CONFRONTAR-SE COM A SANTIDADE DE DEUS
Queridos irmãos e irmãs,
Hoje, a Palavra de Deus nos convida a considerar não apenas nossa
relação com Deus e com os outros, mas também nosso compromisso com a criação. O
tema da ecologia integral se torna especialmente relevante ao analisarmos os
textos que foram proclamados na liturgia deste domingo.
No livro de Isaías, vemos um momento de profunda revelação e chamada. O
profeta é confrontado com a santidade de Deus, “Eu vi o Senhor sentado em um
trono alto e sublime” (Is 6,1). Esse encontro o leva a reconhecer sua própria
fragilidade e a purificação necessária para se tornar um mensageiro do Senhor.
Assim como Isaías, cada um de nós é chamado a se purificar, a ser um
instrumento de paz e cuidado em um mundo que sofre cada vez mais com os danos
ambientais. Nossa consciência de quem Deus é deve nos motivar a respeitar e
amar sua criação.
No Salmo, encontramos a organização do louvor ao Senhor. “Quando eu
clamo, tu me respondes; aumentas a força da minha alma” (Sl 138,3). Esta força
é necessária para que possamos agir em defesa da nossa casa comum. A criação
não é apenas um recurso a ser explorado, mas um dom sagrado que clama por
cuidados adequados. Assim, nosso louvor a Deus deve se manifestar em ações
concretas que protejam a Terra e promovam a vida em todas as suas formas.
A carta de Paulo aos Coríntios, nos ajuda perceber a centralidade da
ressurreição de Cristo em nossa fé. Paulo nos lembra que, através da Páscoa de
Jesus, temos a certeza de que a morte não é o fim, mas uma nova vida que se
estende a toda a criação. “E se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa fé” (1Cor
15,14). Esse fato nos convida a olhar para o mundo ao nosso redor com esperança
e responsabilidade. Devemos agir sobre a terra de forma que todas as criaturas
possam ter vida em abundância.
Finalmente, no evangelho de Lucas, vemos o chamado dos primeiros
discípulos. Jesus nos convida a lançar as redes, mesmo quando a razão humana
poderia nos levar a desistir. “Senhor, em obediência à tua palavra, lançarei as
redes” (Lc 5,5). Esse ato de fé e disposição deve ser um lembrete para nós de
que, com a orientação de Deus, somos capazes de fazer a diferença em questões
que afetam nosso meio ambiente. Ao “lançar as redes” na luta pela justiça
ecológica, confiamos que o trabalho para a preservação da criação não será em
vão.
Assim, irmãos e irmãs, que possamos nos inspirar nesses textos sagrados
e abraçar a responsabilidade de cuidar da criação. Que a visão de Isaías, o
louvor do salmista, a esperança em Cristo e o chamado de Jesus nos transformem
em verdadeiros defensores da Terra, comprometidos com uma ecologia integral que
respeita a interconexão de todas as criaturas. Que nossos corações e mãos
estejam sempre prontos para agir em prol da vida, a serviço do Reino. Amém.
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