quinta-feira, 20 de novembro de 2025

HOMILIA PARA O DIA 23 DE NOVEMBRO - SOLENIDADE DE CRISTO REI - FESTA DE SANTA CECÍLIA

 

JESUS, REI DOS REIS

No alto da cruz, enquanto o povo olhava e os chefes zombavam, Jesus permanente Rei: não por coroas de ouro, mas pela coroa de espinhos; não por tronos de marfim, mas pelo lenho da cruz. “Salvou os outros; salve a si mesmo”, diziam, sem perceber que o verdadeiro poder é amar até o fim. No madeiro, o Cristo abre o Reino ao bom ladrão: “Hoje estarás comigo no Paraíso”. Ali se revela a vontade de Deus Pai: misericórdia que perdoa, soberania que se entrega, autoridade que se faz serviço.

Assim também Santa Cecília, jovem romana, escolheu risos e escárnios porque cantava louvores no coração ao Senhor. Não lhe faltaram zombarias nem violências; Procuravam abafar sua fé como se apagam brasas em banho ardente. Mas a melodia que ela elevou a Deus não se calou: transformou-se em testemunho que atravessa séculos, coroada não de aplausos humanos, mas da palma dos mártires. Em Cecília, a Igreja enxerga regularmente um reflexo do Rei escarnecido: firmeza mansa, amor jubiloso, fidelidade que não negocia  esperança.

Unidos à cruz de Cristo e ao cântico de Cecília, aprendendo que a verdadeira música do Reino nasce quando a caridade vence o medo. O mundo pode ridicularizar quem reza, quem perdoa, quem serve os pequenos; mas é nesse humilde compasso que Deus entoa sua vitória. Onde há zombaria, respondemos com vitória; onde há dureza, com mansidão; onde há trevas, com a luz da inspiração. O Rei triunfa quando seus discípulos permanecerem de pé, com o coração afinado pela Palavra e pelos sacramentos.

Por isso, no século XXI, os devotos de Santa Cecília assumem este compromisso: cantar a fé com a vida. Que nossas casas e comunidades sejam repletos de misericórdia; que nossas redes e ruas ressoem respeito, justiça e cuidado com os pobres; que o domingo nos encontre aos pés do Rei, na Eucaristia, e a semana nos veja periodicamente com alegria. Diante da zombaria, não calar; diante da violência, não responder com igual medida; diante da indiferença, perseverar no louvor. “Jesus, lembra-te de nós”: que este clamor faça de cada pessoa um pequeno instrumento nas mãos do Rei do Universo. Amém.

 

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