sábado, 1 de setembro de 2012

22º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B – 2012



Leituras: Deuteronômio 4, 1-2.6-8; Salmo 14 (15);
Tiago 1,17-18.21b-22.27; Marcos 7,1-8.14-15.21-23.

No repertório das canções litúrgicas bastante populares, uma delas que é muito querida nas nossas comunidades, e cujo conteúdo é realmente fascinante, costuma ser identificada com o titulo: “Senhor Quem entrará?”.
A letra é uma variação melódica do salmo 14 que se proclama na liturgia deste domingo:

Senhor, quem morará em vossa casa
e no vosso monte santo, habitará?

É aquele que caminha sem pecado
e pratica a justiça fielmente;
que pensa a verdade no seu íntimo
e não solta em calúnias sua língua

Que em nada prejudica o seu irmão
nem cobre de insultos seu vizinho;
que não dá valor algum ao homem ímpio,
mas honra os que respeitam o Senhor.

não empresta o seu dinheiro com usura,
nem se deixa subornar contra o inocente.
Jamais vacilará quem vive assim!

Rezar este salmo no contexto das leituras que se ouve neste domingo na liturgia facilita a cada pessoa  e a comunidade inteira a se colocar  diante de algumas perguntas intrigantes e necessárias. Ou seja: Em que medida o dia a dia das pessoas está pautado pela lei, pela norma, pelas proibições e permissões acima da convicção do coração.
O que São Tiago recomenda na segunda leitura, não é senão, uma confirmação do ensinamento dado por Jesus aos Fariseus de Jerusalém: “sejam praticantes da Palavra e não meros ouvintes”.
No Brasil, se está vivendo o tempo intenso de campanha eleitoral. Seja por meio da propaganda gratuita nos meios de comunicação, seja por outras fontes, todos estão sendo bombardeados por informações, intenções, e promessas daqueles que se colocam na condição de candidatos para as funções de prefeito e vereador.
Para os candidatos e para os eleitores certamente pode ser aplicado o que se reza no salmo:
“quem tem ficha limpa e o coração puro,
Quem pensa e age com verdade,
Quem não se deixa subornar”.

Rezando na assembleia reunida é bom valorizar a prece a fim de que sejam reforçados os laços que unem a todos com Deus, que alimente o que é bom e guarde com cuidado aquilo que é justo.

sábado, 25 de agosto de 2012

21º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO B - 2012


REFLETINDO A PALAVRA DE DEUS
Leituras:  Josué 24, 1-.15-17.18b; Salmo 33(34);
Efésios 5,2132; João 6, 60-69.

Nesta semana, com o início da propaganda eleitoral gratuita, se intensificaram os apelos em relação às opções político-partidárias e a escolha dos candidatos que deverão dirigir os destinos dos municípios brasileiros para os próximos anos. A nova composição do executivo e do legislativo municipal por todo o país é uma espécie de antecipação dos rumos que terá o país nos próximos anos. Em resumo, todos estão sendo desfiados a fazer escolhas e o resultado delas serão também as consequências para a vida de todos.
Na História da Igreja o tema das escolhas sempre foi muito querido e sobre elas tratou a teologia e a doutrina ao longo dos tempos. De acordo com suas escolhas, homens e mulheres são lembrados, venerados e admirados. Dentre as recordações bonitas que a Igreja coloca como modelo lembra-se a figura de Santo Agostinho, cuja memória se faz no próximo dia 28. Santo Agostinho falava aos cristãos sobre a Eucaristia e dizia: “Escolham ser aquele de quem vocês se alimentam e sejam o corpo daquele que vocês se alimentam”.
É sobre escolhas que fala também a Palavra de Deus proclamada neste domingo. O texto da primeira leitura  é o discurso de Josúe diante da assembleia que deveria fazer escolhas. Ele faz uma provocação dizendo: “Eu e minha família serviremos ao Senhor!”. Quanto a Vocês podem decidir por onde andar. A mesma coisa, porém em outro contexto e com outras palavras São Paulo fala aos cristãos de Éfeso. Dirigindo-se aos casais numa sociedade em que as questões de gênero, tão em voga na atualidade, de longe tinham qualquer importância, Paulo faz uma série de recomendações  sobre como maridos e mulheres deveriam se comportar. Terminado as recomendações ele coloca um observação extraordinária:  façam como Cristo que escolheu amar a Igreja e se entregar por ela. Ele quis assim torná-la santa”.
Na mesma situação delicada estavam os discípulos de Jesus. Tinham consciência da escolha que queriam, mas sabiam também das consequências das suas opções. Entretanto, Pedro assume os riscos e fala em nome de todos: A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”.
Ontem como hoje, a Igreja se reúne, para rezar uns com os outros. Como irmãos na mesma fé pedir discernimento e capacidade para fazer as escolhas certas que vão determinar o rumo que a vida precisa tomar.
Dentro das celebrações do mês de agosto, recorda-se hoje o dia do catequista, pessoas que escolheram dedicar suas vidas a serviço do Evangelho a fim que mais gente reconheça o que se reza no salmo deste domingo: Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, seu louvor estará sempre em minha boca. Minha alma se gloria no Senhor; que ouçam os humildes e se alegrem!”.
Que seja está também a prece da Igreja reunida neste domingo.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

MINHA ALMA DÁ GLÓRIAS AO SENHOR

Reflexões a partir da Solenidade a 
Assunção de Nossa Senhora - 2012

As contradições do cotidiano são extraordinárias e despertam perplexidade, medo, curiosidade ao mesmo tempo alegria e esperança. No Brasil vive-se o tempo das eleições municipais com propostas e perspectivas de grandes novidades a partir de 2013. Ao mesmo tempo o Brasil aparece como o país do pleno emprego. Nesta semana Santa Catarina foi apresentada como destaque no país inteiro com a publicação dos altos índices de desenvolvimento e melhora da qualidade da educação báscia no estado. 
Ao mesmo tempo a violência, a corrupção, a impunidade são marcas registradas e repetidas em quase  todos os lugares e relações.
Neste contexto se celebra a Assunção de Maria ao céu. Vitoriosa, a Mãe do Senhor, é reconhecida como interecessora e capaz de servir como exemplo para todos os que vivenciando o cotidiano contraditório quer ao mesmo tempo ser fiel a Deus e a seu projeto de vida.
A primeira leitura prevista para a liturgia do domingo da Assunção de Maria traz a intrigante narrativa da mulher do Apocalipse. Com todas as contradições narrativas a Mulher é vencedora e merecedora da Graça e da escolha de Deus.
Desde muito cedo a Igreja interpretou a figura do Apocalipse associada à pessoa de Maria, cuja vitória foi também sentida e experimentada por ela e por toda a comundiade que conviveu com o Filho Jesus. 
Não sem razão o Evangelho conta o econtro de Maria com a Izabel e a fantástica proclamação da crença que a Mãe do Senhor confirma como ação de Deus em sua vida.
Os sinais do Reino, descritos na carta aos Coríntios podem ser equiparados ao que se vive na atualidade e de uma coisa é possível ter certeza: "Se atentos às coisas do alto será possível a todos participar da Glória dos que já vivem junto de Deus".

domingo, 5 de agosto de 2012

REFLETINDO A PALAVRA DE DEUS


18º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 05 DE AGOSTO DE 2012 – ANO B

Leituras: Êxodo 16, 2-4.12-15; Salmo 77 (78)
Efésios 4, 17.20-24; João 6, 24 -35.

“Quem não reconhece as mudanças, vai julgar o presente pelo passado e vai ter medo que é uma reação diante do desconhecido”.  Este pensamento que faz parte da biografia de um importante cidadão brasileiro  pode ser aplicado e  ajuda compreender a Palavra de Deus que a liturgia da Igreja apresenta para este domingo.
No texto do livro do Êxodo são os concidadãos de Moisés que não conseguem perceber a mudança que esta se processando na sociedade e na vida deles. Não percebem que a mão de Deus, por meio de Moisés, está lhes conduzindo para um novo estilo de vida. De modo indelicado e grosseiro levantam a voz contra tudo e contra todos. E Deus lhes dá a conhecer, no sinal do Maná e das Codornizes, a mudança que está se processando na história. Só muito mais tarde isso foi reconhecido quando o salmista proclama a ação divina fazendo o povo rezar: “O Senhor deu a comer o pão do céu e os conduziu para a terra prometida”.
A mesma situação experimentam os conterrâneos de Jesus. A palavra e o jeito de ser do mestre é diferente de como  podiam imaginar, no entanto, não conseguem compreendê-lo como o enviado de Deus e aquele que lhes alimenta para um estilo de vida diferenciado.
Admiram, vão ao seu encontro, buscam por milagres e sinais extraordinários, mas não percebem o que está escondido em tudo isso. É preciso que Jesus chame a atenção e fale sem meias palavras: “Vocês me procuram não por causa dos sinais, querem apenas saciar sua fome de pão”.  Depois de lhes fazer mais esta advertência Jesus lhes mostra uma alternativa: “Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”.  E conclui o seu ensinamento dando-se a conhecer: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.
Ontem como hoje, os cristãos e porque não dizer a sociedade inteira precisa ouvir de novo e readequar esta palavra ao seu estilo de viver e organizar o mundo e a convivência entre as pessoas.  Para isso bem se aplicam as palavras de São Paulo na segunda leitura deste domingo:
“Eis pois o que eu digo e atesto no Senhor: não continueis a viver como vivem os pagãos,
cuja inteligência os leva para o nada”.
  E para que isso aconteça é adequada recomendação final do texto: “Revesti o homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade”.
Neste sentido a oração da Igreja reunida na assembleia de domingo, a correta interpretação da Palavra ouvida e a Eucaristia que os cristãos partilham é de uma importância indiscutível.

sábado, 28 de julho de 2012

DIA DO PADRE - 2012 - 04/08/2012


SER PADRE: NOVOS DESAFIOS


A sociedade da tecnologia trouxe consigo um sem número de novos desafios e necessidades que se renovam à velocidade da luz. O processo de transformação da sociedade se apresenta como um processo metamorfósico indescritível e surpreendente.  Diante desta situação o ser humano, nas suas diversas formas de se organizar em sociedade se vê diante de duas atitudes: Perplexidade e medo. Ambas positivas, mas que exigem respostas distintas de acordo com a prevalência. Se prevalecer o medo vai procurar abrigo, segurança, proteção. Ambas atitudes boas, mas que facilmente dificultam responder aos desafios e às novidades que se apresentam. Se, porém, prevalecer a perplexidade, irá reconhecer que as mudança provoca crise, não no sentido de aterrorizar, mas na perspectiva de se adequar aos novos tempos que se avizinham.
É neste sentido, que mais do que nunca o Padre, inserido nesta sociedade, é chamado dar preferência à perplexidade em detrimento do medo. A primeira responderá com criatividade, atitude que é própria de quem cultiva uma sadia espiritualidade, e o colocará no meio da sociedade com empenho para estabelecer parcerias. Tal situação é descrita pelo Papa Bento XVI na carta que escreveu por ocasião do ano sacerdotal. No texto o Santo Padre fala daquilo que se espera dos padres no mundo contemporâneo e da sua relação com as pessoas que “são do mundo,”: “O seu exemplo me induz a evidenciar os espaços de colaboração que é imperioso estender cada vez mais aos fiéis leigos, com os quais os presbíteros formam um único povo sacerdotal e no meio dos quais, em virtude do sacerdócio ministerial, se encontram "para  levar todos à unidade, amando uns aos outros com caridade fraterna, e tendo os outros por mais dignos" (Rm 12, 10). Neste contexto, há que recordar o caloroso e encorajador convite feito pelo Concílio Vaticano II aos presbíteros para que reconheçam e promovam sinceramente a dignidade e participação própria dos leigos na missão da Igreja. Estejam dispostos a ouvir os leigos, tendo fraternalmente em conta os seus desejos, reconhecendo a experiência e competência deles nos diversos campos da atividade humana, para que, juntamente com eles, saibam reconhecer os sinais dos tempos" (http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=273212, acesso em 29/07/2012).
Como um cidadão ‘que está no mundo, sem ser do mundo’, como disse Jesus aos discípulos no chamado discurso de despedida que se lê no Evangelho de João, o Padre, nas palavras do psiquiatra italiano Vittorino Andreoli,  “... deve mostrar que a terra está habitada por seres humanos e por deuses, e que não se pode viver esquecendo um destes dois sujeitos. É um verdadeiro magister que  ensina a viver, e não o professor que explica a etmologia ou a física do céu.”(ANDREOLI, 2010, P. 307).
Neste sentido, por ocasião da celebração do dia padre, espera-se de todos, padres e leigos, a capacidade do diálogo, da abertura, da acolhida e do cuidado, a fim de que perplexidade em relação aos novos tempos seja marca principal em lugar do medo. Que por conta desta atitude o padre seja capaz de assumir sempre novas missões, tarefas e desafios. Que aconteça na Igreja, e no mundo a exortação de São Paulo na carta aos Efésios: “Eu, prisioneiro no Senhor, vos exorto a caminhardes de acordo com a vocação que recebestes: Com toda a humildade e mansidão, suportai-vos uns aos outros com paciência, no amor. Aplicai-vos a guardar a unidade do espírito pelo vínculo da paz” (Efésios 4, 1 -3).

SUGESTÃO DE HOMILIA PARA O DIA 29 DE JULHO 2012


17º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leituras: 2Reis 4, 42-42; Salmo 144(145);
Efésios 4, 1-6 ; João 6, 1 – 15.

Uma das virtudes apreciadas por todos é a capacidade de perceber as alegrias, as esperanças, as necessidades  e  sofrimentos alheios. O ser humano tem em alta consideração quem se mostram sensível às realidades familiares, sociais, educacionais, de saúde, e assim por diante.
É esta situação que a Palavra de Deus neste domingo faz perceber. No livro dos Reis o profeta vivencia a fome das pessoas e mesmo tendo consciência dos limites que tinha ao seu alcance, não deixa de tomar uma atitude: “Dá ao povo para que coma”. A ordem é dada por causa da confiança que tinha em Deus: “Assim diz o Senhor”. E de fato a fome é amenizada, nas Palavras do Profeta se concretiza o desejo de Deus: “Saciar a todos ensinando também a partilha e a responsabilidade”.
No Evangelho, já não é mais um profeta messiânico, mas o próprio Jesus, o Filho do Pai. Ele mesmo percebe o sofrimento da grande multidão que o seguia, adoentada, faminta, desprotegida. Jesus senta e ordena a mesma atitude para todos, em seguida surpreende a multidão com um gesto inusitado a partir do pouco ou nada que possuíam: “Deu graças a Deus e mandou que fosse repartido”. Surpreendentemente todos ficam saciados e ainda sobram “doze cestos”.
Pouco tempo depois São Paulo faz uma releitura do que é também importante naquele momento e recomenda: “Vivam com humildade, mansidão, paciência, amor. Façam a experiência da unidade e da paz”. E façam tudo isso por uma causa muito simples, mas segura: “Um só é o Senhor, uma só fé, um só batismo”.
Uma vez mais, a Igreja reunida em oração, na santa assembleia do domingo, pode erguer a voz como no salmo de hoje: “Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem,
e os vossos santos com louvores vos bendigam!”. E muito mais do que isso, depois de participar da celebração eucarística do domingo cada pessoa é novamente convidada e renovar sua sensibilidade, sua capacidade de perceber os sofrimentos e as necessidades daqueles que lhe são próximos e, então sim, realizar o milagre do amor!
A Igreja reunida é desafiada a sair do local da reunião sem permitir que se perca nenhuma oportunidade para fazer o bem. Que para isso sirva a oração, a oração de todos e a Eucaristia partilhada.