3° DOMINGO DA PÁSCOA
Leituras: Atos dos Apóstolos 2,14.22-33; Salmo 15,1-2a.5.7-8.9-10.11;
1Pedro 1,17-21; Lucas 24,13-35.
Noticiários recentes dão conta de que cada vez mais a vida, como um dom precioso, necessita de respeito incondicional e nada nem ninguém tem o direito de atentar contra qualquer forma de vida. Na última semana ocupou espaço na mídia mundial a morte de Ozama Bin Laden. No que pese sua conduta e condição de chefe de uma organização terrorista e das inúmeras mortes patrocinadas por grupos de extermínio liderados por fanáticos e fundamentalistas, nada justifica essa contínua neurose pela vingança e pela morte de quem quer que seja.
Outra situação que tem incomodado a todos, especialmente no Brasil, nas últimas semanas, se deu em torno do abandono de Crianças recém nascida. Em ambas as circunstâncias fica evidente que o ser humano tem uma sensibilidade extraordinária e uma capacidade de indignação diante de fatos desta natureza.
Na liturgia deste domingo a Palavra de Deus nos leva a refletir sobre a realidade da morte, sobretudo, da morte em condições não aceitáveis e sem aparente justificativa. Diante de tal fato a indignação, a desolação e o descrédito são muito mais amplamente sentidos.
No caso dos discípulos de Emáus, como é conhecido o texto do Evangelho de hoje, os dois estavam completamente desiludidos e incapazes de compreender as razões para tamanha barbaridade. Sem outra expectativa, depois que se passavam três dias da morte daquele que julgavam ser o messias, desistem de tudo. Deixam Jerusalém, deixam os amigos, abortam os sonhos e tomam outro destino. Até que Jesus se lhes dá a conhecer, só então o rumo de suas vidas vai, novamente, para outra direção.
A mesma realidade é descrita pelos Atos dos Apóstolos. Na palavra de Pedro o que aconteceu com Jesus é o sinal mais evidente de que Deus está com eles e que na realidade da morte e da ressurreição se encontra o sentido mais extraordinário do existir e do viver em comunhão. Na segunda leitura se confirma o que os apóstolos acreditavam: Por causa desta certeza, bastante tempo depois as comunidades continuaram sendo animadas a experimentar uma vida nova com total confiança em Deus, que a todos acolhe sem distinção.
Ontem como hoje, os batizados, e entre eles nós, que nos reunimos nesta santa assembleia, somos convidados às mesmas atitudes. Isto é, nos indignar com a morte, não aceitar e não facilitar condutas que produzam ou facilitem a falta de respeito para com as criaturas. A palavra de Deus deste domingo reforça o convite para uma vida diferente afinal de contas “fomos resgatados pelo precioso sangue de Cristo”.
Na figura de nossas mães, e de todos os que fazem a vida acontecer, podemos proclamar também nós como os discípulos de Emaús: “Senhor Fica conosco!”. Ou seja, em meio há tantos sinais de violência e desrespeito para com o ser humano, uma presença é necessária ser reconhecida. Que o Senhor, a exemplo dos discípulos de Emaús, por esta Eucaristia e pela Palavra que ouvimos nos coloque de novo na comunidade dos discípulos onde em companhia de todos possamos proclamar: Verdadeiramente o Senhor Ressuscitou e nós ressuscitaremos com Ele.
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