IGREJA DE PORTAS ABERTAS
Neste Sexto Domingo da Páscoa, somos convidados a refletir sobre
a nossa relação com Deus e a comunidade. As leituras de hoje, especialmente dos
Atos dos Apóstolos e do Evangelho de João, nos oferecem profunda sabedoria
sobre como viver nossa fé em meio aos desafios e incertezas.
No texto de Atos dos Apóstolos (At 15,1-2.22-29), encontramos a
Igreja primitiva enfrentando uma questão crucial: a inclusão dos gentios na
comunidade cristã. Essa discussão, que gerou profundas tensões, culminou em uma
decisão importante. Os apóstolos, guiados pelo Espírito Santo, discernem que a
fé em Jesus não deve ser restringida por normas culturais ou legais; ao
contrário, é um convite aberto a todos. A carta enviada às comunidades, com
suas diretrizes, era um símbolo de unidade e generosidade. Essa escolha de
inclusão é essencial não apenas para aquela época, mas também para nós hoje,
nos lembrando que a Igreja é um espaço acolhedor, onde Todos são bem-vindos.
No Evangelho de João (Jo 14,23-29), Jesus nos oferece uma
promessa: a presença do Espírito Santo, que nos guiará em toda verdade. Ele nos
diz que, se O amarmos e guardarmos Seus mandamentos, estaremos em comunhão com
Ele. Essa comunhão é o fundamento da nossa esperança, mesmo em tempos de
incerteza e desafio. Jesus não fala de uma paz superficial, mas de uma paz
profunda que brota do amor e da confiança na ação de Deus em nossas vidas.
Aqui, faço uma conexão com os ensinamentos do Papa Leão XIV, que
enfatiza a importância da verdade, da justiça e da solidariedade humanas. Ele se
apresentou como um defensor da paz e da unidade, buscando um diálogo
construtivo para o mundo contemporâneo.
Hoje, seguimos lembrando que, assim como a Igreja primitiva se
uniu na busca pela verdade e na convivência pacífica, somos chamados a fazer o
mesmo em nossa sociedade atual.
À luz dessas leituras e dos ensinamentos do Papa Leão XIV, somos
desafiados a ser testemunhas do amor de Cristo no mundo. A paz que Jesus nos
oferece não é apenas um sentimento, mas um chamado à ação; é uma paz que nos
impulsa a construir pontes de entendimento e a acolher os que estão à margem.
Ao olharmos para a nossa realidade, que é marcada por divisões e
conflitos, devemos nos perguntar: "Como posso ser um instrumento da paz de
Cristo em meu ambiente?" Às vezes, isso significa abrir mão de
preconceitos, estender a mão ao outro e trabalhar em prol da justiça e da
inclusão, assim como os apóstolos fizeram.
Neste domingo, que a Palavra de Deus nos inspire a viver nossa
fé de maneira ativa e amorosa. Que possamos nos comprometer a ser agentes de
transformação, levando a esperança e a paz do Cristo ressuscitado a todos ao
nosso redor, mantendo sempre a visão de uma comunidade unida e acolhedora.
Vamos nos abrir à ação do Espírito Santo, permitindo que Ele nos
guie em nossa jornada de fé e nos fortaleça para que sigamos em frente,
confiantes de que, junto com o Senhor, podemos superar qualquer desafio.
Que Deus nos abençoe e que a paz de Cristo resplandeça em nossos
corações. Amém.