sexta-feira, 2 de setembro de 2016

HOMILIA PARA O DIA 04 DE SETEMBRO DE 2016 - 23º DOMINGO COMUM

CONDIÇÕES PARA O DISCIPULADO

A proximidade das eleições municipais no país, coloca todos os cidadãos entre a cruz e a espada. E não raro se ouve a expressão: “A gente vota no menos pior”.  Neste tempo desfilam nos meios de comunicação, e em toda sorte de propaganda política candidatos cujo objetivo é ganhar a confiança dos eleitores, arrebanhar multidões e instalar um projeto de poder e de governo. Nesta seara surgem muitas promessas, discursos extraordinários, soluções quase mágicas e discursos demagógicos.

Ao contrário dos políticos no evangelho de hoje Jesus se apresenta não como um demagogo que faz promessas fáceis com o objetivo de conquistar a simpatia das pessoas para instalar o projeto do Reino. Ele faz um convite radical que não consiste em colocar panos quentes.  A proposta para quem quer fazer parte do Reino anunciado por Jesus implica em três renúncias:  à própria família, à própria vida e aos bens. Jesus começa falando em odiar a família. O verbo odiar no evangelho significa colocar em segundo plano, não porque a família não seja importante, mas porque a o Reino precisa ser entendido como preferencial na ordem de importância. A segunda renuncia exige superar os interesses egoístas, ou seja, aqueles em que as próprias necessidades estejam em primeiro lugar. Isso significa fazer de sua vida um dom a serviço dos irmãos. A terceira renuncia diz respeito aos bens. Jesus tem consciência da necessidade de bens, mas ao mesmo tempo reconhece que quando a posse de bens se torna valor absoluto este interesse escraviza as pessoas e as leva a viver somente em função deles esquecendo-se das pessoas e do verdadeiro sentido da vida. Neste sentido fica clara a diferença entre as promessas de Jesus e as que se ouve neste tempo de eleição. Jesus apresenta renuncias e sacrifícios os outros facilidades e benefícios aos montes.
Ora, para fazer a escolha certa e ter a coragem de renunciar algumas coisas boas em função de outras é necessária sabedoria que o autor da primeira leitura de hoje afirma que é um dom de Deus. Dom, que somente a pessoa que se deixa conduzir por ele será capaz de cruzar as expectativas sem ficar confuso diante de tantas escolhas.  Para os cristãos o critério para julgar a viabilidade de alguma proposta é o evangelho e a oração.
A reunião dos cristãos na assembleia de cada domingo é uma forma de pedir e de se colocar diante da sabedoria de Deus como se reza no salmo: Ensinai-nos a contar os nossos dias, para chegarmos à sabedoria do coração. Voltai, Senhor! Até quando… Tende piedade dos vossos servos. Saciai-nos desde a manhã com a vossa bondade, para nos alegrarmos e exultarmos todos os dias. Desça sobre nós a graça do Senhor nosso Deus. Confirmai, Senhor, a obra das nossas mãos”.



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