GLÓRIA A TI IGREJA SANTA...
Por todos os recantos, nas
vilas e povoados, frequentemente se encontram sinais sagrados. Uma cruz à beira
da estrada, uma pequena capelinha, uma Igreja um pouco maior e por trás de
todos estes sinais estão pessoas com um ideário de fé invejável. As razões
porque cada um erigiu e cuida destes espaços sagrados são também incontáveis
como os próprios espaços.
É também muito comum à medida que se vai formando um núcleo
populacional as pessoas se reúnam para construir sua Igreja, ou seu lugar para
o encontro de oração comunitária. Aos poucos se organizam as comunidades os
serviços, os ministérios, as responsabilidades e assim por diante.
No Vale do Rio do Peixe,
diversas cidades têm na Igreja o seu ponto turístico mais importante e quase
não há cidade na região que divulgue suas ações e sua história sem uma foto da
Igreja Matriz em destaque.
Mas, que relação tem esse
cuidado com a fé das pessoas que residem no seu entorno e com a celebração
litúrgica deste domingo? Ora, faz parte
da compreensão religiosa de todos os povos reservar um lugar onde consideram a
morada de Deus, o ponto de encontro com as divindades, o seu lugar sagrado.
Hoje a Igreja traz para a
lembrança a Basílica do Latrão.
Construída em Roma no quarto século do cristianismo é considerada a mãe de todas as Igrejas. Claro
que isso tem muita importância, mas, sobretudo, essa lembrança ganha ainda mais
importante quando a Igreja feita de pedras vivas – de gente – se reúne para
rezar e para cuidar da Igreja de pedra, e mais ainda cuidar da gente que faz a
Igreja.
É neste sentido que a leitura
do profeta Ezequiel ganha ainda mais importância. Narrando a nascente de um rio
a partir da porta do templo o profeta afirma: “Aonde o rio chegar, todos os animais que ali se
movem poderão viver. Haverá peixes em quantidade, pois ali desembocam as águas que trazem saúde; e
haverá vida aonde chegar o rio”. Esta frase pode ser muito bem compreendida
como uma espécie de mandamento para toda a Igreja: “onde tem Igreja precisa
haver vida em abundância”.
São Paulo na carta aos Coríntios faz uma afirmação
categórica: “Irmãos: Vós sois construção de Deus. Segundo a graça que
Deus me deu, e ninguém pode colocar outro alicerce diferente do que está aí, já
colocado: Jesus Cristo”.
Estas palavras estão plenamente de acordo com a
atitude de Jesus quando viu que o Templo, lugar do encontro com Deus, e as
pessoas que iam até lá para ver Deus, ambos estavam sendo profanados. Ele não
tem medo de dar um basta, derruba tudo e afirma que antes de qualquer
prescrição legal é preciso cuidar das pessoas que são também morada de Deus.
Considerando isso surge, hoje, mais que em outros
tempos a necessidade de rezar pela Igreja. Não sem razão o Papa Francisco tem
feito tantas solicitações pedindo orações por ele e pela Igreja. E afirma com
insistência: A Igreja não pode ser transformada numa alfândega pastoral, na
qual as pessoas tenham dificuldade de chegar, ela precisa ser acolhedora.
Reunidos em ação de graças os católicos são convidados
a rezar pela Igreja e a respeitar a Igreja, mas acima de tudo respeitar, rezar
e amar as pessoas que formam a Igreja.