APARECIDA MISSIONÁRIA DA ESPERANÇA
A primeira leitura começa com a narrativa de um grande sinal:
uma Mulher vestida de sol, coroada de doze estrelas. No coração da Igreja
peregrina, essa Mulher é Maria, Missionária da Esperança, que avança entre
dores e promessas, guardando em seu seio a Palavra feita carne. Como no
Apocalipse, ela permanece de pé diante do dragão dos sofrimentos humanos, não
para combater com armas de ferro, mas com a luz mansa da fé que sustenta os que
vacilam.
O Menino que ela traz ao mundo é o
Senhor da vida, o Cordeiro que vence. Ao gerar Cristo, Maria gera também
caminhos de vocação: cada chamado nasce do encontro com Ele. A esperança de que
ela comunica não seja fuga, mas envio; não é ilusão, mas certeza de que Deus
caminha na história. Por isso, quem se aproxima de Maria reencontra a coragem
de dizer “sim” mesmo quando o deserto parece estéril.
Em Caná da Galileia, quando o
vinho falta e os corações se envergonham, Maria percebe a necessidade antes de
qualquer pedido. Ela se torna intercessora: aproxima a sede humana da fonte
divina e, com discreta firmeza, indica o único caminho — “Façam tudo o que Ele
lhes disser.” Ali, a vocação dos serventes floresce no simples ato de encher
talhas; a aprovação cotidiana se transforma em milagre.
A Missionária da Esperança educa o
olhar para ver oportunidades de serviço no ordinário. Em Caná, a água comum é
oferecida com confiança, e Deus faz vinho novo. Assim também nas vocações: dons
simples, vidas comuns, talentos escondidos — nas mãos de Cristo, por intercessão
de Maria, tornam-se sinais abundante para o povo. A esperança vocacional começa
quando confiamos o pouco que temos.
Diante do dragão que tenta devorar
o que nasce de Deus — dúvidas, medos, tentativas de desistir — Maria guarda e
protege. Sua presença materna abre caminhos na terra sedenta, como a terra que
ajuda a Mulher no Apocalipse. Ela acolhe os que discernem, sustenta os que
hesitam, consola os que sofrem. Com ela, cada chamado aprende a atravessar a
prova sem perder a promessa.
Maria interceda para que nunca falte para a Igreja, para as famílias e
para a sociedade o seu vinho: sacerdotes segundo o coração de Cristo,
consagrados e consagrados de coração indiviso, leigos e leigas missionários no
mundo, famílias que geram vida e fé. Ela pede por corações atentos e por
comunidades que reconheçam e cultivem vocações. Seu “faça-se” continua ecoando
como semente de futuros “eis-me aqui”.
Por isso, voltamos a ela com
confiança: Mulher do sinal e da escuta, ensina-nos a fazer o que Jesus disser.
Conduz nossos passos para que a luz da esperança não se apague e a alegria do
Evangelho transborde como o vinho novo. Intercede pelas vocações de nossa
Igreja: que cada batizado descubra seu lugar, sirva com amor e persevere na
missão, até que, com você, cantemos eternamente as maravilhas de Deus.