quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

HOMILIA PARA O DIA 02 DE MARÇO DE 2025 - 8º DOMINGO COMUM - ANO C

 

RECONHECER A PESSOA POR SUAS OBRAS

Olá, irmãos e irmãs!

Neste oitavo domingo do tempo comum a Palavra de Deus ilumina nosso caminho como “Peregrinos de Esperança” durante este Ano Santo. Cada uma das leituras nos oferece uma reflexão sobre a vida, a esperança e a espiritualidade.

Começamos com Eclesiástico (Eclo 27,5-8), que nos fala sobre a importância do falar e do ouvir. Como diz um provérbio popular: “A boca fala daquilo que o coração está cheio”. Nesse mesmo sentido o autor do livro do Eclesiástico afirma: “O fruto revela como foi cultivada a árvore;  assim, a palavra mostra o coração do homem”. Esta passagem nos ensina que nossas palavras e ações refletem nossa essência interior. Em nossa jornada de fé, somos convidados a cultivar um coração puro, alinhado com a vontade de Deus, sendo cuidadosos com aquilo que dizemos e como nos comunicamos. O cuidado em nossas relações e em nossas falas é fundamental para que possamos levar esperança e amor ao nosso redor.

Cantando o Salmo 91 (Sl 91,2-3.13-14.15-16), que é um hino à confiança em Deus reafirmamos como “É bom dar graças ao Senhor e cantar louvores ao seu nome.” Este salmo nos lembra da proteção e do amparo de Deus nas dificuldades. Ao proclamarmos nossa confiança n'Ele e vivermos em Sua presença, podemos encontrar força e esperança em meio às tempestades da vida. Assim, o salmo nos incentiva a viver com gratidão e louvor, reforçando nossa identidade como filhos de Deus e peregrinos nesta jornada.

 

A carta de Paulo aos Coríntios (1Cor 15,54-58), afirma a vitória da ressurreição. “A morte foi tragada pela vitória da vida.” Esta passagem reforça a nossa esperança na vida eterna e na transformação que ocorre através de Cristo. Em nosso caminho, mesmo diante das dificuldades e desafios, temos a certeza de que a morte não é o fim, mas um passo para a plenitude da vida que nos aguarda. Essa mensagem nos encoraja a perseverar, a trabalhar sempre pelo bem e a manter firme nossa fé, sabendo que tudo o que fazemos para o Senhor não é em vão.

No evangelho de Lucas (Lc 6,39-45), Jesus nos ensina sobre a importância de discernir as verdadeiras intenções do coração e a qualidade de nossas ações. “Por seus frutos, poderão reconhecer a árvore.” Devemos avaliar não apenas as ações dos outros, mas também nossas próprias atitudes. Como peregrinos de esperança, somos chamados a viver uma vida autêntica, onde nosso falar e agir reflitam o amor de Deus. A abundância do que temos dentro de nós deve transbordar em ações de bondade e amor ao próximo.

Quando juntamos essas passagens, percebemos que somos chamados a viver com um coração atento, em constante comunhão com Deus. Como peregrinos de esperança, devemos ser luz e sal neste mundo, confiantes na proteção divina, perseverando na fé e refletindo o amor de Cristo em nossas ações. Que neste Ano Santo, possamos aprofundar nossa jornada, confiantes na esperança que nos é oferecida e prontos para semear bondade por onde caminharmos. Amém.

HOMILIA PARA O DIA 23 DE FEVEREIRO DE 2025 - 7º DOMINGO COMUM - ANO C

 

FAZER O BEM SEM ESPERAR RETRIBUIÇÃO

Queridos irmãos e irmãs,

Mais uma vez a Palavra de Deus nos põe em relação com o tema Peregrinos de Esperança, no contexto do Ano Santo. As três leituras deste domingo nos colocam diante do amor de Deus que nos motiva a caminhar.

Comecemos com a passagem de 1Samuel (1Sm 26,2.7-9.12-13.22-23). Aqui, ouvimos a complexidade da relação entre Davi e Saul. Davi, ao ter a oportunidade de eliminar Saul, faz uma escolha diferente. Ele decide respeitar o ungido do Senhor, reconhecendo que o seu papel não é fazer justiça por conta própria, mas confiar na providência divina. “Quem pode estender a mão contra o ungido do Senhor e ficar sem culpa?” Davi nos ensina sobre a importância da misericórdia e da confiança em Deus, mesmo diante das adversidades. Essa atitude é um claro reflexo da esperança em um futuro guiado por Deus e suas promessas.

Na carta de Paulo aos Coríntios (1Cor 15,45-49), temos a continuação da doutrina sobre a ressurreição de Jesus. Paulo fala da transformação que ocorre em nós, comparando o homem natural ao homem espiritual. Ele nos assegura que, assim como levamos a imagem do homem terreno, também levaremos a imagem do homem celestial. Essa verdade nos dá esperança, especialmente quando enfrentamos as noites escuras da vida. Podemos olhar para a ressurreição com fé e confiança, sabendo que a nossa jornada não acaba aqui. Cada passo que damos como peregrinos está sob a luz da vida eterna prometida por Cristo.

 

No evangelho de Lucas (Lc 6,27-38), encontramos o chamado radical ao amor e à generosidade. Jesus nos exorta a amar nossos inimigos e a fazer o bem sem esperar retribuição. “Deem e lhes será dado” diz ele. Este amor que se estende além do que é fácil ou conveniente é uma expressão de nossa esperança. Ao praticarmos essa generosidade, não apenas refletimos o coração de Deus, mas também nos tornamos canais de Sua graça e luz em um mundo muitas vezes marcado pela discórdia e pelo egoísmo. A verdadeira esperança se manifesta quando nos dispomos a amar e servir os outros, especialmente aqueles que estão em necessidade.

 

Portanto, irmãos e irmãs, à luz dessas passagens, somos chamados a ser autênticos “Peregrinos de Esperança”. Sigamos o exemplo de Davi, confiando na providência de Deus, estejam nossos corações firmes na certeza da ressurreição prometida por Cristo, e que nossa vida se torne um testemunho do amor e da generosidade de Deus. Em cada gesto de bondade, em cada ato de misericórdia, estamos construindo um reino de esperança. Que possamos caminhar juntos nessa jornada, sempre focados no futuro que Deus nos oferece. Amém.

HOMILIA PARA O DIA 16 DE FEVEREIRO DE 2025 - 6º DOMINGO COMUM - ANO C

 FELIZES PEREGRINOS DE ESPERANÇA

Queridos irmãos e irmãs,

Hoje, nossas leituras nos convidam a refletir sobre a esperança que devemos ter em nossas vidas, especialmente à luz do tema do Ano Santo, “Peregrinos de Esperança”. Este é um chamado para que olhemos não só para o nosso presente, mas também para o futuro que Deus nos promete, mesmo em meio às dificuldades da estrada que trilhamos.

Comecemos com a passagem do profeta Jeremias (Jr 17,5-8), onde somos alertados sobre a importância de confiar em Deus. “Maldito é o homem que confia no homem, e faz da carne o seu apoio”. Aqui, somos convidados a enraizar nossa esperança em Deus, fonte de vida e sustento. Ao contrário daquele que confia em suas próprias forças, quem põe sua confiança no Senhor é como uma árvore plantada junto a águas correntes, frutificando mesmo em tempos de seca. Esta imagem nos dá uma visão de um futuro pleno de esperança, mesmo quando enfrentamos dificuldades.

Nos Salmos, encontramos um eco desse tema. O Salmo 1 ressalta as bem-aventuranças dos que seguem os caminhos do Senhor. “Feliz o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, mas tem seu prazer na lei do Senhor” (Sl 1,1-2). Aqui, a alegria e a prosperidade daqueles que buscam a Deus se destacam como um farol de esperança. A imagem da árvore frondosa se repete, mostrando que, ao nos alimentarmos da Palavra de Deus, encontramos a força e a esperança necessárias para perseverar em nossas peregrinações.

Na carta de Paulo aos Coríntios (1Cor 15,12.16-20), somos levados a refletir sobre a ressurreição. Paulo explica que se Cristo não ressuscitou, a fé é vã, mas ele afirma com confiança que Cristo ressuscitou. Essa esperança na ressurreição é o que nos sustenta em nossa jornada. Como peregrinos, sabemos que não estamos sozinhos; temos a certeza de que, assim como Cristo ressuscitou, também teremos vida nova. Essa certeza fortalece nossa esperança em meio a um mundo muitas vezes sombrio.

Finalmente, no evangelho de Lucas (Lc 6,17.20-26), Jesus pronuncia as bem-aventuranças e os ais, colocando em contraste as realidades deste mundo. As bem-aventuranças nos dizem que os pobres, os famintos, os que choram e os perseguidos são bem-aventurados. Isso nos lembra que a verdadeira esperança não vem das condições externas, mas da confiança em Deus, que nos garante um lugar no Seu Reino. Jesus nos mostra que, mesmo quando enfrentamos dificuldades e injustiças, a esperança é nossa aliada, pois o Reino de Deus está ao nosso alcance.

Assim, irmãos e irmãs, neste Ano Santo, que possamos ser verdadeiros “Peregrinos de Esperança”. Que nossa confiança em Deus nos fortaleça, que alimentemos nossa alma na Palavra, e que vivamos as bem-aventuranças, trazendo esperança a todos ao nosso redor. Saibamos que, em cada passo de nossa jornada, mesmo nas dificuldades, temos um futuro garantido em Cristo, que é a nossa esperança maior. Amém.

HOMILIA PARA O DIA 09 DE FEVEREIRO DE 2025 - 5º DOMINGO COMUM - ANO C

 CONFRONTAR-SE COM A SANTIDADE DE DEUS

Queridos irmãos e irmãs,

Hoje, a Palavra de Deus nos convida a considerar não apenas nossa relação com Deus e com os outros, mas também nosso compromisso com a criação. O tema da ecologia integral se torna especialmente relevante ao analisarmos os textos que foram proclamados na liturgia deste domingo.

 

No livro de Isaías, vemos um momento de profunda revelação e chamada. O profeta é confrontado com a santidade de Deus, “Eu vi o Senhor sentado em um trono alto e sublime” (Is 6,1). Esse encontro o leva a reconhecer sua própria fragilidade e a purificação necessária para se tornar um mensageiro do Senhor. Assim como Isaías, cada um de nós é chamado a se purificar, a ser um instrumento de paz e cuidado em um mundo que sofre cada vez mais com os danos ambientais. Nossa consciência de quem Deus é deve nos motivar a respeitar e amar sua criação.

 

No Salmo, encontramos a organização do louvor ao Senhor. “Quando eu clamo, tu me respondes; aumentas a força da minha alma” (Sl 138,3). Esta força é necessária para que possamos agir em defesa da nossa casa comum. A criação não é apenas um recurso a ser explorado, mas um dom sagrado que clama por cuidados adequados. Assim, nosso louvor a Deus deve se manifestar em ações concretas que protejam a Terra e promovam a vida em todas as suas formas.

 

A carta de Paulo aos Coríntios, nos ajuda perceber a centralidade da ressurreição de Cristo em nossa fé. Paulo nos lembra que, através da Páscoa de Jesus, temos a certeza de que a morte não é o fim, mas uma nova vida que se estende a toda a criação. “E se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa fé” (1Cor 15,14). Esse fato nos convida a olhar para o mundo ao nosso redor com esperança e responsabilidade. Devemos agir sobre a terra de forma que todas as criaturas possam ter vida em abundância.

 

Finalmente, no evangelho de Lucas, vemos o chamado dos primeiros discípulos. Jesus nos convida a lançar as redes, mesmo quando a razão humana poderia nos levar a desistir. “Senhor, em obediência à tua palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5). Esse ato de fé e disposição deve ser um lembrete para nós de que, com a orientação de Deus, somos capazes de fazer a diferença em questões que afetam nosso meio ambiente. Ao “lançar as redes” na luta pela justiça ecológica, confiamos que o trabalho para a preservação da criação não será em vão.

 

Assim, irmãos e irmãs, que possamos nos inspirar nesses textos sagrados e abraçar a responsabilidade de cuidar da criação. Que a visão de Isaías, o louvor do salmista, a esperança em Cristo e o chamado de Jesus nos transformem em verdadeiros defensores da Terra, comprometidos com uma ecologia integral que respeita a interconexão de todas as criaturas. Que nossos corações e mãos estejam sempre prontos para agir em prol da vida, a serviço do Reino. Amém.

HOMILIA PARA O DIA 02 DE FEVEREIRO DE 2025 - APRESENTAÇÃO DO SENHOR - ANO C

 COMPARTILHAR OS SONHOS DE DEUS 

COM A EXISTÊNCIA HUMANA

Queridos irmãos e irmãs, hoje somos convidados a refletir sobre a sinodalidade à luz das leituras que proclamadas. A palavra sinodalidade nos remete a um caminho compartilhado, onde a comunidade de fé se reúne para ouvir o Espírito Santo e discernir os desígnios de Deus para cada para cada pessoa na relação com todos.

No livro de Malaquias (Ml 3,1-4), Deus promete enviar um mensageiro que preparará o caminho diante d’Ele. Este mensageiro é uma preparação não apenas para um encontro pessoal com Deus, mas para um relacionamento comunitário. A presença de Deus entre nós exige que nos purifiquemos e nos preparemos para acolher a Sua graça. Aqui encontramos um chamado à transformação e à necessidade de nos voltarmos uns para os outros: somos convidados a ser mensageiros do amor e da justiça de Deus na comunidade.

O Salmo 23 (24), que nos convida a abrir as portas para o Rei da Glória, ressoa com a ideia de sinodalidade. Este salmo celebra a grandeza de Deus e Sua presença em nosso meio. Quando abrimos os nossos corações e as portas de nossas comunidades, permitimos que a riqueza da diversidade humana e das experiências de fé se entrelaçam, enriquecendo nosso caminho sinodal. Que possamos acolher uns aos outros, reconhecendo as várias faces da presença de Cristo em nossas vidas.

Na carta aos Hebreus (Hb 2,22-32), somos lembrados que Jesus, além de ser nosso Salvador, se fez um de nós. Ele se uniu à nossa humanidade, compartilhou nossas dores e alegrias. Isso nos ensina sobre a verdadeira solidariedade em nosso caminhar juntos. A sinodalidade exige que caminhemos lado a lado, aprendendo uns com os outros, compartilhando nossas histórias e juntando nossas vozes na construção do Reino de Deus.

Finalmente, no Evangelho de Lucas (Lc 2,22-40), encontramos a cena da apresentação de Jesus no templo. Simeão e Ana, pessoas de fé que aguardavam o Messias, representam a espera comunitária e a esperança. Eles nos mostram que a fé não é uma jornada solitária, mas um caminho que deve ser partilhado. A sinodalidade nos inspira a estar atentos e disponíveis para reconhecer a ação de Deus nos outros, para que juntos possamos vivenciar a alegria da presença do Senhor em nossa comunidade.

Assim, ao refletirmos sobre essas leituras, somos chamados a vivenciar a sinodalidade no nosso dia a dia, a nos permitir ser canal de amor e comunhão, a abrir não apenas as portas de nossos lares, mas também os nossos corações. Que possamos sempre nos questionar: como podemos caminhar juntos? Como podemos acolher a presença de Deus em cada um de nós e em nossos irmãos e irmãs?

Que o Senhor nos conceda a graça de uma caminhada sinodal, onde a união e o amor sejam a nossa eterna meta. Amém.