quarta-feira, 25 de março de 2015

HOMILIA PARA O DOMINGO DE RAMOS DE 2015

BENDITO O QUE VEM EM NOME DO SENHOR!

O Domingo de Ramos é a porta de entrada para a Semana Santa que culmina com o mistério da Páscoa. Páscoa é a razão da vida do cristão, isso é a passagem mais decisiva e importante que a pessoa humana realiza. Em Jesus Cristo todos os que nele creem terão a vida eterna.
A celebração do Domingo de Ramos é marcada por dois momentos extraordinários na vida de Jesus. No primeiro ele  é exaltado e proclamado Rei de Israel. Em sua entrada triunfal em Jerusalém ouvem-se os gritos: “Bendito o que vem em nome do Senhor!”.  Poucos dias, na mesma Jerusalém ele é acusado de blasfemador e pecador porque se apresenta como enviado do Senhor, Filho do Deus vivo.
Neste sentido a semana santa se torna uma oportunidade para os cristãos experimentarem a solidariedade com Cristo e o com os sofredores e injustamente acusados e condenados neste mundo.
O profeta Isaías se refere ao Servo do Senhor e o apresenta como o escolhido. Apresentando o Servo como alguém capaz de ouvir e colocar em prática a Palavra que ouve o texto faz perceber que o verdadeiro Servo é Jesus Cristo em quem todos são também filhos de Deus e, portanto chamados a fazer exatamente o que Jesus fez: ouvir e praticar a Palavra até as últimas consequências.
Paulo escreve aos filipenses que estavam vivendo um tempo delicado em que as desavenças, os ciúmes, as fofocas e disputas de poder eram muito claras entre eles. Paulo apresenta a pessoa de Jesus e mostra como ele agiu, recomendando aos seus amigos: “Não façam nada por espírito de vanglória, mas que a humildade os ensine a não se preocupar apenas consigo mesmo, mas estar atento aos sofrimentos e necessidades de todos”.
Já os dois textos do Evangelho proclamados antes da bênção dos ramos e a primeira narrativa da paixão apontam para duas atitudes possíveis aos cristãos. Ou proclamar com convicção que Jesus é o Bendito que vem em nome do Senhor! Ou fazê-lo apenas da boca para fora e poucos dias depois voltar a atrás e comportar-se como Pedro: “Não sei quem é este homem e nem compreendo o que Você está dizendo”.
Iniciando a Semana Santa o cristão se propõe a viver o mistério de Jesus Cristo em sua totalidade e ao mesmo tempo ser para o mundo sinal de Jesus Cristo vivo e ressuscitado. Cada pessoa é convidada a seguir Jesus sendo portador de uma mensagem positiva onde o amor e a justiça gera segurança e paz.

Desta forma cada cristão poderá repetir com convicção o convite da Campanha da Fraternidade: “Eu vim para servir!”.

sexta-feira, 20 de março de 2015

HOMILIA PARA O DIA 22 DE MARÇO DE 2015

JESUS – REALIZAÇÃO DAS  PROMESSAS DE DEUS PAI

O Brasil está vivendo nestes dias um dos piores momentos da sua história democrática. O Cenário aponta para crise econômica, crise de emprego, a violência aumenta em diversas partes, os políticos perderam de vez a credibilidade, a corrupção aparece como uma chaga que parece ser incurável. Neste contexto a Igreja vivência a quaresma. Como tempo de preparação para VER Jesus.
VER Jesus é o pedido dos gregos narrado no Evangelho. Não se trata de vê-lo com os olhos, mas de compreender a sua missão, descobrir realmente quem Ele é e sua verdadeira missão no mundo. Os gregos queriam ir até a raiz da verdade sobre aquele que ouviam ser chamado de Filho de Deus.
E Jesus se dá a conhecer com uma comparação muito simples, por meio da qual anuncia a culminância da sua tarefa na terra: “Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto. Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém me quer servir, siga-me, e onde eu estou estará também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará”.
Anunciando o fim dos seus dias ajuda compreender a profecia de Jeremias “Eis que virão dias, diz o Senhor, em que concluirei com a casa de Israel e a casa de Judá uma nova aliança... Não será mais necessário ensinar seu próximo ou seu irmão, dizendo: 'Conhece o Senhor!`; todos me reconhecerão, do menor ao maior deles, diz o Senhor, pois perdoarei sua maldade, e não mais lembrarei o seu pecado”.
Jesus se dá a conhecer tal como é descrito na carta aos Hebreus, verdadeiramente humano, ele experimenta na carne tudo o que um ser humano pode sentir, porém sua absoluta confiança em Deus lhe faz superar toda dor, todo sofrimento e toda morte.

O Ensinamento de Jesus dado outrora continua atualíssimo para os cristãos do terceiro milênio. A festa da Páscoa que vai ser celebrada nos próximos dias é um convite e um desafio para permitir que cada pessoa e a sociedade como um todo se renove e renove a aliança com Deus a fim de que as cruzes que se apresentam na vida de todos sejam apenas mais uma passagem necessária para a realização plena e para que o País se construa como pátria de todos.

sexta-feira, 6 de março de 2015

HOMILIA PARA O DIA 08 DE MARÇO DE 2015

CASA DE DEUS, CASA DE IRMÃOS...

Esta semana, finalmente, foram divulgados os nomes dos políticos envolvidos na Operação Lava Jato, ou seja, os escândalos da PETROBRAS. Mas o que foram estes escândalos senão negociatas envolvendo muito dinheiro para favorecer e enriquecer meia dúzia privilegiando e garantindo favores a outra meia dúzia de corruptos e corruptores.
Num primeiro momento, se poderá dizer que a Igreja e a Palavra de Deus nada têm a ver com a política e os escândalos que ela proporciona. Basta prestar bem atenção na Palavra de Deus proclamada neste terceiro domingo da quaresma para perceber como há uma relação muita estreita entre os fatos condenado por Jesus e o que os brasileiros estão presenciando nestes dias.
No tempo de Jesus, a lei previa que todo judeu devia ir pelo menos uma vez por ano, por ocasião da festa da páscoa em peregrinação ao Templo de Jerusalém. No Evangelho deste domingo, Jesus também vai à festa cumprindo o que está previsto. Chegando ao lugar que deveria ser sagrado encontra roubalheira, escândalo, exploração.
A atitude do Filho de Deus não podia ser outra: Indignação, exatamente o mesmo sentimento que passa pela cabeça e coração de cada brasileiro. Jesus literalmente: “chuta o pau da barraca”- vira as mesas dos cambistas, expulsa vendedores, e proclama: “Não transformem a casa de meu pai numa casa de negociatas”.
A verdadeira casa de Deus, a que Jesus se refere não é o Templo de Pedra, mas as pessoas que estão sendo vítimas daqueles que se aproveitam da ocasião para extorquir e roubar. Depois de derrubar tudo Ele proclama: “Destruam esse Templo e o  reconstruirei em três dias”. Os discípulos só foram compreender essa afirmação quando Jesus ressuscitou no terceiro dia depois que seu o Templo do seu corpo tinha sido destruído.  
Para as comunidades cristãs da atualidade é muito  mais fácil entender essa leitura e as outras duas proclamadas neste domingo. O maior e principal mandamento de Deus  não é respeitar o templo e as coisas materiais, mas respeitar e amar o ser humano. Amar e respeitar a pessoa foram a lição mais importante que Jesus deixou para os que lhe interrogaram sobre o principal mandamento: “Ame seu próximo como a você mesmo”. Está claro que o dinheiro desviado nos escândalos que se assiste, foram roubados dos cidadãos, de quem cada dia está sendo diminuída a dignidade e a qualidade de vida.
São Paulo, quando escreveu aos Coríntios manifestou, em outras palavras, o mesmo sentido: “Os judeus pedem sinais milagrosos, os gregos procuram sabedoria; nós, porém, pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e insensatez para os pagãos”. Esse crucificado é o Filho de Deus, que havia se revelado aos judeus do antigo testamento, conforme o livro do êxodo proclamado na liturgia: “Eu sou o Senhor teu Deus... Honra teu pai e tua mãe, para que vivas longos anos na terra que o Senhor teu Deus te dará”.
As advertências que o autor do livro do êxodo faz ao proclamar os mandamentos são perfeitamente aplicáveis às pessoas de nosso tempo à medida que se compreende o que é rezado no salmo: “Os preceitos do Senhor são precisos, alegria ao coração. O mandamento do Senhor é brilhante, para os olhos é uma luz”.
Não precisa muitas palavras para entender que as falcatruas presentes em todas as esferas de governo são o desrespeito aos mandamentos de Deus, e adoração de outros deuses, no caso o dinheiro e o poder.
A assembleia que se reúne em oração a cada domingo é a nova morada, sendo ao mesmo tempo discípula e missionária na luta por um mundo novo que vá se construindo desde já com relações justas e honestas entre todos em qualquer lugar.

É importante rezar juntos para que cada pessoa se compreenda casa de Deus e ao mesmo tempo casa de irmãos, lugar onde não exista desrespeito e exploração, mas pelo contrário vida plena e abundante para todos. 

sábado, 28 de fevereiro de 2015

DEUS SALVA E ACOLHE A TODOS!

Nos últimos o Brasil assistiu estarrecido a diversas manifestações de toda ordem contra situações doloridas pelas quais passa a sociedade como um todo. São escândalos de corrupção que envergonham a todos. É manifestação dos caminhoneiros, outros trabalhadores em distintas partes e de diferentes categorias todos com uma lista enorme de reinvindicações que lhes garanta melhores condições de trabalho mais dignidade.
Esses acontecimentos mostram que raramente uma ação humana é realizada sem um propósito claro sobre qual resultado quer alcançar. Assim também ano após ano, a liturgia da Igreja celebra o tempo da quaresma com a intenção de preparar aqueles que entram nesse mistério para celebrar a pascoa.
A leitura de Gênesis, a primeira no elenco previsto para esse domingo, narra de modo estarrecedor a história do pai que se propõe sacrificar o próprio filho. A prática que era comum para os povos conterrâneos de Abraão quase chega ao desastre da morte. Entretanto, Deus intervém e confirmando a fé do patriarca  afirma: “'Juro por mim mesmo -  diz o  Senhor -, uma vez que agiste deste modo e não me recusaste teu filho único, eu te abençoarei e tornarei tão numerosa tua descendência como as estrelas do céu e como as areias da praia do mar. Teus descendentes conquistarão as cidades dos inimigos. Por tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra, porque me obedeceste”.
No momento em que o anjo mostra o cabrito para ser sacrificado fica clara a vontade de Deus: Ele é o Pai da vida e não compactua com nenhuma forma de desrespeito pela dignidade da pessoa humana.
É neste sentido que ganha ainda mais importância a oração do Salmo: “Andarei na presença de Deus, junto a ele na terra dos vivos. Guardei a minha fé, mesmo dizendo: É demais o sofrimento em minha vida!”.
São Paulo, escrevendo aos Romanos anuncia palavras de conforto. Mesmo diante de todo e qualquer sofrimento o cristão pode ter uma certeza: “Se Deus é por nós, quem será contra nós”.
A narrativa da Transfiguração de  Jesus tem por objetivo revelar de modo claro que Jesus é o Filho de Deus e que todo o que nele crer receberá a recompensa. Obviamente que para isso não se pode ficar parado sobre o monte ou em qualquer lugar, trata-se de lutar para que aquilo que direito aconteça.
Diante da palavra de Deus deste domingo é importante não se deixar iludir por falsas expectativas, como se algum milagreiro pudesse, num passe de mágica, resolver todos os problemas de todos.
Participar das manifestações que a sociedade civil organizar é um gesto importante e necessário, não, porém fazendo desses atos oportunidades para oportunistas anunciar respostas mágicas para problemas que precisam ser resolvidos com a participação de todos.
Que a oração da quaresma com as orações e o Jejum coloque o Brasil  e os brasileiros no caminho da necessária e útil transformação em uma pátria livre, justa, democrática e cidadã.


sábado, 21 de fevereiro de 2015

HOMILIA PARA O DIA 22 DE FEVEREIRO DE 2015

O REINO DOS CÉUS ESTÁ NO MEIO DE VOCÊS!

A crise de credibilidade que toma conta de todas as esferas de governo, dentro e fora do Brasil, precisa ser vista com um olhar  crítico. Diante da enxurrada de denúncias e acusações que os meios de comunicação apontam atirando para todos os lados  há que se fazer algumas perguntas: Até onde vai a verdade em tudo isso? E qual seria a melhor atitude diante daquilo que, uma vez provado, atenta contra a vida e a dignidade do ser humano.
Ora, crise de credibilidade não é o que falta nas narrativas bíblicas na relação do povo escolhido com Deus durante toda a história da salvação. O texto de Gênesis proclamado na liturgia deste domingo  mostra um caminho e uma ação possível para todos os que querem viver à luz da Palavra de Deus.  O episódio de hoje se situa logo depois das narrativas do dilúvio e nele se lê: “Estabeleço convosco a minha aliança: nenhuma criatura será mais exterminada pelas águas do dilúvio, e não haverá mais dilúvio para devastar a terra”.
Viver e aceitar a aliança com Deus implica não compactuar com nenhuma forma de corrupção ou vantagem pessoal. Neste sentido a quaresma é o tempo próprio para começar um processo de conversão e de missão em favor da vida plena e digna para todos.
Nos caminhos de Deus, que se reconhece no salmo, como caminhos de verdade e amor cada pessoa é chamada a andar e nele ter confiança. É Deus mesmo quem ensina para todos os seus caminhos.
As palavras do apóstolo Pedro: Cristo morreu, uma vez por todas,
por causa dos pecados, o justo, pelos injustos, a fim de nos conduzir a Deus. Sofreu a morte, na sua existência humana, mas recebeu nova vida pelo Espirito”. São um indicativo para a sociedade contemporânea de modo que cada pessoa possa reconhecer a sua parcela de responsabilidade neste dilúvio de denúncias que tiram o sono e a tranquilidade de todos. Dito em outras palavras: cada pessoa precisa morrer para o pecado a fim de viver uma vida nova.

Neste caso, ficam ainda mais claras as palavras de Jesus: “O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!”.
Iniciando a quaresma é imperativo vencer as tentações, arrepender-se, acreditar no evangelho e aproveitar a oportunidade de renovar o batismo e cultivar a identidade cristã.
Claro que isso fica muito facilitado pela oração mais intensa, pela prática do jejum, da penitência e da caridade capaz de promover a criar oportunidades para todos e em toda parte

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

HOMILIA PARA O DIA 15 DE FEVEREIRO DE 2015

ACOLHER E CUIDAR...

A festividade do carnaval, preparada e esperada pelo povo brasileiro pode ser uma oportunidade para compreender muitos ensinamentos. Uma das lições que o carnaval oferece é a oportunidade para a inclusão. Por traz das fantasias e alegorias muitas pessoas conseguem curtir a vida e celebrar a amizade, condição que não teriam no cotidiano das suas relações. Trata-se da grande parcela dos excluídos da sociedade contemporânea.
A leitura da Palavra de Deus neste domingo traz, igualmente uma lição sobre inclusão e exclusão, sobre acolher e cuidar. O texto do Levítico na primeira leitura faz um relato daquilo que uma comunidade cristã não deve realizar. De fato o livro não tem finalidade de praticar o acolhimento, mas de cumprir uma lei. E no caso a lei é impedir a participação comunitária daqueles que o sacerdote considera impuros e pecadores.
Não é esta a vontade de Deus, situação que é possível reconhecer na oração do salmo quando se diz: “Feliz o homem que foi perdoado e cuja falta já foi encoberta! Feliz o homem a quem o Senhor  não olha mais como sendo culpado, e em cuja alma não há falsidade!”.   Neste verso está clara a intenção de Deus que é o refrão do salmo: Sois, Senhor, para mim, alegria e refúgio”.
Este é também o pensamento de São Paulo na carta aos coríntios: Fazei como eu, que procuro agradar a todos, em tudo, não buscando o que é vantajoso para mim mesmo, mas o que é vantajoso para todos, a fim de que sejam salvos”. O que Paulo recomenda para suas comunidades é a manifestação daquilo que fez Jesus e que o Evangelho de Marcos tão bem retrata: Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: 'Eu quero: fica curado!”.
Ora, a atitude de Jesus, foi colocada em prática por Paulo e muitas outras pessoas ao longo dos tempos. A palavra de Deus deste domingo convida e  provoca cada cristão a fazer o mesmo que Jesus.
Não é necessário esperar o carnaval e que as pessoas apareçam fantasiadas para  esconder suas diferenças. É importante, como cristãos, acolher a todos, não fazer distinção de ninguém.

Acolher e cuidar é uma missão que todos os cristãos podem colocar em prática no seu dia a dia. Condição que se fortalece quando os irmãos se reúnem em oração comunitária. 

sábado, 7 de fevereiro de 2015

HOMILIA PARA O DIA 08 DE FEVEREIRO DE 2015

E NOS MOSTRE O SENTIDO QUE A VIDA CONTÉM...

A existência humana é feita de altos e baixos. Determinados momentos da vida a pessoa está bem, todas as situações concorrem para  a realização pessoal e daqueles que lhe são próximos. Os negócios dão certo, a saúde esta bem, as relações familiares e sociais também se completam. Enfim, se pode dizer que naquelas ocasiões “Tudo vai bem!”
Porém, não faltam ocasiões em que parece nada dar certo. Tem-se a impressão que todos voltaram as costas e que até Deus se esqueceu das pessoas e da humanidade. E nestes casos como que num efeito dominó tudo parece dar errado. É o que se costuma qualificar como “Um dia daqueles”.
Este último sentimento é o que Jó manifesta na primeira leitura deste domingo: “Não é acaso uma luta a vida do homem sobre a terra? Seus dias não são como dias de um mercenário? Como um escravo suspira pela sombra, como um assalariado aguarda sua paga assim tive por ganho meses de decepção, e couberam-me noites de sofrimento”.
Nesta situação, uma atitude é indispensável: Descobrir  o verdadeiro rosto de Deus. Aquele que é louvado pelo salmo proclamado na liturgia deste domingo: “Ele conforta os corações despedaçados, ele enfaixa suas feridas e as cura; fixa o número de todas as estrelas e chama a cada uma por seu nome”.
Exatamente o mesmo rosto que Jesus revelou com suas ações em favor dos que encontrava com necessidades. No evangelho Ele vai à casa de Pedro e “A sogra de Simão estava de cama, com febre, e eles logo contaram a Jesus. E ele se aproximou, segurou sua mão e ajudou-a a levantar-se. Então, a febre desapareceu”.
Como se isso não bastasse, o relato de Marcos mostra outras ações de Jesus: É tarde, depois do pôr-do-sol, levaram a Jesus todos os doentes. Jesus curou muitas pessoas de diversas doenças”. A narrativa deste domingo se conclui: “Jesus andava por toda a Galileia, pregando em suas sinagogas e expulsando os demônios”.
Para dar sentido a existência e evitar que os momentos de sofrimento se transformem em tempestade permanente, um convite dirigido a toda pessoa: Gastar a sua vida para diminuir o sofrimento dos demais.
Participar da celebração da Eucaristia, rezar com os irmãos na mesma fé são maneiras de erguer a cabeça e de reconhecer a ação maravilhosa que Deus faz e fez em favor de todas as gerações. Ontem como hoje Deus conforta os corações despedaçados.



sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

HOMILIA PARA O DIA 25 DE JANEIRO DE 2015

CONVERTAM-SE E CREIAM NO EVANGELHO!

Já não é mais novidade que os meios de comunicação social, frequentemente,  dão importância a fatos que muitas vezes tem pouca relevância e outras vezes deixam passar em branco verdades quem são importantes. Nesta semana os noticiários se encarregaram de publicar aos quatros ventos  a expressão do Papa Francisco: "Algumas pessoas pensam - e desculpem minha expressão aqui - que, para ser um bom católico, eles precisam ser como coelhos. Não. Paternidade tem a ver com responsabilidade. Isto é claro", respondeu o papa surpreendendo os jornalistas”. A ênfase dada à primeira parte da frase fez passar despercebida a sua conclusão: “Paternidade tem a ver com responsabilidade”. É exatamente neste sentido que as leituras apresentam Deus e o seu projeto para todos os povos.
Nínive, para onde Jonas foi enviado, era uma comunidade para a qual os judeus davam pouco ou nenhum valor. Entretanto é ali que a bondade do criador quis se manifestar e para quem fez um pedido decisivo: “Quarenta dias e Nínive será destruída”. As palavras do profeta surtiram imediatamente efeito: “Os ninivitas acreditaram em Deus; aceitaram fazer jejum, e vestiram sacos, desde o superior ao inferior”.
Ontem como hoje todos podem repetir como se faz no Salmo deste domingo: “Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada!
Vossa verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação
”.  Com esta certeza fica ainda mais necessário aceitar o convite que Paulo faz aos Coríntios na segunda leitura: “
Pois a figura deste mundo passa”.
Neste sentido as palavras de Jesus são uma luva: “Convertam-se e creiam no Evangelho”.  Aqueles que assim procederem compreenderão, como os discípulos, a extensão da sua missão e darão  muito mais valor às suas vidas.
Diante destas palavras fica claro que é importante compreender “Quem não quer perder a validade, ouve as sugestões, olha para o que é novo de maneira curiosa e não resistente”.

A oração de todos ajudará a olhar o horizonte da própria transformação  a fim de que a vida nova recebida no batismo faça brilhar os dons que Deus concede a todos. 

sábado, 10 de janeiro de 2015

HOMILIA PARA O DIA 11 DE JANEIRO DE 2015

BANHADOS EM CRISTO, SOMOS UMA NOVA CRIATURA...

Esta semana chamou a atenção nos noticiários a decisão de uma noiva que se descobriu portadora de uma neoplasia cujo tratamento exigiria quimioterapia. Dentre as consequências uma delas poderia resultar em infertilidade. Diante deste quadro a mulher desistiu de realizar a festa de casamento e aplicar os recursos deste momento em uma forma de garantir que ela, no futuro,  pudesse ser mãe.
Este fato ajuda a compreender o valor da vida e a missão de todo ser humano: colaborar com a obra de Deus. Neste domingo a Igreja celebra o Batismo de Jesus. As leituras que se  proclamam revelam o Filho de Deus como Cordeiro que tira o pecado, bem como sua disposição para assumir a condição humana até a consequência da cruz.
O profeta Isaias revela o servo como aquele que tem o Espírito de Deus e a quem é dada a responsabilidade de fazer justiça e promover o direito. Na condição de servo de Deus sua missão não se restringe a algum ponto determinado, mas se estende para todo o universo.  O profeta descreve o servo com as seguintes palavras: “Ele não clama nem levanta a voz, nem se faz ouvir pelas ruas. Não quebra uma cana rachada nem apaga um pavio que ainda fumega; mas promoverá o julgamento para obter a verdade. Não esmorecerá nem se deixará abater, enquanto não estabelecer a justiça na terra; os países distantes esperam seus ensinamentos.”
Em resposta a esta condição o povo inteiro eleva um louvor e o aclama como um aliado que lhe traz a bênção. A mesma oração está na boca da assembleia cristã no salmo da liturgia deste domingo: Filhos de Deus, tributai ao Senhor, tributai-lhe a glória e o poder!  Dai-lhe a glória devida ao seu nome; adorai-o com santo ornamento!
Nos atos dos apóstolos é Pedro quem proclama a igualdade de todos os batizados, condição que havia sido firmada por Jesus de Nazaré com sua vida e seu ensinamento. No texto da segunda leitura as palavras de Pedro são claras: “De fato, estou compreendendo que Deus não faz distinção entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça,  qualquer que seja a nação a que pertença”.
No evangelho, Marcos descreve o batismo de Jesus e o apresenta como o pastor que vai conduzir o povo pelos caminhos da vida até vitória de finitiva. Para isso Jesus, mergulha no Jordão e volta renascido, este gesto simboliza a cruz e a ressurreição. Esta atitude provoca a revelação de quem ele é para todos os povos: “E logo, ao sair da água, viu o céu se abrindo, e o Espírito, como pomba, descer sobre ele. E do céu veio uma voz: 'Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer”.
Do mesmo modo cada cristão ao ser batizado, recebe a graça e a convocação para seguir o exemplo de Jesus e continuar sua missão. Do batismo se pode dizer: “Banhados em Cristo somos uma nova criatura! As coisas antigas passaram, somos nascidos de novo”.

Seguidores de Jesus, a comunidade orante é ao mesmo tempo continuadora da missão construindo com suavidade e mansidão a justiça e o direito. Rezemos todos a fim de que a Igreja inteira se constitua em Filha amada de Deus. 

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 28 DE DEZEMBRO DE 2014

EM FAMÍLIA CRESCENDO EM IDADE, SABEDORIA E GRAÇA...

Reunir as famílias para celebrar o natal faz parte dos diferentes costumes  em praticamente todo o mundo ocidental.  Alguns países estendem as festividades até o último do ano, outros ainda até a festa de reis e assim por diante.
A liturgia da Igreja  coloca a festa da Sagrada Família no primeiro domingo depois do natal. Ao mesmo tempo em que traz à lembrança a apresentação de Jesus no Templo faz um convite aos cristãos para repetir a atitude dos pastores, ou seja: “Ir ao encontro de Jesus  que nasceu na família humana renovando assim todas as esperanças”.
O autor do livro do Eclesiástico faz uma série de advertências e conselhos  para os membros das famílias  e aponta que a vivência destas virtudes e valores tem como resultado o perdão dos pecados,  a garantia de bem viver,  a alegria e a vida longa.  Estas atitudes são reflexo do jeito de ser de Deus e cujo resultado é proclamado no salmo de resposta:  “Será assim abençoado todo homem que teme o Senhor. O Senhor te abençoe de Sião, cada dia de tua vida”.
São Paulo faz aos colossenses as mesmas recomendações que o Eclesiástico já apresentava muito tempo antes.  Com outras palavras o apóstolo pede: “revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro.
Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai vós também. Mas,  sobretudo, amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da  perfeição”.
Lucas conta o episódio da apresentação de Jesus no Templo marcado pelo testemunho das famílias que reconheceram nele e naquele gesto a presença de Deus que permite e ajuda a família a superar as dificuldades que o cotidiano lhes apresenta. A profecia de Simeão: “Este menino vai ser causa  tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”. Pode ser um indicativo para todas as famílias contemporâneas, isto é, não faltam espadas cortando a alma daqueles que vivem sob o mesmo teto.
Entretanto,  é certo que à medida que Deus está presente as dificuldades de cada dia são meios para alcançar as alegrias  e os favores que a vida em família pode trazer a todos.

Como a família de Nazaré, em nenhum momento a família humana está livre das tormentas próprias do seu tempo, mas a oração de todos e a confiança em Deus garantem que é possível vencer a todos e a cada um dos obstáculos crescendo em idade, sabedoria e graça. 

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

HOMILIA PARA O NATAL DE 2014

PELOS CAMINHOS DO REINO...

Recordar o passado é uma maneira de perceber como a vida e o mundo mudou por conta dos fatos que aconteceram na história. Ano após ano, a Igreja revive o nascimento de Jesus. Não se trata de uma simples comemoração do aniversário do Deus que se fez homem. O natal é a atualização da promessa que se realizou como salvação para todos os povos.  O nascimento de Jesus foi para o povo de Israel a realização das promessas que Deus tinha anunciado pelos profetas durante centenas de anos.
No ano descrito para o recenseamento o Filho de Deus nasce entre os pastores confirmando a profecia de Isaías manifestando como será também o fim de sua vida: “enrolado em panos e deitado numa manjedoura” os pastores encontram aquele que reconhecem como messias. Algum tempo mais tarde enrolado em panos  e pendurado na cruz as pessoas reconhecem o “messias e filho de Deus”.
Este extraordinário acontecimento pode ser entendido na releitura que se faz do profeta Isaias:  O povo, que andava na escuridão, viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu”. E seu nome confirma também sua missão: “Porque nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da Paz”.
O que os pastores viram em Belém,  São Paulo revela na carta que escreveu a Tito: “A graça de Deus se manifestou trazendo salvação para todos os homens. Ela nos ensina a abandonar a impiedade  e as paixões mundanas e a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade aguardando a feliz esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo”.
Lucas narrando, com detalhes,  como se dá o nascimento de Jesus, faz entender que a mão e a vontade de Deus não dependem da vontade arbitrária dos poderosos do seu tempo, Jesus que se apresenta como  o príncipe da paz nasce manifestando-se aos pastores também rejeitados pela sociedade de outrora. O nascimento de Jesus se confirma como o evento mais importante para a vida daqueles que acreditam.
Celebrar o natal de Jesus implica sintonizar a realidade destes tempos, o cotidiano de cada pessoa com as promessas de Deus que se concretizam naqueles que nele acreditam.
A igreja reunida na solenidade do natal confirma com júbilo que o Senhor em quem acredita entra novamente na sua história e realiza uma nova criação.



sábado, 20 de dezembro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 21 DE DEZEMBRO DE 2014

Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor...

Em algum momento da vida, cada pessoa já experimentou a sensação de vislumbrar a realização de algum sonho que parecia distante. Pode ter sido a formatura própria ou de alguém muito próximo, eventualmente um novo emprego, o sonho de ter a casa própria, uma colheita farta, um carro novo e assim por diante. Todas essas situações quando se aproximam renovam as esperanças e cresce o entusiasmo. Neste mesmo sentido pode ser colocada a preparação para o Natal, este já é o quarto domingo do advento, a celebração do nascimento do Senhor faz da comunidade cristã uma assembleia de esperança e com vigor renovado.
O Rei Davi, cujo relato é proclamado na primeira leitura de hoje, havia mudado a sua condição: de guerrilheiro para dono de um palácio. Ele entende que essa transformação foi realizada com a ajuda recebida de Deus. Em reconhecimento se propõe a construir um templo para “Deus morar”. Por meio do profeta o Senhor Javé responde que Davi deve esquecer essa preocupação e garantir que o povo inteiro tenha condições dignas de vida, quanto ao templo e ao tempo de Deus Ele mesmo vai se encarregar de construir algo que dure para sempre. A profecia se refere ao nascimento de Jesus,  que só foi se concretizar muitos anos mais tarde.
Compreendendo a veracidade dessa promessa o povo canta: “Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, de geração em geração eu cantarei vossa verdade! Porque dissestes: 'O amor é garantido para sempre!' E a vossa lealdade é tão firme como os céus”. As mesmas palavras estão colocadas na boca das assembleias que rezam neste domingo no salmo de resposta.
Escrevendo aos Romanos Paulo lhes ajuda a perceber que as promessas outrora feita ao povo de Israel havia se concretizado em Jesus: “Agora este mistério foi manifestado e, mediante as Escrituras proféticas, conforme determinação do Deus eterno, foi levado ao conhecimento de todas as nações, para trazê-las à obediência da fé”.
Com dificuldade para compreender, mas conhecendo bem as promessas Maria não dúvida das palavras do Anjo: “'Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!”.
Do mesmo modo como a Maria, as palavras do Anjo são dirigidas a toda a humanidade destes tempos: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!”
Embora perturbados com tudo o que acontece a cada dia é importante colocar-se na atitude de Maria: “perturbada com estas palavras começar a pensar qual seria o significado da saudação”.
Deus está presente na história humana, sua presença realiza as esperanças e renova as expectativas. Fazer memória deste acontecimento implica empenhar-se para que a presença de Deus seja reconhecida no meio de todos e transforme a vida de todos. 

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2014

FIQUEM SEMPRE ALEGRES...

Dentre as coisas bonitas que a vida oferece, algumas podem ser descritas sem muitas palavras, entre elas:  O sorriso de uma criança, a maneira singela como as crianças dizem – obrigado, o abraço inocente que os pequenos sabem dar como retribuição pelo menor gesto de carinho que recebem, e assim por diante. Em resumo, agradecer, reconhecer, retribuir, ser cordial, é uma atitude profundamente humana e que se aprende desde a mais tenra infância.
Estas atitudes estão presentes no texto de Isaias proclamado neste terceiro domingo do advento.  Diz o profeta: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para proclamar um tempo de graça”. Com esta certeza  conclui: “Exulto de alegria no Senhor e minha alma se alegra no meu Deus, porque Ele fará germinar a justiça e a glória diante de todos”.
A louvação do Profeta está na boca de outros personagens do Antigo Testamento e ganha força maior depois que foi proclamada também por Maria, quando saudada pela prima Isabel. A liturgia deste domingo colocou na boca da Igreja, em forma de Salmo o cântico de Maria que é a repetição do que havia dito Isaias: “A minha alma se alegra no Senhor e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador”.
Mais tarde São Paulo recomenda aos cristãos de Tessalônica: “Fiquem sempre alegres, deem graças a Deus em todas as circunstâncias”. Esta exortação é dada para uma comunidade que sofria perseguições e muitas dificuldades, nestas circunstâncias  o apóstolo insiste: “Afastem-se de toda a maldade e Deus estará com vocês”.
Os conterrâneos de João Batista não conseguiram entender o papel do precursor, as palavras e ações do Batista incomodavam a muitos  por isso mesmo lhe enchem de perguntas. Não eram capazes de aceitar as advertências feitas por João, nem tampouco reconhecer que o Messias estava próximo.  Depois do interrogatório João faz a última advertência: “abram o olho: O messias está no meio de Vocês, e Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo”.
Estamos no terceiro domingo do advento, o momento é oportuno para deixar borbulhar os sentimentos de gratidão e generosidade que se aprendeu desde criança. O momento é de confirmar que os cristãos encontram motivos de sobra para “estar sempre alegres”, tanto mais que o Natal está chegando e com ele muitas oportunidades para fazer que a vida seja melhor e vivida com mais dignidade por todos.
A igreja reunida reza e celebra a ação de Graças do Deus que vem. Celebrando em comunhão a  assembleia dos fiéis pede que todos reconheçam e facilitem a mudança que o Natal sugere na vida de todos e para todos.


sexta-feira, 28 de novembro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 30 DE NOVEMBRO DE 2014

BRILHE A VOSSA LUZ...

Os noticiários desta semana acenaram para uma situação que a liturgia deste domingo tem em alta estima. O tempo do advento nos quatro domingos que antecedem o natal é repleto desta certeza, isto é, o Cristão vive da e na Esperança.
Podemos citar a viagem do Papa à Turquia com seu apelo pelo diálogo e a tolerância entre as religiões, no Brasil o anúncio da nova equipe econômica do governo que reacendeu as luzes da credibilidade no crescimento e na garantia de estabilidade da economia. As multidões que foram as lojas na sexta fera de promoções, o estado de saúde do rei Pelé.  Todas estas tem seu fio condutor na Esperança de que algo bom possa acontecer.
Isto é o advento, faz os cristãos se sentirem ávidos e grávidos de esperança.  O profeta Isaías proclama: “Ah! se rompesses os céus e descesses! As montanhas se desmanchariam diante de ti... Vens ao encontro de quem pratica a justiça com alegria, de quem se lembra de ti em teus caminhos”. O profeta tem certeza que Deus trata a cada um como se dele fosse um pai. Toda a primeira leitura é eco de Esperança.
Do mesmo modo a resposta que os cristãos rezam no salmo de resposta: “Voltai-vos para nós, Deus do universo! Olhai dos altos céus e observai. Visitai a vossa vinha e protegei-a! Foi a vossa mão direita que a plantou; protegei-a, e ao rebento que firmastes!”.
Aos coríntios, São Paulo convoca a reacender a esperança e fazer com seriedade a obra que aprenderam quando conheceram o evangelho de Jesus Cristo: “Dou graças a Deus sempre a vosso respeito, por causa da graça que Deus vos concedeu em Cristo Jesus: Nele fostes enriquecidos em tudo, em toda palavra e em todo conhecimento, à medida que o testemunho sobre Cristo se confirmou entre vós”. 
O alerta que Jesus faz no evangelho é se situa no contexto das provações e dificuldades que continuam ameaçando a o cotidiano das pessoas, diante disso ele fala com veemência: ‘Fiquem atentos...  portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos: Vigiai!”“.
Nos dias que antecedem o natal, mais do que nunca é importante ser perseverantes em fazer o bem, em construir comunhão. É necessário não perder a esperança, a alegria e a confiança.

Que a oração intensa deste tempo ajude os cristãos a se mante vigilantes e que sua luz brilhe diante de todos. 

sábado, 22 de novembro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 23 DE NOVEMBRO DE 2014

REINO DA VERDADE E DA JUSTIÇA, DO AMOR E DA PAZ...



Não é raro que se ouça a expressão: “Missão cumprida”. Estas palavras significam que a pessoa a quem elas se aplicam deu conta do recado, terminou bem uma tarefa, realizou com perfeição a atividade que havia se proposta a fazer e assim por diante.  E quando termina bem o sujeito se considera realizado e normalmente recebe felicitações daqueles que estão próximos ou que reconhecem o êxito do empreendimento.
Na liturgia da Igreja, este é o último domingo do ano e nele se celebra a solenidade de Cristo Rei do Universo. O título dado a Jesus, muito mais do que significar a grandiosidade da pessoa significa o reconhecimento pelo cumprimento da sua obra. Deus que se fez homem veio para reunir em torno de si toda a humanidade. 
O texto que São Paulo escreve aos coríntios e que foi proclamado hoje diz: A seguir, será o fim, quando ele entregar a realeza a Deus-Pai, depois de destruir todo principado e todo poder e força. Pois é preciso que ele reine até que todos os seus
inimigos estejam debaixo de seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte.

E, quando todas as coisas estiverem submetidas a ele, então o próprio Filho se submeterá àquele que lhe submeteu todas as coisas, para que Deus seja tudo em todos”
.
De fato esta a realeza de Jesus: Dar um basta a tudo o que causa o fim. São Paulo é categórico: Quando ele destruir a morte, então será o fim. E foi exatamente isso que fez Jesus, ressuscitando garantiu que nele todos terão a vida.
É neste sentido que se lê a parábola do Juízo Final. As consolações que o Rei oferece, são para aqueles que em vida fizeram alguma coisa a favor da vida. Vinde benditos de meu Pai, porque eu estava necessitado e vocês vieram me ajudar! Por outro lado as desfortunas para quem nunca colaborou com a fragilidade e a necessidade alheia não poderia ser outra: “afastem-se de mim malditos”.
É com este espírito que a liturgia faz reverência a Cristo Rei, o Senhor que deu a vida e tudo fez para que as pessoas pudessem viver melhor. Esta será também a recompensa e a titulação que cada cristão receberá de acordo com as ações que tenha desenvolvido ao longo dos seus dias.
Nenhum título é mais importante do que o consolo de ser chamado: “Vinde benditos de meu Pai e recebam  o Reino que lhes foi preparado”.
A Igreja reunida nesta solenidade reza unida para que o mundo todo reconheça que pode colaborar com a construção de um reino da verdade, da justiça, da paz e do bem.
            

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

HOMILIA PARA O DIA 16 DE NOVEMBRO DE 2014

ORA ET LABORA – REZA E TRABALHA...

Uma das preocupações modernas é com um futuro, com a aposentadoria, com  a velhice, com a segurança em relação ao amanhã.  Fala-se com muita frequência em plano de previdência,  poupança para quando envelhecer, fazer alguma reserva para quando tiver necessidade e assim por diante.  Toda essa preocupação tem sua razão e importância, mas não resta dúvida que elas vão acontecendo de acordo como a pessoa conduz o seu dia a dia.

Assim também acontece em relação à vida de fé, à esperança na vida eterna, ao encontro definitivo com Deus e assim por diante. No calendário litúrgico este é o penúltimo domingo do ano. As leituras que são proclamadas apontam para o resultado das escolhas que cada um fez ao longo do ano em relação à vivência dos valores e sua prática espiritual.

No livro dos Provérbios, tem-se  uma espécie de desenho de como pode ser o futuro de uma pessoa a partir da sua prática diária: Referindo-se  à mulher como companheira fiel do marido o autor fala que é feliz a pessoa que tem ao seu lado alguém que seja trabalhador, honesto, caridoso, sincero, o texto diz assim: “Feliz o marido que confia plenamente na sua esposa, ela não lhe trará nenhum desgosto... o encanto é enganador e a beleza é passageira, quem teme o Senhor merece louvor”.

Deste modo o salmo que a comunidade é convida a rezar repete com insistência: “Felizes são os que amam o Senhor e trilham seus caminhos”.  Nesta mesa direção está a palavra de São Paulo aos Tessalonicenses: “Vocês são filhos da luz, então caminhem como gente que vive nesta condição. Não se deixem enganar”.
E a longa parábola dos talentos termina com uma conclusão lógica, não se trata de uma ameaça, ou de um castigo. Aquele que nada fez para fazer seus talentos crescer pode ter certeza de uma coisa: “perderá até aqueles que julga possuir”. Ninguém vai lhe tirar, mas estes se perderão pelo caminho da sua inoperância.
Neste sentido se pode compreender a preocupação com o futuro, ela tem sim importância, mas ganha segurança à medida que a pessoa vive cada dia fazendo  máximo que pode para que seu cotidiano seja melhor.
Deus colocou o mundo inteiro a disposição do ser humano, para que  o seja cuidado e melhorado. Esta realidade só vai acontecendo quando cada um fizer a sua parte. Para isso os cristãos contam sempre com a oração de todos e com a prece da Igreja.

Reunindo-se agradecem o que recebem e proclamam o desejo de continuar administrando com zelo os dons que receberam do criador.