O SENHOR É JUSTIÇA E BONDADE
O
cristianismo é uma religião diferente de todas as outras grandes religiões.
Naquelas os fiéis seguem uma ideia, um livro, uma doutrina. No Cristianismo
todas essas coisas existem, mas o seu fundamento é o seguimento da pessoa de
Jesus Cristo. Reconhecer quem Ele é, sua missão no mundo e por extensão a
missão de todos os que lhe seguem muda completamente a relação das pessoas
entre si e com a doutrina que Ele trouxe.
A
pergunta de Jesus e a resposta dada por Pedro representam a síntese de todas as
preocupações do povo judeu em relação ao seu futuro e a sua aceitação a Deus e
ao seu projeto. “E vocês, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu:
'Tu és o Messias”. Reconhecendo que Jesus não é mais um dos grandes
pregadores do seu tempo Pedro só não percebe a relação da pessoa dele com as
palavras dos profetas. Jesus aceita a confissão de fé de Pedro e dos seus companheiros,
mas lhe diz com outras palavras o que o profeta tinha anunciado: “Em seguida, começou a ensiná-los, dizendo que o Filho do Homem devia sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos,
pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei; devia ser morto, e ressuscitar depois
de três dias”.
As palavras de Jesus não
são outra coisa senão a atualização da primeira leitura: “Ofereci
as costas para me baterem e as faces para me
arrancarem a barba: não desviei o rosto de bofetões e cusparadas. Mas, o Senhor Deus é
meu Auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto
impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado”.
Logo se uma pessoa aceita
que Jesus é o Messias, aceita também o desfecho desta condição e se propõe a segui-lo
com todas as suas forças e com toda as suas exigências e consequências: “Meus irmãos, que
adianta alguém dizer que tem fé, quando não a põe em prática? A fé seria então
capaz de salvá-lo? Imaginai que um irmão ou uma irmã não têm o que vestir e
que lhes falta a comida de cada dia; se então alguém de
vós lhes disser: 'Ide em paz, aquecei-vos', e: 'Comei à vontade', sem lhes dar
o necessário para o corpo, que adiantará isso? Assim
também a fé: se não se traduz em obras, por si só está morta”.
Resumindo, declarar que
Jesus é o Messias implica aceitar a cruz que essa missão traz consigo. O mesmo
se pode aplicar em relação ao cotidiano de cada pessoa, trata-se de aceitar a
cruz e os sofrimentos comprometendo-se com a qualidade da vida.
Rezar com os irmãos como viemos fazer aqui implica compreender as palavras que se canta:
“Bem-vindos à mesa do Pai, onde o Filho se faz fraternal refeição /
É Cristo a forte comida, o Pão que dá vida com amor-comunhão.
Vinde, ó irmãos, adorar, vinde adorar o Senhor /
A Eucaristia nos faz Igreja, comunidade de amor.
No longo caminho que temos, o Pão que comemos nos sustentará /
É Cristo o Pão repartido, que o povo sofrido vem alimentar.
Há gente morrendo de fome, sofrendo e sem nome, sem terra e sem lar /
Não é a vontade de Deus, pois Jesus, Filho seu, quis por nós se doar”.
Então, Que a nossa fé seja sustentada por nossas obras e que a afirmação que Jesus é
Messias coloque todos no caminho de aceitar a cruz e comprometer-se com todas as pessoas.
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