sábado, 19 de abril de 2014

DOMINGO DA PÁSCOA - 2014

POR UMA VIDA MAIS BRILHANTE...

Celebrar o domingo da páscoa é reafirmar a crença em condições melhores para a vida de todos. O imaginário popular e também sob o ponto de vista do comércio os sinais utilizados para a páscoa estão repletos de sentido simbólico que apontam para a abundância da vida.
São João Crisóstomo, que vive por volta dos anos 300 depois de Cristo, afirmou: “Reparo que a nossa assembleia é hoje mais brilhante que de costume e que a Igreja de Deus está jubilosa por causa dos seus filhos”.
De fato este é um sentimento que toma conta de todos neste solene domingo da ressurreição por isso em coro a Igreja reunida proclama o salmo 117 e reza: “Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos”.  Esta proclamação é resultado de quem acredita com a mesma confiança com a qual eram animados os primeiros discípulos:  “E nós somos testemunhas de tudo o que Jesus fez na terra dos judeus e em Jerusalém”.
Sem medo cada um, na alegria do seu batismo procura conformar a sua vida com a Palavra que acredita e com a fé que proclama de acordo com o convite que fez São Paulo na carta aos Colossenses: “Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus”.
Para quem acredita nenhum medo é maior do que a esperança, Maria Madalena, na manhã do domingo não teve medo e foi de madrugada quando ainda estava escuro ao túmulo de Jesus. Esta sua coragem lhe rendeu ver primeiro a maravilha que Deus tinha realizado: “Tiraram o Senhor do Sepulcro”.   Na sequência do texto proclamado neste domingo ela mesma encontra Jesus ressuscitado  e logo pode sair proclamando: “Eu vi o Senhor”.

Ontem como hoje, a ressurreição de Jesus continua sendo o fato mais extraordinário e que serve de alimento para reacender a esperança e abrir caminho para uma nova vida. À medida que se crê nas palavras do Evangelho cada pessoa é convidada a celebrar a pascoa deixando-se transformar por essa verdade, não ter medo de amar a Deus na pessoa de cada irmão e não ter medo de proclamar com a boca aquilo que se vive com o coração. 

VIGÍLIA DA PÁSCOA - 2014

EIS A LUZ DE CRISTO...

Poucas situações na vida são tão agradáveis como receber uma boa notícia. Quando tudo parece estar perdido, de repente toma-se conhecimento de que algo inesperado acontece.  A notícia de um novo emprego,  a visita de uma pessoa querida, algum dinheiro que se dava perdido, um amigo que recuperou a saúde e assim por diante.
Pois esta é a sensação dos cristãos que se reúnem na noite da vigília da Páscoa para reviver o mistério da ressurreição de Jesus.  Não sem razão os cristãos confirmam dizendo: “aquilo que era antigo passou; tudo foi renovado”.  
A liturgia do sábado santo, com a bênção do fogo, proclamação da história da salvação na liturgia da Palavra, bênção da água e Eucaristia faz brotar do mais fundo da alma a proclamação da páscoa: “Verdadeiramente é bom e justo cantar ao Pai de todo o coração, e celebrar seu Filho, Jesus Cristo, feito para nós um novo homem”.
Ao iniciar a celebração na penumbra da morte, os cristãos abençoam o fogo e proclamam que acreditar na vida nova que surge da escuridão para a verdadeira luz que nunca se apaga. Ouvindo a longa da história da salvação com as quatro leituras recorda-se toda a ação de Deus em favor daqueles que Ele ama.
Em seguida a bênção da água em cujo sinal os cristãos são lavados  e purificados dos pecados podem finalmente sentar-se à mesa para a comunhão num extraordinário gesto de perdão.
Celebrando a Páscoa do Senhor Ressuscitado a assembleia reunida proclama sua alegria tendo presente todas as vezes que foi capaz de dar a volta por cima vencendo a pobreza, a mágoa, a cobiça, o desejo de vingança, a falta de coragem para lutar. Ao mesmo tempo proclama a certeza que em Cristo Ressuscitado confirmam o seu empenho para que se construa no meio do mundo lugares onde a justiça e a paz triunfem, onde o bem aconteça sempre,  onde o equilíbrio ecológico seja respeitado.
Nesta noite santa os cristãos rezam numa única voz reacendendo a esperança, e como as mulheres de Jerusalém são desafiados  a não guardar essa alegria só para isso: “Não tenham medo. Vão anunciar aos meu irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão”.

Reunidos na mesma fé as comunidades que celebram a vitória de Jesus sobre a morte são fortalecidos para anunciar e fazer acontecer um mundo novo onde todas as coisas tenham um novo começo e um novo fim. 

quinta-feira, 17 de abril de 2014

SEXTA FEIRA DA PAIXÃO - 2014

O JUSTO E SANTO FARÁ JUSTIÇA PARA TODOS


A Sexta feira da paixão faz memória daquele dia no qual “o noivo nos foi tirado”. Celebrar a morte de Jesus de modo solene não é uma valorização da morte e da dor.  Com a celebração da paixão a Igreja convida os seguidores a recordar o nascimento dela mesma. Do lado aberto de Cristo nasce a Igreja e os sacramentos na Igreja.
Ao mesmo tempo é um convite para que todo cristão tenha a determinação de não silenciar ou se acovardar diante dos sofrimentos alheios. Celebrar o Cristo que morre por todos é uma proposta para esperar o dia feliz da vinda gloriosa do Senhor, onde  não haverá mais sofrimento, nem dor e nem morte acontecerá mais.
As três leituras proclamadas na celebração desta sexta feira da paixão recordam as promessas de Deus que se realizam plenamente na pessoa de Jesus que denunciou todas as formas de diminuição da dignidade da vida.
Jesus mostra sua confiança irrestrita em Deus seu Pai, abraça o sofrimento e confirma sua decisão com as palavras: “Tudo está consumado”.
Morrendo, Jesus prova que não há maior amor do que dar a vida pelos que ama. A cruz de Cristo enterra nossos pecados e aponta para a luz no horizonte, ensina a viver com misericórdia e estender a mão a todos os necessitados e sofredores.
O beijo da cruz que se constitui como parte da celebração é uma maneira utilizada pelos cristãos para afirmar que estão dispostos a carregar a cruz para que o mundo tenha vida.
Todos são convidados, depois de rezar por todos,  a aproximar-se do trono da graça afim de se assemelhar a Jesus.


HOMILIA PARA A QUINTA FEIRA SANTA - 2014

VEJAM COMO ELES SE AMAM!


Dificilmente ouve-se alguém dizer que uma pessoa ama a outra por causa das declarações de amor que se trocam mutuamente. Entretanto, muito facilmente se toma conhecimento de gestos, atitudes e hábitos que mostram o amor de uns pelos outros. E então sim estas práticas são valorizadas e até imitadas em certas ocasiões.
Pois é a partir de gestos que ao recordar a vida, paixão e morte de Jesus que os cristãos se reúnem com uma intenção clara e objetiva: traduzir para suas vidas e práticas cotidianas os mesmos sentimentos e hábitos de Jesus e daqueles que lhe seguiram.
A celebração da quinta feira santa tem dois momentos distintos que ensinam a mesma lição. No gesto do Lava-pés os cristãos são convidados a recordar a dimensão de serviço de uns para os outros. E na instituição da Eucaristia aprender repartir e se entregar para que a vida seja plena e mais digna para todos.
A leitura do Antigo Testamento recorda a ação de graças pela ação de Deus que garantiu a liberdade ao povo escravizado. E desde aquele o tempo os judeus nunca mais deixaram de fazer memória deste que foi o maior feito da história do seu povo. A leitura conta com detalhes como Deus os salvou da morte e os libertou da escravidão.
Na mesma direção estão as palavras de São Paulo aos Coríntios. No texto ele recorda o sentido novo que foi dado à Pascoa com a morte e a ressurreição de Jesus. São Paulo insiste que a memória daquilo que Jesus realizou acontece quando os cristãos fazem a experiência da partilha, ao mesmo tempo deixa claro que a falta de solidariedade e de comunhão mostram que os que celebram não aprenderam ainda as lições deixadas por Jesus.
Já a longa narrativa do Lava-pés, não faz nenhuma referência explícita à instituição da Eucaristia, nem tampouco insinua a importância da partilha. Realizado, no contexto de uma refeição, o gesto de Jesus lavar os pés dos discípulos aponta para um hábito que ele acaba recomendando a todos: “Vocês entendem o que acabei de fazer? Se eu o Mestre e Senhor lavei, os pés de vocês, também Vocês devem lavar os pés uns dos outros”.
Dois mil anos depois e noutro contexto social os que acreditam e celebram a memória do Senhor são chamados a fazer gestos de serviço e de promoção da vida de todos. Promover a vida significa ir de encontro com aquilo que o Papa Francisco recomenda: “Preocupem-se uns com os outros, animem-se e ajudem-se mutuamente”.
Que esta seja a primeira e maior lição a ser levada para a vida por todos aqueles que celebram a Quinta Feira Santa  com o Lava-pés e a instituição da Eucaristia.


sábado, 5 de abril de 2014

HOMILIA PARA O DIA 06 DE ABRIL DE 2014

NO SENHOR ESTÁ A GRAÇA E REDENÇÃO


A prática de sepultar os mortos, consolar os vivos  e chorar por aqueles que partiram é uma prática de solidariedade presente em quase todas as culturas. Nos povos latinos o sentimento de cuidado com os mortos é uma forma de manifestar o respeito e a solidariedade por quem partiu e por seus familiares. A Doutrina Católica ensina ainda que rezar com os vivos pelos mortos é uma forma fazer comunhão com todos. 
Não sem razão o Salmo que se reza neste domingo diz assim: Das profundezas eu clamo a vós, Senhor, escutai a minha voz! Vossos ouvidos estejam bem atentos ao clamor da minha prece!”. Trata-se de uma prece que brota do fundo do coração para alguém que é a única esperança e pode não deixar morrer a esperança.
As outras três leituras deste domingo ajudam a compreender a vida a partir desta mesma situação: O profeta Ezequiel faz uma afirmação fantástica: Porei em vós o meu espírito para que vivais”. E São Paulo na Carta aos Romanos afirma: “O Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos mora em vós”.
Estas duas afirmações são confirmadas na longa história da ressurreição de Lázaro. Desde o momento em que Jesus soube da doença do amigo. Vai ao encontro das pessoas sofredoras com pela experiência da morte. Estabelece com Marta um diálogo confortador ao mesmo tempo em que lhe facilita compreender a ação de Deus que pode se realizar para quem crê.
Diante da afirmativa dada por Marta: “Eu creio, Senhor, que tu és o Filho de Deus que deveria vir a este mundo”. Jesus faz acontecer exatamente o que era sonho e desejo de todo Judeu: “Lázaro vem para Fora” e ainda “'Desatai-o e deixai-o caminhar!”.
Ontem como hoje as situações nas quais a morte bate a nossa porta são muitas. Algumas se tratam da morte física, outras da morte espiritual e da morte em diversas circunstâncias humanas. Em todas as situações acreditar na Palavra de Deus é uma condição indispensável para reacender a esperança.
Não calar-se diante das diversas formas de morte provocadas pelo tráfico de pessoas é uma atitude de fé que pedida a cada cristão nesta quaresma. A oração da Igreja ajuda a todos ter convicção como a de Marta e agir como tal: “Eu creio Senhor”.



sábado, 22 de março de 2014

HOMILIA PARA O TERCEIRO DOMINGO DA QUARESMA 2014

HOJE NÃO FECHEIS O CORAÇÃO, MAS OUVI A VOZ DO SENHOR!

O terceiro domingo da quaresma nos coloca diante de uma das realidades mais fundamentais para a sobrevivência humana:  ter ou não ter água ao seu alcance. As noticias dos últimos dias sobre a falta de água em grandes cidades e o baixo nível dos reservatórios que abastecem metrópoles brasileiras trouxe à discussão velhos problemas, tais como a falta de infraestrutura  para atender as crescentes populações nas grandes cidades. Este tema aparece fartamente nas leituras deste domingo, seja para mostrar o sofrimento humano dos envolvidos, seja para mostrar a necessidade de buscar socorro onde se pode achar.
Assim no livro do Êxodo o povo está revoltado com a falta de água provada na longa travessia do deserto. Moisés, preocupado com tudo,  não tem uma alternativa que responda aos reclames do povo.  Faz exatamente aquilo que pode ser feito também na atualidade. Busca conselho com alguém mais experiente. Neste caso com Deus. E a resposta é decisiva:  “Vai até o rochedo do monte Horeb e provoque um ferimento na pedra”.  A ação de Moisés é confirmada pela presença de Deus e de onde parecia impossível, surge água para atender as necessidades de todos.
Por isso também  os cristãos são convidados a rezar no salmo: “Não fechem os corações, ouçam antes a voz de Deus”.  A voz de Deus, São Paulo afirma  que  se fez ouvir na pessoa de Jesus Cristo  desde muito tempo, antes ainda que o mundo tivesse consciência dessa verdade.
A longa história da mulher Samaritana permite ainda melhor compreender como Jesus é verdadeiramente humano e divino. Humano que cansa e experimenta a  sede e outros sofrimentos, nesta condição procura abrigo nos recursos humanos.  Divino que oferece sua condição para modificar a atenuar os sofrimentos alheios.
Diante do poço estabelece um diálogo capaz de transformar a anônima mulher pecadora em missionária e testemunha dos sinais que Deus estava realizando.
Do mesmo modo que a mulher samaritana deixou sua vasilha junto ao poço que lhe parecia seguro, os cristãos são convidados, por meio da oração, do jejum, da esmola e da penitência deste tempo, a sair das suas certezas e procurar outros lugares  e alternativas para saciar sua sede de vida e de verdade.
A oração da Igreja reunida é uma forma de dar coragem a todos.



sábado, 15 de março de 2014

HOMILIA PARA O DIA 16 DE MARÇO DE 2014

SOBRE NÓS VENHA SENHOR, A VOSSA GRAÇA.

As noticias desta semana falando sobre guerra na Rússia, desaparecimento de avião na China, manifestações violentas em diversas cidades brasileiras,  crise política em Brasília, especulações sobre a fragilidade da economia no Brasil. São situações que preocupam a todos e dizem respeito ao nosso dia.  
Diante destes fatos é claro que vem a mente a força da nossa fé e imediatamente brota do íntimo de cada pessoa uma prece: Deus nos livre! Este sentimento aparece no salmo que se reza na missa, quando diz: “O Senhor pousa o olhar sobre os que o temem,/ e que confiam esperando em seu amor,/ para da morte libertar as suas vidas/ e alimentá-los quando é tempo de penúria”.
E de sobra as três leituras na missa deste 2º domingo da quaresma, são uma força diante de situações que o povo daquele tempo também experimentou. Para Abraão, que foi convidado, recomeçar a vida em uma terra estranha, com todas as dificuldades que esta atitude exige Deus faz uma promessa: “Farei de ti um grande povo e te abençoarei; engrandecerei o teu nome, de modo que ele se torne uma bênção”.
Para Timóteo, São Paulo, escreve: “Deus nos salvou e nos chamou com uma vocação santa, não devido às nossas obras, mas em virtude do seu desígnio e da sua graça, que nos foi dada em Cristo Jesus, desde toda a eternidade”.
E aos discípulos, atordoados com o que estavam vendo, não compreendendo o encontro de Jesus com os profetas e muito menos o assunto que conversavam, Jesus consola dizendo: “Não conteis a ninguém esta visão até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dos mortos”.
No conjunto as três leituras são um convite próprio para as dificuldades que o mundo está vivendo, um anuncio de esperança para o tempo da quaresma e uma certeza para os cristãos do terceiro milênio: “No Senhor nós esperamos confiantes,/ porque ele é nosso auxílio e proteção!”.

Que a penitência da quaresma, o jejum, a esmola e a oração fortaleça e faça compreender a mão de Deus que acolhe, perdoa, reanima e conduz. 

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 23 DE FEVEREIRO DE 2014

É NECESSÁRIO IR ALÉM

Aristóteles, sábio grego que viveu por volta do ano 500 A.C já afirmava: Nós nos transformamos naquilo que praticamos com freqüência. A perfeição, portanto, não é um ato isolado. É um hábito.”

Na atualidade é possível perceber como essa verdade se confirma com uma frequência extraordinária. Os atos de bondade e de retidão são reconhecidos diariamente e muitas pessoas são chamadas de santos.

As leituras deste domingo apontam também nesta direção: No livro do Levítico aparece um convite claro e possível para todos: “Fala a toda a comunidade dos filhos de Israel, e dize-lhes: Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo”.

E no salmo de resposta a assembleia é convidada a rezar reconhecendo a bondade de Deus: “O Senhor é indulgente, é favorável, é paciente, é bondoso e compassivo. Não nos trata como exigem nossas faltas, nem nos pune em proporção às nossas culpas.”

Entretanto, a ninguém é dado o direito de julgar-se melhor, ou superior aos demais. São Paulo afirma: “Se algum de vós pensa que é sábio nas coisas deste  mundo, reconheça sua insensatez, para se tornar sábio de verdade; pois a sabedoria deste mundo é insensatez diante de Deus”.

E no Evangelho Jesus reitera o convite fazendo uma série de observações em relação a fatos do dia fazendo perceber que a perfeição consiste em ir muito além do que cumprir as regras e normas. E conclui com um convite: “Rezem por aqueles que lhes perseguem e procurem ser perfeitos como o Pai celeste é perfeito”.

Reunidos na assembleia de oração a igreja inteira é convidada a rezar juntos para que a humanidade seja toda ela mais perfeita e se confirme como imagem e semelhança do criador. 

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

HOMILIA NA FESTA DA VINDIMA EM RONDINHA VIDEIRA - SC - 02/02/2014

HOMILIA

“Comare vien catar-me, vien catar-me si oh nó.
Oh tanto a far ma vegnaró”. Queste parole di una canzione del folklore italiano é giusta per questi di di festa della Vendemmia. Tutti quanti anno tanto laoro per far tutti di, ma una volta al’nno si sta insieme per tre giorni di festa. L’stessa cosa i nostri noni fazea tutti le domeniche i si catea insime per la preghiera, isieme i dizea la corona i fea canti a ala vergine e al suo figlio Gesu. La chiesa continua invitare a tutti a fare la stessa cosa: rinunir-se nel di del Signore – domenica – pregare insieme, ascoltare la Parola di Dio e miglorare la vita di tutti da per tutto.
Oggi abbiamo sentito le letura che ghe dizea: “Tornate da Dio tutti le persone che sono umili in questa cità, Tornate a Dio tutti quanti sono obdiente al Signore. Fate le cose buone e giusti”.
San Paolo nella seconda letura il ga detto: Fratelli e sorele – ricordate dove viene sapete como era la vostra vita. Sapete que i nostri vechie ano seentito la Parola de Dio e sono stato pieni di vita e di Gioia”.
E Gesu nel vagelo invita d’esse umili, misericordiosi, di avere un buon cuore, laorare nel pace, non fare confusione e ne meno dire buzie i conclude quelle che vivano cosi sarano Beati – cioè – felicce!
Noi siamo qui perche da vero abbiamo imparato tutto questo dei nostri noni e vogliamo con l’aiuto del Signore e con la preghiera dei fratelli continuare da vivere cosi.
Per questo lo ricordiamo spesso tutto quello che anno insegnate i nostri noni. Cé una canzione folclórica italiana – belìssima – che ghe dize cosi:




BISOGNA RICORDARSE DEI NOSTRI BISNONI



Faze più de cento ani,
che i taliani qua i zé rivai;
Zé rivati de bastimento,
i gà sofresto pezo que animai;
I gà trovato puro mato,
sensa querte i dormiva in tera;
I gà lutà tanto tanto,
quasi come èser ne la guera.

Bisogna recordarse de i nostri bisnoni
che grasie a lori poi noi semo qua!

De manara i taieva le piante,
per piantare formento e milio;
Quelo zera per el suo sustento,
pena rivati qua nte sto paise;
I gà piantà tanti vignai,
i gà inpienesto le bote de vin;
L' era Italiani che ghe fea veder,
la so forsa a tuto l Brasil.

Bisogna recordarse de i nostri bisnoni 
che grasie a lori poi noi semo qua! 

La domenica i ndeva a mesa,
fioi e fiole e i sui genitori; 
I gaveva tanta fede a Dio,
che zé pupà anca de tuti noi; 
Se tuta la gente del mondo,
fose stata come i nostri bisnoni,
deso el mondo el saria ben nantro,
sensa guera e meno povertà! 

Bisogna recordarse de i nostri bisnoni 
che grasie a lori poi noi semo qua! 

Quando l'era giorni de festa,
se reuniva diverse fameie;
I canteva, i giugheva a le boce,
giugar carte i pasea note intiere;
Ben contenti i giugheva a la mora,
e i beveva anca tanto vin;
Quando che ghe bateva la fame,
i magnea polenta e scodeghin.

Bisogna recordarse de i nostri bisnoni 
che grasie a lori poi noi semo qua! 

Vardé adeso, me cari frateli,
che cità e che bele colonie;
Tante strade e che grande industrie,
che i ga fato per noi ver più sorte;
Noi qua adeso gavemo de tuto, 
ascolté cosa che mi ve digo:
Recordeve de i nostri Italiani,
che adeso i è là ntel paradizo!

Bisogna recordarse de i nostri bisnoni 
che grasie a lori poi noi semo qua!

HOMILIA PARA O DIA 09 DE FEVEREIRO DE 2014.

4º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO A – 2014

Dentre as matérias de destaque nos noticiários desta semana uma delas causou impacto maior na população e nos meios políticos. Um apagão deixou cerca de 6 milhões de pessoas sem energia. À parte das segundas intenções por traz das reportagens é certo que a falta de energia causa medo e prejuízos.
Pois é exatamente sobre esse tema que falam as leituras deste domingo. O profeta Isaías afirma que aquele que é capaz de ter um coração aberto, que acolhe o necessitado terá sua vida iluminada como uma luz ao meio dia.
Com a intenção de fortalecer a fé e se confirmar como luz que brilha para os justos os cristãos se reúnem todas as semanas em oração comunitária. Neste domingo em assembléia se reza: “Uma luz brilha nas trevas para o justo, permanece para sempre o bem que fez”.
E o próprio Jesus faz um convite para todos os que ouvem a sua palavra: “Assim também brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus”.
Na verdade, a oração e a Palavra de Deus ouvida tem um objetivo bem claro: Colocar aqueles que rezam e que ouvem em confronto com a sua prática de cada dia. É importante ter a coragem de enxergar as necessidades e os sofrimentos e não vacilar no que se refere a condição de ser  luz para o mundo e serviço à caridade e ao bem para todos.

A luz que brilhou para todos no dia do batismo precisa se tornar, por toda a existência, uma prática de boas obras, de vida coerente e de prática da justiça.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

DOMINGO DIA 19 DE JANEIRO DE 2014


SEGUNDO DOMINGO DO TEMPO COMUM 2014

Na liturgia da Igreja o tempo denominado “comum”, longe de significar como de pouca importância, pelo contrário, implica compreender que se trata de um período no qual os cristãos assumem no seu cotidiano a missão que receberam pela graça dos sacramentos.
Por isso neste domingo se reza no salmo: “Eis que venho, Senhor, com prazer faço a vossa vontade!”.
Esta abertura para a realização do projeto de Deus no meio do mundo foi um sonho de todos os povos. O profeta Isaias já insistia com os seus conterrâneos: “Não basta seres meu Servo para restaurar as tribos de Jacó e reconduzir os remanescentes de Israel: eu te farei luz das nações, para que minha salvação chegue até aos confins da terra”. 

São Paulo escreve aos Coríntios dizendo: Aos que foram santificados em Cristo Jesus, chamados a ser santos junto com todos que,  em qualquer lugar, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso. Para vós, graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo”.

O testemunho dado por João Batista em relação a Jesus se concretiza no sacramento que o cristão recebe e portanto dele se pede a mesma atitude de Jesus: Ser um sinal de Deus nas adversidades do mundo. Convite que se pode perceber na frase do Evangelho: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”.

Dito de outra maneira. Todo cristão é ungido para ser no seu dia a dia luz para todos em todos os lugares, portador da Graça e da paz de Deus a fim de que o mundo creia e crendo viva melhor. Por isso mesmo no dia do batismo o ministro reza enquanto unge a testa do batizado com óleo perfumado: ‘Você foi ungido para ser no mundo sinal de Jesus Cristo – Sacerdote, profeta e pastor”

A oração de todos na assembleia reunida é uma força ao mesmo tempo que encorajamento para cada pessoa na sua missão cotidiana. 

DOMINGO DIA 12 DE JANEIRO DE 2014

HOMILIA PARA O DOMINGO DO BATISMO DO SENHOR 2014

Apresentar os filhos para o Sacramento do Batismo é, normalmente, um dos desejos mais urgentes que as famílias cristãs cultivam em relação à Igreja. Não poucas vezes esta atitude vem carregada de interpretações nem sempre muito claras e as vezes pouca compreensão do significado desta graça que Deus concede ao ser humano. Outras vezes as normas pastorais das Igrejas colocam dificuldades para que isso se realize.  Em relação a isso o Papa  Francisco declarou recentemente: “Somos muitas vezes controladores da fé, em vez de facilitadores”
No segundo domingo do ano, a Igreja coloca a memória do dia em Jesus se apresentou no Rio Jordão para ser batizado por João Batista. As leituras da Palavra de Deus proclamadas para esta esta ocasião ajudam melhor compreender a dimensão que o batismo tem na vida daquele que recebe.
Deste modo o profeta Isaias descreve a missão daquele que foi escolhido por Deus: Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te  tomei pela mão; eu te formei e te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações, para abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas”.
Com esta certeza todos rezam com o Salmo: “Filhos de Deus, tributai ao Senhor, tributai-lhe a glória e o poder! Dai-lhe a glória devida ao seu nome; adorai-o com santo ornamento!”.
E os Atos dos Apóstolos anunciam o que fez Jesus a partir do seu batismo fazendo com isso uma ação a ser imitada por todos os que recebem a mesma herança: “Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judéia, a começar pela Galiléia, depois do batismo pregado por João: como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio; porque Deus estava com ele”.
Tal condição se dá pelo reconhecimento da voz de Deus, que se pode ouvir no texto do Evangelho: “Depois de ser batizado, Jesus saiu logo da água. Então o céu se abriu e Jesus viu o Espírito de Deus, descendo como pomba e vindo pousar sobre ele. E do céu veio uma voz que dizia: 'Este é o meu Filho amado, no qual eu pus o meu agrado'.
A mesma condição que se reconhece para Jesus em relação ao plano de Deus Pai pode ser aplicada a todos os que recebem o sacramento do Batismo na atualidade, isto é: Ser luz das nações, fazer o bem a todos, reconhecer-se como Filho amado do Pai.

A oração da Igreja é uma ajuda indispensável para aqueles que desejam levar a sério o sacramento do Batismo. 

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

HOMILIA PARA O DOMINGO DA EPIFANIA DO SENHOR

A LUZ BRILHA PARA TODOS

É muito utilizada a expressão: “O Sol nasce para todos” e também: “todos tem um lugar ao sol”.  No cotidiano das relações estas e outras frases representam o desejo de qualidade e dignidade na vida. Uma semana depois do natal a Igreja propõe a celebração da manifestação do Senhor, na festa que é também chamada “dia de Reis” ou epifania.
A liturgia apresenta a pessoa de Jesus como o sol que brilha para todos e que tudo ilumina e por isso mesmo a oração da Igreja pede a graça de contemplá-lo face a face. As leituras são a afirmação de tudo o que Deus realizou em favor do seu povo e que se estende para todos os tempos.
O profeta Isaias fez um convite ao povo de Jerusalém que é perfeitamente aplicável aos dias de hoje: “Levanta-te e acende as luzes, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor e ao vê-la ficarás radiante, com o coração batendo forte e todos proclamando a glória do Senhor”.
São Paulo, conclama os amigos de Éfeso a reconhecer a “graça que Deus concedeu para realizar o seu plano na pessoa de Jesus Cristo”.  O Recém nascido que provocou alvoroço em todo o mundo conhecido de outrora é o Senhor a quem se reconhece como único salvador da humanidade.
Jesus, luz de todo ser que vem a este mundo  é que merece o louvor e adoração e por causa do seu reconhecimento pede também a coragem de ter a mesma atitude dos magos: “retomar a vida por outro caminho”.

Neste primeiro domingo de 2014 a igreja reunida reza reconhecendo o Senhor Jesus como luz verdadeira que brilha para todos e que aponta novos caminhos para os novos tempos. Que este sonho aconteça e todos se deixem guiar pela “voz do menino de Belém” que se faz ouvir no sinais dos tempos.

HOMILIA PARA O DIA DO ANO NOVO 2014

AÇÃO DE GRAÇAS NO DIA UNIVERSAL DO PAZ

A existência humana é feita de atos contínuos que vão sendo marcados por novos recomeços. Assim se recomeça anualmente o plantio e a colheita, o fim e o inicio do ano escolar, a compra e a venda de bens duráveis e de consumo, e assim por diante.
Os 365 dias do ano, organizados em semanas e meses marcam também um constante reinício na vida das pessoas. Faz parte dos desejos humanos a necessidade de estabelecer metas que se quer alcançar antes de cada nova etapa na vida.
Concluindo o ano e iniciando outro uma das metas a que se propõem a humanidade é a conquista da paz. Ano após ano este desejo adquire novas interpretações e explicações.  As nações que são vítimas de ataques terroristas prometem sistemas mais eficazes de vigilância e controle.
Aqueles que, muitas vezes, promovem a guerra anunciam tempos de paz, os desejos das pessoas e das famílias se resume na expressão; “Feliz Ano Novo”.  O Papa Francisco escreveu uma mensagem para o dia da paz, na qual ele pede que seja promovido o desenvolvimento econômico, respeitoso da dignidade de todas as pessoas e de todos os povos como novo nome da paz.
A Igreja  sugere a oração de todos para que a paz aconteça e faz isso inspirada no gesto de Maria que deu ao mundo o Salvador. Neste sentido as leituras proclamadas neste dia apontam para a realização desta elementar necessidade.
No livro dos números  o autor associa a paz à Bênção do Senhor fazendo um pedido: “O Senhor te abençoe e te guarde! Faça brilhar sobre você a sua face e se compadeça de ti! O Senhor volte para você o seu rosto e lhe dê a paz”.
Numa só voz a assembleia reza no salmo: “Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção”, que se realiza no sinal extraordinário que foi dado ao mundo pelo nascimento de Jesus: “Quando se completou o tempo, Deus enviou o seu Filho para que ninguém mais seja escravo de nada, pelo contrário sinta-se herdeiro da graça”.
O dom maior da paz é transmitido aos pastores que reconhecem  no menino de Belém a realização da profecia e por esta razão voltam glorificando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido.

É assim que também cada cristão é convidado a celebrar a ação de graças e o novo ano reconhecendo na pessoa de Jesus o Emanuel, Deus conosco, Príncipe da paz. Rezando e empenhando esforços para que a paz realmente aconteça com todos em todos os lugares. 

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

HOMILIA PARA O DOMINGO DA SAGRADA FAMÍLIA 2013

COMO É BOM TER FAMÍLIA...

Não são necessários grandes estudos  para compreender a importância das relações familiares.  Desde muito tempo o ser humano tem certeza que nasceu para se relacionar com o outro e que é na dinâmica relacional que ele se completa. Dito em outras palavras o ser humano nasce pronto, mas não completo, ele só se completa na relação com o outro. A relação mais elementar do ser humano é a família. A constituição brasileira de 1988 descreve a família como “a base da sociedade e afirma que esta relação merece a proteção do estado”.  Dentre os sentimentos mais nobres que o natal permite cultivar está o espírito de família, não sem razão a Igreja coloca o primeiro domingo depois do Natal a memória da Sagrada Família de Nazaré.

As orações e a Palavra de Deus escolhida para este domingo são a confirmação do que é o sentimento humano também na atualidade.  O livro do Eclesiástico fala de uma verdade que toca profundamente a realidade das relações familiares: “Deus honra o pai nos filhos e confirma, sobre eles, a autoridade da mãe. Quem honra o seu pai, alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los e será ouvido na oração quotidiana. Quem respeita a sua mãe é como alguém que ajunta tesouros”.

Dentre os medos da sociedade moderna, um deles está totalmente relacionado com esta afirmação, isto é, onde falta o respeito e o perdão, abre-se lugar para todo tipo de pecado, de discórdia e naturalmente nenhum tesouro se acumula ali.

Numa proporção maior a Salmo faz perceber que as vivências na família precisam e podem ser estendidas na relação com Deus, por isso mesmo se reza: Feliz és tu se temes o Senhor e trilhas seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos hás de viver, serás feliz, tudo irá bem!”.

São Paulo escreve aos Colossenses e faz um convite que precisa ser estendido às famílias contemporâneas: “Vós sois amados por Deus, sois os seus santos eleitos. Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai vós também”.

Naturalmente que ninguém precisa se iludir pensando que esta situação pode ser vivida em todas as famílias e que nenhum sofrimento, tristeza ou provação vá se abater  mesmo em quem  confia no Senhor. O relato do evangelho é um convite à coragem, no caso da família de Nazaré por conta das ameaças contra a vida  que o sistema impunha naquela ocasião.

Rezar, hoje, celebrando a Sagrada Família é um convite a viver sob o olhar de Deus, vivenciado o que sugere o livro do Eclesiástico e o que afirma São Paulo, mas, sobretudo, tendo coragem para enfrentar as ameaças pelas quais passa a família na atualidade. Não se pode esquecer que a fraternidade entre todos tem seu ninho na família e que a medida que ela aconteça vai se construindo a paz. 

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

HOMILIA PARA O NATAL DE 2013

DEUS FALA...

A compreensão contemporânea de inclusão e respeito às diferenças facilita muitas formas de falar, de ouvir, de compreender e ser compreendido. As inúmeras correntes de espiritualidade ensinam que se pode ver e ouvir Deus sob diversas formas.  A celebração do Natal é certamente uma das vias privilegiadas para se ver e ouvir Deus.  Nas leituras escolhidas para as celebrações desta ocasião são proclamados textos do profeta Isaias, da Carta aos Hebreus e do Evangelho de João.
Em todos os textos a tônica se repete:  “Todos verão a salvação que vem do nosso Deus”.  O profeta Isaias anuncia uma grande maravilha para quem já não tinha mais esperança: “Como são belos, andando sobre os montes os pés de quem anuncia e prega a paz, de quem anuncia o bem e prega a salvação, e diz a Sião: 'Reina teu Deus!”
Desta certeza brota um convite ao louvor universal, que se repete nas celebrações com a oração do salmo: Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa e da cítara suave! Aclamai, com os clarins e as trombetas, ao Senhor, o nosso Rei!”.
Muito tempo depois São reafirma suas certezas em relação ao Filho de Deus e sobre Ele afirma: Este é o esplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser. Ele sustenta o universo com o poder de sua palavra. Tendo feito a purificação dos pecados, ele sentou-se à direita da majestade divina, nas alturas”.
A pessoa de quem fala a carta aos Hebreus é a Palavra que se fez ser humano conforme conta João no Evangelho: No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. No princípio estava ela com Deus. E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como filho unigênito, cheio de graça e de verdade”.
Em resumo, o Natal significa ouvir e reconhecer a voz de Deus, claro que na Palavra proclamada, mas muito e de modo bem concreto em cada pessoa com que se estabelece relações, sejam familiares, profissionais, de amizade ou qualquer outro laço.
Deus aí está que ele possa ser reconhecido e que a vida ao longo do próximo ano seja ainda melhor porque cada pessoa pode repetir com gestos e palavras o sonho do profeta Isaias: Como são belos, andando sobre os montes, os pés de quem anuncia e prega a paz”.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

HOMILIA PARA O DOMINGO 22 DE DEZEMBRO DE 2013

DEUS E HOMEM VERDADEIRO, LUZ DA LUZ, 
GERADO NÃO CRIADO...

Dentre as chamadas “verdades de fé” uma delas  os cristãos proclamam, muitas vezes sem perceber a força da expressão: “Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem”.  Frequentemente é proclamado isso sem a devida compreensão do significado. O tempo de preparação para o Natal ajuda perceber o alcance desta verdade e traz para o cotidiano palavras e textos da Sagrada Escritura que facilitam melhor compreender o que se reza sem entender.
Assim escreve Paulo aos cristão de Roma: Eu, Paulo, servo de Jesus Cristo, apóstolo por vocação,escolhido para o Evangelho de Deus, Esse Evangelho, que Deus havia prometido, por meio de seus profetas, nas Sagradas Escrituras, e que diz respeito a seu Filho, descendente de Davi segundo a carne, autenticado como Filho de Deus.” E continua com uma afirmação que é endereçada a toda a humanidade nesta véspera do Natal: graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e de nosso Senhor, Jesus Cristo”.

O Senhor Jesus Cristo cuja paz e graça São Paulo anuncia a todos é o Filho de Maria que recebeu o nome de Jesus, cuja história é narrada com detalhes no evangelho deste domingo.

Assim ganha ainda mais importância a oração de todos no salmo: O rei da glória é o Senhor onipotente; abrí as portas para que ele possa entrar”.


Esta é certamente a mensagem mais importante neste último domingo do advento de 2013: Eis que Deus vai realizar grandes sinais em favor do seu povo, não é necessário molestá-lo pedindo isso e tantas vezes aquilo, antes de tudo é importante confiar: “Ao Senhor pertence a terra e tudo o que ela encerra”“.  

HOMILIA PARA O DIA 15 DE DEZEMBRO DE 2013

ONDE NASCE O AMOR, COLHE-SE  PÃO PARA A FOME...


É muito comum na atualidade a prática da chamada “teologia da prosperidade”, expressão que pode ser entendida como: “barganha com Deus”.  Não falta quem anuncia milagres, curas, sinais extraordinários, otimismo exagerado e assim por diante.  O tempo do Advento é  um período próprio para  alimentar o otimismo, não no sentido  espetacularizado como se faz com grande frequência. Trata-se de um tempo para mostrar que o horizonte está próximo.

Esta pode ser a ideia central que se compreende nas leituras deste terceiro domingo.  O profeta começa com um anúncio de alegria: “Alegre-se a terra que era deserta e intransitável, exulte a solidão e floresça como um lírio”. Não se trata de um anúncio gratuito, pelo contrário, trata-se de uma visita extraordinária: “Vede, é vosso Deus, que vem, é a recompensa de Deus; é ele que vem para vos salvar”. A intervenção de Deus tem uma finalidade que se traduz em alegria conforme canta o salmo: “O Senhor é fiel para sempre, faz justiça aos que são oprimidos; ele dá alimento aos famintos, é o Senhor quem liberta os cativos”.

Na Segunda Leitura São Paulo faz um convite para a perseverança, certo está que os sinais de Deus nem sempre são reconhecidos no imediatismo das ações humanas e faz uma recomendação: “Ficai firmes até à vinda do Senhor. Vede o agricultor: ele espera o precioso fruto da terra e fica firme até cair a chuva do outono ou da primavera. Também vós, ficai firmes e fortalecei vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima”.

Esta a situação que Jesus mostra aos discípulos de João, quando perguntado sobre o messias. A resposta indica a perseverança e a observação dos frutos que se podem ver: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados”.

Ontem como hoje, a Palavra de Deus tem uma intenção  e um destino. A vida e os corações de todos e por conta disto é importante não se deixar levar por promessas mirabolantes, nem tampouco afundar-se na descrença perdendo a esperança.


A proximidade do natal reforça o convite: fiquem firmes e fortaleçam seus corações! 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO - 2013


SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO

A figura e o papel da mulher sempre fizeram parte da problemática relação humana. Desde a sua origem o
ser humano se pergunta e aponta alternativas para responder de modo mais adequado as questões que dizem respeito à relação entre homem e mulher. Nos últimos 50 anos a mulher foi cada vez mais ocupando espaço na sociedade e o modelo tido em outros tempos como adequado para a Ela, de longe foi superado. Elas estão na escola, nas empresas, na política, na Igreja, em todos os lugares. Pode-se dizer que é praticamente impossível comparar o papel da mulher ontem e hoje. É exatamente isso que se houve nas leituras da Palavra de Deus neste domingo que a Igreja dedica aos méritos de Maria – mãe de Jesus.
Assim o livro do Gênesis relata um modelo de mulher  que, fragilizada pela sua condição, está sujeita ao pecado e expõe o mundo todo à mesma situação. Mas, apesar disso trata-se de uma mulher forte que é capaz de ferir a cabeça da serpente, símbolo do pecado, e por essa condição recebe o título de mãe de todos os viventes.
Claro está que diante desta realidade é possível antecipar o que irá acontecer e todos cantam como se faz na liturgia deste domingo: Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória”.
O texto de São Paulo aos Efésios pode ser entendido à luz do que Ele também fala aos Gálatas: ‘Quando se completou o tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher’, nesta carta Paulo afirma: “Em Cristo, ele nos escolheu, antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob o seu olhar, no amor”. Dito isto se pode compreender o que significa ser amado por Deus e predestinado.  Condição que a Igreja aplica à figura de Maria, escolhida sem pecado, predestinada a ser a mãe, mulher forte, daquele em quem o mundo foi escolhido para herdeiro da graça.
O relato do evangelho, detalhando o modo como Maria compreendeu o mistério que envolvia sua escolha para ser a Mãe do Senhor, mais uma vez faz perceber como se apresenta o amor de Deus para com a humanidade e a importância da figura da mulher no meio do mundo. Não sem razão em Maria podem-se inspirar todos os que precisam de força diante das fragilidades que o mundo, muitas vezes impõe.

Celebrar a Imaculada é também confiar-se à força da mulher que desde a criação foi chamada “Mãe de todos os viventes”. Que o evangelho e a oração de todos ajude todos e cada um compreender o alcance da maternidade de Maria e sua presença no cotidiano.