O BARATO, CUSTA CARO...
Com muito frequência se usa
a expressão: “O Barato sai caro”. Normalmente utilizada quando se entra em
algum negócio meio confuso e de resultado duvidoso. Nestes casos a pessoa que
realiza precisa decidir entre uma e outra atitude, um ou outro negócio ou bem
que vai adquirir ou vender. A última das possibilidades neste caso é admitir
que todo negócio tem uma margem de risco e que não há alternativa que não seja
a de “correr o risco”.
Pois a Palavra de Deus deste
domingo tem exatamente a intenção de provocar os ouvintes para “correr o risco”. O autor do livro dos Reis, fala sobre Salomão
no início do seu reinado. Jovem ainda, Ele bem sabia os desafios que se
apresentavam – os riscos – ao ocupar o trono de Davi seu pai. Recebendo a
visita de Deus e a possibilidade de por ordem na casa de modo a facilitar o seu
governo. Tentado pela mais extraordinária proposta: “pede-me o que quiser”, Salomão corre o risco e afirma: “Dá, pois, ao teu servo, um coração compreensivo, capaz de governar o
teu povo e de discernir entre o bem e o mal”. O resultado desse
pedido não poderia ser outro. Salomão terminou o seu governo como um dos mais
sábios governantes que Israel havia tido em toda a sua história.
São Paulo faz afirma aos Romanos: “tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são
chamados para a salvação, de acordo com o projeto de Deus”. Dizendo isso
deixa claro que “correr o risco” de amar a Deus não é um negócio para qualquer
aventureiro, pelo contrário, é uma opção acertada e cujo resultado é
previsível: “Pois aqueles que Deus contemplou com seu amor desde sempre, a esses ele predestinou a serem conformes à imagem de
seu Filho, para que este seja o primogênito numa multidão de irmãos”.
As últimas parábolas de Jesus, contadas por
Mateus, são o cerne do que se pode dizer: “Correr o risco”. São três narrativas
em que o comprador escolhe entre coisas
boas que ele possuía para comprar outras ainda melhores: Um Campo, Uma
pérola preciosa e peixes. E Jesus conclui afirmando: Quem realmente for bom,
será comparado a isso tudo e no final dos tempos terá o privilégio de se tornar
discípulo do Reino sendo considerado justo diante de todos.
Aplicadas à vida cotidiana é perfeitamente
possível afirmar que o mundo bom que Deus quer e que todos sonham é uma
parceria que acontece com a contribuição e sabedoria de Deus e de todos.
Ninguém e nada ficará excluído do projeto de Deus desde que seja capaz de “correr
o risco” confiando naquele que pode mostrar qual a melhor decisão a ser tomada
em cada tempo. Por isso mesmo ganha ainda mais sentido as palavras rezadas no Salmo:
“É esta a
parte que escolhi por minha herança: observar
vossas palavras, ó Senhor! A lei de
vossa boca, para mim, vale mais
do que milhões em ouro e prata”.
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