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segunda-feira, 12 de maio de 2025

HOMIMLIA PARA O DIA 15 DE JUNHO 2025- DOMINGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE - ANO C

 SANTÍSSIMA TRINDADE, SINODALIDADE E COMUNHÃO

Hoje, celebramos A Santíssima Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Este é um momento para refletirmos sobre a comunhão, a unidade e a sinodalidade que são fundamentais na vida cristã. As leituras de hoje nos oferecem insights sobre como essas ideias se manifestam em nossas vidas.

Começando pela carta de São Paulo aos Romanos (Rm 5,1-5), somos lembrados de que, através da fé, temos paz com Deus. A paz que recebemos não é apenas um estado emocional, mas a paz que brota da comunhão com Deus. Esta paz nos une em um único corpo, a Igreja. Paulo continua afirmando que, em momentos de tribulação, devemos exultar, pois é por meio das dificuldades que a perseverança é cultivada. Esta perseverança nos traz uma esperança que nunca nos decepciona, porque o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo.

Na passagem do Evangelho segundo João (Jo 16,12-15), Jesus nos afirma que ainda muita coisa teria para nos dizer, mas que não poderíamos suportar naquele momento. Ele, porém, promete o Espírito da Verdade, que nos guiará em toda a verdade. Aqui podemos vislumbrar o aspecto dinâmico da sinodalidade – o caminhar juntos. O Espírito Santo não só nos revela a verdade, mas nos une de maneira a buscá-la juntos.

A sinodalidade nos convida a ser uma Igreja que escuta, que dialoga e que se une em propósito. É através da escuta atenta do outro, do respeito às diversidades e do desejo genuíno de caminhar juntos como comunidade de fé. Isso significa abrir mão de algumas de nossas próprias certezas para acolher a verdade que é revelada no diálogo. Uma Igreja sinodal é uma Igreja que vive em comunhão, seguindo o exemplo da Trindade.

Assim, a Trindade não é apenas um conceito teológico distante, mas um modelo de vida comunitária para ser imitado em nossas paróquias, famílias e relacionamentos. Somos chamados a viver a unidade, não como algo imposto, mas como uma escolha livre em benefício do amor. O amor que flui entre o Pai, o Filho e o Espírito é o mesmo amor que nos é oferecido para vivermos em nossas comunidades.

Ao celebrar a Santíssima Trindade, peçamos ao Pai que nos ajude a viver esta comunhão profunda, que possamos abrir nossos corações para o Espírito Santo e que juntos, como comunidade, possamos testemunhar o amor de Deus em nosso meio. Que possamos ser um espelho dessa Trindade, revelando ao mundo a beleza da unidade em diversidade.

Que Nossa Senhora, Mãe da Unidade, interceda por nós e nos ajude a caminhar em sinodalidade. Amém.

 

 

HOMILIA PARA O DIA 22 DE JUNHO DE 2025 - 12º DOMINGO COMUM - ANO C

 A MINHA ALMA TEM SEDE DE DEUS

Hoje, reunidos em oração e comunidade, ouvimos as leituras que nos convidam a refletir sobre a nossa relação com Deus e sobre como essa relação é fundamental para a nossa vida espiritual.

Vamos começar pelo Salmo 62(63), que expressa uma profunda sede de Deus: “Ó Deus, meu Deus, eu te procuro; a minha alma tem sede de ti”. Neste versículo, o salmista nos mostra o desejo ardente de experimentar a presença do Senhor. Sede e desejo são temas recorrentes na vida de fé. Na medida em que buscamos a Deus, reconhecemos que Ele é o nosso sustento, a nossa fonte de vida. Em momentos de deserto, de dúvidas e de provações, é essa sede que nos impulsiona a orar, a clamar e a nos aproximar do Criador.

Na passagem do Evangelho segundo Lucas (Lc 9,18-24), Jesus faz uma pergunta crucial aos seus discípulos: “Quem dizem as multidões que eu sou?” E eles respondem: “João Batista, outros, Elias, e outros ainda, que um dos profetas ressuscitou”. Mas, em seguida, Ele pergunta diretamente aos seus discípulos: “E vocês, quem dizem que eu sou?”. Essa pergunta não é apenas uma curiosidade, mas um convite a refletirmos sobre a nossa própria fé e percepção de quem é Jesus em nossas vidas.

Pedro, ao responder que Jesus é o Cristo de Deus, revela uma compreensão profunda. Mas Cristo também os alerta sobre o caminho que está por vir: Ele fala do sofrimento, da rejeição e da morte, e, mais importante, do chamado a tomar a própria cruz. Aqui, Jesus nos ensina que a verdadeira vida com Ele requer entrega, e que a oração é a via que nos fortalece nessa missão.

A oração é, portanto, um meio essencial de saciar nossa sede de Deus. Quando oramos, não apenas elevamos nossas súplicas, mas também temos a oportunidade de aprofundar nossa relação com o Senhor. É na oração que encontramos força para enfrentar as cruzes que nos são impostas. É na oração que recebemos a graça de discernir nossa identidade como filhos e filhas de Deus e, ao mesmo tempo, perceber qual é o nosso papel neste mundo.

Muitas vezes, pode parecer que Deus está distante, mas Ele nunca nos abandona. Assim como um sedento busca água, também devemos buscar a Deus com a mesma intensidade. A nossa oração diária deve ser um diálogo sincero, onde expressamos nossos medos, ansiedades e também nossas alegrias. É nesse diálogo que vamos descobrindo quem somos e quem Deus é para nós.

Por que isso é tão importante? Porque, ao reconhecer Jesus como o Cristo, aceitamos também a sua proposta de carregarmos a nossa cruz. Ele nos ensina que não é pela força, mas pela humildade e pela entrega que encontraremos a verdadeira vida. Assim, a oração se torna um espaço de renovação, onde podemos reabastecer a fé e o amor que nos impulsionam a testemunhar o Evangelho.

Neste dia, convido todos a meditar sobre o que significa ter sede de Deus em suas vidas. Como podemos cultivar esse desejo? Como podemos fazer da oração não apenas um momento isolado, mas uma parte constante do nosso dia a dia? Que a nossa busca incessante por Deus nos faça mais solidários, mais compreensivos e mais amorosos com os que nos cercam.

Que a Eucaristia de hoje nos nutra e nos fortaleça nessa caminhada, e que, assim como o salmista, possamos sempre dizer: “A minha alma tem sede de Ti, Senhor.” Que Jesus Cristo, nosso Senhor, continue a nos guiar e a nos amadurecer na fé.

Amém.