quinta-feira, 6 de novembro de 2025

HOMILIAS PARA O DIA 16 DE NOVEMBRO DE 2025

SÓ DEUS É NOSSA ESPERANÇA

 

Irmãos e irmãs, reunidos na escuta da Palavra, contemplamos hoje o chamado firme e compassivo do Senhor. Paulo exorta a comunidade a não viver na ociosidade, mas a trabalhar com dignidade, para não ser peso aos outros e para ter o que partilhar. Não se trata apenas de ganhar o sustento, mas de cultivar uma vida coerente, responsável e fraterna, onde cada gesto cotidiano se torna louvor a Deus. A fé que professamos no altar deve se traduzir em compromisso concreto, em mãos que constroem, em corações que consolam, em passos que se apressam para o bem. É assim que a Igreja se torna casa de comunhão: quando ninguém cruza os braços diante da necessidade do irmão.

No Evangelho Jesus nos alerta para não colocar nossa confiança nas obras grandiosas deste mundo, por mais belas que pareçam. Templos, estruturas, seguranças humanas: tudo isso passa. O que permanece é a fidelidade do discípulo, sustentada pela graça, mesmo em meio a provações, incompreensões e lutas. “É na vossa perseverança que salvareis as vossas almas”, diz o Senhor. Perseverar não é endurecer o coração, mas mantê-lo firme no amor; não é fugir dos desafios, mas testemunhar a esperança quando tudo parece ruir. Diante das turbulências do tempo presente, a comunidade cristã é chamada a ser sinal de confiança serena: vigilante, orante, solidária.

Essa Palavra encontra eco luminoso na mensagem do Papa para o Dia Mundial dos Pobres. O Sucessor de Pedro recorda que os pobres não são números nem problemas a resolver, mas rostos a acolher, nomes a respeitar, histórias a amar. A ociosidade denunciada por Paulo contrasta com o empenho caridoso que o Papa nos pede: trabalhar não apenas por nós, mas com e pelos pobres; edificar não templos de pedra, mas casas de misericórdia; investir não em prestígio, mas em proximidade. A verdadeira segurança não está no acúmulo, mas na partilha; não no brilho das aparências, mas na luz humilde do serviço. Onde a caridade é operosa, ali a Igreja reflete o rosto de Cristo.

Supliquemos, portanto, a graça da perseverança e do labor generoso. Que cada família descubra no cotidiano a santidade simples do dever bem cumprido; que cada comunidade abra espaço para a amizade social, onde os últimos sejam os primeiros a serem cuidados; que os pobres encontrem em nós irmãos, não benfeitores distantes; e que, nas horas de prova, o Espírito nos dê palavras e gestos de esperança. Assim, trabalhando com as mãos e guardando o coração em Deus, construiremos um altar vivo na cidade, onde o Evangelho se faz pão repartido, e a vida, louvor. Amém.

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