DOMINGO
DA ASCENSÃO DO SENHOR
ANO B – Atos 1, 1-11;
Salmo 47 (46) Efésios 1,17-23; Marcos 16,15-20
O brasileiro é um povo festeiro,
e quando não tem razões para fazer festa, arruma motivos. E festa é sempre
oportunidade para encontros, causos, jogos, diversões, saudade, e outras coisas
mais. Dentre as particularidades das
festas uma delas é recordar o passado, lembrar-se das lições, fazer memória de
tudo o que aconteceu consigo e com aqueles que naquela ocasião se encontram.
A liturgia da Igreja chama os
50 dias depois da páscoa como uma festa que não tem fim. Para ajudar nisso os
textos do evangelho proclamados cada domingo atualizam um aspecto do
acontecimento extraordinário que foi a Ressurreição de Jesus. A começar pela alegria da manhã da
ressurreição, o encontro de Jesus com Tomé e os discípulos, o reconhecimento do
Bom Pastor e a condição de videira unida ao tronco que é Jesus.
Quarenta dias depois da
páscoa os discípulos vivem aquilo que até hoje a Igreja proclama com fé: “Subiu aos céus e está sentado a direita de
Deus Pai”. Reunidos na Galileia os
discípulos presenciam Jesus subindo ao céu e recebem a tarefa: “Homens da Galileia,
por que ficais aqui, parados, olhando para o céu? Esse Jesus
que vos foi levado para o céu, virá do mesmo modo como o vistes partir para o
céu”.
São Paulo afirma aos efésios que Deus tem o poder e a partir
dele todas as coisas acontecem. “Que ele abra
o vosso coração à sua luz, para que saibais qual a
esperança que o seu chamamento vos dá, qual a riqueza da glória que
está na vossa herança com os santos, e que imenso
poder ele exerceu em favor de nós que cremos, de
acordo com a sua ação e força onipotente. Ele
manifestou sua força em Cristo, quando o
ressuscitou dos mortos e o fez sentar-se à sua direita nos céus, bem acima de toda a autoridade, poder, potência, soberania ou qualquer título que se possa nomear não somente
neste mundo, mas ainda no mundo futuro”.
É a força de Deus que os discípulos tinham sido enviados a
anunciar pela palavra de Jesus no evangelho: “'Ide pelo mundo inteiro e anuncie o Evangelho a toda criatura! Quem crer e
for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. Os sinais
que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão
demônios em meu nome, falarão novas línguas; se pegarem
em serpentes ou beberem algum veneno mortal não lhes
fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”.
Desde aquele tempo até os dias de hoje cada cristão continua
tendo a mesma ajuda e o mesmo empenho: Anunciar a força de Deus que rompe
barreiras, que destrói a morte, que fortalece a esperança e que constrói a caridade.
Para isso servem o testemunho de todos os que viveram a fé nos últimos dois mil
anos, para isso serve a palavra da Igreja que estimula a proclamar com a vida e
com as palavras aquilo que se professa na oração. O que aconteceu com os discípulos
pode ser realidade também hoje: “O Senhor
cooperava com eles confirmando o que proclamavam” para isso é necessário
que o anúncio venha acompanhado do testemunho, como alerta o Papa Francisco: “Evangelizadores com espírito, quer dizer
gente que reza e trabalha”.
Que a oração de cada um seja sustento para todos é o que se
pede na assembleia reunida de cada domingo.