quinta-feira, 13 de setembro de 2012

REFLETINDO A PALAVRA DE DEUS



24º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B – 2012

Leituras: Isaias 50, 5 -9ª;  Salmo 114,1-2.3-4.5-6.8-9 (R. 9)
Tiago 2,14-18; Marcos 8, 27-35.

“Dize-me com que tu andas e te direi quem tu és”. Este provérbio popular é muito sugestivo e pode ser aplicado em diversas circunstâncias da vida. Muitas vezes, é  verdade, até mal aplicado. Entretanto é certo que as parcerias e amizades que se cultiva determinam em muito a seriedade e lealdade da pessoa.
É certo também que toda e qualquer relação que se estabelece com alguém exige a capacidade e porque não dizer a coragem de assumir as vantagens e as custas de tais relações.
Ora, no Salmo que se reza neste domingo o autor reconhece, reza e afirma: Andarei na presença de Deus, junto a ele, na terra dos vivos”.
É claro que esta convicção implica em comportar-se de acordo com as afirmações que faz. A mesma coisa se pode observar no trecho escolhido para a primeira leitura: A meu lado está quem me justifica... Sim, o Senhor Deus é meu Auxiliador”.
Na mesma perspectiva São Tiago faz um apelo insistente: “Tu, mostra-me a tua fé sem as obras, que eu te mostrarei a minha fé pelas obras!”.
E Jesus, no Evangelho, desafia os discípulos a confirmarem a razão porque acreditam nele e na sua palavra. Dirige aos seus amigos uma pergunta a queima roupa: “E vocês quem dizem que eu sou?” Diante da resposta aponta todas as “custas” desta afirmação: “'Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la”.
Ontem, como hoje cada pessoa continua sendo convidada a estabelecer parcerias e amizades. Atitudes que implicam em vantagens, responsabilidades e realizações. Para os cristãos vale as Palavras do Evangelho: “Em todas as relações pensar para além das simples relações humanas e do frágil alcance dos olhos: É preciso pensar e procurar enxergar as coisas com o olhar de Deus”.
Neste particular se situa o período eleitoral que se está vivendo. Os interesses que fazem com que as pessoas escolham este ou aquele candidato, muitas vezes são apenas olhares com interesse para as necessidade e vantagens pessoais ou do seu grupo, da sua turma, do seu time. É claro que também neste caso vale o provérbio: “Dize-me com quem andas e te direi quem és”. Se alguém se sujeita andar ou votar em candidato ficha suja, comprar ou trocar seu voto por favores e interesses pessoais ou grupais,  nem precisa fazer outros comentários.

sábado, 8 de setembro de 2012

SUGESTÃO DE HOMILIA PARA O DIA 09 DE SETEMBRO 2012


ELE FAZ BEM TODAS AS COISAS

Leituras: Isaias 35, 4- 7ª. ; Salmo 146(145)7.8-9ª.9bc-10:
Tiago 2,1-5; Marcos 7,31-37

É bastante comum em diversas regiões do Brasil o uso de provérbios e ditados populares como lições em diversas circunstâncias da vida. Um deles diz mais ou menos assim: “Só se conhece bem uma pessoa depois de comer em sua companhia um saco de sal.” Tal axioma é amplamente usado para agregar valor às amizades, ao namoro e ao casamento, às relações comerciais e assim por diante.
Ora, em relação a pessoa de Jesus e aos seus ensinamentos, as comunidades que o conheceram e com ele conviveram, foram experimentando sensação desta natureza. Ou seja, caminharam com Jesus, sentiram as provocações e desafios que lhe eram propostos, compreenderam os bons momentos das suas andanças. Alegraram-se com os milagres e curas.
Em outras palavras tinham a certeza que Deus estava com Ele, no final de tudo podiam afirmar com segurança: “Ele faz bem todas as coisas!”.
No evangelho proclamado na liturgia deste domingo o encontro e reconhecimento de Jesus acontecem mais uma vez em situação extraordinária. No campo, entre os necessitados, um deles surdo e que falava com dificuldade.
Acolhendo e fazendo melhorar a condição do homem que lhe fora apresentado todos podem ver que por, meio de Jesus,  é Deus mesmo quem age entre eles.
Situação semelhante havia vivido a comunidade de Isaias cujo relato está na primeira leitura. Depois de ter experimentado um momento de destruição e sofrimento a mensagem lida hoje apresenta um quadro de esperança, de alegria e de felicidade. Deus vem para salvar, vem para devolver a saúde e fazer brotar água no deserto.
Deus, em quem todos são convidados a confiar, como se reza no salmo da liturgia de hoje é reconhecido pelo apóstolo Tiago na pessoa de Jesus, a partir de quem ele pede que não se faça distinção entre as pessoas.
Ontem como hoje os seguidores de Jesus são desafiados e reconhecê-lo no meio de provações e dificuldades e à medida que o reconhecem não se deixar abater pelo sofrimento e por nenhuma forma de menosprezo das pessoas e da condição das pessoas.
No Brasil, de modo particular, se está vivendo o período eleitoral. Na mensagem para o dia sete de setembro a presidente da república anunciou alegrias, esperanças, acenando para redução de impostos, diminuição de custos de energia, aumento do crescimento econômico, valorização das pessoas e inclusão social.
Sem sombra de dúvida todas essas coisas, à medida que se concretizarem, podem ser entendidas como sinais de que a mão de Deus abençoou. Entretanto há que se compreender que tais fatos dependem em muito da vontade e da ação de cada cidadão brasileiro.  Sobretudo no exercício do voto consciente e responsável, isso significa dizer longe de comprometimento com compra ou venda de favores em troca de votos, longe de comprometer-se com candidatos cuja prática política não tenha ficha limpa.
Como o surdo do Evangelho os cristãos são tocados por Jesus, e consequentemente desafiados e ouvir e falar bem e viver do Jeito dele, ou seja, “fazendo bem todas as coisas”.

sábado, 1 de setembro de 2012

22º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B – 2012



Leituras: Deuteronômio 4, 1-2.6-8; Salmo 14 (15);
Tiago 1,17-18.21b-22.27; Marcos 7,1-8.14-15.21-23.

No repertório das canções litúrgicas bastante populares, uma delas que é muito querida nas nossas comunidades, e cujo conteúdo é realmente fascinante, costuma ser identificada com o titulo: “Senhor Quem entrará?”.
A letra é uma variação melódica do salmo 14 que se proclama na liturgia deste domingo:

Senhor, quem morará em vossa casa
e no vosso monte santo, habitará?

É aquele que caminha sem pecado
e pratica a justiça fielmente;
que pensa a verdade no seu íntimo
e não solta em calúnias sua língua

Que em nada prejudica o seu irmão
nem cobre de insultos seu vizinho;
que não dá valor algum ao homem ímpio,
mas honra os que respeitam o Senhor.

não empresta o seu dinheiro com usura,
nem se deixa subornar contra o inocente.
Jamais vacilará quem vive assim!

Rezar este salmo no contexto das leituras que se ouve neste domingo na liturgia facilita a cada pessoa  e a comunidade inteira a se colocar  diante de algumas perguntas intrigantes e necessárias. Ou seja: Em que medida o dia a dia das pessoas está pautado pela lei, pela norma, pelas proibições e permissões acima da convicção do coração.
O que São Tiago recomenda na segunda leitura, não é senão, uma confirmação do ensinamento dado por Jesus aos Fariseus de Jerusalém: “sejam praticantes da Palavra e não meros ouvintes”.
No Brasil, se está vivendo o tempo intenso de campanha eleitoral. Seja por meio da propaganda gratuita nos meios de comunicação, seja por outras fontes, todos estão sendo bombardeados por informações, intenções, e promessas daqueles que se colocam na condição de candidatos para as funções de prefeito e vereador.
Para os candidatos e para os eleitores certamente pode ser aplicado o que se reza no salmo:
“quem tem ficha limpa e o coração puro,
Quem pensa e age com verdade,
Quem não se deixa subornar”.

Rezando na assembleia reunida é bom valorizar a prece a fim de que sejam reforçados os laços que unem a todos com Deus, que alimente o que é bom e guarde com cuidado aquilo que é justo.

sábado, 25 de agosto de 2012

21º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO B - 2012


REFLETINDO A PALAVRA DE DEUS
Leituras:  Josué 24, 1-.15-17.18b; Salmo 33(34);
Efésios 5,2132; João 6, 60-69.

Nesta semana, com o início da propaganda eleitoral gratuita, se intensificaram os apelos em relação às opções político-partidárias e a escolha dos candidatos que deverão dirigir os destinos dos municípios brasileiros para os próximos anos. A nova composição do executivo e do legislativo municipal por todo o país é uma espécie de antecipação dos rumos que terá o país nos próximos anos. Em resumo, todos estão sendo desfiados a fazer escolhas e o resultado delas serão também as consequências para a vida de todos.
Na História da Igreja o tema das escolhas sempre foi muito querido e sobre elas tratou a teologia e a doutrina ao longo dos tempos. De acordo com suas escolhas, homens e mulheres são lembrados, venerados e admirados. Dentre as recordações bonitas que a Igreja coloca como modelo lembra-se a figura de Santo Agostinho, cuja memória se faz no próximo dia 28. Santo Agostinho falava aos cristãos sobre a Eucaristia e dizia: “Escolham ser aquele de quem vocês se alimentam e sejam o corpo daquele que vocês se alimentam”.
É sobre escolhas que fala também a Palavra de Deus proclamada neste domingo. O texto da primeira leitura  é o discurso de Josúe diante da assembleia que deveria fazer escolhas. Ele faz uma provocação dizendo: “Eu e minha família serviremos ao Senhor!”. Quanto a Vocês podem decidir por onde andar. A mesma coisa, porém em outro contexto e com outras palavras São Paulo fala aos cristãos de Éfeso. Dirigindo-se aos casais numa sociedade em que as questões de gênero, tão em voga na atualidade, de longe tinham qualquer importância, Paulo faz uma série de recomendações  sobre como maridos e mulheres deveriam se comportar. Terminado as recomendações ele coloca um observação extraordinária:  façam como Cristo que escolheu amar a Igreja e se entregar por ela. Ele quis assim torná-la santa”.
Na mesma situação delicada estavam os discípulos de Jesus. Tinham consciência da escolha que queriam, mas sabiam também das consequências das suas opções. Entretanto, Pedro assume os riscos e fala em nome de todos: A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”.
Ontem como hoje, a Igreja se reúne, para rezar uns com os outros. Como irmãos na mesma fé pedir discernimento e capacidade para fazer as escolhas certas que vão determinar o rumo que a vida precisa tomar.
Dentro das celebrações do mês de agosto, recorda-se hoje o dia do catequista, pessoas que escolheram dedicar suas vidas a serviço do Evangelho a fim que mais gente reconheça o que se reza no salmo deste domingo: Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, seu louvor estará sempre em minha boca. Minha alma se gloria no Senhor; que ouçam os humildes e se alegrem!”.
Que seja está também a prece da Igreja reunida neste domingo.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

MINHA ALMA DÁ GLÓRIAS AO SENHOR

Reflexões a partir da Solenidade a 
Assunção de Nossa Senhora - 2012

As contradições do cotidiano são extraordinárias e despertam perplexidade, medo, curiosidade ao mesmo tempo alegria e esperança. No Brasil vive-se o tempo das eleições municipais com propostas e perspectivas de grandes novidades a partir de 2013. Ao mesmo tempo o Brasil aparece como o país do pleno emprego. Nesta semana Santa Catarina foi apresentada como destaque no país inteiro com a publicação dos altos índices de desenvolvimento e melhora da qualidade da educação báscia no estado. 
Ao mesmo tempo a violência, a corrupção, a impunidade são marcas registradas e repetidas em quase  todos os lugares e relações.
Neste contexto se celebra a Assunção de Maria ao céu. Vitoriosa, a Mãe do Senhor, é reconhecida como interecessora e capaz de servir como exemplo para todos os que vivenciando o cotidiano contraditório quer ao mesmo tempo ser fiel a Deus e a seu projeto de vida.
A primeira leitura prevista para a liturgia do domingo da Assunção de Maria traz a intrigante narrativa da mulher do Apocalipse. Com todas as contradições narrativas a Mulher é vencedora e merecedora da Graça e da escolha de Deus.
Desde muito cedo a Igreja interpretou a figura do Apocalipse associada à pessoa de Maria, cuja vitória foi também sentida e experimentada por ela e por toda a comundiade que conviveu com o Filho Jesus. 
Não sem razão o Evangelho conta o econtro de Maria com a Izabel e a fantástica proclamação da crença que a Mãe do Senhor confirma como ação de Deus em sua vida.
Os sinais do Reino, descritos na carta aos Coríntios podem ser equiparados ao que se vive na atualidade e de uma coisa é possível ter certeza: "Se atentos às coisas do alto será possível a todos participar da Glória dos que já vivem junto de Deus".

domingo, 5 de agosto de 2012

REFLETINDO A PALAVRA DE DEUS


18º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 05 DE AGOSTO DE 2012 – ANO B

Leituras: Êxodo 16, 2-4.12-15; Salmo 77 (78)
Efésios 4, 17.20-24; João 6, 24 -35.

“Quem não reconhece as mudanças, vai julgar o presente pelo passado e vai ter medo que é uma reação diante do desconhecido”.  Este pensamento que faz parte da biografia de um importante cidadão brasileiro  pode ser aplicado e  ajuda compreender a Palavra de Deus que a liturgia da Igreja apresenta para este domingo.
No texto do livro do Êxodo são os concidadãos de Moisés que não conseguem perceber a mudança que esta se processando na sociedade e na vida deles. Não percebem que a mão de Deus, por meio de Moisés, está lhes conduzindo para um novo estilo de vida. De modo indelicado e grosseiro levantam a voz contra tudo e contra todos. E Deus lhes dá a conhecer, no sinal do Maná e das Codornizes, a mudança que está se processando na história. Só muito mais tarde isso foi reconhecido quando o salmista proclama a ação divina fazendo o povo rezar: “O Senhor deu a comer o pão do céu e os conduziu para a terra prometida”.
A mesma situação experimentam os conterrâneos de Jesus. A palavra e o jeito de ser do mestre é diferente de como  podiam imaginar, no entanto, não conseguem compreendê-lo como o enviado de Deus e aquele que lhes alimenta para um estilo de vida diferenciado.
Admiram, vão ao seu encontro, buscam por milagres e sinais extraordinários, mas não percebem o que está escondido em tudo isso. É preciso que Jesus chame a atenção e fale sem meias palavras: “Vocês me procuram não por causa dos sinais, querem apenas saciar sua fome de pão”.  Depois de lhes fazer mais esta advertência Jesus lhes mostra uma alternativa: “Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”.  E conclui o seu ensinamento dando-se a conhecer: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.
Ontem como hoje, os cristãos e porque não dizer a sociedade inteira precisa ouvir de novo e readequar esta palavra ao seu estilo de viver e organizar o mundo e a convivência entre as pessoas.  Para isso bem se aplicam as palavras de São Paulo na segunda leitura deste domingo:
“Eis pois o que eu digo e atesto no Senhor: não continueis a viver como vivem os pagãos,
cuja inteligência os leva para o nada”.
  E para que isso aconteça é adequada recomendação final do texto: “Revesti o homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade”.
Neste sentido a oração da Igreja reunida na assembleia de domingo, a correta interpretação da Palavra ouvida e a Eucaristia que os cristãos partilham é de uma importância indiscutível.