terça-feira, 15 de junho de 2021

HOMILIA PARA O DIA 20 DE JUNHO DE 2021 - 12º COMUM - ANO B

 SENHOR AUMENTA A NOSSA FÉ!

No dia 27 de março de 2020, no auge do isolamento social e da primeira grande onda da COVID 19, 0 Papa Francisco rezou sozinho na Praça de São Pedro e comentou o texto do Evangelho que a liturgia propõe para esse 12º domingo do tempo comum. Na ocasião disse o Papa: “À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda. Nos demos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados, mas chamados a remar juntos e necessitados de encorajamento mútuo”.

De uma coisa é certa nossa vida é frequentemente agitada por gigantescas ondas que desnudam nossas falsas seguranças e expõe a fragilidade das nossas seguranças. À medida que cai a maquiagem das nossas seguranças e certezas somos desafiados com a pergunta de Jesus: Porque são tão medrosos? Ainda não tem suficiente fé?

As leituras deste domingo são claras a quem devemos recorrer quando não entendemos as razões das nossas provações e dificuldades. Seja a Jó, o inocente e sofredor como a cada um de nós a primeira leitura é um alento e segurança: O Senhor respondeu a Jó, do meio da tempestade, e disse: Quem fechou o mar com portas, quando ele jorrou com ímpeto do seio materno, quando eu lhe dava nuvens por vestes e névoas espessas por faixas; quando marquei seus limites e coloquei portas e trancas, e disse: 'Até aqui chegarás, e não além; aqui cessa a arrogância de tuas ondas?”.

E São Paulo anima aos coríntios cujas palavras servem também para nós: O amor de Cristo nos pressiona, De fato, Cristo morreu por todos,
para que os vivos não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. Portanto, se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. O mundo velho desapareceu”.
Isso significa dizer que se confiamos em Deus e no seu Cristo não precisamos ter medo.

A ordem que Jesus deu aos discípulos continua sendo repetida para cada um de nós: Vamos para a outra margem!” mesmo que essa travessia implique enfrentar ventanias e ondas bravias. Segundo o Papa Francisco nós e a Igreja inteira não podemos ficar trancada nas seguranças das praias calmas, antes somos desafiados a singrar os mares que nos levem aos recantos do mundo, às periferias da nossa existência. “Vamos para outra margem...” Isso significa igreja missionária, e para isso é necessário ousadia, coragem e superação do medo.

Não podemos nos deixar paralisar pelo medo dos novos horizontes, como uma pequena barca agitada e ameaçada pelos desafios do mundo que se traduzem em violência, doenças, desemprego, corrupção, autoritarismo, populismo e uma infinita lista de tempestades não podemos esquecer-nos daquele a “quem até o vento e o mar e obedecem”. Afinal é isso que rezamos no salmo desse domingo:

R. Dai graças ao Senhor, porque ele é bom,
porque eterna é a sua misericórdia!

Os que sulcam o alto-mar com seus navios,
para ir comerciar nas grandes águas,
testemunharam os prodígios do Senhor
e as suas maravilhas no alto-mar.

Ele ordenou, e levantou-se o furacão,
arremessando grandes ondas para o alto;
aos céus subiam e desciam aos abismos,
seus corações desfaleciam de pavor.

Mas gritaram ao Senhor na aflição,
e ele os libertou daquela angústia.
Transformou a tempestade em bonança,
e as ondas do oceano se calaram.

Alegraram-se ao ver o mar tranquilo,
e ao porto desejado os conduziu.
Agradeçam ao Senhor por seu amor
e por suas maravilhas entre os homens!

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