sexta-feira, 28 de novembro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 30 DE NOVEMBRO DE 2014

BRILHE A VOSSA LUZ...

Os noticiários desta semana acenaram para uma situação que a liturgia deste domingo tem em alta estima. O tempo do advento nos quatro domingos que antecedem o natal é repleto desta certeza, isto é, o Cristão vive da e na Esperança.
Podemos citar a viagem do Papa à Turquia com seu apelo pelo diálogo e a tolerância entre as religiões, no Brasil o anúncio da nova equipe econômica do governo que reacendeu as luzes da credibilidade no crescimento e na garantia de estabilidade da economia. As multidões que foram as lojas na sexta fera de promoções, o estado de saúde do rei Pelé.  Todas estas tem seu fio condutor na Esperança de que algo bom possa acontecer.
Isto é o advento, faz os cristãos se sentirem ávidos e grávidos de esperança.  O profeta Isaías proclama: “Ah! se rompesses os céus e descesses! As montanhas se desmanchariam diante de ti... Vens ao encontro de quem pratica a justiça com alegria, de quem se lembra de ti em teus caminhos”. O profeta tem certeza que Deus trata a cada um como se dele fosse um pai. Toda a primeira leitura é eco de Esperança.
Do mesmo modo a resposta que os cristãos rezam no salmo de resposta: “Voltai-vos para nós, Deus do universo! Olhai dos altos céus e observai. Visitai a vossa vinha e protegei-a! Foi a vossa mão direita que a plantou; protegei-a, e ao rebento que firmastes!”.
Aos coríntios, São Paulo convoca a reacender a esperança e fazer com seriedade a obra que aprenderam quando conheceram o evangelho de Jesus Cristo: “Dou graças a Deus sempre a vosso respeito, por causa da graça que Deus vos concedeu em Cristo Jesus: Nele fostes enriquecidos em tudo, em toda palavra e em todo conhecimento, à medida que o testemunho sobre Cristo se confirmou entre vós”. 
O alerta que Jesus faz no evangelho é se situa no contexto das provações e dificuldades que continuam ameaçando a o cotidiano das pessoas, diante disso ele fala com veemência: ‘Fiquem atentos...  portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos: Vigiai!”“.
Nos dias que antecedem o natal, mais do que nunca é importante ser perseverantes em fazer o bem, em construir comunhão. É necessário não perder a esperança, a alegria e a confiança.

Que a oração intensa deste tempo ajude os cristãos a se mante vigilantes e que sua luz brilhe diante de todos. 

sábado, 22 de novembro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 23 DE NOVEMBRO DE 2014

REINO DA VERDADE E DA JUSTIÇA, DO AMOR E DA PAZ...



Não é raro que se ouça a expressão: “Missão cumprida”. Estas palavras significam que a pessoa a quem elas se aplicam deu conta do recado, terminou bem uma tarefa, realizou com perfeição a atividade que havia se proposta a fazer e assim por diante.  E quando termina bem o sujeito se considera realizado e normalmente recebe felicitações daqueles que estão próximos ou que reconhecem o êxito do empreendimento.
Na liturgia da Igreja, este é o último domingo do ano e nele se celebra a solenidade de Cristo Rei do Universo. O título dado a Jesus, muito mais do que significar a grandiosidade da pessoa significa o reconhecimento pelo cumprimento da sua obra. Deus que se fez homem veio para reunir em torno de si toda a humanidade. 
O texto que São Paulo escreve aos coríntios e que foi proclamado hoje diz: A seguir, será o fim, quando ele entregar a realeza a Deus-Pai, depois de destruir todo principado e todo poder e força. Pois é preciso que ele reine até que todos os seus
inimigos estejam debaixo de seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte.

E, quando todas as coisas estiverem submetidas a ele, então o próprio Filho se submeterá àquele que lhe submeteu todas as coisas, para que Deus seja tudo em todos”
.
De fato esta a realeza de Jesus: Dar um basta a tudo o que causa o fim. São Paulo é categórico: Quando ele destruir a morte, então será o fim. E foi exatamente isso que fez Jesus, ressuscitando garantiu que nele todos terão a vida.
É neste sentido que se lê a parábola do Juízo Final. As consolações que o Rei oferece, são para aqueles que em vida fizeram alguma coisa a favor da vida. Vinde benditos de meu Pai, porque eu estava necessitado e vocês vieram me ajudar! Por outro lado as desfortunas para quem nunca colaborou com a fragilidade e a necessidade alheia não poderia ser outra: “afastem-se de mim malditos”.
É com este espírito que a liturgia faz reverência a Cristo Rei, o Senhor que deu a vida e tudo fez para que as pessoas pudessem viver melhor. Esta será também a recompensa e a titulação que cada cristão receberá de acordo com as ações que tenha desenvolvido ao longo dos seus dias.
Nenhum título é mais importante do que o consolo de ser chamado: “Vinde benditos de meu Pai e recebam  o Reino que lhes foi preparado”.
A Igreja reunida nesta solenidade reza unida para que o mundo todo reconheça que pode colaborar com a construção de um reino da verdade, da justiça, da paz e do bem.
            

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 16 DE NOVEMBRO DE 2014

ORA ET LABORA – REZA E TRABALHA...

Uma das preocupações modernas é com um futuro, com a aposentadoria, com  a velhice, com a segurança em relação ao amanhã.  Fala-se com muita frequência em plano de previdência,  poupança para quando envelhecer, fazer alguma reserva para quando tiver necessidade e assim por diante.  Toda essa preocupação tem sua razão e importância, mas não resta dúvida que elas vão acontecendo de acordo como a pessoa conduz o seu dia a dia.

Assim também acontece em relação à vida de fé, à esperança na vida eterna, ao encontro definitivo com Deus e assim por diante. No calendário litúrgico este é o penúltimo domingo do ano. As leituras que são proclamadas apontam para o resultado das escolhas que cada um fez ao longo do ano em relação à vivência dos valores e sua prática espiritual.

No livro dos Provérbios, tem-se  uma espécie de desenho de como pode ser o futuro de uma pessoa a partir da sua prática diária: Referindo-se  à mulher como companheira fiel do marido o autor fala que é feliz a pessoa que tem ao seu lado alguém que seja trabalhador, honesto, caridoso, sincero, o texto diz assim: “Feliz o marido que confia plenamente na sua esposa, ela não lhe trará nenhum desgosto... o encanto é enganador e a beleza é passageira, quem teme o Senhor merece louvor”.

Deste modo o salmo que a comunidade é convida a rezar repete com insistência: “Felizes são os que amam o Senhor e trilham seus caminhos”.  Nesta mesa direção está a palavra de São Paulo aos Tessalonicenses: “Vocês são filhos da luz, então caminhem como gente que vive nesta condição. Não se deixem enganar”.
E a longa parábola dos talentos termina com uma conclusão lógica, não se trata de uma ameaça, ou de um castigo. Aquele que nada fez para fazer seus talentos crescer pode ter certeza de uma coisa: “perderá até aqueles que julga possuir”. Ninguém vai lhe tirar, mas estes se perderão pelo caminho da sua inoperância.
Neste sentido se pode compreender a preocupação com o futuro, ela tem sim importância, mas ganha segurança à medida que a pessoa vive cada dia fazendo  máximo que pode para que seu cotidiano seja melhor.
Deus colocou o mundo inteiro a disposição do ser humano, para que  o seja cuidado e melhorado. Esta realidade só vai acontecendo quando cada um fizer a sua parte. Para isso os cristãos contam sempre com a oração de todos e com a prece da Igreja.

Reunindo-se agradecem o que recebem e proclamam o desejo de continuar administrando com zelo os dons que receberam do criador. 

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 09 DE NOVEMBRO DE 2014

GLÓRIA A TI IGREJA SANTA...

Por todos os recantos, nas vilas e povoados, frequentemente se encontram sinais sagrados. Uma cruz à beira da estrada, uma pequena capelinha, uma Igreja um pouco maior e por trás de todos estes sinais estão pessoas com um ideário de fé invejável. As razões porque cada um erigiu e cuida destes espaços sagrados são também incontáveis como os próprios espaços.
É também  muito comum à medida que se vai formando um núcleo populacional as pessoas se reúnam para construir sua Igreja, ou seu lugar para o encontro de oração comunitária. Aos poucos se organizam as comunidades os serviços, os ministérios, as responsabilidades e assim por diante.
No Vale do Rio do Peixe, diversas cidades têm na Igreja o seu ponto turístico mais importante e quase não há cidade na região que divulgue suas ações e sua história sem uma foto da Igreja Matriz em destaque.
Mas, que relação tem esse cuidado com a fé das pessoas que residem no seu entorno e com a celebração litúrgica deste domingo?  Ora, faz parte da compreensão religiosa de todos os povos reservar um lugar onde consideram a morada de Deus, o ponto de encontro com as divindades, o seu lugar sagrado.
Hoje a Igreja traz para a lembrança a Basílica do Latrão.  Construída em Roma no quarto século do cristianismo  é considerada a mãe de todas as Igrejas. Claro que isso tem muita importância, mas, sobretudo, essa lembrança ganha ainda mais importante quando a Igreja feita de pedras vivas – de gente – se reúne para rezar e para cuidar da Igreja de pedra, e mais ainda cuidar da gente que faz a Igreja.
É neste sentido que a leitura do profeta Ezequiel ganha ainda mais importância. Narrando a nascente de um rio a partir da porta do templo o profeta afirma: Aonde o rio chegar, todos os animais que ali se movem poderão viver. Haverá peixes em quantidade, pois ali desembocam as águas que trazem saúde; e haverá vida aonde chegar o rio”. Esta frase pode ser muito bem compreendida como uma espécie de mandamento para toda a Igreja: “onde tem Igreja precisa haver vida em abundância”.
São Paulo na carta aos Coríntios faz uma afirmação categórica: “Irmãos: Vós sois construção de Deus. Segundo a graça que Deus me deu, e ninguém pode colocar outro alicerce diferente do que está aí, já colocado: Jesus Cristo”.
Estas palavras estão plenamente de acordo com a atitude de Jesus quando viu que o Templo, lugar do encontro com Deus, e as pessoas que iam até lá para ver Deus, ambos estavam sendo profanados. Ele não tem medo de dar um basta, derruba tudo e afirma que antes de qualquer prescrição legal é preciso cuidar das pessoas que são também  morada de Deus.
Considerando isso surge, hoje, mais que em outros tempos a necessidade de rezar pela Igreja. Não sem razão o Papa Francisco tem feito tantas solicitações pedindo orações por ele e pela Igreja. E afirma com insistência: A Igreja não pode ser transformada numa alfândega pastoral, na qual as pessoas tenham dificuldade de chegar, ela precisa ser acolhedora.

Reunidos em ação de graças os católicos são convidados a rezar pela Igreja e a respeitar a Igreja, mas acima de tudo respeitar, rezar e amar as pessoas que formam a Igreja. 

sábado, 1 de novembro de 2014

HOMÍLIA PARA O DIA DE FINADOS DE 2014

NÃO MORRO, ENTRO NA VIDA...

Poucas situações causam tanto medo ao ser humano, quanto o medo da morte. Ao mesmo tempo poucas situações humanas recebem tanta atenção quanto o cuidado com os mortos. Dentre os lugares bonitos e bem cuidados e que despertam interesse de grande parte da população estão os cemitérios.
A prática de cuidar dos mortos já estava presente no cristianismo primitivo por quem a comunidade já fazia orações. Muito cedo os cristãos passaram a proclamar sua fé na ressurreição dos mortos e na comunhão dos santos.
Embora sem entender e sofrendo muito com  a morte dos seus entes queridos, faz parte das certezas cristãs a possibilidade do encontro com aqueles que já partiram. Essa certeza na ressurreição garantida por Jesus o Filho de Deus consola a tristeza, enxuga as lágrimas e aponta para a transformação que acontece em Deus na vida daqueles que já não estão mais caminhando neste mundo.
As diversas leituras bíblicas que se aplicam para consolar os corações sofridos pela morte e que são proclamadas na solenidade de todos os santos tem um pano de fundo comum: acreditar que a morte não é um fim, mas uma transformação cuja realidade todos os humanos haverão de experimentar é o maior conforto que os fiéis encontram visitando e cuidando do local onde repousam os seus entes queridos.
As leituras e orações previstas na liturgia da Igreja para o dia de Finados são um reforço aos cristãos a fim de que vivam os seus dias com os olhos voltados para um mundo novo, no qual a bondade e a misericórdia do Deus da vida serão reveladas em plenitude.

Por esta razão, os cristãos reunidos pedem em oração comunitária: “Escutai com bondade as nossas preces e aumentai nossa fé no Cristo Ressuscitado, para que seja mais viva a nossa esperança na ressurreição dos vossos filhos e filhas”. 

HOMILIA PARA O DIA DE TODOS OS SANTOS 01/11/2014s

SEJAM SANTOS, COMO O PAI DE VOCÊS É SANTO...

No dia do batismo os cristãos recebem uma missão, um privilégio e uma graça. Com a unção do óleo a as palavras do ministro: “Você foi batizado para ser no mundo sinal de Jesus Cristo  sacerdote, profeta e pastor.
Estas palavras são suficientemente claras para fazer entender  que significa ser santo. Porém a festa de todos os santos, colocada na liturgia da Igreja para o dia 01 de novembro reforça essa incumbência e ajuda a melhor compreender o sentido da expressão: “Sejam santos como o Pai de vocês é santo!”.
No texto do Evangelho, mais uma vez Jesus aparece falando para uma multidão, em nenhum momento no discurso de hoje ele usa a expressão Santo, mas repete 9 vezes a expressão “Bem aventurados”, cujo significado pode ser entendido como “Felizes”.  Ora, claro está que para ser feliz algumas condições são necessárias e Jesus também relata diversas destas condições: “pobreza de espírito, mansidão, misericórdia, cultivar a justiça, pureza de coração, ser pacificador, não guardar mágoa e se preciso for sentir também aflição.
Todas estas situações Ele mesmo experimentou em sua vida terrena, no seguimento daquilo que fez Jesus muitos homens e mulheres, no seu tempo e na sua história de vida também vivenciaram. Por isso eles são chamados de santos, e muito mais do que aqueles que são venerados em nossos altares, a multidão dos santos se confirma por  aqueles que tem o privilégio, de ser chamado “Filho de Deus”, ou como se reza no salmo: “Tem as mãos limpas e inocente o coração” e que a primeira leitura proclamou são aqueles que cantam "Amém. O louvor, a glória e a sabedoria, a ação de graças, a honra, o poder e a força pertencem ao nosso Deus para sempre. Amém"
Sem receio e sem hipocrisia todos podem fazer da multidão que ninguém pode contar que estará de pé diante do trono e do cordeiro e a condição é simples e já foi vivida por muitos: Ser no meio do mundo Sinal de Jesus Cristo.

Deixar-se transformar em Corpo de Cristo, como se reza na oração Eucarística em cada missa. 

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 26 DE OUTUBRO DE 2014

FILHINHOS, NÃO AMEMOS SÓ COM PALAVRAS, MAS TAMBÉM COM ATOS...

Dentre os muitos conceitos para a palavra “AMOR”, um deles significa respeitar o outro, seu modo de ser, suas convicções, seu pensamento, sua liberdade e assim por diante.  Nestes últimos dias da campanha eleitoral é possível ver em todos os níveis  e por diferentes pessoas a falta de respeito pelo pensamento e pela escolha política de cada um. E pior que isso tudo feito em nome da fé, por gente que se diz cristão e que até frequenta regularmente a Igreja.
Estas atitudes, na verdade, acompanham o ser humano  ao longo da sua existência.  No texto proclamado do livro do Êxodo  é possível notar com clareza que os judeus, povo escolhido e libertado por Deus, tinham práticas discriminatórias em relação aos estrangeiros e a quem pensava diferente deles.  O autor do livro lhes faz uma dura advertência pedindo o respeito, o cuidado e o amor para com todos e ao mesmo tempo faz uma ameaça: “Não oprimas nem maltrates o estrangeiro, pois vós fostes estrangeiros na terra do Egito. Não façais mal algum à viúva nem ao órfão. Se os maltratardes, gritarão por mim e eu ouvirei o seu clamor. Minha cólera, então, se inflamará e eu vos matarei à espada; vossas mulheres ficarão viúvas
e órfãos os vossos filhos”
.
São Paulo, pelo contrário,  na carta aos tessalonicenses faz um elogio àquela comunidade que se tornou um sinal do amor de Deus E vós vos tornastes imitadores nossos, e do Senhor, acolhendo a Palavra com a alegria do Espírito Santo, apesar de tantas tribulações... Assim, nós já nem precisamos falar, pois as pessoas mesmas contam como vós nos acolhestes e como vos convertestes, abandonando os falsos deuses, para servir ao Deus vivo e verdadeiro”.
No evangelho, mais uma vez os entendidos em escritura preparam uma armadilha contra Jesus: “Mestre qual é o grande mandamento da lei”. Mais uma vez a sabedoria do Filho de Deus se  sobrepõe à esperteza dos seus conterrâneos. Ele não faz uma hierarquia, mas apresenta dois lados do mesmo mandamento: “Amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo”.
Com esta afirmação Jesus declara  que todas as outras atitudes dependem deste comportamento. Naturalmente que a Palavra de Deus que se proclama neste domingo tem relação direta com toda a ação humana.

Sendo possível tirar uma lição para a vida cotidiana ela é muito simples e fácil de ser vivenciada: “Não amemos só com palavras, mas também com atos”.  É isto que a Igreja reunida pede em oração comunitária como se faz no Salmo: “Eu vos amo, ó Senhor! Sois minha força, a minha rocha, meu refúgio e Salvador! Ó meu Deus, sois o rochedo que me abriga, minha força e poderosa salvação”.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 19 DE OUTUBRO DE 2014

DAI A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR E A DEUS O QUE É DE DEUS...

Estamos vivendo os últimos dias da “corrida presidencial” entre os temas que ocupam boa parte dos debates sobre a função da pessoa que vai ocupar a mais alta responsabilidade no País estão questões relativas a carga tributária, a corrupção, a distribuição de rendas, a função dos bancos públicos, ao acesso ao crédito, ao trabalho, saúde e educação.
Quem fez o que, quem faz o que, quem deixou de fazer, são todos assuntos em pauta nestes dias. Diante disso qual deve ser a posição cristã no meio destas inúmeras situações e preocupações que envolvem o futuro de cada pessoa e do Brasil inteiro.  A quem confiar o voto para exercer tão importante tarefa?
Ora, a Palavra de Deus proclamada neste domingo parece responder com serenidade esta questão. O profeta Isaias fala sobre as funções do administrador no seu tempo e diz assim: Por causa de meu servo Jacó, e de meu eleito Israel, chamei-te pelo nome; reservei-te, e não me reconheceste. Eu sou o Senhor, não existe outro: fora de mim não há deus. Armei-te guerreiro, sem me  reconheceres, para que todos saibam, do oriente ao ocidente, que fora de mim outro não existe. Eu sou o Senhor, não há outro”.
E São Paulo, com seus companheiros escreve aos tessalonicenses o que pode ser uma espécie de carta para as comunidades cristãs do nosso tempo: Porque o nosso evangelho não chegou até vós somente por meio de palavras, mas também mediante a força que é o Espírito Santo; e isso, com toda a abundância”.
Por sua vez, no evangelho é Jesus quem desmonta a armadilha dos entendidos em escritura, os mestres do povo de Israel: “'Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.” E Jesus fez com sabedoria este discernimento, pois, como disseram os próprios fariseus: “Mestre, sabemos que és verdadeiro e que, de fato, ensinas o caminho de Deus. Não te deixas influenciar pela opinião dos outros,
pois não julgas um homem pelas aparências”.
Esta Palavra de Deus é um grande auxílio para a escolha que o brasileiro fará no próximo domingo: Escolher um governante que não se coloque no lugar de Deus, como o salvador da Pátria  e que se diga capaz de resolver todos os problemas num piscar de olhos. Votar em alguém que não se julgue saber todas as coisas, mas que seja capaz de procurar ajuda e se deixe guiar pela Palavra de Deus. E finalmente cumprir o dever de cidadão: Os impostos não são justos, mas são legais. Pagar de modo correto todos os tributos é uma condição cristã, pagar e exigir que eles sejam reduzidos, simplificados, e aplicados corretamente em benefício da população inteira e não em benefício de alguns.

Rezando em comunidade a Igreja pede por todos e com todos eleva ao Pai ações de graças e preces para que o Brasil seja uma terra de todos onde se reconheça que o único Deus verdadeiro é o Pai criador de tudo e de todas as coisas. 

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 12 DE OUTUBRO DE 2014

SANTA MÃE MARIA...

Na piedade católica os nomes dados a Maria são incontáveis. As diferentes Igrejas Cristãs contestam muitas das práticas devocionais que os católicos fazem e até algumas verdades sobre a pessoa de Maria. Mas uma coisa ninguém pode negar: Ela é a Mãe de Jesus. Diante deste fato todos os outros títulos e devoções são muito menos importantes. O padre Zezinho, na sua sabedoria musical canta: “O povo te chama de Nossa Senhora, por causa de Nosso Senhor, O povo te chama de mãe e rainha porque Jesus Cristo é o Rei dos céus” Esta é  mais absoluta verdade.

Neste domingo em que a Igreja celebra a Mãe Aparecida vem à mente e ao coração de todos a presença acolhedora e carinhosa daquela que nunca se esqueceu de nós em seu amor. Os poucos relatos bíblicos que falam de Maria, fazem perceber que ela está próxima das pessoas nos momentos que mais precisam.

No relato de hoje a parábola da transformação de água em vinho. Muito mais do que o fato relatado por João como o primeiro milagre de Jesus, é importante reconhecer o sentido que está por trás do relato. O Vinho novo da festa de casamento é a própria pessoa de Jesus que para a história do mundo dividiu o tempo em Antes de Depois. Para os cristãos ele é o Vinho Novo da nova relação de Deus com a humanidade.

Tudo o que era velho passou, todas as profecias e promessas foram cumpridas na pessoa de Jesus que se fez homem. Ora e neste sentido qual é a importância de Maria? Deus a escolheu, Ele quis precisar da mediação humana para dar ao mundo o Vinho Novo. 

Aceitando ser a mãe de Jesus a mulher de Nazaré começa sua primeira tarefa que consiste em aproximar a humanidade de Deus.  Sem muitas palavras e com muito trabalho Maria aparece como figura indispensável no projeto de dar Cristo ao mundo.


O diálogo  das bodas de Caná continua sendo sintetizado no mais extraordinário conselho que a Mãe de Jesus oferece para a humanidade: “Façam tudo o que Ele lhes disser”.  Reunida em oração a Igreja dá graças a Deus pela figura de Maria na história da salvação ao mesmo tempo pede a graça de ser sempre mais acolhedora do conselho mariano. Neste sentido todos rezam com todos: Mãe de Jesus Maria me empresta, por favor, o teu coração. 

sábado, 4 de outubro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 05 DE OUTUBRO DE 2014

PRODUZAM FRUTOS DE JUSTIÇA

O voto dos brasileiros neste domingo definirá o futuro  do País pelos próximos anos.  A seriedade com que cada eleitor fará uso deste direito que é um instrumento para a prática da  justiça pode ser entendida como um exame de consciência em relação à participação e capacidade de perceber os sinais do Reino de Deus no meio do mundo.
A primeira leitura e o Evangelho proclamados na liturgia podem perfeitamente ser aplicados aos eleitores e aos candidatos que se apresentam para receber o voto de  confiança.
O profeta Isaias fala de uma vinha plantada e cuidada com todos os  recursos e que, no entanto, não teve produção adequada. A leitura termina dizendo que a vinha é o povo de Israel, por quem Deus havia demonstrado muito cuidado. Ora, se o texto fosse aplicado aos cidadãos brasileiros, certamente se poderia perguntar: Em que medida cada pessoa cumpriu o seu papel na família, na escola, na sociedade, na Igreja, e assim por diante. O direito de escolher representantes dignos e altura das responsabilidades está sendo merecido? Do mesmo modo se poderia perguntar quanto aos candidatos que se apresentam: São pessoas de ficha limpa? Aqueles que já exercem algum mandato eletivo cumpriram o seu papel “recompensando a sociedade pela confiança que neles foi depositada”?
Já no Evangelho, mais uma vez, Jesus está com os doutores da lei  dialogando com eles Jesus retoma o texto do profeta Isaías que os entendidos em escritura sabiam muito bem. Quando Jesus lhes pergunta sobre qual atitude o dono da vinha  deveria tomar com aqueles que não cumprem corretamente suas obrigações,   eles não tem dificuldade em responder: “Com certeza mandará matar de modo violento esses perversos e  arrendará a vinha a outros vinhateiros, que lhe entregarão os frutos no tempo certo”.
Uma vez dada esta resposta, Jesus aplica a eles mesmos dizendo que o Reino de Deus lhes será tirado e dado a outros. Neste sentido,  o Evangelho pode também ser aplicado ao Brasil, aos brasileiros e aos candidatos. O poder do voto pode dar e tirar a confiança, vai depender de seriedade dos eleitores. Para todos cabe a sentença do profeta: “Eu esperava deles frutos de justiça – e eis a injustiça, esperava obras de bondade e eis a iniquidade”.

É neste aspecto que ganha ainda mais importância a oração da comunidade que reunida que sobe ao céu como se faz no Salmo que é rezado na liturgia deste domingo: “Voltai-vos para nós, Deus do universo! Olhai dos altos céus e observai. Visitai a vossa vinha e protegei-a! Foi a vossa mão direita que a plantou; protegei-a, e ao rebento que firmastes! E nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus!  Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome! Convertei-nos, ó Senhor Deus do universo, e sobre nós iluminai a vossa face! Se voltardes para nós, seremos salvos!  A vinha do Senhor é o Brasil e os brasileiros!

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 28 DE SETEMBRO DE 2014

QUANDO A VIDA E A BÍBLIA SE ENCONTRAM...

A vida humana é feita de sentimentos, de necessidades, de realizações e frustrações. Um dos sentimentos muito forte em todos é a incapacidade de realizar tudo o que sonha com as próprias forças. Por causa disso e sabiamente, o ser humano procura parceiros e amigos, muitas vezes um ombro para chorar. Uma ajuda indispensável costuma vir do padrinho e da madrinha. Não raro se diz: “o melhor parente é o primeiro vizinho”. Quando se trata de política então a coisa é mais forte ainda. Os afilhados dos políticos são sempre beneficiados com vantagens muitas vezes nada legais e muito menos morais. Em resumo, o ser humano é uma criatura de necessidades e cultiva com muito apreço o sentimento de incapacidade que o faz partilhar sonhos e sofrimentos.
O salmo que se reza na missa deste domingo é uma oração que tem expressado essa condição humana: Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada! Vossa verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação; em vós espero, ó Senhor, todos os dias!”.
O mesmo sentido tem a leitura do profeta Ezequiel na medida em que garante a ajuda de Deus para aquele que se propõe a andar nos caminhos do bem e da verdade. O profeta afirma que para estes Deus é a companhia segura e inseparável.
E São Paulo, escreve aos filipenses fazendo um convite que pode ser aplicado também na atualidade: Se existe consolação na vida em Cristo, se existe alento no mútuo amor, se existe comunhão no Espírito, se existe ternura e compaixão, tornai então completa a minha alegria:
aspirai à mesma coisa, unidos no mesmo amor; vivei em harmonia, procurando a unidade. Nada façais por competição ou vanglória, mas, com humildade, cada um julgue que o outro é mais importante, e não cuide somente do que é seu, mas também do que é do outro”.
É claro que nos três casos, não basta reta intenção e boa vontade. O que está sendo pedido é coerência de vida. Ou seja, agir de acordo com aquilo que se acredita. Esta falta de concordância entre o que e diz e se deseja e as ações de cada dia é o assunto da conversa entre Jesus e os doutores da lei no seu tempo.
Contanto a parábola dos dois filhos, um que mesmo não demonstrando sua pronta aceitação acaba tendo uma atitude adequada e o outro que tinha boas intenções, mas nada de boas práticas. Jesus faz uma advertência aos chefes do povo. Estes conheciam as escrituras, estavam sempre prontos a dar seu sim pra tudo, e muitas vezes não cumpriam as promessas e propósitos que realizavam. Para estes Jesus diz: “'Em verdade vos digo, que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. Porque João veio até vós, num caminho de justiça, e vós não acreditastes nele. Ao contrário, os publicanos e as prostitutas creram nele
Vós, porém, mesmo vendo isso”.
Esse desafio de Jesus vale também para cada pessoa em qualquer função ou local em que esteja. Mais do que palavras bonitas é importante que as palavras venham acompanhadas das ações. Assim ganha ainda mais sentido celebrar neste domingo o dia da Bíblia. Como um livro, portanto um livro de palavras a Bíblia é a única e verdadeira Palavra de Deus e que encontra seu sentido quando “A vida e a Bíblia se encontram”.


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 21 DE SETEMBRO DE 2014

O SENHOR É AMOR, PACIÊNCIA, JUSTIÇA  E COMPAIXÃO...



Faltam poucos dias  para a  realização das  eleições para presidente, senadores, governadores e deputados.  Trata-se de um momento extraordinário de participação nos destinos do país. Independente da opção partidária ou do candidato que cada eleitor tem sua simpatia e a quem vai confiar o seu voto, alguns critérios são muito importantes na hora de tomar essa decisão. 

Um dos pontos que não se pode abrir mão quando se trata de dar poderes para  outro ser seu representante é que ele seja uma pessoa honesta, tenha um passado limpo, apresente propostas que atendam os interesses da maioria da população e assim por diante. Mas existe um critério que é ainda mais fundamental: Espera-se que o(a) candidato(a)  seja uma pessoa  justiça e que promova a justiça. Mas o que significa dizer que seja uma pessoa justa? Esta resposta Jesus dá no Evangelho deste domingo.

Jesus apresenta um patrão preocupado com o bem estar de todos e da sociedade. Das cinco da manhã às cinco da tarde, praticamente o dia inteiro, ele está contratando trabalhadores. Isso significa dizer a pessoa justa não se acomoda enquanto todos não estão incluídos no seu projeto.  Seja o que Ele encontrou na madrugada, se o do final da tarde, ambos foram enviados na mesma condição para o mesmo lugar: “Vão trabalhar na minha vinha”.

Chegado o acerto de contas, ele não faz diferença entre uns e outros. Todos os trabalhadores merecem ter garantido a dignidade pessoal e daqueles que lhe são dependentes.  O pagamento de uma diária igual, mais do que um valor numérico é uma maneira que Jesus tem para dizer: Deus não faz diferença entre as pessoas. Neste sentido se poderia aplicar aos políticos e eleitores brasileiros:  O Brasil inteiro e todos os  cidadãos têm direito a leis justas, a trabalho digno, a salário adequado, saúde de qualidade, boas escolas, segurança e  etc...

Neste contexto se pode compreender as outras duas leituras e o salmo. Na primeira leitura o profeta lança um desafio: “Buscai o Senhor, enquanto pode ser achado; invocai-o, enquanto ele está perto. Abandone o ímpio seu caminho, e o homem injusto, suas maquinações; volte para o Senhor, que terá piedade dele, volte para nosso Deus, que é generoso no perdão”.

E São Paulo convoca os filipenses: “Uma coisa importa: vivei à altura do Evangelho de Cristo”. Isto significa dizer: Todos os tempos estão marcados por um fio condutor, cuja marca maior é viver de acordo com a justiça de Deus e do seu Filho Jesus. Para que o ser humano seja capaz desta atitude o salmo ensina a rezar: É justo o Senhor em seus caminhos, é santo em toda obra que ele faz. Ele está perto da pessoa que o invoca,  de todo aquele que o invoca lealmente”.

Eis que a Igreja reúne em Assembleia de oração em súplica e ação de graças todos os que creem no Cristo. Reunidos rezam a elevam louvores e agradecimentos pedindo por todos e com todos que a justiça de Deus aconteça em todos os lugares e com a colaboração de todos. Isso vale também para os políticos e para os eleitores. 

sábado, 13 de setembro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 14 DE SETEMBRO DE 2014

BENDITA E LOUVADA SEJA...

É bastante comum que se encontre sinais de trânsito indicando hospitais, pronto socorro, casas de saúde, que obviamente são locais onde as pessoas se dirigem para procurar qualidade de vida.  Para os cristãos católicos a cruz no cemitério significa que o ente querido dorme naquele lugar à sombra da cruz até que sua vida brilhe na eternidade. No dia do batismo aquele que recebe o sacramento é marcado com o sinal da cruz e com a oração: O nosso sinal é a cruz de Cristo.

Frequentemente as pessoas usam a cruz como adereços, identificação, sinal de devoção etc. Os jovens, durante a jornada mundial da juventude cantaram: “No peito eu levo uma cruz, no meu coração o que disse Jesus”. Em resumo, a cruz é cantada em prosa e verso seja nas religiões, seja no cotidiano das pessoas.

Neste domingo a Igreja Católica sugere a celebração da Santa Cruz. E nesta figura aponta para a vida em plenitude que é garantida a todos aqueles que não fogem da cruz.  Naturalmente não se pede que alguém esteja a procura da cruz e dos sofrimentos, mas que os aceite com determinação e coragem para superá-los.

Na leitura do livro dos Números, a primeira deste domingo, o povo no deserto, que havia se distanciado de Deus, experimenta muitos sofrimentos  simbolizados na serpente do deserto. Moisés aponta para a cruz em cuja altura afasta a serpente do povo  e todos os sofrimentos são derrotados.

São Paulo escreve aos filipenses, o trecho se proclama na segunda leitura. A estes Ele recorda que Jesus Cristo é plenamente humano e que nesta condição aceitou a cruz com toda a humilhação que ela é também portadora. Entretanto, por causa da sua coragem, a cruz tornou-se para ele sinal de vitória e de exaltação.

No Evangelho é Jesus mesmo quem proclama: “É necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna”.

Para todos e a cada um em particular, a cruz continua sendo sinal de derrota e de vitória. Expressão da morte, mas sobretudo, da vida. Sinal de questionamento, de obediência. No alto da cruz Jesus se  afastou do pecado e do mundo, ressuscitado  volta para juntos dos seus vitorioso e a todos garante a vitória da vida.


Que esta seja também a condição de todos aqueles que se declaram “filhos do mesmo Pai, com sangue da mesma cor, herdeiros  do mesmo céu, nascidos do mesmo amor”.

sábado, 6 de setembro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 07 DE SETEMBRO DE 2014

PERDOAR E AMAR...

Estamos em tempo de eleições, não faltam promessas mirabolantes e propostas que irão solucionar os problemas de todos. Igualmente também não falta quem fique encontrando defeitos,  erros e pecados dos seus adversários e com isso tentando diminuir a capacidade e denegrir a imagem da pessoa que pensa diferente e no período eleitoral é seu concorrente político. A Palavra de Deus proclamada na celebração deste domingo é um convite para o perdão  e a reconciliação, evitando todo tipo de escândalo e exclusão do pecador. No Brasil destes tempos, há que se reconhecer muitas coisas boas e bonitas que estão acontecendo isso, entretanto não impede de perceber que muito ainda precisa ser feito.  Comemorar a independência do País significa também ser solidário com todos aqueles que querem dignidade, respeito, igualdade, cidadania, saúde, educação e assim por diante.

O profeta Ezequiel, na primeira leitura  convida cada pessoa e todos de alguma maneira a vigiar a casa e cuidar para que ninguém naquele ambiente seja escravo do erro ou conduza outras pessoas para o erro.  Aquele que ouve a Palavra de Deus é chamado a ser “boca de Deus” no meio do mundo a fim de que vejam as boas obras e procurem realizar boas obras.

No Salmo, a oração de todos, proclama que todos são povo de Deus, que Ele mesmo é rochedo que salva, ao mesmo tempo  em que convida a não fechar o coração nem os ouvidos a tudo o que Deus realiza por meio das pessoas de bem.

Por sua vez São Paulo recorda uma atitude que precisa ser comportamento de todos: “Não tenham nenhuma dívida para com ninguém, a não ser a de se amarem uns aos outros”.

E Jesus,  no Evangelho, garante que não está de acordo com o erro e o pecado, mas nem por isso autoriza a fazer deles um escândalo.  Antes de tudo pede para acolher e perdoar, essa é com certeza uma atitude muito difícil para o ser humano.  Só quem perdoa tem autoridade para ir ao encontro do outro convidá-lo a se reintegrar na comunidade. É necessário usar de todos os recursos, antes de condenar e excluir alguém. Jesus convida a colocar em prática a justiça de Deus: Não como normas rígidas e opressoras, mas com gestos de perdão, de acolhida e de reinserção.

Em resumo: Aqueles que se dizem seguidores da Palavra de Deus recebem um convite e desafio: Ser sentinela do bem e da justiça nas noites escuras da vida. Nada de denunciar, denegrir e falar mal daquele que parece ser contrário ao que se pensa, antes,  acolher e fazer de tudo para que ninguém se afaste do bem e da justiça.

Que a oração de todos e da Igreja seja uma ação de graças que faça desse sonho uma realidade, como já dizia Santo Agostinho: “Comam o Corpo de Cristo e ao mesmo tempo sejam o Corpo de Cristo”.



sexta-feira, 29 de agosto de 2014

HOMILIA PARA O DIA 31 DE AGOSTO DE 2014

 A MINHA ALMA TEM SEDE DE VOS, Ó MEU DEUS...
Em qualquer lugar onde convive, o sujeito está cercado de outras pessoas. Algumas tem responsabilidades semelhantes e realizam até atividades muito parecidas umas com as outras. Mas há os que tem tarefas e incumbências muito distintas. Nas relações o sujeito precisa ser capaz de reconhecer até onde ele pode ir com seu modo de ser, com suas características e suas certezas.  Estas realidades é o que se pode chamar de “sede de Deus” ou necessidade de compreender os projetos de Deus e que relação eles tem com o dia a dia das pessoas e das comunidades.
No domingo passado, Jesus havia feito um elogio e confiado uma enorme responsabilidade para o apóstolo Pedro. No texto de hoje, Pedro aparece como um sujeito que não havia compreendido nada do que significava ter a chave do Reino dos Céus. Pensa com a cabeça dos homens, se distância dos desígnios que o Pai preparou para o mundo. Repreende Jesus por causa das suas declarações e recebe como resposta: “Você não pensa as coisas de Deus. Afaste-se de mim satanás”.
Ao declarar que estava ciente do que iria lhe acontecer Jesus está mostrando que reconhece seus limites e até  onde vão suas forças, porém não perde sua confiança em Deus: Para mim fostes sempre um socorro;  de vossas asas à sombra eu exulto! Minha alma se agarra em vós; com poder vossa mão me sustenta. Por isso mesmo ele não “foge da sua responsabilidade”, aceita a cruz e o caminho que ela apresenta.
Esta atitude de Jesus precisa ser entendida por todos os que se declaram seus seguidores, como afirma São Paulo na carta aos Romanos: “Não vos conformeis com o mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e de julgar, para que possais distinguir o que é da vontade de Deus, isto é, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito”.
Em todos os tempos e lugares as pessoas são desafiadas a compreender as conquistas e os desafios que vida lhes impõe e diante deles enxergar Deus presente e sua mão protetora que faz com que a força da fé garanta a capacidade de “compartilhar com todos a cruz, a morte, a ressurreição e a alegria pela vitória”.

Que a eucaristia deste domingo seja fonte de coragem e de comunhão dos cristãos entre si e com o mundo que os rodeia. 

ACREDITA EM BENZEDEIRA?

B DE BONDADE, 
B DE BENDIZER,  
B DE BENZER,

B DE BARBARINA  
B  DE BONETE      
B DE BALDISSERA

Esta combinação de “Bs” tem muito a dizer quando se trata da origem de toda bênção.  O Pai de bondade fez todas as coisas e as cobriu de bênçãos, e por isso mesmo se diz que “Deus é bendito, pois do alto céu a todos abençoou com todas as bênçãos espirituais em Cristo Jesus”(Efésios 1,3).  Desde Abraão Deus encheu a terra de bênçãos e nele todas as gerações foram igualmente benditas.
Não é sem razão que ao longo da história da humanidade a prática de bênçãos se tornou indispensável e de uso comum em todas as civilizações. No mundo ocidental cristão os gestos e orações que acompanham as bênçãos foram sendo construídos e disciplinados pela Igreja, mas à margem das bênçãos oficiais e dos ministros designados para esse serviço uma multidão de pessoas consagrou suas vidas como portadores das bênçãos divinas.
Falar da teologia da bênção supõe longas dissertações e pesquisas. Independente dos estudos e pesquisas o fato é que a bênção em todas as culturas se tornou um dos sinais mais fortes da presença de Deus na vida dos seus amados e o reconhecimento dos amados em relação ao seu Deus.
A grande verdade é que a bênção traz em si mesma a promessa do auxílio e o anúncio da graça que proclama a fidelidade de Deus para com seu povo e vice-versa. A bênção se torna ao mesmo tempo atitude de louvor, de ação de graças e de bendição.
A prática de bênçãos por leigos não autorizados foi durante muito tempo contestada pelas autoridades da Igreja, por outros períodos tolerada, mas  diante dos fatos que se mostraram indizíveis, o Concílio Vaticano II declarou que homens e mulheres, por força do sacerdócio comum e da graça que receberam no batismo são também ministros da bênção. É neste sentido que se fala aqui da combinação de “Bs” que intitula este artigo.
BARBARINA BONETE BALDISSERA, com a experiência dos seus pouco mais de 80 anos, conta e transmite histórias de Bondade, Bênção e Bendição. Conhecida na região de Videira e arredores como “BARBARINA BENZEDEIRA”,  explica como nasceu e se desenvolveu este dom de aproximar as pessoas de Deus por meio das bênçãos.
Há mais de 60 anos, residindo na Linha Baldissera, município de Videira – SC, a benzedeira fala das dificuldades e desafios que a vida impunha aos aventureiros que se embrenhavam pelas terras cobertas de matas nesta região.
Ela mesma, sozinha em casa, com filhos pequenos, longe de qualquer  assistência médica e sem transporte adequado  não  duvidou de buscar socorro no lugar exato de onde ele pode vir: “De onde virá meu socorro? Meu socorro virá das mãos do Senhor que fez o céu e a terra”.
Para as necessidades de sua família e logo depois dos vizinhos e amigos recorreu às bênçãos e orações. Suas preces foram ouvidas e cada vez mais pessoas tomaram conhecimento das maravilhas que Deus realizava por meio da Bondade da Benzedeira Barbarina.

Já perdeu a conta e nem faz questão de lembrar quantas pessoas ainda hoje a procuram para orações e bênçãos que ela garante faz tudo por absoluta  “GRAÇA E PODER DE DEUS”.  

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

HOMILIA PARA O DIA 24 DE AGOSTO DE 2014

OUSAR, É O DESAFIO DO DISCÍPULO


O mundo contemporâneo aponta cada vez mais desafios e maiores exigências para todos.  Uma das exigências é abertura para o outro e confiança irrestrita com espírito de cooperação e cooperativismo. Seja, nas casas, empresas, escolas, igrejas, clubes de serviço, cada vez   mais é necessário cultivar a capacidade de delegar funções e responsabilidades. De modo simbólico isso é o mesmo que dizer: “Fulano de tal entra pela porta dos fundos da minha casa... ou ainda beltrano tem a chave dos meus negócios... o que sicrano fizer eu assino embaixo...” e assim por diante. Todas estas expressões servem para indicar que as pessoas tem confiança e acreditam na colaboração de outros no exercício de suas atividades e responsabilidades.

A Palavra de  Deus prevista e proclamada na liturgia deste domingo tem seu cerne na condição de confiança que Deus estabelece com a humanidade e com os seus colaboradores. No texto do profeta Isaias ele anuncia a demissão de um colaborador que já não merecia mais a confiança daquele a quem servia, no caso Deus, e a contratação de outro para realizar a mesma atividade: “Eu vou te destituir do posto que ocupas e demitir-te do teu cargo, chamarei meu servo Eliacim, filho de Helcias”,

O mesmo teor  se pode compreender na carta de São Paulo aos Romanos: “Tudo é dele, por ele, e para ele”, dito com outras palavras: Ao Senhor pertence a chave que da acesso a tudo, e por isso mesmo ele dispõe a quem quiser.
E de fato na pessoa de Jesus, o Filho, Deus mostra o caminho, a porta e o modo para entrar na posse do seu reino. Àqueles que seguem a Jesus e nele acreditam recebem a mesma responsabilidade. É o que acontece com Pedro: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as  chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.

Por força das ocupações e da fé que cada pessoa cultiva ela é chamada a responder  quem é Deus e qual o significado desta presença na sua vida. Em algum momento a pessoa é interpelada como foram os discípulos: “Para vocês quem sou eu”. Responder com a firmeza de Pedro poderá transformar cada pessoa  numa pedra firma na construção de um mundo melhor  e mais humano.


Esta igreja se constrói  com a oração de todos e com a força da Eucaristia que se celebra a cada domingo. 

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

HOMILIA PARA O DIA 17 DE AGOSTO DE 2014

É HORA DE VOLTAR PARA CASA...

O trágico acidente aéreo desta semana no Brasil colocou nas ruas e nas casas uma discussão antiga e sempre nova.  O que significa sair de casa sem ter a certeza de voltar? E ainda, quando é hora de voltar para casa? O que acontece com aqueles que morrem? E porque as pessoas morrem? E mais uma centena de outras perguntas que a sabedoria humana não é capaz de responder.

As três leituras da Palavra de Deus neste domingo apontam respostas e confortam os corações entristecidos e abatidos com o sofrimento e a morte. No texto do Apocalipse o autor apresenta a luta entre as forças do mal e mão poderosa de Deus.

Na figura de uma mulher grávida e que vai dar à luz em meio a uma serie de perigos e ameaças o texto se conclui respondendo a uma das perguntas que angustiam o ser humano. O que acontece com aqueles que amam a Deus?  No texto se lê: Apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. Estava grávida e gritava em dores de parto, atormentada para dar à luz”. E depois de ter dado à luz tanto o filho quanto a mulher foram protegidos por Deus: “o Filho foi levado para junto de Deus e do seu trono. A mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar”. Nos dois casos está claro que Deus cuida daqueles que o amam.

Já na carta de São Paulo aos Coríntios ele insiste mais uma vez sobre a esperança em relação à morte e o que acontece com aqueles que morrem: “Na realidade, Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. Com efeito, por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. Como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão”. Eis a segunda resposta: O que acontece com aqueles que morrem? Em Cristo todos reviverão, posto que Ele foi o primeiro a ressuscitar e a partir dele ninguém mais precisa ter medo. Na ressurreição de Jesus foi decretada a “a morte da morte”.

Já no texto do Evangelho é a preocupação materna de Maria que não se contenta em saber da situação da sua parenta, idosa e gravida. Ela vai ao encontro de quem estava necessitando. Fica com ela durante o tempo necessário e volta para casa. Eis a resposta para outra pergunta. Quando é hora de voltar para casa? Maria ajuda perceber que voltar para casa implica ter cumprido a tarefa à qual se havia proposto. Neste caso ajuda a prima Isabel durante o tempo que para isso foi necessário.

Em relação à humanidade a Mãe de Jesus é a figura daquela pessoa que está sempre atenta aos sofrimentos e dores alheias que ajuda todos aqueles que necessitam e volta para casa depois da missão cumprida. Por causa disso a Igreja proclama Maria Assunta ao Céu, isto é levada por Deus. Como no caso da primeira leitura, levada para um lugar que Deus lhe havia preparado. Quando Isabel reconheceu a importância da presença de Maria na sua casa, brota do coração da Mãe de Jesus o hino que até hoje se canta na Igreja: Minha alma da Glórias ao Senhor e meu coração bate alegre e feliz.


Proclamar que se acredita em Maria morando junto de Deus, implica ter certeza que todos os que nela acreditam terão também o seu lugar e para lá irão quando o lugar estiver preparado, e isso, obviamente não importa a idade ou o tempo segundo padrões humanos, mas a graça de Deus que se estende a todos os que nele confiam.