sexta-feira, 30 de junho de 2017

HOMILIA PARA O DIA 02 DE JULHO DE 2017 - SÃO PEDRO E SÃO PAULO

DE TODOS OS TEMORES ME LIVROU 
O SENHOR DEUS

Nesta semana morreu em Santa Catarina um jovem pai de família que se tornou famoso há cerca de dois anos quando foi submetido a uma cirurgia para retirada de um tumor no cérebro. Na ocasião o paciente e o médico ganharam notoriedade nas redes sociais pelo sucesso do procedimento que foi realizado enquanto o doente tocava violão. Pouco depois a doença recidivou muitas pessoas foram envolvidas e iniciativas realizadas para amenizar o sofrimento do doente e dos familiares, mas que apesar disso veio a óbito. Claro que este fato ficará para a história da medicina e contará no currículo do médico e da medicina pelo feito extraordinário e inédito até aquela ocasião. Qual a relação que se pode fazer deste fato com a festa de São Pedro e São Paulo que a Igreja celebra neste domingo?
Antes de mais nada é necessário pensar na motivação que levou os dois personagens a se tornarem conhecidos. Passava pouco de trinta anos, a doutrina e o anuncio de que um homem tinha sido crucificado injustamente e que havia ressuscitado dos mortos e em nome dele aconteciam fatos extraordinários já era do conhecimento de quase todo o mundo conhecido naquele tempo. Os responsáveis pela divulgação deste fato eram ninguém mais que Pedro e Paulo.
Pedro, um cabeçudo, teimoso e covarde, tinha sido chamado para fazer parte do grupo dos discípulos de Jesus, deu muito trabalho durante todo o tempo que acompanhou o mestre e no final se tornou o responsável para dar continuidade a missão.
Paulo um judeu convicto, que tinha perseguido e executado muitos seguidores de Jesus, caiu do cavalo quando teve o encontro pessoal com o ressuscitado tornou-se o mais inflamado defensor e anunciador de tudo o que dizia respeito ao Cristo e aos seus ensinamentos.
A primeira leitura mostra Pedro sendo salvo pela força da Oração e pelo envolvimento da comunidade numa das ocasiões em que foi injustamente preso. Paulo já condenado ao martírio faz um testamento extraordinário. Agradece a Deus por tudo o que realizou e se apresenta confiante afirmando que aguarda a recompensa prometida: Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para  mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos que esperam com amor a sua manifestação gloriosa”.
Na pessoa dos dois seguidores de Cristo se confirma a missão que Jesus confiou a Pedro apesar da sua fraqueza: Feliz es tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será  ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus".
Apesar da trágica morte a que os dois foram submetidos não resta dúvida que se confirma o que a liturgia reza no salmo deste domingo: Contemplai a sua face e alegrai-vos, e vosso rosto não se cubra de vergonha! Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido, e o Senhor o libertou de toda angústia”.
No caso do fato citado no início deste texto ninguém poderá duvidar do sofrimento e da tristeza que se constitui a morte de uma pessoa, mas não se pode negar que a maneira como a vida e a morte foram conduzidas ficará para a história como um fato a ser lembrado e celebrado.
É neste sentido que os cristãos fazem memória dos apóstolos e reunidos em oração pedem a graça de seguir os passos daqueles que são chamados “colunas da Igreja” no sentido de dar testemunho de tudo o que pode fazer cresce o Reino de Deus no meio das pessoas.

Neste contexto merece lembrança a pessoa de Maria, mãe e rainha da Igreja, consoladora dos aflitos e sofredores nas estradas da vida.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

HOMILIA PARA O DIA 25 DE JUNHO DE 2017

ATENDEI-ME, Ó SENHOR, PELO 
VOSSO IMENSO AMOR

Quantas vezes ocorre na vida da gente, situações de cansaço, desilusão, medo, tristeza, decepção. Não faltam ocasiões nas quais pessoas em quem se confia cegamente praticam atos de traição e tapeação que jamais se poderia esperar. Nestas situações é comum sentir-se frustrado e jogado à margem de si mesmo fazendo-se sentir o lixo do mundo ou o menor dos vermes e a mais insignificante criatura.
Pois esta é a sensação descrita pelo profeta Jeremias na primeira leitura: “Todos os amigos observavam minhas falhas: 'Talvez ele cometa um engano e nós poderemos apanhá-lo e desforrar-nos dele”. Porém o profeta tem confiança absoluta no único que é seu aliado: O Senhor está ao meu lado, como forte guerreiro”. Esta certeza permite Jeremias não perder a confiança, pelo contrário compreender que nos revezes da vida, ainda que marcada por competições e incompreensões, nenhum medo será maior e então conclui: “Cantai ao Senhor, louvai o Senhor, pois ele salvou a vida de um pobre homem”.
Na mesma direção reza o salmista: Sofri tantos insultos, e o meu rosto se cobriu de confusão; eu me tornei como um estranho a meus irmãos, como estrangeiro para os filhos de minha mãe”. E convida para a oração:  “Humildes, vede isto e alegrai-vos: o vosso coração reviverá, se procurardes o Senhor continuamente! Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, e não despreza o clamor de seus cativos. Que céus e terra glorifiquem o Senhor com o mar e todo ser que neles vive”.
Maria, a mãe de Jesus, cuja memória de Aparecida se faz neste ano mariano, foi igualmente maltratada, caluniada e incompreendida e mesmo assim ela cantou: “O Senhor se lembrou da humilhação de sua serva...”
Na segunda leitura, São Paulo, é suficientemente claro e eleva o astral de todos os desiludidos e sofridos: “O pecado entrou no mundo por um só homem. Através do pecado, entrou a morte. E a morte passou para todos os homens, porque todos pecaram. Mas isso não quer dizer que o dom da graça de Deus seja comparável à falta de Adão! A transgressão de um só levou a multidão humana à morte, mas foi de modo bem mais superior que a graça de Deus foi concedido através de um só homem, Jesus Cristo”.
As palavras de São Paulo, se realizaram em Jesus, que no evangelho garante: “Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma! Quanto a vós, até os cabelos da cabeça estão todos contados. Eu me declararei em favor dele diante do meu Pai que está nos céus”.
Em resumo, a liturgia de hoje é um convite para levantar a cabeça e não se deixar abater pelas contrariedades da vida. A palavra de ordem é resiliência e coragem, o Senhor que é um fiel guerreiro está ao lado de todo aquele que o invoca e procede retamente.
Que a oração de todos e de cada um coloque as pessoas e a Igreja no caminho da confiança e na construção da esperança.


terça-feira, 20 de junho de 2017

LER É SEMPRE UM BOM REMÉDIO...


Se é o seu caso, não espere mais, seu livro preferido pode ser um dos títulos abaixo. Escrevi cada um deles falando de “coração para coração”. Adquira o seu e sinta o prazer de começar a leitura e ler de “capa a capa”. Posso lhe garantir que você vai se encantar com cada página daquilo que preparei para você.
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sexta-feira, 16 de junho de 2017

HOMILIA PARA O DIA 18 DE JUNHO DE 2017

SOMOS O POVO E REBANHO DO SENHOR

Que a correria do mundo moderno afeta todas as relações pessoais, familiares e profissionais ninguém tem nenhuma dúvida. Ainda ecoa em nossos ouvidos a desastrosa derrota de sete a um da seleção brasileira na copa de 2014 e os meios de comunicação já iniciam a contagem regressiva para a copa do mundo de 2018 na Rússia. Esta e um sem número de outras situações ajudam a entender como o tempo e a contagem do tempo afetam o dia a dia das pessoas em todos os lugares e obviamente não resta outra coisa que não seja compreender, neste emaranhado de situações, as razões pelas quais a pessoa humana consome a sua existência.
As leituras deste 11º domingo do tempo comum permitem uma reflexão sobre as razões da existência e como melhor desempenhar as atividades que são confiadas ao longo da vida. No livro do Êxodo é Deus mesmo quem faz de Moisés seu interlocutor na construção da aliança com o povo que não se limita a realização de um fato extraordinário na história, mas o estabelece como uma nação santa, de quem a todos os adoradores do Deus único são de certa maneira herdeiros e continuadores.
Paulo escreve aos Romanos e enaltece o gesto de Deus realizado em Jesus Cristo: “Pois bem, a prova de que Deus nos ama é que Cristo morreu por nós, quando éramos ainda pecadores”. Muito além de qualquer expectativa humana, Deus não age como quem faz uma “delação premiada”, isto é, pensando nas vantagens que teria realizando tal atitude. Pelo contrário Deus manifestou seu amor de modo incondicional. Ora, ser cristão no mundo contemporâneo, manifestar a fé e adesão ao projeto de Deus me meio à correria do cotidiano implica descobrir que Ele ama cada pessoa em particular e que o ajuda a enfrentar esperançoso e sereno todas as adversidades da vida. Deus mostra um amor que não é interesseiro e querendo levar vantagem em tudo, naturalmente esta haverá de ser também a atitude de todo aquele que aceitou seguir Jesus Cristo.
O Evangelho apresenta Jesus realizando sua mais extraordinária missão. Chamando os discípulos faz entender que o projeto de Deus iniciado com o povo do Antigo Testamento não se encerra na sua pessoa e na sua vida terrena. Chama os discípulos e os envia com tarefas bem específica: “A Messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita! Em vosso caminho, anunciai: O Reino dos Céus está próximo'. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar”.
Os doze representam a totalidade dos seguidores de Jesus, portanto, também as pessoas do terceiro milênio são desafiadas a fazer o mesmo anuncio e a lutar contra tudo o que escraviza, aliena e diminui a dignidade da vida e das pessoas. Em todos os lugares onde existam ameaças à vida e privação dos direitos das pessoas os cristãos são chamados a agir como Povo e Rebanho do Senhor, testemunhas de tudo o que ele pode fazer para transformar as realidades.
Que o Senhor ajude e conforte a todos pela oração, pela Palavra e fortaleça com a Eucaristia.



quinta-feira, 1 de junho de 2017

HOMILIA PARA O DOMINGO DE PENTECOSTES 2017

O ESPÍRITO SANTO IMPULSIONA O 
ANUNCIO DA VERDADE


As chuvas desta semana e os efeitos causado pelo excesso delas, o lançamento dos mísseis balísticos na Coreia do Norte com outras experiências de poderio militar nos Estados Unidos se tornaram conhecidos instantaneamente pelo mundo inteiro.
O Papa Francisco enviou mensagem para o dia mundial das comunicações sócias que se se celebrou no domingo passado, e o texto começava com as seguintes palavras:

Graças ao progresso tecnológico, o acesso aos meios de comunicação possibilita a muitas pessoas ter conhecimento quase instantâneo das notícias e divulgá-las de forma capilar. A todos quero exortar a uma comunicação construtiva, que, rejeitando os preconceitos contra o outro, promova uma cultura do encontro por meio da qual se possa aprender a olhar, com convicta confiança, a realidade. Creio que há necessidade de romper o círculo vicioso da angústia e deter a espiral do medo, resultante do hábito de se fixar a atenção nas «notícias más» (guerras, terrorismo, escândalos e todo o tipo de falimento nas vicissitudes humanas).

A Palavra de Deus é uma boa notícia e na celebração de Pentecostes, que se celebra neste domingo, fica ainda mais clara esta sua função e finalidade. As leituras proclamadas na liturgia deste domingo apresentam a ação de Deus por meio do Espírito Santo nas comunidades cristãs primitivas ao mesmo tempo que convidam os cristãos e todas as pessoas do terceiro milênio a construir relações construtivas, cultura do encontro, confiança e verdade.
Os Atos dos Apóstolos permitem perceber que a ação de Deus alcança o mundo inteiro. O texto afirma que gente de todas as partes do mundo ouviram anunciar as maravilhas de Deus em sua própria língua porque todos ficaram cheios do Espírito Santo.
Pedir com a insistência o dom do Espírito Santo não é uma ação de pouca importância ou que tenha pequenos efeitos, pelo contrário, o dom do Espírito Santo tem por finalidade reconhecer as grandes obras do Senhor e que Ele mesmo é fonte de alegria e segurança para a vida de todos.
E São Paulo aos Coríntios faz uma afirmação que se aplica também aos cristãos da atualidade:
De fato, todos nós, judeus ou gregos, escravos ou livres, fomos batizados num único Espírito, para formarmos um único corpo, e todos nós bebemos de um único Espírito.

Ora, o Espírito que foi dado por Jesus tem a sublime missão de garantir a construção da paz, do perdão e da comunhão:

Como o Pai me enviou, também eu vos envio'. E depois de ter dito isto, soprou sobre eles e disse: 'Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos. 

Passados mais de 2000 anos daquele extraordinário acontecimento, mais do que nunca o Espírito do Senhor continua sendo derramado sobre a Igreja e sobre todas as pessoas. Mais do que nunca as exigências e desafios do mundo contemporâneo pedem que as pessoas sejam capazes de utilizar o progresso tecnológico para promover a paz, a comunhão, a caridade, o diálogo fraterno.
O Espírito impulsiona as pessoas exercerem com franqueza e firmeza mostrando abertamente os pecados, as contradições, as injustiças e ameaças presentes na atualidade. É o mesmo Espírito quem faz renascer para a vida em Deus e proclamar que é possível um mundo de paz e um tempo de graça.
Que a oração de todos fortaleça os laços da paz e da caridade entre todos em todos os lugares.

quarta-feira, 31 de maio de 2017

HOMILIA PARA A CELEBRAÇÃO ECUMÊNICA NA SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS – 02/06/2017 - FLORIANÓPOLIS – SC

É O AMOR DE CRISTO QUE NOS MOVE

Dentre as diversas publicações da jornalista e poetisa Martha Medeiros, uma delas se intitula: Recall da Alma. No terceiro parágrafo se lê:

Seu retrovisor interno é muito grande! Como é que eu deixei você ir para rua assim? Você vive olhando para trás, tem mania de perseguição, não se livra do passado. Vou diminuir esta sua tentação de ficar vivendo de lembranças para que você ganhe uma área maior de visão frontal”.

Porque começo a minha fala nesta noite ecumênica citando Martha Medeiros e a paráfrase do retrovisor? Simples assim: do ponto de vista da perspectiva ecumênica é muito cômodo fixar nosso olhar nos erros daqueles que nos antecederam atribuindo-lhes a culpa e responsabilidade pelas divisões no “Corpo de Cristo”.
A Semana de oração pela Unidade Cristã em 2017 tem sua inspiração na segunda carta aos Coríntios, no capítulo 5. A Bíblia na Linguagem de Hoje, traduz os versículos 14, 19 e 20 com as seguintes palavras:

“Porque somos dominados pelo amor que Cristo tem por nós... A nossa mensagem é esta: Deus não leva em conta os pecados dos seres humanos e, por meio de Cristo, ele está fazendo com que eles sejam seus amigos... Portanto estamos aqui falando em nome de Cristo, como se o próprio Deus estivesse pedindo por meio de nós. Em nome de Cristo nós pedimos a vocês que deixem que Deus os transforme de inimigos em amigos dele”.

Inspirados nessa Palavra somos chamados a deixar-nos reconciliar e nesse processo é necessário reduzir o retrovisor interno, de modo que os pecados e erros passados, sirvam apenas como balizas e que não fiquemos vivendo de lembranças, mas que alarguemos nossa visão frontal compreendendo cada vez melhor que Reconciliação é muito mais do que uma escolha institucional, mas uma atitude inerente à condição de cristãos. Esta atitude deve animar as Igrejas Cristãs a compreenderem que reconciliação é missão essencial da comunidade eclesial.
Nesse contexto permitam-me citar a DECLARAÇÃO COMUM DE SUA SANTIDADE FRANCISCO E DE SUA SANTIDADE TAWADROS II Patriarca de São Marcos no Egito, assinada em abril de 2017. No documento os dois líderes cristãos afirmam:
Conscientes de que ainda há tanto caminho a fazer nesta peregrinação, recordamos o muito que já foi alcançado. O nosso desejo ardente de unidade encontra inspiração na oração de Cristo «para que todos sejam um só» (Jo 17, 21). Para isso aprofundemos as raízes que compartilhamos na única fé apostólica.  O testemunho cristão que compartilhamos é um sinal providencial de reconciliação e esperança para a sociedade egípcia e suas instituições, uma semente semeada para frutificar na justiça e na paz. Intensifiquemos a nossa oração incessante por todos os cristãos no Egito e em todo o mundo, especialmente no Médio Oriente. Alguns acontecimentos trágicos e o sangue derramado pelos nossos fiéis, perseguidos e mortos unicamente pelo motivo de ser cristãos, recordam-nos ainda mais que o ecumenismo dos mártires nos une e encoraja no caminho da paz e da reconciliação. Pois, como escreve São Paulo, «se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros» (1 Cor 12, 26).  O mistério de Jesus, que morreu e ressuscitou por amor, situa-se no coração do nosso caminho para a plena unidade. Mais uma vez, os mártires são os nossos guias. Na Igreja primitiva, o sangue dos mártires foi semente de novos cristãos; assim também, em nossos dias, o sangue de tantos mártires seja semente de unidade entre todos os discípulos de Cristo, sinal e instrumento de comunhão e de paz para o mundo. Obedientes à ação do Espírito Santo, que santifica a Igreja, a sustenta ao longo dos séculos e conduz àquela unidade plena pela qual Cristo rezou.

Para concluir esta reflexão, permitam-me citar alguns fragmentos da Palavra de Deus proclamada hoje e que podem nos servir de balizas para a construção da comunhão:

 “A aliança que estou fazendo para sempre com você e com seus descendentes é a seguinte: Eu serei para sempre o Deus de Vocês... alegremo-nos então pelas obras que Deus faz por meio do seu Cristo, elevemos com os anjos Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra para as pessoas a quem Ele quer bem”.

Com esta motivação proclamemos cantando “Porque Ele fez e Ele faz maravilhas, cantai ao Senhor, cantai ao Senhor!”









sexta-feira, 26 de maio de 2017

HOMILIA PARA O DIA 28 DE MAIO DE 2017

A ASCENSÃO DO SENHOR, JÁ É NOSSA VITÓRIA

Atos dos Apóstolos 1,1-11; Salmo - 46,2-3.6-7.8-9 (R.6); Efésios 1,17-23; Mateus 28,16-20


Em 2016 as pesquisas mostraram que 92 milhões de brasileiros utilizavam as redes sociais. O Brasil é o país com maior índice de pessoas conectadas. Raramente uma pessoa que tenha acesso à internet também não tenha baixado um ou mais aplicativos para se comunicar instantaneamente. Grupos surgem a todo momento para fazer contato sobre quase todas as situações. É claro que esta facilidade de comunicação é muito positiva sempre que o recurso for bem utilizado. Mas é verdade também que toda novidade nem sempre é bem aproveitada e seu uso muitas vezes limita o seu potencial transmissor de vida e de boas notícias. Isso vale também para o rádio, para a televisão, paras os jornais e todas as demais formas de comunicação utilizadas nos diversos tempos e povos.
Neste domingo que o mundo recorda o dia mundial das comunicações sociais a Igreja também celebra a Ascensão de Jesus ao céu. A fé que sustentou os discípulos foi a certeza de que Jesus não tinha se ausentado da vida deles. Desde muito cedo a comunidade dos que acreditaram na palavra dos discípulos tinha a certeza que Jesus estava com eles.
Em meio a todas as simpatias e antipatias que a pregação da boa noticia de Jesus gerava entre os que acreditavam e os que não creram neles permanecia a esperança e a confiança que o Senhor elevado aos céus era a força e a garantia de sucesso para todos os seus empreendimentos.
A promessa de que o “poder do Espírito Santo que descerá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e na Samaria, e até os confins da terra” encorajou os seguidores de Jesus a anunciar e preparar novos tempos.
Cantar que Deus é o grande rei de toda a terra e que Jesus Cristo, o filho amado estava sentado no seu trono glorioso fez os discípulos continuarem firmes construindo um caminho de serviço e de amor solidário e comprometido com a causa de todos.
Percebendo como muitas pessoas estavam aceitando o batismo e a palavra a Igreja dos primeiros tempos não tinha dificuldade de compreender as palavras de Jesus ditas no evangelho de hoje: “Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei! Eis que eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo”.
Também às pessoas neste terceiro milênio e obviamente aos cristãos que as palavras de Jesus continuam tendo uma atualidade extraordinária como afirma o Papa Francisco “Ide partilhar a experiência da fé, testemunhar o Evangelho com a força do amor, dando-se por inteiro como fez também Jesus. Não há fronteiras, não há limites, a boa notícia é para todos. Ser uma Igreja em saída capaz de ouvir o clamor de tantos que pedem o fim da corrupção, do desemprego, da mentira, da politicagem, do salve-se quem puder.

Que também os cristãos conectados com as redes sociais saibam e sejam conscientes e façam uso adequado de todos os recursos que a inteligência humana disponibiliza para que as maravilhas de Deus sejam anunciadas e vividas por todos. 

sexta-feira, 19 de maio de 2017

HOMILIA PARA O DIA 21 DE MAIO DE 2017

PARA VIVER NO AMOR RECÍPROCO
6º DOMINGO DA PÁSCOA
ANO A

Atos, 8, 5-8.14-17; Salmo 65; 1Pedro 3,15-18; João 14,15-21
O Papa Francisco em sua recente viagem ao Egito, teve um encontro com o Patriarca da Igreja Católica do Egito, também chamado de Papa de Alexandria. Do encontro resultou uma Declaração Comum entre as duas Igrejas. Dentre as diversas afirmações sobre a unidade se lê no documento: “Deixemo-nos guiar pelos ensinamentos e o exemplo do apóstolo Paulo, que escreve: «[Esforçai-vos] por manter a unidade do Espírito, mediante o vínculo da paz. Intensifiquemos a nossa oração incessante por todos os cristãos no Egito e em todo o mundo, especialmente no Médio Oriente. Alguns acontecimentos trágicos e o sangue derramado pelos nossos fiéis, perseguidos e mortos unicamente pelo motivo de ser cristãos, recordam-nos ainda mais que o ecumenismo dos mártires nos une e encoraja no caminho da paz e da reconciliação. Pois, como escreve São Paulo, «se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros”
A realidade de sofrimento, provações, corrupção e martírio que se espalha pelo mundo hoje, também fez parte da vida dos cristãos em todos os tempos. Apesar disso os discípulos nunca esmoreceram na missão de anunciar Cristo e a sua boa noticia ao mundo. Na primeira leitura vemos Felipe que foi a uma cidade da Samaria, anunciou o Evangelho que trouxe grande alegria a todos.
A carta de São Pedro, que é a segunda leitura deste domingo, está inserida no contexto das perseguições que os cristãos sofriam no final do primeiro século. Apesar disso ele insiste: Santificai em vossos corações o Senhor Jesus Cristo, e estai sempre Prontos a dar razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la pedir. Fazei-o, porém, com mansidão e respeito e com boa consciência”.
O pedido de Pedro, não é outra coisa senão a confirmação das palavras de Jesus no Evangelho: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos, e eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Defensor, para que permaneça sempre convosco: o Espírito da Verdade, Não vos deixarei órfãos. Eu virei a vós”.
Esta certeza que animou os primeiros cristãos fez com que cantassem o salmo: “Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, não rejeitou minha oração e meu clamor, nem afastou longe de mim o seu amor”.

Que as pessoas e sociedades de hoje, marcadas por “Acontecimentos trágicos e o sangue derramado pelos nossos fiéis” pelo grave momento nacional, como dizem nossos bispos: “O que está acontecendo com o Brasil? Um País perplexo diante de agentes públicos e privados que ignoram a ética e abrem mão dos princípios morais, base indispensável de uma nação que se queira justa e fraterna”(Nota Oficial da CNBB na 55ª AG), não percam a confiança que o Espírito Santo de Deus ajudará o “povo brasileiro ter coragem, fé e esperança. Está em suas mãos defender a dignidade e a liberdade, promover uma cultura de paz para todos, lutar pela justiça e pela causa dos oprimidos e fazer do Brasil uma nação respeitada”. Amemo-nos uns aos outros, porque o Amor vem de Deus!

sexta-feira, 12 de maio de 2017

HOMILIA PARA O DIA 14 DE MAIO DE 2017

TENHAM FÉ EM DEUS...
5º DOMINGO DA PÁSCOA
ANO A

Atos, 6,1-7; Salmo 32; 1 Pedro, 2, 4 -9; João 14, 1-12

Dentre as situações que fazem uma pessoa perder a paciência e os nervos aflorar à pele é estar no trânsito e se sentir perdido. O GPS não funciona, a informação que lhe foi dada não corresponde, o endereço onde quer chegar não existe e assim por diante. São todas situações que aumentam o stress e que resultam em uma série de outras dificuldades de relacionamento e nem sempre a solução para a situação termina com tranquilidade.
O texto do Evangelho de hoje foi relido pelos discípulos depois da morte e ressurreição de Jesus é uma típica narração de pessoas que sabiam o que queriam, mas não tinha certeza de como alcançar o objetivo e qual seria a alternativa mais acertada.
Jesus começa fazendo uma afirmação e pedindo uma resposta: “Não fiquem preocupados, antes tenham fé em Deus e em mim”.  O diálogo de Jesus com Tomé e Filipe tenta esclarecer duas situações. Por onde ir e qual será o ponto de Chegada: “Como podemos conhecer o caminho? E Senhor mostra-nos o Pai?” A Resposta de Jesus reafirma que só a aceitação da sua pessoa e da sua doutrina poderá levar por estradas certas e chegar ao destino com segurança: “Quem acredita em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas”. Isso começava a ficar claro para os discípulos vendo como a obra de Jesus e a sua missão estava ganhando corpo e tendo aceitação.
Na primeira leitura está mais do que evidente que a fé em Jesus estava dando resultados: Naqueles dias: o número dos discípulos tinha aumentado. Então os Doze Apóstolos reuniram a multidão dos discípulos e disseram: Irmãos, é melhor que escolhais entre vós sete homens de boa fama. Eles foram apresentados aos apóstolos,
que oraram e impuseram as mãos sobre eles. Entretanto, a Palavra do Senhor se espalhava. O número dos discípulos crescia muito em Jerusalém, e grande multidão de sacerdotes judeus aceitava a fé”
.
E na segunda leitura Pedro afirma que aqueles que não acreditaram no caminho tropeçaram e tiveram dificuldade para ir adiante, pelo contrário, falando aos crentes ele diz: Mas vós sois a raça escolhida, o sacerdócio do Reino, a nação santa, o povo que ele conquistou para proclamar as obras admiráveis daquele que vos chamou das trevas
para a sua luz maravilhosa”.
 
Com esta certeza os cristãos recuperam a oração do povo de Israel e proclamam como se faz no salmo deste domingo: “Alegrai-vos no Senhor! Aos retos fica bem glorificá-lo. O Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, e que confiam esperando em seu amor”.
Também a vida de cada pessoa em todos os tempos é feita de acertos, fracassos, medos e preocupações, é um longo caminho que vai sendo construindo todos os dias. As informações e ajuda que se busca precisam ser claras e bem entendidas para que se possa chegar a bom termo. Como cristãos é importante se perguntar sobre a coerência entre aquilo que se deseja e a maneira como se leva a vida e se executa cada uma das atribuições e responsabilidades.

Que a oração de todos ajude a tranquilizar o coração de cada um a fim de que a construção de um tempo de justiça e paz aconteça e que se reconheça o verdadeiro e único caminho que conduz à plenitude da vida. 

sexta-feira, 5 de maio de 2017

HOMILIA PARA O DIA 07 DE MAIO DE 2017

ELE É GUIA E CAMINHO SEGURO

Diversas circunstâncias fazem com que a sociedade contemporânea viva com sensação de medo e insegurança. A violência e a intolerância que se faz presente em todas as instâncias da sociedade faz as pessoas buscarem proteção de todas as formas. Cresce de modo extraordinário o mercado de vigilância eletrônica. Serviços de escolta armada são cada vez mais frequente, e muitos ainda acreditam que andar armado e ter uma arma em casa são maneiras de se sentir seguros e protegidos. Simultâneo a isso também se vê, ainda que de modo muito tímido, as experiências do “vizinho solidário” e outras formas de corresponsabilidade e ajuda mútua nas inseguranças e fraquezas das pessoas. Todas elas nunca são suficientes e capazes de resolver todos os medos e fraquezas. A Palavra de Deus deste domingo, apresenta a única maneira confiável diante do medo e da fragilidade humana.
No Salmo deste domingo a Igreja reza: Ele me guia no caminho mais seguro, pela honra do seu nome. Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei; estais comigo com bastão e com cajado; eles me dão a segurança!
E São Pedro na primeira leitura afirma que Deus constituiu Senhor e Cristo, aquele que tinha sido crucificado” e aponta a adesão ao projeto de Jesus como absoluta segurança diante de todas as dificuldades da vida.
Na Segunda leitura, o mesmo reafirma, depois de recordar tudo o que aconteceu com Jesus: “Andáveis como ovelhas desgarradas, mas agora voltastes ao pastor e guarda de vossas vidas”.
Essas afirmações não são gratuitas invenções de fanáticos com fracos propósitos. Pelo contrário, são frutos da confiança na Palavra e na ação do mesmo Jesus que disse: “Em verdade, em verdade vos digo, eu sou a porta das ovelhas. Quem entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem. O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”.
Celebrando a memória do Cristo ressuscitado e bom pastor a oportunidade é para todos aqueles que também reconhecem Jesus como seu pastor e guia e partir do seu cotidiano dar continuidade à ação de Jesus. Ele que está vivo, caminha lado a lado com quem se propõe enfrentar os perigos e os sofrimentos em vista de fazer acontecer o que se reza no salmo: “Felicidade e todo bem hão de seguir-me por toda a minha vida; e, na casa do Senhor, habitarei pelos tempos infinitos”.
Cada pessoa e os cristão em particular, mas sobretudo aqueles que exercem algum serviço ou ministério da Igreja e na sociedade são desafiados pelo Papa Francisco que diz: “Peço-lhes que vocês sejam pastores com cheiro de ovelha, (...) pastores no meio do seu rebanho”. Isso significa dizer assumir a missão de ajudar e proteger a todos e a cada um fortalecidos por aquele que é a única e absoluta segurança diante das provações e medos hodiernos.




sexta-feira, 28 de abril de 2017

HOMILIA PARA O DIA 30 DE ABRIL DE 2017

ELE DOMINOU A MORTE

Um dos sentimentos mais difíceis de se administrar é o sentimento de perda. Quando se perde a saúde, um amigo, um ente querido, um negócio importante, até quando se perde o ônibus. São todas situações que deprimem e deixam as pessoas sem ação e sem disposição para buscar soluções e alternativas de superação.
Sentimento de perda foi o que experimentou o grupo e cada um dos amigos e amigas de Jesus depois de sua trágica morte. As leituras deste domingo apresentam como aos poucos a comunidade dos seguidores de Jesus foi se fortalecendo e fazendo crescer a certeza que a morte tinha sido dominada e que em seu lugar reinava o poder de Deus que quer a vida em plenitude para todos.
O episódio dos discípulos de Emaús é uma das situações extraordinárias que devolve aos incrédulos e desiludidos discípulos a certeza que tinham perdido: Quando Jesus repetiu o gesto de partir o pão que lhes era familiar “Seus olhos se abriram e eles reconheceram o Senhor, então disseram um para o outro: Não estava o nosso coração ardente quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as escrituras? No mesmo instante voltaram a Jerusalém e contaram aos outros como tinham reconhecido Jesus ao partir do pão”.
A segunda leitura apresenta motivo mais que suficiente para ninguém se desanimar diante das dificuldades e sofrimentos que a vida lhes impõe: Sabeis que fostes resgatados da vida fútil herdada de vossos pais, não por meio de coisas perecíveis,
como a prata ou o ouro, mas pelo precioso sangue de Cristo. Por ele é que alcançastes a fé em Deus. Deus o ressuscitou dos mortos e lhe deu a glória, e assim, a vossa fé e esperança estão em Deus”.
E o texto dos Atos dos Apóstolos certifica que Cristo não foi abandonado à região da morte, Deus o ressuscitou e nós somos testemunhas.
Ora, Deus que fez todas essas coisas merece o salmo que diz: Eu bendigo o Senhor, que me aconselha, e até de noite me adverte o coração. Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, pois se o tenho a meu lado não vacilo”.
Ora, também para os cristãos do terceiro milênio, também o povo brasileiro vilipendiado por políticos e mandatários corruptos e insensíveis aos sofrimentos e direitos dos cidadãos o mesmo Senhor que ressuscitou Jesus dentre os mortos e o próprio Ressuscitado aparece no caminho das perdas e dos sofrimentos e reafirma: “como vocês são lentos para compreender as escrituras, não sabem que o messias deve sofrer tudo isso, para então ressuscitar no terceiro dia”?
O Cristo que dominou a morte caminha com cada pessoa que luta e crê num mundo novo.



sábado, 22 de abril de 2017

HOMILIA PARA O DIA 23 DE ABRIL DE 2017

ELE NOS FEZ NASCER DE NOVO...

Vamos começar a reflexão da Palavra de Deus para este domingo a partir de uma fábula de Esopo, conhecida como o feixe de varas. Conta a fábula que certo pai, já no leito de morte pediu que cada um dos filhos viessem ao seu encontro trazendo uma varinha colhida no quintal de casa. Os filhos atenderam ao chamado do pai e trouxeram a varinha. O pai pegou cada uma delas e quebrou diante deles sem nenhum esforço. Reiterou o pedido para que novamente os filhos trouxessem mais uma varinha, e o exercício foi repetido. O pai então pegou todas as varinhas e formando um feixe tentou quebra-las. Obviamente o esforço foi em vão. Passou o feixe para cada um dos filhos que também não conseguiram. Como moral da história disse o pai: Assim acontece com cada um de vocês. Se estiverem sozinhos, facilmente serão vencidos, se permanecerem unidos ninguém conseguirá quebra-los.
É esta a mensagem que se pode tirar da liturgia deste domingo. Os Atos dos Apóstolos narram o testemunho da primeira comunidade cristã onde se lê: “Os que haviam se convertido eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna na fração do pão e nas orações, todos os que abraçavam a fé viviam unidos e colocavam tudo em comum e, cada dia, o Senhor acrescentava ao seu número mais pessoas que seriam salvas”. A experiência comunitária que os seguidores de Jesus realizaram garantiu o sucesso da proposta e o crescimento do grupo.
Pedro, na segunda leitura, reconhece a ação de Deus e afirma que tudo o que está acontecendo permite crescer na esperança e na alegria: Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Em sua grande misericórdia, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,
ele nos fez nascer de novo...”
e tudo é motivo de alegria embora seja necessário compreender que a vida não acontece sem que as pessoas experimentem dificuldades e provações.
O Evangelho narra mais um dos momentos extraordinários em que Jesus ressuscitado se dá a conhecer aos apóstolos. Esta realidade é portadora de algumas condições incríveis que são ao mesmo tempo missão. Os que estavam reunidos reconhecem Jesus que anuncia: “A paz esteja com vocês! Como o Pai me enviou eu também envio vocês; a quem perdoarem os pecados, estes serão perdoados; Bem-aventurados os que creram sem ter visto!” Todas realidades vividas em comunidade e com a comunidade.
Dentre as missões importantes e necessárias que a vida nos pede nos próximos dias, uma delas é ser solidário com o Brasil. O pedido dos nossos bispos em relação à reforma da previdência é muito claro: “É necessário que a sociedade brasileira esteja atenta às ameaças de retrocesso. A ampla mobilização contra a retirada de direitos, arduamente conquistados. A CNBB, a OAB e o Conselho Federal de Economia convidam seus membros e as organizações da sociedade civil ao amplo debate sobre a Reforma da Previdência e sobre quaisquer outras que visem alterar direitos conquistados, como a Reforma Trabalhista. Uma sociedade justa e fraterna se fortalece, a partir do cumprimento do dever cívico de cada cidadão, em busca do aperfeiçoamento das instituições democráticas”
A Arquidiocese de Maringá, no Paraná, suspendeu a Romaria que faria no dia primeiro de maio e o Arcebispo fez um convite para todos os diocesanos que participem das mobilizações do dia 28 de abril. Certamente este convite pode ser aplicado aos cristãos do Brasil inteiro.
A participação maciça na luta por um Brasil justo e honesto e com oportunidades para todos fara com que cantemos todos com o salmo deste domingo: “Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos”.  


sexta-feira, 14 de abril de 2017

HOMILIA PARA A PROCISSÃO DO ENCONTRO

ELE FOI FERIDO POR CAUSA DE NOSSOS PECADOS

Dentre as historietas, comparações e analogias que circulam pelas redes sociais nestes dias, uma delas é a conhecida parábola do homem que estava carregando uma cruz e enquanto caminhava sentiu cansaço e aos poucos foi cortando pedaços da cruz de modo que se tornasse mais leve e seu caminho mais suave. Para sua surpresa há pouca distância do destino ele precisou atravessar um abismo quando lançou sua cruz para fazer a travessia percebeu que faltavam os pedaços para garantir a travessia.
Esta historieta muitas vezes pode ser aplicada ao dia a dia das pessoas que procuram a maneira mais fácil, porém nem sempre eficaz para solucionar seus problemas.
Na Sexta Feira Santa, os cristãos acompanham com piedade os passos do Servo Sofredor descrito pelo profeta Isaias “Meu servo o justo carregou sobre si as culpas de todos”. Dentre as práticas de piedade no dia da Paixão do Senhor, uma delas se dá pela participação na procissão do Senhor morto também realizada com a imagem de N. Sra. das Dores. A cena do encontro sofrido da mãe e do filho dispensa comentários, trata-se de uma cena que fala por si mesma.
Celebrar este momento de compaixão diante da imagem do Cristo morto pede que se recorde o momento da condenação, ocasião em que Pilatos proclama “Não encontro nele nenhuma culpa, façam como manda a lei de vocês”.
Ao mesmo tempo não é possível contemplar a Imagem de Maria sem recordar a profecia de Simeão quando disse: “Uma espada transpassará a sua alma” e o evangelho conclui afirmando: “Maria guardava todas essas coisas no seu coração”.
Jesus e Maria com seu silencio se unem às vítimas da violência que já não podem gritar. Carregando a cruz Jesus se une as famílias que se encontram em dificuldade e choram a trágica perda dos filhos. Com a cruz Jesus se une a todas as pessoas que sofrem. Com a cruz Jesus está junto de tantas mães que veem seus filhos vítimas do paraíso das drogas. Com a cruz Jesus se une a quem é perseguido por causa da sua religião, das suas ideias ou simplesmente pela cor de sua pele. Na cruz de Cristo está o sofrimento e  o pecado, Ele acolhe tudo com os braços abertos e continua a dizer coragem, Você não leva sozinho eu caminho com Você.
Por sua vez, Maria continua a convidar para caminhar com Jesus sem medo de ir com ele até a cruz e sem medo de busca-lo na madrugada da ressureição.

As celebrações da sexta feira da paixão devem ajudar cada vez mais as pessoas serem semelhantes a Cristo e que passando pela experiência de dor e sofrimento cada vez mais tenham a coragem de se comprometer de verdade com a construção do Reino de Deus.