Leituras:
1ª Leitura - Is 43,16-21; Salmo - Sl 125,1-2ab.2cd-3.4-5.6 (R. 3);
2ª Leitura - Fl 3,8-14; Evangelho - Jo
8,1-11
No processo de reconhecer quem
ele é, de onde vem e para onde vai, o ser humano tem consciência de estar
vivendo no meio de duas ausências. Ou seja, vive no presente e está ladeado
pelo passado e pelo futuro, ambos que não existem. Um dos maiores riscos
humanos é viver muito focado nos seus sonhos, ou muito preso na saudade. Nos
dois casos deixa de viver em plenitude o presente correndo o risco de não perceber
o que acontece a cada instante a ao seu redor.
Esta é a mensagem central da
Palavra de Deus deste domingo. Na primeira leitura o profeta convida a comunidade
de Israel para viver em plenitude o presente e perceber que foi criado por Deus
e que vive nele e por ele, razão pela qual não pode se esquecer de cantar os
louvores. Tudo o que aconteceu no passado e tudo o que se realizará no futuro é
percebido na medida em que se pode
cantar os louvores daquele que tudo facilitou para que as coisas se
realizassem.
São Paulo também faz uma
afirmação fantástica dizendo que experimentar a força da ressurreição de Jesus
consiste em viver o tempo presente como maior benefício e vitória. Nada ainda
está completamente realizado, mas é por esta certeza que o mundo será muito
melhor.
E Jesus no evangelho
confirma que sua ação é a realização do
jeito de Deus ser. Nada de castigar, perseguir e diminuir as pessoas, pelo
contrário acolher, perdoar e cuidar. Diante da mulher pecadora e dos pretensos
conhecedores da lei e da autoridade Jesus toma a única medida possível capaz de
fazer perceber que Ele é de Deus: “Mulher, não importa o seu passado, vai, viva
bem o presente e não peques mais”.
Ontem como hoje, são inúmeras as
situações, na Igreja, nas famílias, na sociedade, nas quais aqueles que mandam
e que se julgam melhores que os outros continuam oprimindo e vilipendiando a
dignidade das pessoas. Estabelecem proibições e permissões de acordo com
critérios humanos e a seu modo.
Neste quinto domingo da quaresma
a liturgia convida a não ter medo, não se deixar abater por tudo aquilo que não
é de Deus e não vem dele, pois todos podem ter
a certeza:
"Os que lançam as sementes entre lágrimas,
ceifarão com alegria.
Chorando de tristeza sairão,
espalhando suas sementes;
cantando de alegria voltarão,
carregando os seus feixes"!