quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

EDUCAÇÃO E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

LONGE DOS OLHOS, PERTO DO CORAÇÃO...

O axioma, de domínio popular, me parece ser aplicável para tratar da Educação e da Educação a Distância. No texto que faz parte da bibliografia para o curso de tutoria online do SENACPR, proposto pelas Educadoras Laura Coutinho e Heloísa Padilha, são apresentados fundamentos para o tema a partir de distintas ciências.

Permito-me afirmar que sob todos os pontos de vista a Educação tem sempre como sujeito o destinatário, o educando, esteja este onde estiver. É daí que podemos afirmar que quando o outro não aprende não se pode dizer que houve educação. Esta verdade já fazia parte do conceito de educação na antiguidade. Em Platão e Santo Tomás de Aquino já temos a compreensão da educação como a condição para que o ser humano se realize na sua plenitude, isto é, das mãos do educador sai o ser humano na sua inteireza.

Com base nisto quero reafirmar a ideia implícita no axioma de abertura desta reflexão: Ou o sujeito da educação, da aprendizagem, interage com o educador ou não participa do processo e consequentemente não aprende.

A Filosofia, e as outras ciências que servem de fundamento para o texto em questão tratam sempre do educando a partir desta ótica. Alias não poderia ser diferente, sob o ponto de vista da filosofia é imprescindível pensar educação sem perguntar os porquês e, sobretudo porque ou o que leva o educando a aprender ou deixar de aprender. Esta realidade implica em interatividade, proximidade que não será necessariamente física.

Já a psicologia se debruça sobre o indivíduo a partir dos processos particulares e até internos de cada educando. Há de se convir que não exista educação para o sujeito isolado, posto que nenhum homem seja uma ilha, nem tampouco vive alheio a situação concreta do mundo que o cerca. A psicologia trata do educando como um indivíduo que integra e que se integra no conjunto da coletividade. E a isto se pode afirmar como sendo parte do campo próprio da sociologia na sua relação com a psicologia e a filosofia.

No complexo mundo da interatividade e da conectividade de cada individuo com os outros da sua espécie desponta a antropologia. O ser humano aprende e ensina no respeito às diversidades e particularidades de cada um dos que com ele convivem com ampla liberdade e necessidade de complementaridade.

Todo esse processo se realiza na história. Posto que tanto a educação, quanto a sociedade e o ser humano inserido nelas vivem num tempo na mesma proporção que constroem o tempo, fazem história e a pontuam com suas realizações.

Dito isto, mais um vez, é necessário afirmar que a interatividade é uma condição “sine qua”, para que educação aconteça. Interatividade não significa outra coisa se não proximidade que não necessariamente será restrita a proximidade física. A isto chamo de “perto do coração”.

É precisamente no “perto do coração” que se situa educação a distância. As duas autoras, na entrevista sugerida para a reflexão, tratam do elemento a distância muito mais do que sob o ponto de vista da conectividade com o virtual. Fazendo um passeio pela memória trazem à tona a questão das “tarefas de casa”. Atividade bastante comum na educação tradicional até os dias de hoje. A novidade da educação a distância é que estas atividades já não serão realizadas “longe” do professor, mas em estreita relação com ele mediante as tecnologias de informação e comunicação.

Este modo de fazer educação é muito mais interativo do que muitas vezes a presença física do educando enquanto sua mente viaja para universos imaginários desligando-se do processo de realimentação que a condição exige.

A realidade de desconectividade, muitas vezes presente na educação presencial, tem muito menor chance de se dar na educação a distância, considerando que nesta última o educando necessita de um esforço pessoal para não perder o "fio condutor" das apresentações e reflexões.
O texto e as entrevistas enfocam a mesma realidade: Educação a distância é o que se pode chamar “perto do coração” e, portanto muito eficiente no que se refere processo de interatividade. Na educação não presencial ocorre, em igual ou maior densidade, o que se pode chamar de construção do consenso por meio das tecnologias e com a mediação do tutor que faz o papel de provocador, isto é daquele que estimula o diálogo sem o qual não pode existir educação.

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