AÇÃO
DE GRAÇAS, PELA BONDADE DE DEUS E FRUTO DO TRABALHO HUMANO...
Em tempo de copa do mundo,
por todo lado e quase todas as rodas de conversa tratam do assunto. Palpites
sobre escalação de jogadores, resultado das partidas, jogadas ensaiadas. De
qualquer modo no final da conversa o importante é o resultado. E mesmo sobre o
placar final comentaristas esportivos, ex-jogadores, palpiteiros de plantão,
todos apontam respostas para os erros e acertos.
Mal comparando, os textos proclamados
na liturgia de hoje tem tudo a ver com a
ocasião que se está vivenciando. Em lugar de falar de jogadas bem ou mal
sucedidas, os textos falam de plantio e de colheita. Em ambos os casos tratam
dos resultados. Satisfatórios o não, mas que houve empenho de quem estava
realizando a tarefa, isso houve.
O profeta Isaias compara a
Palavra de Deus com a chuva que desce do céu. Ele tem absoluta certeza que
surtirá o efeito desejado: “assim como a chuva e a neve
descem do céu e para lá não voltam mais, mas
vêm irrigar e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o
plantio e para a alimentação, assim
a palavra que sair de minha boca: não
voltará para mim vazia”. Ao
fazer o anúncio o profeta tem certeza que Deus sabe qual a melhor jogada e em
qual momento deve fazer valer sua habilidade técnica para que a Palavra surta
os efeitos esperados. Se quisesse comparar com o futebol, Deus sabe a
oportunidade imperdível para fazer o gol.
Rezando o Salmo a comunidade faz uma oração
vibrante certificando-se que é Deus mesmo quem visita o seu povo e esta
presença garante que os frutos sejam abundantes: “As colinas se enfeitam de alegria, e os campos, de rebanhos; nossos vales se revestem de
trigais: tudo canta de alegria!” Mais uma vez é como se dissesse as cidades são
tomadas pelas torcidas e por todo canto ouvem-se gritos de alegria.
No Evangelho é Deus mesmo quem semeia. Nem
precisa duvidar que se tratasse de boa semente. Naturalmente que todo
empreendimento tem sua parcela de risco e os resultados não serão todos
exatamente como esperados. É importante considerar os vários tipos de terrenos
e as distintas condições de terreno e a própria preparação que cada qual
recebeu. Explicando a comparação que fez, Jesus fala aos discípulos: “A vós foi dado o conhecimento dos mistérios
do Reino dos Céus, É por isso
que eu lhes falo em parábolas: porque
olhando, eles não veem, e ouvindo, eles não escutam, nem compreendem”.
As comunidades cristãs da atualidade podem ser
identificadas com os terrenos para onde é enviada a Palavra de Deus e onde
é feita a semeadura. A Igreja da
atualidade pode ser comparada aos discípulos, para quem foi dado conhecer os
mistérios do Reino. Todas as facilidades do tempo presente deveriam garantir
que os resultados fossem satisfatórios. Nem sempre isso é possível, mas muitas
vezes e fato é.
Reunidos em oração a Igreja faz ação de graças
pelos frutos colhidos ao mesmo tempo em que reza pedindo ajuda quando os
terrenos não correspondem ao que se espera. Pede perdão pela Palavra que não foi
devidamente acolhida e cujo fruto não chega a sete.