COMPARTILHAR OS SONHOS DE DEUS
COM A EXISTÊNCIA HUMANA
Queridos
irmãos e irmãs, hoje somos convidados a refletir sobre a sinodalidade à luz das
leituras que proclamadas. A palavra sinodalidade nos remete a um caminho
compartilhado, onde a comunidade de fé se reúne para ouvir o Espírito Santo e
discernir os desígnios de Deus para cada para cada pessoa na relação com todos.
No
livro de Malaquias (Ml 3,1-4), Deus promete enviar um mensageiro que preparará
o caminho diante d’Ele. Este mensageiro é uma preparação não apenas para um
encontro pessoal com Deus, mas para um relacionamento comunitário. A presença
de Deus entre nós exige que nos purifiquemos e nos preparemos para acolher a
Sua graça. Aqui encontramos um chamado à transformação e à necessidade de nos
voltarmos uns para os outros: somos convidados a ser mensageiros do amor e da
justiça de Deus na comunidade.
O Salmo
23 (24), que nos convida a abrir as portas para o Rei da Glória, ressoa com a
ideia de sinodalidade. Este salmo celebra a grandeza de Deus e Sua presença em
nosso meio. Quando abrimos os nossos corações e as portas de nossas
comunidades, permitimos que a riqueza da diversidade humana e das experiências
de fé se entrelaçam, enriquecendo nosso caminho sinodal. Que possamos acolher
uns aos outros, reconhecendo as várias faces da presença de Cristo em nossas
vidas.
Na carta
aos Hebreus (Hb 2,22-32), somos lembrados que Jesus, além de ser nosso
Salvador, se fez um de nós. Ele se uniu à nossa humanidade, compartilhou nossas
dores e alegrias. Isso nos ensina sobre a verdadeira solidariedade em nosso
caminhar juntos. A sinodalidade exige que caminhemos lado a lado, aprendendo
uns com os outros, compartilhando nossas histórias e juntando nossas vozes na
construção do Reino de Deus.
Finalmente,
no Evangelho de Lucas (Lc 2,22-40), encontramos a cena da apresentação de Jesus
no templo. Simeão e Ana, pessoas de fé que aguardavam o Messias, representam a
espera comunitária e a esperança. Eles nos mostram que a fé não é uma jornada
solitária, mas um caminho que deve ser partilhado. A sinodalidade nos inspira a
estar atentos e disponíveis para reconhecer a ação de Deus nos outros, para que
juntos possamos vivenciar a alegria da presença do Senhor em nossa comunidade.
Assim,
ao refletirmos sobre essas leituras, somos chamados a vivenciar a sinodalidade
no nosso dia a dia, a nos permitir ser canal de amor e comunhão, a abrir não
apenas as portas de nossos lares, mas também os nossos corações. Que possamos
sempre nos questionar: como podemos caminhar juntos? Como podemos acolher a
presença de Deus em cada um de nós e em nossos irmãos e irmãs?
Que o
Senhor nos conceda a graça de uma caminhada sinodal, onde a união e o amor
sejam a nossa eterna meta. Amém.
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