quinta-feira, 12 de agosto de 2010

SABER SER E SABER FAZER

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA
Campus de Joaçaba - Curso de Pedagogia
Componente Curricular: Educação e Multimeios
Educador: Professor Elcio Alberton
E-mail: professor.elcio@hotmail.com
Blog: www.padreelcio.blogspot.com
Fone: 41 32750578 ou 99219804


DIDÁTICOS, TECNOLÓGICOS OU OS DOIS?

1 – NOÇÕES PRELIMINARES

Para tratar de recursos didático-tecnológicos na educação, não se pode prescindir do objetivo colocado. Conforme já foi dito a primeira condição será delimitar os conteúdos e os objetivos que se pretende alcançar antes de abrir mão dos recursos tecnológicos na educação. De nada adiantaria modernos hardware e software serem disponibilizados se aqueles que dele se servirem não sabem o que fazer com os recursos.
Neste caso vale a máxima do Filósofo Sêneca : “para o barco que não sabe em qual porto quer atracar qualquer vento é favorável”. Qual seja o recurso aplicado sem uma finalidade específica será mais um tiro com “pólvora molhada”.
Sempre partindo do princípio que o aluno é o centro de todo o processo educativo há que se considerar que os recursos precisam estar a serviço deste e não o contrário. Já se afirmou que o principal recurso tecnológico na educação são as pessoas envolvidas: Alunos e professores.
É preciso então considerar que o Ser Humano não aprende/ensina apenas com o pensamento ou com as palavras. É todo o corpo do ser humano que está envolvido quando se trata de aprender/ensinar. A arte de educar é um ato de toda a pessoa e se realiza mais plenamente quando toda a sua corporeidade estiver envolvida.
Por mais belas, que sejam as palavras, por mais modernos que forem os recursos eles não serão capazes de garantir a efetivação do aprendizado. É preciso levar em conta que os movimentos e posições do corpo exprimem os diversos modos da pessoa se colocar diante de outro. Daí é importante reconhecer que ensinar/aprender exige gestos simples, espontâneos e elementares, por meio dos quais o ser humano manifesta as suas necessidades fundamentais.
Os gestos são meios de comunicação pelos quais o homem se dá a conhecer aos seus semelhantes e neles o aprendizado assume uma dimensão social. Não resta dúvida que para ensinar/aprender a participação do corpo é indispensável.
A educação é um ato que se dá com a totalidade do ser humano. É importante destacar a função do corpo como uma espécie de ‘instrumento da alma’. Assim como um músico se serve do seu instrumento para expressar os seus sentimentos, o corpo humano é o instrumento para manifestar os desejos interiores, no caso da educação o desejo de aprender/ensinar. É bem verdade que o ser humano é uma unidade intrínseca, cuja comparação com o instrumento é sempre falha, o primeiro é o instrumento que registra com segurança a interioridade do seu espírito.
Considerando, pois que criaturas corpóreas e que o corpo também se modifica mediante o conhecimento por ele apreendido não deverá ser motivo de nenhuma admiração que seja dada importância decisiva aos gestos e porte do corpo como instrumento que se pode chamar de alta complexidade tecnológica para a aprendizagem.

1.1 – Corporeidade e educação
Os equipamentos (hardware/software) são a maneira visível da relação de aprendizagem. O efeito dos recursos se realiza no corpo mediante os gestos e palavras. É evidente que aquilo que se processa, com o ensinante/aprendente, tem uma originalidade muito particular quase como força de um mistério.
Talvez, nenhuma outra época da história tenha valorizado tanto o corpo e seus gestos como o nosso tempo. É possível afirmar que a cultura da globalização e da tecnificação está exigindo relacionamentos mais densos de calor humano e de razões humanas, até então não exploradas. A riqueza simbólico-espiritual dos gestos e do porte do copo faz o ser humano penetrar com mais intensidade nos mistérios do seu ser.
Cada parte do corpo mereceria um estudo mais aprofundado das suas manifestações e significações da comunicabilidade entre os seres, fato que se realiza de modo muito denso no processo da aprendizagem.
Considerando o propósito desta aula é mister tratar do corpo sob a ótica do principal e mais extraordinário recurso tecnológico. Assim, por exemplo, mencionamos os pés que nos assentam no chão, permitem uma postura vertical, são o lugar do contato do homem com a terra e daí com toda a natureza e naturalmente com o transcendente. O indivíduo que aprende é alguém que se coloca de pé no nível das relações. Diante de toda a capacidade intelectual e do desenvolvimento de tantos recursos porque não se pode ter a certeza absoluta que todos eles dependem da única máquina que não é fabricada, mas que se fabrica a si mesmo. De modo que se deveria ter a certeza de que os recursos tecnológicos tem a função de garantir que o ser humano desfrute deles sem ser aniquilado por eles.
Os pés estão na extremidade das pernas, e sua finalidade é conduzir o ser humano ao encontro com o outro ser humano, com a natureza, com o saber, com o divino. Praticamente não existe ação humana que não seja marcada, delimitada pela capacidade de locomoção resultado das vontades. Vontades que são obedecidas cegamente, mas decididamente e sabendo para onde vai. Andando pelos caminhos como um “aprendente”. As pernas levam o homem a inúmeras experiência e possibilidades, elas são como os sinais de trânsito, o indicativo de que o ser humano está disposto a mudar o sentido de sua vida. Os acidentes e contratempos da estrada não são percalços para que um determinado ato impeça o ser humano de ser feliz.
É a disposição do nosso corpo que nos permite compreender quando Miguel Arroyo escreve:
As figuras dos professores aparecem para além de uma docência neutra. Não dá para separar a imagem do docente da imagem humana. Nem como separar os saberes apreendidos dos valores, dos comportamentos, das condutas e dos hábitos, da ética, da autoestima, do o orgulho ou da humilhação, do estímulo ou do preconceito. Estamos na escola na totalidade da nossa condição humana. Os alunos nos veem como gente, entram na relação docente como totalidades humanas. (Arroyo 2009).

Ora, mobilizar o corpo balancear para frente ou para trás, para a esquerda e para a direita é uma excelente forma de unir a ideia com a experiência. O gesto não mente, ao contrario da palavra ele compromete. As mãos e os gestos cumprem um importante papel simbólico, assim a postura das mãos do professor exercem uma “simboloterapia”, se eliminada esta possibilidade, o processo pode ficar comprometido.


2.0 – A sala de aula
O aluno não é um navegador solitário, um herói que enfrenta sozinho a tempestade do oceano. Ele pertence a um povo, chamado a viver uma relação nova entre si e a humanidade a partir das pessoas que o cercam. Educadores e educandos servem-se do corpo para dar e receber saberes. Antes e acima de tudo este grupo precisa de um corpo, precisa de coração que tenha o desejo de relação. O corpo no processo educativo precisa disponibilidade para “perder tempo” que o leve a mudar de vida. A sala de aula não é uma improvisação, mas exige espaço e tempo para que o aluno possa se sentir importante, acolhido no seu todo, corpo e espírito, é muito mais eficaz a educação que faz o sujeito se sentir reconhecido, também no seu corpo. O ambiente que cerca o aluno tem altíssima importância no processo da aprendizagem. Diante da exigência da sustentabilidade se pode até falar de uma ecologia da aprendizagem. E nisto aparecerão os recursos tecnológicos disponibilizados junto com as pessoas.
3.0 – A capacidade de compreensão
Os estudiosos da retenção costumam dar distintos valores para a capacidade de compreensão de determinados saberes. Assim se diz que a mente humana é capaz de fixar com facilidade:
1% do paladar
1,5% do tato
3.5% do olfato
11% da audição
83% da visão.
Sendo esta uma verdade, no que toque algumas diferenças percentuais de uns e outros estudos, há que se considerar que na arte de educar é muito necessária a combinação entre oral e visual. Sempre tendo em conta que o primeiro a ser visualizado é o próprio sujeito que deve ter a primazia sobre qualquer outro recurso.
Não parece fora de propósito que o ser humano teve sempre necessidade de associar o seu ser ao seu fazer.

Referência bibliográfica
ARROYO, Miguel G. Imagens quebradas. Petrópolis, Vozes, 2009.
FERREIRA, Oscar Manoel de Castro. Recursos audiovisuais para o ensino. São Paulo, Editora Pedagógica Universitária, 1975.

EDUCAÇÃO E MULTMEIOS

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA


Campus de Joaçaba - Curso de Pedagogia

Componente Curricular: Educação e Multimeios

Educador: Professor Elcio Alberton

E-mail: professor.elcio@hotmail.com

Blog: www.padreelcio.blogspot.com

Fone: 41 32750578 ou 99219804




A ESCOLA NA ERA DA INFORMAÇÃO



O progressivo domínio das técnicas de comunicação que vão sendo utilizados como recursos pedagógicos nas escolas corre o risco de fragmentar as práticas pedagógico-didáticas sem levar à renovação que se espera. Sem um aproveitamento adequado dos meios tecnológicos na educação, corre-se o risco de ser mais uma alternativa paliativa para o problema do aprendizado.

Um dos primeiros entraves a ser superado é a compreensão da escola como um microrganismo isolado do resto do mundo para o qual se dirigem os alunos como se para ali viessem na condição de tabula rasa. Nenhuma teoria educacional poderá prescindir da influência que os recursos tecnológicos propiciam às culturas e sociedades em todas as classes.

O conceito de "aldeia global", criado por Marshall McLuhan , quer dizer que o progresso tecnológico estava reduzindo todo o planeta à mesma situação que ocorre em uma aldeia. Marshall McLuhan foi o primeiro filósofo das transformações sociais provocadas pela revolução tecnológica do computador e das telecomunicações. A afirmação que se aplicava outrora à televisão, ganhou cidadania plena com o advento da rede mundial de computadores.

Infelizmente muitos educadores se limitam a emitir juizo de valor sobre esta realidade como se concorrentes fossem e que os recursos não passam de permissivismo moral e político. Por sua vez há os que elevam às alturas colocando-os no lugar das pessoas e acima de todos os demais recursos.

A questão fundamental que precisa ser considerada está longe do aspecto político, ele é estritamente pedagógico. A era da tecologia não se configura um acidente histórico, pelo contrário, participa do movimento geral da civilização em vista do aprefeiçoamento da mobilidade humana rumo ao coroamento das relações pessoais, sociais, e econômicas. Daí que dizemos ser um problema pedagógico no sentido estrito que o uso inadequado destes recursos podem transoformar o indivíduo em refém da modernidade e presa fácil da massificação.

Dos professores se espera que em lugar de denunciar os produtores de software e outros mecanismos de informação devem correr em paralelo para garantir que seu uso seja racional. O bombardeio de informações que são oferecidas em todas as instâncias da sociedade e para todos os níveis de pessoas precisam ser recebidos positivamente.

É importante que os educadores não se coloquem na posição de vítimas patéticas da massificação tecnológica mas que se apresentem como operadores de pedagogias sempre novas e arriscadas capazes de renovar sua missão no mundo. As infinitas formas de aquisição da informação forçam os educadores a desancorarem-se do seu amibente relativametne seguro para “águas mais profundas”.

Os recursos tencológicos ao alcance das nossas crianças e jovens não seguem a regra de integração racional à qual estamos habituados. Pelo contrário formam um mosaico de conhecimentos e saberes justapostos. Esta situação exige uma resposta criativa e pedagógica independente dos meios e recursos físicos que as instituições podem disponbilizar.

Sem sombra de dúvida todos os que situam a arte de ensinar numa perpespectiva de preparação para a vida precisam colocar os recursos tecnológicos não apenas como instrumentos de ensino, mas explicitamente como matéria no sentido de responsabilidades pela sua correta utilização.

Educadores que já se perceberam como não sendo proprietários do saber e mandatários da cultura serão capazes de se colocar na condição de perceber que o ser humano da modernidade tem um desejo extraordinário de análisar, compreender e até julgar. Neste sentido o professor fará parte de toda esta expectativa dos seus alunos.

Nesta perspectiva os recursos tecnológicos serão vistos muito mais amplamente do que objetos, ou matérias a serem usados e explorados mas expressões de um sistema total de comunicação e aprendizado. Sem esta visão corre-se o risco de sobrevalorizar o lugar da técnica e menosprezar o detinatário delas.

Está mais do que claro que nossos alunos, de longe, aprendem somente a partir da escola, dos livros e dos professores. O papel destes últimos será facilitar e ampliar as capacidades de juízos em relação ao mercado do aprendizado disponível e acessível em todos os lugares.

Os recursos físicos disponibilzidos pela escola precisam apontar para o futuro e despertar nos estudantes as capacidades de escolha de um tal modo que estes percebam os absurdos e até os perigos de um uso desregrado de qualquer que seja o recurso tecnológico a seu dispor. Criar nos educandos o desejo de discutir em sala de aula as vantagens e desvantagens de determinados programas e recursos são formas de aprendizado para a vida.

Há que se superar a ideia de que recursos físicos indicam atualidade e melhor qualidade pedagógica. Facilitar a discussão sobre o uso das técnicas e das formas de aprendizado que estas proporcionam fará o usuário se perceber como um cidadão capaz de dominar a rede de forças que os recursos estabelecem, mas que todavia não anulam a cidadania da sua condição humana.

Quatro considerações são importantes no processo de aprendizagem no que se refere ao uso dos recursos tecnológicos. Tendo isto em consideração será possível perceber que as melhores técnicas de aprendizado nem sempre necessitam da sofisticação de última geração.

1) O aluno precisa ter presente que o melhor recurso pedagógico, insubstituível e mais moderno se chama professor, obviamente com intervenções sempre atualizadas e abalizadas;

2) Os elementos essenciais do aprendizado não estão acabados, pelo contrário merecem discussões críticas e correções cotidianas;

3) O plano pedagógico permite sempre a integração de novas técnicas e novos recursos que o complementem;

4) A capacidade de provocar os confrontos de saberes e os reagrupamentos de informações.

Com toda a certeza a psicologia e a pedagogia moderna devem reprovar o uso de recursos tecnológicos como substitutos das pessoas e dos relacionamentos interpessoais. Aqueles são geradores de preguiça mental e afetiva. Os estudos recentes sobre o fenômeno Bullying dão conta que a máquina e os contatos substituíram os relacionamentos.

Referência Bibliográfica

DIEUZEIDE, Henri. Le tecniche Audivisive nell’insegnamento. Roma, Armando Armando Editore, 1965, p.137 – 149.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

PLANO DE CURSO - EDUCAÇÃO E MULTIMEIOS

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA
Campus de Joaçaba - Curso de Pedagogia
Componente Curricular: Educação e Multimeios
Educador: Professor Elcio Alberton
E-mail: professor.elcio@hotmail.com e www.padreelcio.blogspot.com
Fone: 41 32750578 ou 99219804

PLANO DE CURSO



1) OBJETIVO GERAL DO CURSO: Formar profissionais em nível de graduação na modalidade de licenciatura para atuarem na em projetos educacionais na docência e gestão de instituições.


2) EMENTA: Estudo dos processos de comunicação e dos recursos tecnológicos na sociedade contemporânea. A utilização das tecnologias no processo educativo. Recursos tecnológicos na educação.



3) JUSTIFICATIVA: As rápidas transformações por que passa a civilização contemporânea exige dos egressos do curso de Pedagogia a capacidade de se adequar cotidianamente a elas e consequentemente aplicar na campo da educação as inovações tecnológicas que se apresentam para o ensino-aprendizagem.


4) OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA
1) Facilitar ao futuro professor o conhecimento da história da aplicação dos recursos tecnológicos na educação;
2) Colaborar para que o pedagogo tenha familiaridade com os recursos tecnológicos da atualidade;
3) Despertar no acadêmico a curiosidade investigativa no que se refere ao avanço das tecnologias;
4) Contribuir para que o acadêmico perceba, que não obstante a evolução dos recursos tecnológicos, a pessoa do educador continua sendo indispensável no processo ensino/aprendizagem;
5) Tornar conhecido do professor que se está gestando os diferentes meios e recursos tecnológicos disponíveis e de baixo custo de manutenção;
6) Manusear, com o acadêmico, recursos e tecnologias por meio do uso de laboratórios digitais.

5) PROPOSTA METODOLÓGICA
Aulas expositivas;
Participação dos acadêmicos mediante leitura e apresentação de seminários;
Pesquisa individual e em equipe com a utilização de recursos tecnológicos;
Encontros presenciais com o uso de laboratório de informática;


6) CONTEUDOS


I - INTRODUÇÃO
1. Apresentação e discussão da proposta de estudos;
2. Metodologia de avaliação; Provocações iniciais;
3. Apresentação do professor e dos acadêmicos;
4. Apresentação do plano de curso;
5. Proposta metodológica e procedimentos didáticos.


II – UNIDADE

1. Aprendizagem e recursos didáticos;
2. Recursos didáticos em sala de aula ao longo da história;
3. Conhecendo a educação a distância;
4. História e uso de recursos audiovisuais na educação e na história;
5. Reflexão sistemática sobre as técnicas audio-visuais na educação;


III – UNIDADE

1. Recursos tecnológicos na educação presencial em sala de aula;
2. Recursos tecnológicos na educação presencial além da sala de aula;
3. Recursos tecnológicos na pesquisa e estudo além da sala de aula;
4. Recursos tecnológicos na educação a distância;
5. Recursos tecnológicos como instrumento facilitador da aprendizagem;
6. Recursos tecnológicos indispensáveis à comunicação;
7. Recursos tecnológicos e processo avaliativo;
8. Recursos tecnológicos auxiliares no processo de produção do conhecimento;
9. Recursos tecnológicos na gestão educacional.


7. AVALIAÇÃO

1. Presença mínima exigida de acordo com a lei de 75% nos encontros presenciais.
2. Criação e apresentação de um projeto de curso para o ensino fundamental e/ou médio com a utilização de recursos tecnológicos.
3. Avaliação continuada pelo uso dos recursos tecnológicos disponibilizados pela Universidade.
4. Participação no Seminário indicado como recurso metodológico.



8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. AURICHIO, Ligia de Oliveira. Manual de Tecnologia Educacional, Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1978.
2. BRITO, Luiz Navarro de. Teleducação. Salvador, Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1981.
3. BROWN, W. & LEWIS, B. HARCLEROAD F. Instruccion Audio visual. México, Editorial Trillas, 1977.
4. CASTILLEJO, Tecnologia y educaciona. Barcelona, CEAC, 1986.
5. CHIAPINI, Ligia. Outras Linguagens na Escola. São Paulo, Cortez, 2000.
6. CHADWICK, Clifton B. & ROJAS, Alicia Mabel. Tecnologia Educacional e desenvolvimento curricular. Rio de Janeiro, ABT, 1980.
7. COCHRAN, Kieffer y. Tecnicas audiovisuales. México, Libreria Carlos Cesarman, 1968.
8. DIEUZEIDE, Henri. As técnicas audiovisuais no ensino. Lisboa, Publicações Europa América, 1965.
9. FERREIRA, Daniela Carvalho Monteiro & PAIVA, José Eduardo Ribeiro de. O Áudio na Internet. UberLândia, Edibrás, 2008.
10. FERREIRA, Oscar Manuel de Castro, Recursos Audio-visuais para o ensino. São Paulo, EPU, 1975.
11. ____. Recursos audiovisuais no processo Ensino-aprendizagem. São Paulo, EPU, 1986.
12. GUEDES, Maria Jose. Meios de Ensino. São Paulo, Loyola, 1983.
13. GOMES, Péricles Varella & MENDES, Ana Maria Coelho Pereira. Tecnologia e Inovação na Educação Universitária. Curitiba, Champagnat, 2006.
14. GOMES, Péricles Varella & MENDES, Ana Maria Coelho Pereira. Tecnologia e Inovação na Educação Universitária. Curitiba, Champagnat, 2006.
15. MARQUES, Mario Osório. A escola no Cumpatador. Ijuí, Unijui,1999.
16. MARTINS, Josenei. Sala de Aula sem paredes. Rio do Sul, UNIDAVI,2006.
17. MATOS, Elizete Lúcia Moreira & GOMES, Péricles Varella. Uma experiência de Virtualização Universitária: O Eureka da PUCPR. Curitba, Chapagnat, 2003.
18. MENDONÇA, Heloísa Maria Nóbrega de. Os Meios Audiovisuais e a aprendizagem. Rio de Janeiro, José Olympio, 1974.
19. MIALARET,G. Psicopedagogia dos meios audivisuais. Petrópolis, Vozes, 1973.
20. MORAN, José Manoel. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. São Paulo, Papirus, 2000.
21. NETO, Samuel Pfromm. Telas que ensinam – Mídia e aprendizagem do cinema ao computador. Campinas, Alínea, 1998.
22. NISKIER, Arnaldo. Tecnologia Educacional. Petrópolis, Vozes, 1993.
23. OLIVEIRA, João Batista de Araújo. Tecnologia Educacional, Petrópolis,Vozes, 1975.
24. ____. Perspectivas da Tecnologia Educacional. São Paulo, Pioneira, 1977.
25. ¬¬____. Tecnologia Educacional. Petrópolis, Vozes, 1982.
26. PEREZ, Marisa Martin. El modelo educativo Del Tecnológico de Monterrey. Mexico, NuevoLeon, 2002.
27. SANCHO, Juana Maria. Tecnologias para Transformar a Educação, Porto Alegre, Artmed, 2006.
28. SENAC. Educação e educação a distância, DVD de entrevistas com professores e pesquisadores. Rio de Janeiro, Centro de Produção de Rádio e Televisão.




Joaçaba, 16 de agosto de 2010.


________________________
Elcio Alberton - Professor

________________________
Marilena Detoni
Coordenadora do Curso

AULAS NA UNOESC... - UNIDADE I

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA
Campus de Joaçaba - Curso de Pedagogia
Componente Curricular: Educação e Multimeios
Educador: Professor Elcio Alberton
E-mail: professor.elcio@hotmail.com
Blog: www.padreelcio.blogspot.com
Fone: 41 32750578 ou 99219804


APRENDIZAGEM x RECURSOS DIDÁTICOS

Sob o ponto de vista da instituição escolar o ensino é antigo e os métodos utilizados no processo ensino/aprendizagem podem ser explicados com a história do Homem que fez uma viagem no tempo.
Por outro lado sob o ponto de vista da tecnologia o processo se renova a cada dia com uma velocidade quase impossível de ser acompanhada. Na prática quem muda constantemente são as pessoas na sua relação com as tecnologias.
No que concerne às mudanças sociais, de nível institucional Harnad afirma que passamos por 4 revoluções no conhecimento humano.
1) Aquisição da linguagem e a possibilidade de comunicação oral;
2) Advento da Escrita;
3) Invenção da imprensa;
4) O caminho interativo.

Graças a esta última revolução a humanidade experimenta uma diminuição no uso dos recursos físicos e ampliação dos recursos virtuais.
Chartier – Aponta três rupturas culturais no processo ensino aprendizagem:
1) Leitura silenciosa e virtual
2) Difusão dos textos impressos
3) Passagem do escrito para o eletrônico
Todavia também este afirma que tudo muda, mas a escola continua a mesma. A grande pergunta que continua a ser feita consiste em buscar responder como aproveitar os recursos que a tecnologia nos oferece.
Mas, se a escola continua a mesma, não obstante inserida numa sociedade em continua mutação o que dizer do professor? Este mudou? Ele não continua sendo o detentor de um “capital” profissional? E nesta condição reproduz exatamente aquilo que aprendeu, ou que leu como uma verdade pronta e acabada? Continua o detentor do saber e que transmite aos demais até se inclui no currículo ensinar sobre recursos tecnológicos na educação.
Por sua vez os alunos:
a) Não aprendem a utilizar os recursos;
b) O professor julga apelativo o uso de recursos;
c) Falta de capacitação sobre o melhor aproveitamento dos recursos;
Os alunos estão acostumados a aprender de muitos outros modos e, sobretudo fora da escola. Já vai longe o tempo em que ficava reservado aos bancos escolares, às bibliotecas escolares e ao professor como transmissor do conhecimento.
Parece imprescindível que se faça alargar o conceito de Didática passando da simples norma fria e técnica para a compreensão que de é mais do que ensinar, e que consiste em influenciar comportamentos.
Isto implica comunicação e utilização de recursos os quais não podem ser vistos apenas como substituto para o professor faltante ou com dificuldades de transmissão de conteúdos.
O aproveitamento dos recursos tecnológicos exige empatia, não a tecnologia pela tecnologia. O efeito do processo reside no efeito do meio. (Exemplo: telejornais ou novelas?).
Todavia o professor continua insubstituível, na medida em que ele medeia o diálogo que conduz ao aprendizado. Neste sentido os professores necessitam atualização, formação constante tanto no que se refere a conteúdos como metodologias e procedimentos didáticos. O contrato didático necessita ser refeito constantemente.
O mais importante não é a atualização de equipamentos, mas seu uso racional. No que se refere ao aprendizado trata-se de utilizar o melhor dos recursos: a pessoa do professor e do aluno.
É muito fácil incorrer em erros no que se refere ao uso das tecnologias e a valorização que delas se faz na medida em que se esquece o que acabamos de citar no parágrafo acima. O recurso tecnológico, como já se disse, não tem finalidade em si mesmo senão em aumentar a eficácia do trabalho das pessoas que efetivamente fazem a educação: professores e alunos.
Para conceituar o que são recursos tecnológicos pode-se dizer que:
As tecnologias aplicadas ao processo de ensino/aprendizagem não se limitam a nenhum meio ou instrumento em particular. Neste sentido se deve admitir que recursos tecnológicos não se resumissem a utilização de uma série de equipamentos. Parece mais adequado afirmar que eles se constituem numa maneira de planejar, realizar e avaliar o processo ensino/aprendizagem. Eles consistem muito mais na combinação de distintos meios que tornem o processo mais eficiente.
È importante reconsiderar que o enfoque principal do processo de tecnificação não pode ir noutra direção senão na valorização primordial das pessoas envolvidas, isto é, alunos e professores. Os melhores equipamentos/recursos serão aqueles que a comunidade escolar seja capaz de melhor explorar todas as suas funções. Pouco ou nada vi acrescentar na eficácia do aprendizado uma série de recursos que sejam subutilizados. Situações desta natureza diminuem os recursos humanos e a qualidade destes em detrimento daqueles.
Por esta razão a primeira atitude do educador não poderá ser a de reservar ou selecionar recursos físicos para uso didático/pedagógico, antes disso precisará levar em conta a matéria prima de que dispõe: o ser humano.
Certamente será possível mensurar o nível de eficiência dos distintos meios utilizados ao longo da história não por eles mesmos, mas pelos objetivos que alcançaram.
Sob o ponto de vista sistemático, quem precisa estar no centro de todo o processo tecnológico é o aluno. Será por conta dele que os meios tecnológicos são ou deixam ser necessários e importantes. Quatro perguntas e sete passos precisam ser considerados no que se refere às tecnologias na arte do aprendizado.
Perguntas:
1) O que devem buscar as escolas e quais objetivos devem ajudar as escolas para que os alunos se realizem?
2) Que experiências de aprendizagem devem buscar os estudantes com o objetivo de alcançar as metas e com quais modos podem levar a bom termo?
3) Quais os ambientes físicos nos quais se podem realizar as atividades em vista dos objetivos e que recursos pessoais convém usar?
4) Quais observações experimentais se devem considerar a fim de que formar um critério para avaliar em que medida os educandos alcançaram os objetivos e como se pode melhora o sistema a fim de que os objetivos sejam mais eficazmente alcançados?

Passos:
1) Definir os objetivos e conteúdos;
2) Selecionar as experiências de aprendizagens mais adequadas e tanto quanto possível individualizá-las;
3) Selecionar um ou mais formatos adequados para as experiências de aprendizagem;
4) Selecionar as instalações físicas para concentrar nelas as experiências de aprendizagem;
5) Designar atividades e responsáveis por cada uma delas;
6) Escolher materiais e equipes adequados;
7) Avaliar os resultados e propor as melhorias para o futuro.

CONCLUSÃO
Os elementos levantados nesta breve exposição ajudam a formar um marco de referência para a aplicação de recursos tecnológicos na educação. Parece claro que o centro de todo o processo é a pessoa que está envolvida na arte de aprender e ensinar (professor-aluno-professor). O aluno deverá ser sempre o centro das preocupações e em vista dele tudo o resto deve ser preparado e planejado. Para personalizar o processo o professor é convidado a perceber como cada estudante tem acesso e faz uso do acesso de que dispõe para o seu aprendizado.
Não é raro que um professor depois de utilizar todos os recursos tecnológicos disponíveis na sua escola termine com uma grande frustração. Outras vezes atribuíra o insucesso do processo de aprendizagem à falta de recursos que esta ou aquela instituição apresenta.
A primeira, elementar e única certeza para a qual todos os professores precisam ter alta consideração consiste precisamente adaptar o que se tem às situações e circunstâncias. A satisfação das necessidades não se dará exatamente pela quantidade de recursos tecnológicos disponíveis, mas pela capacidade de bem explorar o potencial de cada um e das pessoas envolvidas no processo.


Referência Bibliográfica
BROWN e. & LEWIS B, & HARCLEROAD, F. Instrución Audiovisual, México, Editorial Trillas, 1977, p. 1- 48.


sexta-feira, 6 de agosto de 2010

HOMILIA PARA O DIA 08 DE AGOSTO 2010

XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM


Leituras: Sabedoria, 18,6-9; Salmo 32(33);
Hebreus, 11,1-2.8-19; Lucas 12,32-48.


Na última quinta feira ao iniciar o debate com os presidenciáveis a produção do programa responsável pelo evento fez uma pergunta dirigida aos quatro candidatos presentes: "Dentre as três urgências Saúde, educação e segurança, qual delas será a preocupação do seu primeiro dia de governo?". Todos, segundo suas convicções, procuraram responder, entretanto nenhum deles se arriscou isolar uma delas como se esta fosse a mais necessária, ou importante para um governo. Isto deixa a entender que no exercício de uma responsabilidade a pessoa precisa ver globalmente, afinal as situações e soluções nunca se dão de modo isolado.
Parece ser esta a ótica da Palavra de Deus neste domingo. As três leituras apontam para o Reinado de Deus, como realidade ampla e que precisa ser entendido acima de todas as particularidades do cotidiano. O Reinado de Deus não se resume a alguma pequena conquista ou atividade, Ele será tanto mais compreensível quanto maior for a responsabilidade dos que o buscam.
Isto será aplicável aos governos, aos lideres das Igrejas, aos pais de família e a todos quantos estão a frente de qualquer atividade ou são responsáveis pelo bem de outros e consequentemente da sociedade.
No evangelho Jesus conta três pequenas parábolas em todas elas a mensagem central é maior do que o fato por elas relatado. Ele conclui: onde estiver o seu tesouro aí estará o seu coração! E não tenham medo: Deus quer lhes dar o Reino. O Resto? É resto, será acréscimo, virá como resultado do empenho por aquilo que é muito maior. A todos e em todas as circunstâncias Jesus pede uma única atitude: Fiquem preparados!
Isso que Jesus fala no evangelho já estava implícito na primeira leitura: Deus agiu ao longo da história. Tudo o que aconteceu neste tempo é obra de Deus, ou melhor, contou com o seu braço poderoso e por isso ninguém cessa de elevar louvores, como fizemos no salmo responsorial.
Na carta aos Hebreus pudemos perceber como a realidade da fé mudou a vida e garantiu outro modo de vida para muitos ao longo do tempo, isso certamente será dado também a cada um de nós: “A fé é a certeza daquilo que ainda se espera, a demonstração de realidades que não se veem”.
Entre nós existem muitas realidades que são contrárias ao plano de Deus, não dá para fugir da nossa responsabilidade em transformá-las. A pergunta que fez Pedro pode ser feita por cada um de nós: Senhor, é para nós ou para todos que contas estas parábolas?
A resposta de Jesus se aplica ao nosso cotidiano, fiquemos sempre preparados. Um dos modos de nos preparar é reunião festiva da ceia do Senhor que viemos celebrar a cada domingo.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

MULTIPLICAR É PRECISO

SEMINÁRIO QUE BICHO É?


Elcio Alberton
Indicações para realização de seminário.
Texto em vista da disciplina teorias da educação.
Sob a orientação
das Professoras Joana Paulin Romanowski
e Pura Lúcia Oliver Martins

A palavra tem sua etimologia na raiz latina “seminarium” cujo significado quer dizer sementeira. Naturalmente essa palavra significa proliferação, não sem razão o termo passou a ser usado como recurso didático pedagógico para semear ideias.

Segundo Juan Bordenave •: "A palavra seminário tem a mesma etimologia de semente, o que parece indicar que o seminário deve ser uma ocasião de semear ideias ou de favorecer a sua germinação".

De acordo com o texto proposto pelas professoras a realização de um seminário é facilitar aos participantes uma reflexão mais aprofundada de um determinado problema. Trabalho que naturalmente implica atividade de equipe. Por falar em equipe é importante diferenciar equipe de grupo, enquanto o primeiro é um trabalho coletivo o segundo pode significar apenas uma reunião de pessoas onde nem todos visam os mesmos objetivos e interesses.
Algumas condições são essenciais para o bom êxito de um seminário e merecem ser elencadas:
a) Contato íntimo com o texto;
b) Compreensão da mensagem central do texto;
c) Interpretação do conteúdo;
d) Discussão do problema que se apresenta no texto.
Estes quatro pontos estão detalhados num trabalho nosso intitulado: Leitura, análise e interpretação de texto e publicado em nosso blog: www.padreelcio.blogspot.com
Os objetivos do seminário serão tanto mais eficazes quanto maior for o envolvimento de todos os participantes no processo, isso significa dizer quanto mais efetivo for o trabalho de equipe. A realização de um seminário pressupõe um roteiro didático, e pressupõe uma organização mínima a qual pode ser descrita nos seguintes tópicos:
a) Apresentação de um texto base;
b) Indicação das grandes linhas a serem abordadas;
c) Esquema em forma de índice;
d) Roteiro guia para a realização do evento;
e) Análise textual e interpretativa;
f) Pesquisa sobre outras fontes (contextualização);
g) Leitura e exposição resumida do texto;
h) Formulação de perguntas contextualizadas;
i) Indicação de bibliografia de referência.
Estes nove itens supõe que sejam apresentados pelo coordenador, no caso de um seminário em sala de aula pelo professor. Mas também podem ser apresentados e organizados pelos membros da equipe responsável pela condução do evento. Todos eles têm implicância no processo de preparação daí ser importante que os passos sejam executados durante a preparação do seminário, ou melhor, ainda no ato de apresentação do texto base.
No dia da realização do seminário, o coordenador fará bem o seu papel se apresentar um estudo pessoal do que foi proposto, este estudo pode ser em forma de roteiro interpretativo e quanto mais pessoal for melhor será a realização do seminário.
Naturalmente que no dia do seminário todos os participantes já terão lido o texto de referência que foi apresentado e terão contribuições a fazer. Mas, existem ainda outras técnicas, sobretudo se o grupo for grande demais, é importante organizar debatedores que se pronunciem a respeito do tema.
Outro modo de fazer acontecer um seminário será um roteiro de questões o qual apresentado aos participantes pode ser respondido individualmente ou em equipe de acordo com o tema e número de participantes e muito logicamente capacidade de reflexão teórica dos mesmos.
Retomando a afirmação de seminário como sementeira, ou como trabalho coletivo é natural que esteja subentendido o empenho de todos. Espera-se que ninguém vá para o seminário como “expectador mudo”.
De forma nenhuma será de se supor que o seminário seja uma aula expositiva apresentada por qualquer um dos participantes, seja ele professor, coordenador ou outro elemento da equipe.
Feitas estas considerações parece compreensível o esquema geral de um seminário:
a) Introdução pelo professor.
b) Apresentação pelo coordenador.
b.1) Tarefas, procedimentos adotados, cronograma.
b.2) Introdução e contextualização do tema.
b.3) Esclarecimentos em relação ao texto.
c) Execução coordenada das várias atividades propostas.
d) Introdução para a discussão (colocação de elementos mais questionadores)
e) Síntese final.
Existem outros passos para a realização de seminários e roteiros bem mais amplos e elaborados, neste caso estamos nos referimos a seminários realizados dentro de uma sala de aula com tempo limitado e participantes que se supõe tenham nível de reflexão semelhante. De todo modo, qualquer que seja o seminário supõe sempre o conhecimento da totalidade do objeto de discussão por parte de todos os envolvidos, sob pena de não ser um trabalho de equipe, mas de EUquipe e como resultado não se constituir em sementeira de novas ideias.

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

http://static.blogstorage.hi-pi.com/photos/girassarte.arteblog.com.br/images/gd/1193064694/DIALOGOS-COM-O-DUFFY-MARIANO.jpg

LEITURA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS


O que é isso? Para que serve? Porque fazer?

Estas e outras perguntas, por certo fazem parte dos questionamentos de todos quantos se propõe ler e estudar algum texto de pequena ou maior profundidade e extensão. É fato também que raramente alguém se colocará por empenho a leitura e interpretação de texto se este nada tiver a lhe dizer e a contribuir com a sua prática cotidiana.

Nós estamos propondo contribuir com os professores cursistas, tutores, professores formadores e outros que participam do programa de educação a distância denominado: PROINFANTIL. Estendemos nossa reflexão aos mestrandos em educação da PUCPR, segundo semestre 2010, especialmente para os que participam da disciplina Teorias da Educação.

Para tentar encaminhar a reflexão a que nos propomos permitam-nos começar fazendo uma analogia da interpretação de textos com uma metodologia de leitura da Bíblia denominada LECTIO DIVINA, ou LEITURA ORANTE DA BÍBLIA. Este método que teve sua origem na teologia monástica nos primeiro séculos da Igreja. Dentre os expoentes do monaquismo merece citação a figura de São Bento o qual conceituava a LECTIO DIVINA ou LEITURA ORANTE DA BÍBLIA como uma ocupação séria, assídua e participativa que tinha como finalidade transformar a vida e tornar-se um caminho de perfeição.

Em resumo este método consiste em 4 passos:

1) Ouvir a Palavra ( Dispor-se a ela, prestar atenção, ouvir o autor, contextualizar, destacar palavras e frases, fazer relação com outros textos, construir imagens que o texto faz evocar).

2) Meditar o texto ( o que texto diz para mim, quais as implicações para minha prática, refletir sobre o que é mais significativo).

3) O que eu vou dizer para o autor (conversar com Deus a partir do texto lido).

4) Contemplação (qual a minha contribuição para o texto, ou seja, o que eu vou dizer para o autor – no caso Deus - e colocar em prática o que se leu).

Ora, a leitura e interpretação de textos exige um método que contempla de algum modo estes quatro passos, os quais podem ser explicitados da seguinte maneira:

1) LER O TEXTO COMO UM CONVITE PARA O DIÁLOGO COM O AUTOR

A regra básica de toda a comunicação consiste na transmissão de uma mensagem entre o que emite e o que recebe. Um texto é sempre uma codificação do seu pensamento com vistas a decodificação por aquele que irá ter acesso à leitura.

Naturalmente aquele que ouve (que lê, que se propõe decodificar) necessita preparar-se no sentido de dominar á área temática a que se refere o texto. Da parte do decodificador é importante que estabeleça um limite para a leitura, o que se chama unidade de leitura.

É bom fazer a leitura por etapas, valorizando as ideias do autor. Fazer por etapas não significa estabelecer interrupções, sobretudo longas, na decodificação (estudo) de um mesmo tema.

A esta fase chamamos de ANÁLISE TEXTUAL a qual compreende: Leitura completa da unidade cuja finalidade é tomar contato com o texto com vistas a assinalar pontos possíveis de dúvidas que sejam condicionantes para a compreensão da mensagem Conhecer o autor (vida e obras) e familiarizar-se com o vocabulário – formar um léxico com as palavras desconhecidas.

Em seguida é importante contextualizar o texto (Época em que foi escrito, autores a que faz referência, outras doutrinas) e elaborar um esquema que dê visão de conjunto do texto.

UM BOM ESQUEMA MERECE CONTEMPLAR:

1) INTRODUÇÃO

2) DESENVOLVIMENTO

3) CONCLUSÃO

(Atenção: esquema não é resumo e este não é subtração de parágrafos)

O segundo passo na análise e interpretação de texto consiste na:

2) ANÁLISE TEMÁTICA

Este ponto pode ser explicitado como a condição de ouvir o autor e conteúdo da sua mensagem sem intervir nela. Fazer perguntas para o texto e procurar compreender o problema a que o autor se refere ou que quer responder. Procurar captar a ideia central do texto a qual pode ser expressa por meio de um juízo completo.

No processo de audição o decodificador deve fazer um raciocínio sobre o texto, entrar no pensamento do autor e ver como ele trabalhou (argumentou) para demonstrar as suas convicções. Observar a relação que o autor faz com outros temas correlatos, qual o tronco comum e quais as ideias complementares. Isso tudo servirá como base para a síntese. Isso é o que se pode chamar de roteiro de leitura.

O terceiro passo consiste na:

3) ANÁLISE INTREPRETATIVA

Interpretar = tomar posição, superar a estrita mensagem do texto, ler as entrelinhas, criar diálogo, explorar as ideias expostas. Em resumo: falar com o autor!

Até aqui o autor falou com o leitor, agora é o momento de estabelecer a contramão o que significa:

3.1 Situar o pensamento num contexto mais amplo;

3.2 Associar e aproximar ideias;

3.3 Formular juízos e tomar posições;

3.4 Se for o caso fazer críticas às posições do autor.

E finalmente o quarto passo implica em:

4) TOMAR POSIÇÃO (E agora José?)

Levantar o problema a ser resolvido realizar uma síntese pessoal contextualizada. Tal atividade pode ser a produção de um texto, de um relatório, de um esquema, a realização de um seminário, a elaboração de um artigo científico, de um trabalho de conclusão de curso, etc.

A conclusão sempre implica em retomar os pontos abordados e tanto quanto possível socializá-los!

domingo, 25 de julho de 2010

HOMILIA PARA O DIA 25 DE JULHO 2010

17° DOMINGO DO TEMPO COMUM



Leituras: Gênesis 18, 20-32; Salmo 137(138);
Colossenses 2, 12-14; Lucas 11,1-13

Certamente já experimentamos a sensação de estabelecer um diálogo com uma pessoa que está hierarquicamente superior a nós na escala profissional ou social e porque não também familiar. Começar uma conversa com o diretor, supervisor, superior imediato, com o Pai ou a mãe, em muitas ocasiões é sempre um desafio e está cercado de diversos mitos e muitas vezes medos. Em todas estas situações é necessário medir bem as palavras que se pretende usar e obviamente calcular os efeitos de cada uma delas.
Pois é isto o que acabamos de ouvir nas leituras deste domingo. Abrãao precisou intervir em favor do povo que não correspondeu à aliança que havia estabelecido com Deus. Embora ele saiba que Deus é justo e misericordioso ele também reconhece que Deus abomina o ímpio e o pecador. No final do diálogo, bem sucedido, o patriarca alcança aquilo que esperava: Deus perdoa a todos por conta dos poucos que lhe foram fiéis. Uma vez mais ele se revela exatamente aquilo que é: Compassivo e cheio de misericórdia.
Já São Paulo na carta aos Colossenses, faz um pedido firme e corajoso: Se Deus perdoou as nossas faltas porque não somos capazes de viver conforme esta graça?
E na narrativa de Lucas o Pai nosso é ensinado no contexto do reconhecimento de quem é Deus e do que ele é capaz de fazer em favor dos que a ele recorrem com confiança. Na medida em que o ser humano reconhece os atributos divinos o coração de Deus se compara ao amigo que atende aquele que bate a qualquer dia e qualquer hora. O ensinamento se conclui com a expressão: Deus sabe dar coisas boas àqueles que lhe pedirem. Isso certamente coloca Deus muito acima dos nossos interesses imediatos e mesquinhos. Nossos incessantes pedidos do tipo “barganha”, “negócio”, “toma lá da cá” do tipo Teologia da prosperidade, certamente não encontra espaço neste diálogo e nesta forma de reconhecer Deus e a sua misericórdia.
Em resumo parece que as leituras nos ensinam a fazer nossas orações numa estreita sintonia com a vida, com nossa prática cotidiana. Nossa oração não encontra fundamento fora da dimensão do fazer e do ser. Nossa oração é complemento de tudo o que somos e fazemos. Ou como diz um velho provérbio da Igreja A gente reza aquilo que acredita e acredita conforme aquilo que reza.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

HOMILIA PARA O DIA 18 DE JULHO 2010

HOMILIA PARA O DÉCIMO SEXTO DOMINGO COMUM



1ª Leitura - Gn 18,1-10ª; Salmo - Sl 14,2-3a.3cd-4ab.5 (R. 1a)
2 ª Leitura - Cl 1,24-28; Evangelho - Lc 10,38-42


“Falar é prata escutar é ouro”, diz um ditado popular muito usado lá em Santa Catarina. De fato quantas vezes já experimentamos isso em nossa vida. De diversos modos percebemos que o silêncio fala mais alto e cala mais profundo quase sempre trazendo melhores benefícios.
Pois é sobre a arte de escutar que tratam as leituras deste domingo. No texto do Antigo Testamento é Abraão quem escuta a voz de Deus e por meio de uma visita inusitada vê cumprida a promessa segundo a qual seria Pai de uma descendência numerosa. Acolhendo os peregrinos desconhecidos, ouvindo o que estes tem a dizer, eis que se realiza a maravilha da vida em sua esposa Sara.
Já na segunda leitura São Paulo, referindo-se aos que ouvem a Palavra de Deus, afirma: “A estes Deus quis manifestar como é rico e glorioso entre as nações este mistério: a presença de Cristo em vós, a esperança da glória”. Esta atitude os torna perfeitos em si mesmos e na união com Cristo.
Da nossa parte rezamos com o Salmista: Vai morar na casa de Deus quem é capaz de viver segundo a palavra que ouviu. Vai morar na casa de Deus aquele que não se mistura com a corrupção e toda forma de desrespeito para com a pessoa no cotidiano das relações humanas.
E finalmente na palavra do Evangelho Jesus conclui com um convite ao mesmo tempo em que uma chamada de atenção à Marta que se preocupa com tantas coisas menos em ouvir aquilo que interessa no momento oportuno: “Marta, Marta, tu te preocupas com tantas coisas, uma só é necessária. Maria Escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”.
Esta celebração de ação de graças nos convida a fazer um balanço das nossas escutas e das nossas respostas. A quem e a que tipo de palavra costumamos dar ouvido e quiçá até colocar na prática cotidiana? Nossa preocupação está centrada em receber orientações seguras ou nos colocamos de modo atabalhoado num ativismo desenfreado como se o mundo fosse acabar amanhã e dependesse do nosso corre-corre cotidiano como se fôssemos os novos salvadores da pátria.
Que a palavra nos converta e nos faça mais e melhores ouvintes das boas noticias que o Senhor nos dá a cada dia e de muito modos.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

HOMILIA PARA O DIA 11 DE JULHO 2010

VAI VOCÊ E FAÇA A MESMA COISA...




Leituras: Deuteronômio 30,10-14; Salmo 68(69);
Colossenses 1,15-20; Lucas 10, 25-37.

Não é raro encontrar pessoas no semáforo fazendo malabarismo, crianças brincando de estátua nos cruzamentos movimentados da cidade, cadeirantes solicitando esmola no ponto de ônibus. E assim por diante! Nossa sensação é que somos impotentes para resolver tantas situações de humilhação e desrespeito da dignidade que vemos por todo o canto.
Por outro lado são muitas as iniciativas que visam promover e devolver a dignidade perdida a muitos irmãos e irmãs. São serviços da Igreja, entre eles vale lembrar a Pastoral da Criança, são serviços de outras instituições, clubes e associações.
São pessoas que por própria força de vontade mudam a sua condição de vida. Há algum tempo vi num jornal de Curitiba o exemplo do professor de Filosofia, portador de uma doença degenerativa que o levou a cegueira. Nesta condição ele andava no ônibus ensinando filosofia e ajudando os passageiros a filosofar.
Diante de tudo isso cabe a cada um de nós a mesma resposta que Jesus deu ao doutor da lei: Vai Você e faça a mesma! Certamente não basta dar uma esmola, fazer uma caridade, já é alguma coisa, mas existe ainda muita iniciativa ao nosso alcance para que não fiquemos nos perguntando quem é o meu próximo, e pelo contrário nos façamos próximo do nosso irmão.
Ao apresentar a atitude dos três personagens no Evangelho Jesus nos ajuda a compreender o que é o cerne da sua mensagem: “a oração não pode ser separada da vida de cada dia”.
Isso já estava na lei, como nos foi proclamado na primeira leitura de hoje: “a palavra está bem ao teu alcance, está em tua boca e em teu coração para que possas cumprir”. E nós respondemos no salmo: Suas palavras Senhor são mais doces que o mel.
Cumprir a palavra de Deus foi o maior ensinamento de Jesus e isso ele o fez com a sintonia entre o que fez e aquilo que falou.
Daí que nunca nos cansamos de pedir sempre ao Pai que nos ajude a viver com coerência aquilo que professamos com palavras.

sábado, 3 de julho de 2010

HOMILIA PARA O DIA 04 DE JULHO


SOLENIDADE DE SÃO PEDRO
E SÃO PAULO





Leituras: Atos dos Apóstolos 12, 1-11; Salmo 33(34);
2ª.Timóteo 4,6 -8.17-18; Mateus 16,13-19.




Pronto. A copa terminou. O hexa foi adiado de novo. Talvez seja 2014 a nossa vez. Mas a responsabilidade por essa frustração recai sobre as costas do treinador, ou será por conta da expulsão do Filipe Melo. Quem sabe não foram os erros dos juízes. Bom, as possibilidades, explicações e justificativas são tantas que certamente nem vale a pena gastar tempo procurando explicações ou culpados. O fato é que nossa seleção foi pra África com a intenção, o apoio e a garra para fazer jus ao título de seleção favorita.
Quem sabe poderíamos aplicar as Palavras de São Paulo aos jogadores da nossa seleção e de todas as que se despediram da África antes mesmo do que esperavam: “Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé”.
Esta afirmação de Paulo na segunda leitura de hoje ele faz já na prisão pouco antes de ser executado. Estava convencido que tudo aquilo que havia feito teve um único objetivo: Manifestar a convicção que tinha nas palavras e na pessoa de Jesus de quem ele se fez apóstolo. Tal como Paulo é possível dizer que também a nossa condição de cristãos se compara a uma copa do mundo. Jogamos num time não por causa de nós mesmos e de nossos interesses, jogamos por causa do Reinado de Deus. Entramos em campo no dia do nosso Batismo. Naquela ocasião nossos pais falaram por nós tal como Pedro proclamou no evangelho de hoje: “Eu creio que tu és messias o Filho de Deus vivo”. De lá para cá viemos nos esforçando para aperfeiçoar em nossas vidas as certezas que nossos pais nos transmitiram.
Jogar na seleção de Jesus Cristo, certamente impõe pra todos muitos desafios, maiores até do que as forças parecem suportar. Eis que se apresenta o testemunho de Pedro, que ouvimos na primeira leitura: “Agora sei que o Senhor enviou seu anjo para me livrar”.
A esta altura da competição não basta ficar procurando quem são os culpados pelas derrotas do nosso cotidiano, nem muito menos centrar atenção em nossas fragilidades ou nas fraquezas alheias, nem muito menos nos pecados da nossa Igreja. Certamente será importante reconhecê-las sim, mas não perder tempo com elas.
Pedro e Paulo superaram diversas dificuldades e isso só foi possível graças ao amor que tinham por Cristo e a determinação do seu testemunho. Nossa Igreja é santa e pecadora, dela e de todas as suas virtudes e fracassos somos participantes. Nós, os membros ordenados, que desempenham tarefas e serviços na Igreja entre eles, e de modo especial, a pessoa do Papa Bento XVI. O momento e a condição não é a de atirar pedras e encontrar culpados é procurar saídas e pedir que Deus mesmo continue nos ajudando a viver de tal modo que perseveremos no ensinamento dos apóstolos e sejamos um só coração e uma só alma.
Que esta Eucaristia nos torne cada vez mais disponíveis para Deus e para nossos irmãos.