 2025 - SÁBADO SANTO - ANO C

 

SÁBADO SANTO: DIA DA 

CONTEMPLAÇÃO E DA ESPERANÇA

Com a celebração da vigília pascal colocamos um ponto final no silêncio da espera e nos abrimos para a alegria da esperança. Hoje, somos chamados a refletir sobre a transição entre a dor e a ressurreição, entre a morte e a vida plena que Cristo nos oferece. Este dia se destaca como o ponto alto do nosso caminhar na condição de "caminheiros de esperança".

O apóstolo Paulo, em sua carta aos Romanos (Rm 6,3-11), nos recorda que, através do batismo, somos sepultados com Cristo e, ressurgire­mos com Ele para uma nova vida. Essa passagem é um verdadeiro convite à transformação. Ao darmos as costas para o pecado e nos voltarmos para Deus, somos chamados a viver em novidade de vida, como pessoas que experimentam diariamente a redenção.

Vamos parar um momento para refletir: assim como Cristo passou pela morte, nós também enfrentamos muitos desafios e provações em nossa jornada. E é nesse momento de alívio e desânimo que somos convidados a recordar que a ressurreição sempre vem após a dor. Às vezes, podemos sentir que estamos em um sábado de silêncio da nossa própria vida, esperando por algo novo, por uma promessa, por uma luz que ilumine as nossas trevas.

O Salmo 117 (118), que rezamos hoje, ecoa a alegria e gratidão pela bondade e fidelidade de Deus: “Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua misericórdia dura para sempre.” Afirmamos nossa confiança na promessa de que o Senhor está conosco em todos os momentos, mesmo nos mais escuros e difíceis. Ele é a rocha firme, nosso refugio. Neste Sábado Santo, esta mensagem de esperança ressoa intensamente, pois ela nos lembra que a luz da ressurreição está à porta.

Neste silêncio do Sábado, somos convidados a cultivar a esperança. Assim como a semente plantada no solo escuro aguarda a chuva para brotar, estamos nesse espaço de preparação antes do grande dia da Páscoa. É tempo de contemplação, de unir nossos sofrimentos aos de Cristo e confiar que, assim como Ele venceu a morte, também nós seremos levantados de nossas próprias sombras.

Este sábado, irmãos e irmãs, é um convite à espera ativa. Não estamos mergulhados num lamento sem fim, mas numa esperança viva. Esperamos a ressurreição, que não é apenas um evento no calendário, mas uma promessa que permeia nossas vidas. Ao passar por esta hora de silêncio, permita que o seu coração seja tocado pela certeza de que, mesmo no desespero, a vida está prestes a surgir.

Ao nos prepararmos para a grande celebração da Páscoa, que possamos, de coração aberto, permitir que o Espírito nos renove. Que este Sábado Santo seja um dia de transformação, um ponto de encontro com a esperança que nunca decepciona.

Por fim, ao olharmos para a cruz e refletirmos sobre a morte de Cristo, que possamos também nos animar com a certeza de que a vida e a luz sempre seguirão a escuridão. Que o Senhor da vida e da ressurreição renove em nós a fé e a esperança, fazendo de nós verdadeiros agentes de amor e luz neste mundo tão necessitado.

Amém.

 

HOMILIA PARA O DIA 18 DE ABRIL DE 2025 - SEXTA FEIRA DA PAIXÃO - ANO C

 

A Paixão Redentora de Cristo

A sexta-feira nos convida a exercitar nossa experiência de caminheiros de esperança refletindo sobre a Paixão redentora de Cristo. Mergulhados no mistério da cruz procuremos entender as consequências desse ato de amor que Jesus nos ofereceu.

Na Salmo que rezamos na liturgia da paixão, vemos um clamor de dor e confiança. O salmista clama: "Nas tuas mãos entrego o meu espírito." Esta expressão de entrega é exatamente o que vemos em Cristo durante sua crucificação. Ele, também, no momento da maior dor e sofrimento, expressa uma total confiança no Pai. Esse sentimento é um convite a todos nós: em meio ao sofrimento, podemos e devemos entregar nossas vidas nas mãos de Deus. Ele é sempre o nosso refúgio, mesmo nos momentos mais sombrios.

Na Carta aos Hebreus, é ressaltada a humanidade de Jesus. Quando lemos que Ele "também, nos dias da sua vida terrestre, ofereceu orações e súplicas, com forte clamor e lágrimas, a quem podia livrá-lo da morte", somos lembrados de que Cristo, enquanto estava entre nós, vivenciou a dor e a angústia. Isso nos mostra que Deus não é um distante espectador de nossas tribulações; Ele se fez gente e experimentou as mesmas dores que nós.

Jesus não veio para eliminar o sofrimento, mas para transformá-lo. A Sua Paixão é a resposta de Deus ao sofrimento humano. Ele, que é o Filho, se fez servo e passou pelo abismo da dor, nos mostrando que, através da cruz, encontramos a verdadeira redenção. Ele não apenas suporta o sofrimento, mas o oferece, e através dele, nos ensina que a dor pode ser um caminho para a transformação interior.

A Paixão Redentora de Cristo não é apenas um evento histórico, mas um convite a cada um de nós a nos unirmos a Ele em nossos próprios sofrimentos. Quando enfrentamos dificuldades, podemos olhar para a cruz e encontrar esperança. Cristo transforma nossas dores em um ato de amor, e através da Sua entrega, nos dá a chance de vivermos uma vida plena e livre.

Neste momento, somos chamados a contemplar o que significa ser redimido por esse amor. Através da Sua Paixão, a morte e a ressurreição de Cristo não apenas nos oferecem perdão, mas também a oportunidade de viver em plenitude, de sermos agentes de paz e reconciliação neste mundo tão necessitado.

Por isso, ao olharmos para a cruz hoje, não somos apenas testemunhas do sofrimento, mas também da esperança e da vida que se renova. A Paixão de Cristo é a prova do amor de Deus por nós e um convite a vivermos esse amor em nossas relações diárias, a sermos luz na vida dos outros.

Contemplemos o mistério da Paixão com um coração aberto, prontos a receber e a viver a redenção que Cristo nos oferece. Assim como Ele, levar nossas cruzes e, por meio delas, tornarmo-nos portadores de esperança e amor para aqueles que nos cercam.

Amém.

 

segunda-feira, 7 de abril de 2025

HOMILIA PARA O DIA 17 DE ABRIL - QUINTA FEIRA SANTA 2025

 

SERVIÇO, ENTREGA E CUIDADO

Queridos irmãos e irmãs,

Hoje nos reunimos para celebrar a Quinta-feira Santa, o dia que marca o início do Tríduo Pascal e que nos convida a refletir sobre o serviço, a entrega e o cuidado que Jesus teve com seus discípulos e, por extensão, com toda a criação.

Na primeira leitura, do livro do Êxodo, o relato trata da instituição da Páscoa. O Senhor ordena que o povo se lembre do ato salvador que os libertou da escravidão no Egito. As instruções para a celebração da Páscoa demonstram a importância do cuidado e da atenção aos detalhes, pois cada etapa comemorativa é um gesto de amor e respeito pela história e pela vida do povo de Deus.

Ao celebrarmos a Páscoa, somos lembrados de que o verdadeiro sentido desta festividade vai além de um evento histórico. A Páscoa é um chamado ao serviço, à memória de que somos parte de um plano maior de libertação. Assim como aqueles que comeram o cordeiro pascal estavam se preparando para uma nova vida, nós também somos convidados a viver com o mesmo espírito de entrega e serviço em nossas vidas diárias.

Na segunda leitura, na carta aos Coríntios, São Paulo nos recorda a instituição da Eucaristia: “Este é o meu corpo que é dado por vocês; este é o meu sangue que é derramado por vocês.” Aqui, Jesus não apenas institui um sacramento, mas, mais importante ainda, nos chama a experimentar e a viver a doação. A Eucaristia é a expressão máxima do amor de Cristo, um convite à comunhão, mas também um desafio à prática do serviço. Ao partilhar o pão e o vinho, somos convocados a sermos servidores uns dos outros.

Por fim, no Evangelho de João, encontramos uma das cenas mais significativas do serviço cristão: Jesus, o Mestre e Senhor, lavando os pés dos discípulos. Este gesto, muitas vezes considerado um ato de humildade, é, na verdade, uma revolução do entendimento sobre liderança e poder. Ao lavar os pés, Jesus ensina que o verdadeiro líder é aquele que serve. Ele nos desafia a adotar a atitude de humildade e cuidado, não só com aqueles que amamos, mas com todos ao nosso redor.

Hoje, somos chamados a refletir: como temos vivido essa dimensão do serviço? Como podemos ser mais atentos aos que nos cercam? O cuidado com as pessoas e com a obra criada por Deus é um reflexo do amor divino entre nós. Cada ato de bondade, cada gesto de apoio e cada palavra de conforto são formas de manifestar a presença de Cristo em nossas vidas.

Que nesta Quinta-feira Santa, possamos renovar nosso compromisso de servir. Que possamos olhar à nossa volta e alimentar os que têm fome, acolher os que estão sozinhos e cuidar da criação que nos foi confiada. Ao imitarmos o exemplo de Cristo, tornamo-nos verdadeiramente seus discípulos.

Peçamos ao Senhor que nos faça instrumentos de paz e amor, sempre prontos a lavar os pés uns dos outros, lembrando que, em cada ato de serviço, estamos servindo a Ele.

Amém!

 

HOMILIA PARA O DIA 13 DE ABRIL - DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR - ANO C

 JESUS CRISTO MODELO DE AMOR E DE ENTREGA

Queridos irmãos e irmãs,

Ano após ano repetimos o memorial da entrada solene de Jesus em Jerusalém. Ao mesmo tempo entramos na Semana Santa, um convite para refletis sobre o amor e a entrega de Jesus Cristo, nosso Senhor. Ao celebrarmos o memorial da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, somos chamados a contemplar não apenas a aclamação do povo, mas também a realidade que se aproxima: a paixão, a morte e a ressurreição.

1. Servindo com Humildade (Isaías 50,4-7)

O profeta Isaías nos apresenta um servo sofredor, cuja missão é trazer palavras de ânimo e esperança. Ele é descrito como alguém que não se recusa a carregar o fardo da dor e da injustiça. Ao ler essas palavras, percebemos que Jesus encarna essa profecia. Ele, que é o Filho de Deus, assume uma posição de humilhação e serviço. Ele não se esquiva das provações, mas as enfrenta de cabeça erguida.

“Eu não me recusei a ser humilhado”, diz o profeta. Essa é uma mensagem central que ressoa em nossa vida de fé: seguir a Cristo implica em um caminho de humildade e entrega. O verdadeiro poder de Cristo se revela na fragilidade da cruz. Precisamos nos perguntar: como vivemos esse mesmo chamado de servir ao próximo em nossas vidas?

2. A Exaltação de Cristo (Filipenses 2,6-11)

Na carta aos Filipenses, São Paulo nos lembra que Jesus não se apegou a sua divindade e se fez gente. Ele tornou-se obediente até a morte, e, por isso, Deus o exaltou. Por causa dessa atitude “Todo joelho se dobrará”, diz a passagem, apontando que toda a criação reconhecerá a soberania de Cristo. É na cruz que Ele é verdadeiramente glorificado.

Esta exaltação não é apenas para Jesus, mas um convite para todos nós. Ao tomarmos a nossa cruz diariamente, nos unimos a Cristo em sua humilhação, mas também em sua glória. O convite é para reconhecer que, através da nossa dor e sacrifício, a graça de Deus se manifesta. Respeitemos e acolhamos esse mistério em nossas vidas: a cruz é o caminho para a verdadeira exaltação.

3. A Paixão de Cristo (Lucas 23,1-49)

No Evangelho de Lucas, lemos o longo relato da entrega de Jesus nas mãos dos homens, sua condenação e sua crucifixão. A narrativa revela um contraste entre a aclamação de “Hosana” na entrada triunfal em Jerusalém e as palavras de condenação diante de Poncio Pilatos. Cada um de nós está chamado a confrontar nossas próprias palavras e ações. Naqueles gritos de “crucifica-o”, vemos um reflexo das divisões e tensões de nossa sociedade.

Jesus, ao longo de sua paixão, exemplifica o amor incondicional, perguntando ao Pai: “perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem.” Esta é uma lição fundamental para todos nós. O perdão é a chave para a verdadeira liberdade. Em nosso mundo cheio de animosidade e divisão, somos chamados a ser agentes de reconciliação. Assim como Jesus, que se entregou completamente, somos convidados a perdoar e amar, mesmo diante das adversidades.

Conclusão

Irmãos e irmãs, neste Domingo de Ramos, ao levantarmos nossos ramos, que possamos simbolizar a disposição de acolher não apenas a glória, mas também a cruz de Cristo. Que nossas vidas sejam um reflexo do amor e do serviço que Jesus nos ensinou. Que possamos entrar nesta Semana Santa com o coração aberto, prontos para ouvir e viver a mensagem da Paixão.

Peçamos a intercessão de Maria, nossa Mãe, para que, junto dela, possamos perseverar na fé, seguir os passos do Filho e nos tornarmos, também nós, servos do amor.

Amém!