segunda-feira, 12 de maio de 2025

HOMIMLIA PARA O DIA 15 DE JUNHO 2025- DOMINGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE - ANO C

 SANTÍSSIMA TRINDADE, SINODALIDADE E COMUNHÃO

Hoje, celebramos A Santíssima Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Este é um momento para refletirmos sobre a comunhão, a unidade e a sinodalidade que são fundamentais na vida cristã. As leituras de hoje nos oferecem insights sobre como essas ideias se manifestam em nossas vidas.

Começando pela carta de São Paulo aos Romanos (Rm 5,1-5), somos lembrados de que, através da fé, temos paz com Deus. A paz que recebemos não é apenas um estado emocional, mas a paz que brota da comunhão com Deus. Esta paz nos une em um único corpo, a Igreja. Paulo continua afirmando que, em momentos de tribulação, devemos exultar, pois é por meio das dificuldades que a perseverança é cultivada. Esta perseverança nos traz uma esperança que nunca nos decepciona, porque o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo.

Na passagem do Evangelho segundo João (Jo 16,12-15), Jesus nos afirma que ainda muita coisa teria para nos dizer, mas que não poderíamos suportar naquele momento. Ele, porém, promete o Espírito da Verdade, que nos guiará em toda a verdade. Aqui podemos vislumbrar o aspecto dinâmico da sinodalidade – o caminhar juntos. O Espírito Santo não só nos revela a verdade, mas nos une de maneira a buscá-la juntos.

A sinodalidade nos convida a ser uma Igreja que escuta, que dialoga e que se une em propósito. É através da escuta atenta do outro, do respeito às diversidades e do desejo genuíno de caminhar juntos como comunidade de fé. Isso significa abrir mão de algumas de nossas próprias certezas para acolher a verdade que é revelada no diálogo. Uma Igreja sinodal é uma Igreja que vive em comunhão, seguindo o exemplo da Trindade.

Assim, a Trindade não é apenas um conceito teológico distante, mas um modelo de vida comunitária para ser imitado em nossas paróquias, famílias e relacionamentos. Somos chamados a viver a unidade, não como algo imposto, mas como uma escolha livre em benefício do amor. O amor que flui entre o Pai, o Filho e o Espírito é o mesmo amor que nos é oferecido para vivermos em nossas comunidades.

Ao celebrar a Santíssima Trindade, peçamos ao Pai que nos ajude a viver esta comunhão profunda, que possamos abrir nossos corações para o Espírito Santo e que juntos, como comunidade, possamos testemunhar o amor de Deus em nosso meio. Que possamos ser um espelho dessa Trindade, revelando ao mundo a beleza da unidade em diversidade.

Que Nossa Senhora, Mãe da Unidade, interceda por nós e nos ajude a caminhar em sinodalidade. Amém.

 

 

HOMILIA PARA O DIA 29 DE JUNHO DE 2025 - SÃO PEDRO E SÃO PAULO - ANO C

 

ÓH SÃO PEDRO, PEDRA FORTE

Hoje, celebramos com alegria e gratidão o dia de São Pedro e São Paulo, pilares da Igreja e grandes missionários da fé cristã. As leituras de hoje nos convidam a refletir sobre a missão desses santos e o papel essencial do Papa, sucessor de Pedro, na condução do povo de Deus.

Comecemos pela passagem dos Atos dos Apóstolos (At 12,1-11), onde vemos Pedro preso, sob a condenação de Herodes. É um momento de grande aflição: Pedro está cercado, sem esperança à vista. Contudo, o que acontece? Deus age de forma poderosa e envia um anjo para libertá-lo. Essa cena nos lembra que, mesmo nos momentos mais sombrios, Deus não nos abandona. Ele é a nossa luz e, como diz o Salmo 33, "o Senhor está perto dos que têm o coração quebrantado”. Essa proximidade divina é uma constante em nossa vida, especialmente quando enfrentamos dificuldades.

Pedro, após sua libertação, não hesita em voltar à comunidade e compartilhar sua experiência. Ele é um símbolo de fé e coragem, lembrando-nos que a verdadeira liberdade vem de Deus. É dessa mesma fé que brota a missão da Igreja, que se une sob a liderança do Papa, sucessor de Pedro. O Papa, como vigário de Cristo, é chamado a guiar a Igreja com firmeza e amor, assim como Pedro fez em seus tempos.

Em seguida, escutamos a carta de São Paulo a Timóteo (2Tm 4,6-8.17-18). Paulo, que dedicou sua vida a anunciar o Evangelho, fala do fim de sua missão. Ele se apresenta não apenas como um lutador, mas como um vencedor. A sua expressão de que "combati o bom combate" é um convite a todos nós a vivermos a nossa fé com a mesma intensidade e paixão. Ele confia na justiça de Deus, que o libertará e o receberá na eternidade. Assim como Pedro, Paulo também nos ensina que a nossa missão não termina aqui; estamos em um caminho que nos conduz à vida eterna.

Neste dia, convidamos todos a refletir sobre a importância da nossa própria missão. Cada um de nós é chamado a viver a fé com coragem, seguindo o exemplo de São Pedro e São Paulo. O respeito à figura do Papa não é apenas um ato de devoção, mas uma reconhecida missão de manter a unidade e a verdade dentro da Igreja. O Papa representa a continuidade da fé que foi transmitida através dos séculos e que nos une em um só corpo.

Portanto, ao celebrarmos hoje São Pedro e São Paulo, que possamos nos inspirar em suas vidas e em suas missões. Que a nossa oração e nosso compromisso com a Igreja sejam constantes, e que possamos sempre buscar a luz de Cristo, mesmo em meio às tribulações da vida. Assim como Pedro e Paulo, sejamos corajosos em nossa fé e firmes na missão que nos foi confiada.

Que Nossa Senhora, Rainha dos Apóstolos, interceda por nós e nos ajude a viver cada dia como verdadeiros seguidores de Cristo.

Amém.

 

HOMILIA PARA O DIA 22 DE JUNHO DE 2025 - 12º DOMINGO COMUM - ANO C

 A MINHA ALMA TEM SEDE DE DEUS

Hoje, reunidos em oração e comunidade, ouvimos as leituras que nos convidam a refletir sobre a nossa relação com Deus e sobre como essa relação é fundamental para a nossa vida espiritual.

Vamos começar pelo Salmo 62(63), que expressa uma profunda sede de Deus: “Ó Deus, meu Deus, eu te procuro; a minha alma tem sede de ti”. Neste versículo, o salmista nos mostra o desejo ardente de experimentar a presença do Senhor. Sede e desejo são temas recorrentes na vida de fé. Na medida em que buscamos a Deus, reconhecemos que Ele é o nosso sustento, a nossa fonte de vida. Em momentos de deserto, de dúvidas e de provações, é essa sede que nos impulsiona a orar, a clamar e a nos aproximar do Criador.

Na passagem do Evangelho segundo Lucas (Lc 9,18-24), Jesus faz uma pergunta crucial aos seus discípulos: “Quem dizem as multidões que eu sou?” E eles respondem: “João Batista, outros, Elias, e outros ainda, que um dos profetas ressuscitou”. Mas, em seguida, Ele pergunta diretamente aos seus discípulos: “E vocês, quem dizem que eu sou?”. Essa pergunta não é apenas uma curiosidade, mas um convite a refletirmos sobre a nossa própria fé e percepção de quem é Jesus em nossas vidas.

Pedro, ao responder que Jesus é o Cristo de Deus, revela uma compreensão profunda. Mas Cristo também os alerta sobre o caminho que está por vir: Ele fala do sofrimento, da rejeição e da morte, e, mais importante, do chamado a tomar a própria cruz. Aqui, Jesus nos ensina que a verdadeira vida com Ele requer entrega, e que a oração é a via que nos fortalece nessa missão.

A oração é, portanto, um meio essencial de saciar nossa sede de Deus. Quando oramos, não apenas elevamos nossas súplicas, mas também temos a oportunidade de aprofundar nossa relação com o Senhor. É na oração que encontramos força para enfrentar as cruzes que nos são impostas. É na oração que recebemos a graça de discernir nossa identidade como filhos e filhas de Deus e, ao mesmo tempo, perceber qual é o nosso papel neste mundo.

Muitas vezes, pode parecer que Deus está distante, mas Ele nunca nos abandona. Assim como um sedento busca água, também devemos buscar a Deus com a mesma intensidade. A nossa oração diária deve ser um diálogo sincero, onde expressamos nossos medos, ansiedades e também nossas alegrias. É nesse diálogo que vamos descobrindo quem somos e quem Deus é para nós.

Por que isso é tão importante? Porque, ao reconhecer Jesus como o Cristo, aceitamos também a sua proposta de carregarmos a nossa cruz. Ele nos ensina que não é pela força, mas pela humildade e pela entrega que encontraremos a verdadeira vida. Assim, a oração se torna um espaço de renovação, onde podemos reabastecer a fé e o amor que nos impulsionam a testemunhar o Evangelho.

Neste dia, convido todos a meditar sobre o que significa ter sede de Deus em suas vidas. Como podemos cultivar esse desejo? Como podemos fazer da oração não apenas um momento isolado, mas uma parte constante do nosso dia a dia? Que a nossa busca incessante por Deus nos faça mais solidários, mais compreensivos e mais amorosos com os que nos cercam.

Que a Eucaristia de hoje nos nutra e nos fortaleça nessa caminhada, e que, assim como o salmista, possamos sempre dizer: “A minha alma tem sede de Ti, Senhor.” Que Jesus Cristo, nosso Senhor, continue a nos guiar e a nos amadurecer na fé.

Amém.

 

HOMILIA PARA O DIA 19 DE JUNHO DE 2025 - SOLENIDADE DO CORPO E SANGUE DE CRISTO - ANO C

 TODOS SOMOS UM EM CRISTO

Hoje celebramos a Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, oportunidade para renovar a nossa fé na presença real de Jesus na Eucaristia. Neste dia, somos chamados a refletir sobre o que significa honrar a Jesus em nossas vidas e como podemos viver essa presença de maneira concreta.

O Evangelho de Lucas (Lc 9,11b-17) nos narra um episódio marcante: a multiplicação dos pães e peixes, um milagre que nos ensina muito sobre a generosidade e a compaixão do nosso Senhor. Jesus olha para a multidão e a acolhe com misericórdia, curando-os e, em seguida, se preocupa com a necessidade de alimento. A frase chave para nós é: “Dêem vocês mesmos de comer”. Aqui, Ele nos convoca a agir, a não apenas observar, mas a nos colocar em movimento, a sermos protagonistas na missão de cuidar uns dos outros.

Hoje, o ato de fazer tapetes para honrar a Eucaristia nas ruas é uma expressão maravilhosa de piedade popular. Esses tapetes, feitos com tanto carinho e dedicação, são mais do que apenas elementos decorativos. Eles simbolizam a acolhida, a festa e o cuidado com todos que caminham por essas ruas. É um gesto que convida a todos os filhos e filhas de Deus a participarem da festa do Corpo e Sangue de Cristo, mostrando que não deixamos ninguém de fora.

A tradição de confeccionar tapetes é um testemunho vivo da nossa fé e do amor que temos por Jesus Cristo. Assim como a multidão foi alimentada, nós também somos chamados a nos alimentar e a alimentar. Cada parte do tapete é um convite para que todos possam sentir-se acolhidos na presença do Senhor. Quando decoramos nossas ruas com essas obras de arte, estamos criando um espaço sagrado, um caminho que nos lembra que Jesus nos acolhe e que devemos acolher uns aos outros.

Honrar a Jesus e seguir o Seu exemplo é garantir que ninguém passe fome — não só daquela fome física, mas também da fome de amor, de esperança e de dignidade. A Eucaristia é um chamado para a partilha, para que ninguém se sinta excluído. O Corpo e Sangue de Cristo nos convocam a sermos um só corpo, a sermos a Igreja que cuida, que se importa e que se envolve nas necessidades do próximo.

Ao vivermos esta Solenidade, que possamos nos perguntar: como podemos, em nossa vida diária, colocar em prática essa generosidade? Como podemos ser “pães” para os que estão à nossa volta? O convite é para que, ao nos aproximarmos da mesa do Senhor, lembremos dos chamados a nos alimentar e, principalmente, a alimentar aqueles que vivem em nossas comunidades e ao nosso redor.

Que cada tapete confeccionado hoje nos lembre da nossa responsabilidade de amor e solidariedade, mostrando que a Eucaristia nos leva a um compromisso de transformar o mundo onde vivemos. Que possamos ir além, praticando a caridade e fazendo com que cada gesto nosso seja um reflexo do amor de Deus.

Que o Senhor nos abençoe e que, ao celebrarmos o Corpo e Sangue de Cristo, possamos renovar nossas promessas de amar e servir uns aos outros. Amém.

 

HOMILIA PARA O DIA 08 DE JUNHO DE 2025 - SOLENIDADE DE PENTECOSTES - ANOS C

 

VEM ESPÍRITO SANTO, VEM!

Hoje celebramos o Domingo de Pentecostes, as leituras de hoje nos convidam a refletir sobre a presença do Espírito Santo em nossas vidas e a importância de sua ação na Igreja, especialmente neste momento em que somos chamados a viver um novo Pentecostes sob a liderança do Papa Leão XIV.

Comecemos com a leitura de Atos dos Apóstolos (At 2,1-11). O cenário é impressionante: os discípulos, reunidos em um só lugar, são surpreendidos por um som do céu, como um vento impetuoso, e por línguas de fogo que se pousam sobre cada um deles. É uma manifestação extraordinária! O Espírito Santo desce não apenas para aquecer os corações, mas também para unir cada um dos apóstolos em uma missão comum: proclamar as maravilhas de Deus. Essa união é fundamental porque, ao transmitir a mensagem de Cristo, os apóstolos falam em diversas línguas, alcançando pessoas de todas as nações.

Essa diversidade não é barreira, mas uma força que enfatiza como a mensagem de Jesus é universal. O Pentecostes é, portanto, um chamado à unidade na diversidade. Em nosso tempo, o Papa Leão XIV nos convida a experimentar um novo Pentecostes, um momento de renovação e reavivamento da nossa fé e da nossa missão. Assim como os apóstolos, devemos abrir nossos corações para a ação do Espírito e nos deixar guiar por Ele.

Na leitura do Evangelho de João (Jo 20,19-23), encontramos Jesus, já ressuscitado, aparecendo aos seus discípulos. Ele os cumprimenta com a paz e lhes diz para receberem o Espírito Santo. Aqui, vemos que a missão da Igreja não depende apenas de nossos esforços, mas é sustentada por esta ação divina. Ao dizer: “A quem perdoarem os pecados, eles serão perdoados”, Jesus nos confere um poder extraordinário, que é a capacidade de trazer renovação e esperança ao mundo.

É esse Espírito que nos chama, hoje, a testemunhar e agir em nome de Cristo. Em meio a um mundo que enfrenta tantos desafios — conflitos, divisões e angústias — somos convidados a ser instrumentos da paz, a caridade e a alegria que o Espírito Santo nos proporciona. O novo Pentecostes que vivemos não é apenas um evento do passado, mas uma realidade que se renova a cada dia em nossas vidas.

Convido a todos a refletirem: Como podemos, pessoalmente e como comunidade, vivenciar esse novo Pentecostes? Como podemos abrir nossos corações ao Espírito Santo para que Ele nos transforme e nos inspire a ser agentes de mudança? A resposta está em nossa disposição de ouvir e acolher o Espírito que nos guia. Quando fazemos isso, nos tornamos verdadeiramente continuadores da missão de Cristo, levando luz e esperança a todos ao nosso redor.

Neste Pentecostes, vamos acolher o Espírito Santo em nossa vida, pedindo que Ele nos dê a força e a coragem para sermos símbolos de união e paz. Que possamos nos deixar guiar e inspirar pela Sua ação, transformando nosso ambiente, nossa Igreja e nosso mundo.

Que Deus abençoe a todos nós nesta celebração. Amém.

 

HOMILIA PARA O DIA 01 DE JUNHO DE 2025 - DOMINGO DA ASCENSÃO DO SENHOR - ANO C

 

CONTINUADORES DA MISSÃO

Hoje celebramos o Domingo da Ascensão do Senhor. As leituras dos Atos dos Apóstolos, da Carta aos Efésios e do Evangelho de Lucas — nos convidam a refletir sobre a missão que nos é confiada após a ascensão de Cristo.

No texto de Atos dos Apóstolos (At 1,1-11), vemos Jesus se despedindo de Seus discípulos. Ele é elevado ao céu, e os apóstolos ficam olhando para o céu, maravilhados e talvez perdidos em pensamentos. Então, dois homens lhes aparecem e perguntam: “Por que vocês estão olhando para o céu?” Essa pergunta ecoa em nossos corações e nos desafia a não ficarmos passivos, esperando que as coisas mudem enquanto nos limitamos a olhar para o alto.

Esse convite à ação é fundamental. A ascensão de Jesus não é um adeus, mas uma nova etapa de nossa caminhada de fé. Ele nos envia, através do Espírito Santo, para estarmos em missão, levando Sua mensagem ao mundo. Precisamos, portanto, deixar de lado a tendência de nos perdermos em contemplações estéreis e, em vez disso, nos voltarmos para a realidade e as necessidades que nos rodeiam.

Na carta aos Efésios (Ef 1,17-23), Paulo nos fala sobre a importância de conhecermos mais profundamente a presença de Cristo em nossas vidas. Ele ora para que possamos ter sabedoria, para que nossos olhos sejam abertos à grandeza do amor de Deus e à imensidão de Sua graça. A Igreja, corpo de Cristo, é chamada a ser a extensão dessa presença no mundo. Quando olhamos para nossa missão, somos desafiados a construir uma comunidade que reflita esse amor e essa unidade.

No Evangelho de Lucas (Lc 24,46-53), Ele nos lembra que a sua paixão e ressurreição aconteceram para que a mensagem de arrependimento e perdão fosse proclamada a todas as nações. A ascensão, portanto, não marca o fim, mas o início de uma nova fase na missão da Igreja.

Temos um papel ativo a desempenhar. Não podemos nos dar ao luxo de ficar apenas olhando para o céu na expectativa de que Deus intervirá por nós. Ele já nos deu o que precisamos — o Espírito Santo. Agora, é a hora de agir, de ser a luz em meio à escuridão, de se mobilizar pela justiça, pela paz, e pela inclusão.

Ao olharmos ao nosso redor, o que vemos? Um mundo que clama por esperança, amor e solidariedade. Mulheres e homens, jovens e crianças, todos aguardam que a mensagem de Cristo chegue até eles. O desafio está em nossas mãos: não podemos ficar parados; é tempo de nos movimentarmos.

Neste domingo da Ascensão, somos convidados a assumir nossa missão com coragem e determinação. Vamos permitir que o Espírito Santo nos guie e nos fortaleça enquanto nos dirigimos ao mundo para levar a boa nova de Jesus.

Que tenhamos a graça de viver a nossa fé ativamente, olhando para o mundo ao nosso redor e respondendo ao chamado que nos foi confiado. Afinal, a ascensão de Cristo nos recorda que somos coparticipantes de Sua obra redentora.

Que Deus nos abençoe e que possamos sempre ser instrumentos de Seu amor. Amém.

 

HOMILIA PARA O DIA 25 DE MAIO DE 2025 - 6º DOMINGO DA PÁSCOA - ANO C

 

IGREJA DE PORTAS ABERTAS

Neste Sexto Domingo da Páscoa, somos convidados a refletir sobre a nossa relação com Deus e a comunidade. As leituras de hoje, especialmente dos Atos dos Apóstolos e do Evangelho de João, nos oferecem profunda sabedoria sobre como viver nossa fé em meio aos desafios e incertezas.

No texto de Atos dos Apóstolos (At 15,1-2.22-29), encontramos a Igreja primitiva enfrentando uma questão crucial: a inclusão dos gentios na comunidade cristã. Essa discussão, que gerou profundas tensões, culminou em uma decisão importante. Os apóstolos, guiados pelo Espírito Santo, discernem que a fé em Jesus não deve ser restringida por normas culturais ou legais; ao contrário, é um convite aberto a todos. A carta enviada às comunidades, com suas diretrizes, era um símbolo de unidade e generosidade. Essa escolha de inclusão é essencial não apenas para aquela época, mas também para nós hoje, nos lembrando que a Igreja é um espaço acolhedor, onde Todos são bem-vindos.

No Evangelho de João (Jo 14,23-29), Jesus nos oferece uma promessa: a presença do Espírito Santo, que nos guiará em toda verdade. Ele nos diz que, se O amarmos e guardarmos Seus mandamentos, estaremos em comunhão com Ele. Essa comunhão é o fundamento da nossa esperança, mesmo em tempos de incerteza e desafio. Jesus não fala de uma paz superficial, mas de uma paz profunda que brota do amor e da confiança na ação de Deus em nossas vidas.

Aqui, faço uma conexão com os ensinamentos do Papa Leão XIV, que enfatiza a importância da verdade, da justiça e da solidariedade humanas. Ele se apresentou como um defensor da paz e da unidade, buscando um diálogo construtivo para o mundo contemporâneo.

Hoje, seguimos lembrando que, assim como a Igreja primitiva se uniu na busca pela verdade e na convivência pacífica, somos chamados a fazer o mesmo em nossa sociedade atual.

À luz dessas leituras e dos ensinamentos do Papa Leão XIV, somos desafiados a ser testemunhas do amor de Cristo no mundo. A paz que Jesus nos oferece não é apenas um sentimento, mas um chamado à ação; é uma paz que nos impulsa a construir pontes de entendimento e a acolher os que estão à margem.

Ao olharmos para a nossa realidade, que é marcada por divisões e conflitos, devemos nos perguntar: "Como posso ser um instrumento da paz de Cristo em meu ambiente?" Às vezes, isso significa abrir mão de preconceitos, estender a mão ao outro e trabalhar em prol da justiça e da inclusão, assim como os apóstolos fizeram.

Neste domingo, que a Palavra de Deus nos inspire a viver nossa fé de maneira ativa e amorosa. Que possamos nos comprometer a ser agentes de transformação, levando a esperança e a paz do Cristo ressuscitado a todos ao nosso redor, mantendo sempre a visão de uma comunidade unida e acolhedora.

Vamos nos abrir à ação do Espírito Santo, permitindo que Ele nos guie em nossa jornada de fé e nos fortaleça para que sigamos em frente, confiantes de que, junto com o Senhor, podemos superar qualquer desafio.

Que Deus nos abençoe e que a paz de Cristo resplandeça em nossos corações. Amém.

 

HOMILIA PARA O DIA 18 DE MAIO DE 2025 - 5º DOMINGO DA PÁSCOA - ANO C

 

CAMINHEMOS PARA UM NOVO CÉU 

E UMA NOVA TERRA

Caros irmãos e irmãs,

Os textos do Apocalipse e o Evangelho de João, iluminam essa realidade e nos oferecem um vislumbre esperançoso do que está por vir.

No livro do Apocalipse, ouvimos que "vemos um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra já se foram" (Ap 21,1). Esta imagem não é apenas uma descrição do fim, mas também um convite a um novo começo. É um chamado à transformação interior e comunitária. Este “novo céu” e “nova terra” nos indicam que Deus fará tudo novo, em meio às dificuldades e incertezas do mundo.

Assim como na história da humanidade, onde o renascimento acontece após momentos de dor, agora estamos diante de uma nova fase na Igreja, com a escolha de um novo Papa que sucede Pedro, dando continuidade aos trabalhos de Francisco. Esse momento é um sinal claro da ação de Deus em nossa história. Um novo líder é chamado, não apenas para guiar, mas para nos ajudar a ser Igreja viva, a anunciar a boa nova de Jesus Cristo em um mundo que tanto precisa de esperança e amor.

No Evangelho de João, Jesus dá um novo mandamento: "Amem-se uns aos outros. Assim como eu os amei, vocês devem amar uns aos outros" (Jo 13,34). Este mandamento é a essência do que significa viver em um novo céu e em uma nova terra. A transformação que buscamos no exterior deve começar em nossos corações, nas nossas relações. É um amor que nos chama a sair de nós mesmos, a cuidar do outro, a acolher quem está à margem, a construir uma comunidade que reflita a misericórdia e a bondade de Deus.

Este novo ministério que se inicia com o novo Papa é uma oportunidade valiosa para que todos nós possamos nos comprometer ainda mais com esse mandamento do amor. Ele é chamado a ser um instrumento de renovação, e nós, como Igreja, somos convidados a apoiar e a viver essa transformação, oferecendo nossa colaboração e nossa oração.

À medida que olhamos para o futuro, lembremo-nos de que a Igreja é sempre renovável, porque está sob a ação do Espírito Santo, que continuamente faz novas todas as coisas. Que possamos nos unir em oração pelo nosso novo Papa, para que ele seja um guia sábio e amoroso, e que, juntos, possamos construir um mundo melhor, onde todos experimentem o amor de Cristo, que nos faz irmãos e irmãs.

Neste quinto domingo da Páscoa, que nossa reflexão nos inspire a agir concretamente, a amar e a testemunhar a presença de Deus em nossas vidas. Que sejamos sempre agentes dessa nova criação, fazendo com que o novo céu e a nova terra se tornem visíveis em nossa realidade cotidiana. Amém.

sexta-feira, 11 de abril de 2025

HOMILIA PARA O DIA 11 DE MAIO 2025 - 4º DOMINGO DA PÁSCOA - ANO C -

 

PASTORES E OVELHAS SE CONHECEM

Neste Quarto Domingo da Páscoa, somos convidados a refletir sobre a figura do Bom Pastor, desafiando-nos a entender essa missão que todos nós somos chamados a exercer em nosso cotidiano. As leituras proclamadas na liturgia da Palavra nos oferecem lições sobre liderança, cuidado e compromisso com os outros.

Em Atos dos Apóstolos, observamos Paulo e Barnabé em sua missão de proclamar a boa nova. Eles seguem uma jornada intensa, encontrando tanto aceitação quanto resistência. Ao anunciarem o Evangelho, percebem que não são apenas portadores de uma mensagem, mas sim pastores que cuidam das ovelhas que Deus colocou em seu caminho. A dificuldade e a rejeição que enfrentam não os desencorajam; ao contrário, eles seguem firmes, alegres por serem considerados dignos de sofrer por causa de Cristo. Essa coragem é um chamado para nós, para que possamos também ser pastores em nossa comunidade, mesmo diante das adversidades.

No Evangelho de João, Jesus se apresenta como o Bom Pastor, afirmando: “Minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem.” Aqui, somos convidados a refletir sobre o que significa ser uma ovelha e, ao mesmo tempo, um pastor. O Bom Pastor não apenas guia, mas também dá a vida por suas ovelhas. Essa entrega radical é o modelo que somos chamados a seguir em nossa própria vida. Jesus destaca a relação de intimidade entre Ele e suas ovelhas, uma relação que deve transparecer em nossos relacionamentos.

A ideia de ser pastor vai além de uma função; ela implica em cuidar, oferecer proteção e orientação. Todos nós, de alguma forma, somos chamados a exercer esse papel em nossa vida. Pode ser em nossa família, na comunidade ou mesmo em grupos de amizade. Cada um de nós tem a oportunidade de ser a voz que acolhe e o coração que ampara. Perguntamo-nos: como podemos exercer essa missão diariamente? Que ações podemos tomar para cuidar dos que estão ao nosso redor, promovendo a unidade e o amor?

Além disso, ao nos tornarmos pastores em nossas pequenas esferas de influência, testificamos o amor de Cristo para aqueles que estão distantes de sua voz. Somos desafiados a ouvir as realidades dos outros e a responder com compaixão e disposição para ajudar. Assim como Jesus conhece suas ovelhas, somos chamados a conhecer e nos importar com as pessoas que nos cercam.

Hoje refletimos sobre nossa essência como pastores e ovelhas, criando um ambiente onde as vozes se escutam e as vidas se interconectam. Que possamos nos colocar à disposição para ouvir a voz do Bom Pastor e, assim, sermos instrumentos dessa mensagem de amor e cuidado em um mundo que tanto precisa.

Vamos levar para casa esta reflexão: como posso agir hoje como um Bom Pastor, seguindo o exemplo de Cristo? Que possamos nos comprometer a amar e a cuidar uns dos outros, reconhecendo que, juntos, somos parte de um único rebanho guiado por Aquele que deu a vida por nós.

Que Deus nos abençoe e nos fortaleça em nossa missão. Amém. 

 

quinta-feira, 10 de abril de 2025

HOMILIA PARA O DIA 04 DE MAIO DE 2025 - 3º DOMINGO DA PÁSCOA - ANO C

 Meus irmãos e irmãs, a paz de Cristo esteja convosco!

Neste terceiro domingo da Páscoa, as leituras nos convidam a refletir sobre o testemunho e a missão que nos são confiados, especialmente através da figura de Pedro, um dos pilares da nossa fé. Em Atos dos Apóstolos (At 5,27b-32.40b-41), testemunhamos a coragem de Pedro diante das autoridades religiosas. Ele e os apóstolos são interrogados e reprimidos por pregarem sobre Jesus, mas não se intimidam. Pedro afirma: “É necessário obedecer a Deus antes que aos homens.” Esse simples, mas poderoso testemunho nos ensina que a nossa fidelidade a Cristo deve sempre prevalecer, mesmo diante de dificuldades.

Pedro não apenas fala de sua fé, mas vive-a em sua totalidade. Como testemunha da ressurreição, ele se tornou uma voz firme em um tempo de incertezas. Ele sabia que o impacto de sua mensagem não se limitava a suas palavras, mas se estendia a todo ato de sua vida. Esse testemunho ressoava não só em sua pregação, mas também em sua disposição para sofrer. A Escritura nos lembra que eles saíram do Sinédrio “alegres por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas pelo nome de Jesus”. Como isso nos inspira? Estamos prontos para enfrentar adversidades por nossa fé?

Passando para o Evangelho de João (Jo 21,1-19), encontramos uma cena impactante em que Jesus aparece novamente a Pedro e os outros discípulos à beira do mar de Tiberíades. Esta aparição é fundamental, pois não apenas oferece conforto e paz, mas também reafirma a missão de Pedro. Ao perguntar a Pedro “Você me ama?”, Jesus o comissiona a pastorear suas ovelhas. Aqui, vemos a restauração de Pedro após sua negação. O amor de Jesus é incondicional, transcendendo nossos erros e fraquezas.

A pergunta “Você me ama?” nos toca profundamente. Qual é a nossa resposta a essa pergunta? O amor autêntico a Cristo nos impede de sermos indiferentes diante das necessidades do nosso próximo. Assim como Pedro foi chamado a alimentar as ovelhas, somos convocados a cuidar uns dos outros, a ser luz no mundo e a testemunhar a esperança da ressurreição.

Enquanto contemplamos esses textos, somos desafiados a viver um testemunho cristão firme em nosso cotidiano. Nos momentos de dificuldade, que possamos lembrar das palavras de Pedro em Atos: devemos obedecer a Deus antes que aos homens. E, assim como Pedro, que possamos sentir a renovação em nosso coração, sabendo que somos chamados a amar e a servir.

Neste domingo, que cada um de nós possa renovar sua fé e compromisso com Jesus. Que nossa vida seja um testemunho vibrante da presença do Ressuscitado em nosso meio. Ao sairmos hoje, que possamos levar esta mensagem de esperança, coragem e amor a todos ao nosso redor, lembrando sempre que, em Cristo, somos chamados a ser pescadores de homens.

Que Deus nos abençoe e nos guie em nossa missão. Amém.

terça-feira, 8 de abril de 2025

HOMILIA PARA O DIA 27 DE ABRIL DE 2025 - 2º DOMINGO DA PÁSCOA - ANO C

 

Ó MORTE, ONDE ESTÁ TUA VITÓRIA!

Neste 2º Domingo da Páscoa, continuamos a celebrar a gloriosa ressurreição de nosso Senhor Jesus, a vitória definitiva sobre a morte. A liturgia nos convida a refletir sobre o valor da comunidade que nasceu da sua ação criadora e vivificadora. É essa comunidade a qual Jesus acompanha, fortalecendo-a nas crises e desafios que enfrentamos diariamente.

No evangelho de João, encontramos os apóstolos reunidos em um ambiente de medo e incerteza. As portas estavam trancadas, mas Jesus entrou, não apenas para acalmar seus corações, mas para lhes oferecer a Sua paz. E esse mesmo Jesus ressuscitado continua no meio de nós, em nossa comunidade, garantindo que cada um de nós tenha acesso à Sua presença.

Hoje, somos chamados a entender que a vida nova que recebemos de Jesus se revela na união e no amor fraterno entre nós. A primeira leitura, que descreve a vida da comunidade cristã em Jerusalém, nos mostra um grupo que se destaca pela solidariedade, pelo cuidado com os mais fracos e pela capacidade de fazer o bem. O que testemunhamos ali deveria se refletir em nossa vida! A vida nova que brota da ressurreição não pode ser contida; ela se manifesta em gestos concretos, em ações que falam mais alto que palavras.

Importante também é a visão de João na segunda leitura. Ele nos apresenta o “filho do homem”, que é a chave de toda a história, o princípio e o fim. É em Jesus que encontramos a certeza de que não estamos sozinhos em nossa caminhada. Assim como Ele derrotou a morte, também somos capacitados a vencer as inúmeras dificuldades que a vida nos impõe.

Neste domingo, somos chamados a olhar para nossa comunidade e reconhecer que, se queremos “ver” e “tocar” Jesus ressuscitado, é aqui, no meio de nós, que isso acontece. Nossa vivência, nossa união, nosso apoio mútuo são o testemunho vivo da presença de Cristo entre nós. Que as nossas ações nos tornem um sinal visível da esperança e da vida que recebemos Dele.

Convido todos a refletir: como podemos ser agentes dessa comunidade que acolhe e transforma? Como podemos, em nosso dia a dia, ser porta-vozes da paz e do amor que Jesus nos oferece?

Neste tempo de Páscoa, que nossos corações se encham da alegria e da força que vem da ressurreição. Que possamos viver a nova aliança e ser um verdadeiro testemunho da vida nova que Jesus nos oferece, sozinhos e em comunidade.

Feliz Páscoa! Que a luz de Cristo ressuscitado permaneça em nossos corações, guiando-nos sempre na construção de um mundo melhor.

Amém.

 

HOMILIA PARA O DIA 20 DE ABRIL DE 2025 - DOMINGO DE PÁSCOA - ANO C

 

CAMINHAR JUNTOS À LUZ DO EVANGELHO

Hoje, celebramos a alegria da Páscoa, o dia da ressurreição do Senhor! É uma data que renova nossas esperanças, um convite divino para caminharmos juntos como peregrinos de esperança. Somos chamados a refletir sobre o significado da ressurreição, à luz do evangelho segundo João que ouvimos na liturgia da Palavra.

No relato, Maria Madalena vai ao sepulcro ao amanhecer, e ao encontrar a pedra removida, sua primeira reação é de desespero e confusão. Ela corre para contar aos discípulos, e isso nos mostra que, em momentos de incerteza, é natural sentir medo e angústia. No entanto, ao longo da narrativa, surgem elementos que nos convidam a superar essa angústia: a descoberta do túmulo vazio e a revelação de que Jesus havia ressuscitado.

Quando Maria encontra o túmulo vazio, é um sinal de que algo novo está surgindo. A ressurreição não é apenas a vitória de Cristo sobre a morte, mas também é um convite à transformação e à renovação de nossas vidas. Jesus não está mais entre os mortos, Ele vive! E essa verdade é fundamental para a nossa caminhada como irmãos e irmãs na fé.

Assim como Maria Madalena, todos nós somos convidados a olhar para as nossas vidas e perceber que, mesmo em meio aos túmulos que nos cercam — sejam eles medos, incertezas ou situações desanimadoras — a luz da ressurreição está presente. O que parecia fim, na verdade é um novo começo.

No evangelho, lemos que os discípulos, ao ouvirem Maria, correm ao sepulcro. E aqui, também encontramos mais um ensinamento: a ressurreição é um convite para caminharmos juntos. Não estamos sozinhos nesta jornada; somos chamados a ser comunidade, a apoiar uns aos outros na busca pela esperança e pela fé. É juntos que encontramos a força para superar os desafios e as dificuldades da vida.

Quando Pedro e o outro discípulo chegaram ao sepulcro, eles encontraram os lençóis, mas também foram confrontados com a realidade da fé. O texto diz que "ele viu e acreditou". Esta é uma pista valiosa que nos convida a olhar além da superfície, a mergulhar na profundidade do que significa acreditar na ressurreição. Fé não é apenas saber que Jesus ressuscitou; é permitir que essa verdade transforme nossas vidas e nos impulsione a viver com esperança.

Neste Domingo de Páscoa, que possamos acolher o convite da ressurreição. Que nossa fé nos faça peregrinos de esperança, caminhando juntos na luz de Cristo ressuscitado. Olhemos para o mundo com olhos de renovação e confiar que, assim como o Senhor venceu a morte, também nós podemos vencer nossas tribulações.

Ao celebrarmos a Páscoa, que a alegria da ressurreição nos inspire a ser portadores da esperança. Vamos nos unir como comunidade, como irmãos e irmãs, e levar essa mensagem de amor e vida a todos ao nosso redor.

Feliz Páscoa! Que a luz de Cristo renasça em nossos corações, hoje e sempre.

Amém.

 

HOMILIA PARA O DIA 19 DE ABRIL DE 2025 - SÁBADO SANTO - ANO C

 

SÁBADO SANTO: DIA DA 

CONTEMPLAÇÃO E DA ESPERANÇA

Com a celebração da vigília pascal colocamos um ponto final no silêncio da espera e nos abrimos para a alegria da esperança. Hoje, somos chamados a refletir sobre a transição entre a dor e a ressurreição, entre a morte e a vida plena que Cristo nos oferece. Este dia se destaca como o ponto alto do nosso caminhar na condição de "caminheiros de esperança".

O apóstolo Paulo, em sua carta aos Romanos (Rm 6,3-11), nos recorda que, através do batismo, somos sepultados com Cristo e, ressurgire­mos com Ele para uma nova vida. Essa passagem é um verdadeiro convite à transformação. Ao darmos as costas para o pecado e nos voltarmos para Deus, somos chamados a viver em novidade de vida, como pessoas que experimentam diariamente a redenção.

Vamos parar um momento para refletir: assim como Cristo passou pela morte, nós também enfrentamos muitos desafios e provações em nossa jornada. E é nesse momento de alívio e desânimo que somos convidados a recordar que a ressurreição sempre vem após a dor. Às vezes, podemos sentir que estamos em um sábado de silêncio da nossa própria vida, esperando por algo novo, por uma promessa, por uma luz que ilumine as nossas trevas.

O Salmo 117 (118), que rezamos hoje, ecoa a alegria e gratidão pela bondade e fidelidade de Deus: “Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua misericórdia dura para sempre.” Afirmamos nossa confiança na promessa de que o Senhor está conosco em todos os momentos, mesmo nos mais escuros e difíceis. Ele é a rocha firme, nosso refugio. Neste Sábado Santo, esta mensagem de esperança ressoa intensamente, pois ela nos lembra que a luz da ressurreição está à porta.

Neste silêncio do Sábado, somos convidados a cultivar a esperança. Assim como a semente plantada no solo escuro aguarda a chuva para brotar, estamos nesse espaço de preparação antes do grande dia da Páscoa. É tempo de contemplação, de unir nossos sofrimentos aos de Cristo e confiar que, assim como Ele venceu a morte, também nós seremos levantados de nossas próprias sombras.

Este sábado, irmãos e irmãs, é um convite à espera ativa. Não estamos mergulhados num lamento sem fim, mas numa esperança viva. Esperamos a ressurreição, que não é apenas um evento no calendário, mas uma promessa que permeia nossas vidas. Ao passar por esta hora de silêncio, permita que o seu coração seja tocado pela certeza de que, mesmo no desespero, a vida está prestes a surgir.

Ao nos prepararmos para a grande celebração da Páscoa, que possamos, de coração aberto, permitir que o Espírito nos renove. Que este Sábado Santo seja um dia de transformação, um ponto de encontro com a esperança que nunca decepciona.

Por fim, ao olharmos para a cruz e refletirmos sobre a morte de Cristo, que possamos também nos animar com a certeza de que a vida e a luz sempre seguirão a escuridão. Que o Senhor da vida e da ressurreição renove em nós a fé e a esperança, fazendo de nós verdadeiros agentes de amor e luz neste mundo tão necessitado.

Amém.

 

HOMILIA PARA O DIA 18 DE ABRIL DE 2025 - SEXTA FEIRA DA PAIXÃO - ANO C

 

A Paixão Redentora de Cristo

A sexta-feira nos convida a exercitar nossa experiência de caminheiros de esperança refletindo sobre a Paixão redentora de Cristo. Mergulhados no mistério da cruz procuremos entender as consequências desse ato de amor que Jesus nos ofereceu.

Na Salmo que rezamos na liturgia da paixão, vemos um clamor de dor e confiança. O salmista clama: "Nas tuas mãos entrego o meu espírito." Esta expressão de entrega é exatamente o que vemos em Cristo durante sua crucificação. Ele, também, no momento da maior dor e sofrimento, expressa uma total confiança no Pai. Esse sentimento é um convite a todos nós: em meio ao sofrimento, podemos e devemos entregar nossas vidas nas mãos de Deus. Ele é sempre o nosso refúgio, mesmo nos momentos mais sombrios.

Na Carta aos Hebreus, é ressaltada a humanidade de Jesus. Quando lemos que Ele "também, nos dias da sua vida terrestre, ofereceu orações e súplicas, com forte clamor e lágrimas, a quem podia livrá-lo da morte", somos lembrados de que Cristo, enquanto estava entre nós, vivenciou a dor e a angústia. Isso nos mostra que Deus não é um distante espectador de nossas tribulações; Ele se fez gente e experimentou as mesmas dores que nós.

Jesus não veio para eliminar o sofrimento, mas para transformá-lo. A Sua Paixão é a resposta de Deus ao sofrimento humano. Ele, que é o Filho, se fez servo e passou pelo abismo da dor, nos mostrando que, através da cruz, encontramos a verdadeira redenção. Ele não apenas suporta o sofrimento, mas o oferece, e através dele, nos ensina que a dor pode ser um caminho para a transformação interior.

A Paixão Redentora de Cristo não é apenas um evento histórico, mas um convite a cada um de nós a nos unirmos a Ele em nossos próprios sofrimentos. Quando enfrentamos dificuldades, podemos olhar para a cruz e encontrar esperança. Cristo transforma nossas dores em um ato de amor, e através da Sua entrega, nos dá a chance de vivermos uma vida plena e livre.

Neste momento, somos chamados a contemplar o que significa ser redimido por esse amor. Através da Sua Paixão, a morte e a ressurreição de Cristo não apenas nos oferecem perdão, mas também a oportunidade de viver em plenitude, de sermos agentes de paz e reconciliação neste mundo tão necessitado.

Por isso, ao olharmos para a cruz hoje, não somos apenas testemunhas do sofrimento, mas também da esperança e da vida que se renova. A Paixão de Cristo é a prova do amor de Deus por nós e um convite a vivermos esse amor em nossas relações diárias, a sermos luz na vida dos outros.

Contemplemos o mistério da Paixão com um coração aberto, prontos a receber e a viver a redenção que Cristo nos oferece. Assim como Ele, levar nossas cruzes e, por meio delas, tornarmo-nos portadores de esperança e amor para aqueles que nos cercam.

Amém.

 

segunda-feira, 7 de abril de 2025

HOMILIA PARA O DIA 17 DE ABRIL - QUINTA FEIRA SANTA 2025

 

SERVIÇO, ENTREGA E CUIDADO

Queridos irmãos e irmãs,

Hoje nos reunimos para celebrar a Quinta-feira Santa, o dia que marca o início do Tríduo Pascal e que nos convida a refletir sobre o serviço, a entrega e o cuidado que Jesus teve com seus discípulos e, por extensão, com toda a criação.

Na primeira leitura, do livro do Êxodo, o relato trata da instituição da Páscoa. O Senhor ordena que o povo se lembre do ato salvador que os libertou da escravidão no Egito. As instruções para a celebração da Páscoa demonstram a importância do cuidado e da atenção aos detalhes, pois cada etapa comemorativa é um gesto de amor e respeito pela história e pela vida do povo de Deus.

Ao celebrarmos a Páscoa, somos lembrados de que o verdadeiro sentido desta festividade vai além de um evento histórico. A Páscoa é um chamado ao serviço, à memória de que somos parte de um plano maior de libertação. Assim como aqueles que comeram o cordeiro pascal estavam se preparando para uma nova vida, nós também somos convidados a viver com o mesmo espírito de entrega e serviço em nossas vidas diárias.

Na segunda leitura, na carta aos Coríntios, São Paulo nos recorda a instituição da Eucaristia: “Este é o meu corpo que é dado por vocês; este é o meu sangue que é derramado por vocês.” Aqui, Jesus não apenas institui um sacramento, mas, mais importante ainda, nos chama a experimentar e a viver a doação. A Eucaristia é a expressão máxima do amor de Cristo, um convite à comunhão, mas também um desafio à prática do serviço. Ao partilhar o pão e o vinho, somos convocados a sermos servidores uns dos outros.

Por fim, no Evangelho de João, encontramos uma das cenas mais significativas do serviço cristão: Jesus, o Mestre e Senhor, lavando os pés dos discípulos. Este gesto, muitas vezes considerado um ato de humildade, é, na verdade, uma revolução do entendimento sobre liderança e poder. Ao lavar os pés, Jesus ensina que o verdadeiro líder é aquele que serve. Ele nos desafia a adotar a atitude de humildade e cuidado, não só com aqueles que amamos, mas com todos ao nosso redor.

Hoje, somos chamados a refletir: como temos vivido essa dimensão do serviço? Como podemos ser mais atentos aos que nos cercam? O cuidado com as pessoas e com a obra criada por Deus é um reflexo do amor divino entre nós. Cada ato de bondade, cada gesto de apoio e cada palavra de conforto são formas de manifestar a presença de Cristo em nossas vidas.

Que nesta Quinta-feira Santa, possamos renovar nosso compromisso de servir. Que possamos olhar à nossa volta e alimentar os que têm fome, acolher os que estão sozinhos e cuidar da criação que nos foi confiada. Ao imitarmos o exemplo de Cristo, tornamo-nos verdadeiramente seus discípulos.

Peçamos ao Senhor que nos faça instrumentos de paz e amor, sempre prontos a lavar os pés uns dos outros, lembrando que, em cada ato de serviço, estamos servindo a Ele.

Amém!