quinta-feira, 3 de março de 2011

FORMAÇÃO DE PROFESSORES


“Prefiro o barulho da imprensa livre do que o silêncio das ditaduras” Dilma Roussef

EQUÍVOCOS GERENCIAIS E LIMITES PEDAGÓGICOS
DO PROINFANTIL NO PARANÁ

Acabamos de receber a edição número 15 do informativo do PROINFANTIL no Paraná. O texto começa como uma constatação que merece distinção e louvores: “Podemos afirmar que neste último módulo devemos todos estar centrados na avaliação das práticas, de modo a superar inadequações e intervir  de forma mais efetiva na realidade das instituições”.  Esta  abertura me permite, com todo o respeito, fazer algumas considerações que se encaixam no enunciado deste texto.
A Primeira sessão do informativo, dedicada aos ENCAMINHAMENTOS, apresenta duas alternativas para o  calendário de reposição do componente de Espanhol. Que ideia genial o que se chama encontro quinzenal descentralizado! Isso aponta para a maturidade das AGFs, das coordenações e dos professores, ou seja, o que é importante mesmo se limita a garantir que os cursistas tenham acesso ao conteúdo previsto para a área temática. O modo como vai se dar a efetivação deste direito cabe à sensibilidade pedagógica, dinamicidade organizacional e capacidade de gerenciamento de cada AGF. Sem dúvida o processo deverá levar em conta que os cursistas e os professores da área já foram suficientemente penalizados com o atraso na preparação e disponibilização do material didático.
Não faz parte da minha área temática, mas o empenho com a totalidade do programa me “tirou o chão dos pés” acompanhando as inúmeras reuniões sobre o tema em referência. Elas se realizaram em âmbito de professores e tutores, de professores e coordenadores, de professores E EEG, professores, coordenadores e ATP. Esta infinidade de momentos destinados para “sentar, discutir e encaminhar” me faz lembrar uma afirmação que se atribuiu ao Papa PIO XII, famoso no comando da Igreja, entre outras, por seu estilo autoritário e centralizador. Diz-se que é dele a seguinte afirmação: “Se queres que algum tema não vá para frente constitua uma comissão”.
No caso específico as distintas instâncias se ocuparam em reuniões intermináveis e repetitivas. Finalmente “pariu”, dois encaminhamentos: o primeiro “engessado” com datas e horários pré-programados pela instância cuja infalibilidade em matérias pedagógicas se equipara ao dogma da Infalibilidade Papal em matéria de fé! (SIC). O segundo apela para o que de mais extraordinário há no ser humano: “Livre arbitrário com responsabilidade”, ou seja, cada AGF organiza um planejamento de modo a cumprir alguns critérios essenciais. Isso me faz evocar a figura de São Paulo no início da pregação do Evangelho, quando pairava a questão legal das circuncisões para os que aderiam ao cristianismo. Na ocasião disse o apóstolo: “Decidimos, nós e o Espírito Santo, não impor nada sobre vocês além do mínimo necessário”(Atos dos Apóstolos 15,28). Parece esta ser uma importante consideração para a matéria.
O segundo tópico do informativo grifa “NOVO HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO DAS AGFs 2011”. Viva! Inventaram a Roda! Os professores disponíveis aos sábados nas AGFs vai diminuir as Provas de Recuperação e dependência. Será possível perceber quantos sábados os cursistas terão disponíveis para procurar os professores na AGF? Por acaso alguém tem a “doce ilusão” que nossos cursistas, mães e pais de família, (que trabalham oito horas diárias de segunda a sexta e três sábados por mês  - pelo  calendário  engessado de espanhol -  já serão obrigados a ir pra AGF. E digo obrigados, uma vez que para forçar sua ida aos encontros, as provas, instrumento de valor absoluto no que se chama de “processo avaliativo” foram dispostos nestes dias de encontro extraordinário).
Sinceramente não me parece que a “invenção da roda” no novo formato de cumprir o horário da AGF leva em conta o cursista, e o princípio básico da Educação a distância o qual está também “muito claro” no Guia Geral do Proinfantil: “Para sua realização, o PROINFANTIL, utiliza atividades a distância... e presenciais nos períodos de férias escolares (fase presencial) e nos sábados (encontros quinzenais)... Desta forma, aos benefícios da formação, somam-se as vantagens da educação a distância que permite atingir uma população geograficamente dispersa...”(página 12). “Dessa forma, a própria instituição de Educação infantil torna-se o lugar privilegiado de formação do professor, com efeitos significativos sobre sua prática pedagógica”. (página 15).

E ainda:

“A seguir são mencionadas as principais características e vantagens da educação a distância:
-                   O programa de ensino é realizado no local em que o aluno se encontra, ou seja, em casa ou no trabalho, não exigindo que ele se dirija para onde a escola está situada. Assim, o ensino a distância abre oportunidades para as pessoas estudarem, independentes do local onde fica a residência, em áreas rurais e/ou de difícil acesso. Atende, ainda, a pessoas que estariam impossibilitadas de assistir as aulas por razões de trabalho, questões familiares ou outras dificuldades”(Página 15)

Mas aqui (Paraná: aqui se trabalha!) é diferente, o professor está na AGF e atende pelo 0800, ops... não tem também. Não importa: o professor está na AGF, se o cursista vai ser beneficiado não é um dado relevante!

E finalmente, a última palavra “Ex-catedrá” que aparece no informativo: “SOBRE AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS”. Por favor, coordenadores de AGF, enviem um relatório de “tudo o que está inadequado nas IEI”, afinal quem entende deste assunto são os técnicos e não os professores que estão no dia a dia das creches e pré-escola. O que precisar ser modificado será por meio de uma “intervenção do Santo Ofício” que na Igreja ficou no ostracismo da Idade Média, mas na educação está na cabeça dos “pedagogos,” não de todos é claro, daqueles que em lugar de “Paidós” se colocam no lugar de “fiscais dos...”

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